terça-feira, 24 de setembro de 2019

Você tem zelo de quê?

“... Não nos faças ouvir tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e dos da tua casa.” Jz 18;25

Mica e a tribo de Dã disputando a posse dum deus (?) na verdade, uma reles escultura que aquele tinha e esses tomaram à força. Os da referida tribo estavam dispostos a matar para manutenção da posse do dito artefato. Restou a Mica resignar-se com a perda para não perder também a vida.

O zelo sem entendimento que referiu Paulo em suas epístolas. Quem se coloca extremamente cioso, zeloso do que é irrelevante, normalmente se porta um de modo relapso para com o que é vital. Conheci muitos chatos, ciosos das coisas periféricas, usos, costumes; e, completamente alienados do zelo necessário para com a sã Doutrina.

Põem vidro no cofre e espalham diamantes ao sol.

Porém há casos piores; há entendimento do que está em jogo e jogam sujo; como certo sindicato de artesãos que fez arruaças “religiosas” porque, Paulo atrapalhava o negócio deles. “Certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores; sabeis que deste ofício temos nossa prosperidade; bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda Ásia, este Paulo tem convencido e afastado grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos.” Atos 19;24 a 26

Havia acordo tácito que era apenas dinheiro o alvo, mas, para efeito de manipulação usaram o bom e velho zelo religioso; “Ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.” V 28

Não fora esse mesmo zelo cego que a cretina Jezabel usara para, acusar Nabote de blasfêmia depois de subornar testemunhas para que confirmassem isso, e o infeliz fosse morto; sua herança roubada pela megera rainha?

Zelo em si não quer dizer nada. Circulam pela “nuvem” muitos agarrados em dogmas, ou placas denominacionais que parecem, como a tribo de Dã, estar dispostos a matar por seus apegos doentios; invés de apreço pela verdade que liberta mostram apenas os derivados deprimentes de seus entendimentos obtusos e fanatismo engajado.

Postam vídeos onde um líder responde à objeção de outro, e invés de cotejar a posição de fulano e a de ciclano, ambas com a Verdade revelada na Palavra, portam-se como torcedores do melhor sofista e ainda realçam seu aplauso de torcedores ignorantes com expressões, tipo: “Lacrou! Humilhou!”

Nas antigas disputas de Sócrates com os retóricos sofistas, entre outras coisas disse que desprezava à “arte” deles, pois, pelo manuseio hábil das palavras faziam parecer que entendiam sobre o que ignoravam; ainda podiam gerar crença sem ciência. Simplificando; faziam as pessoas acreditar sem entender.

Nunca foi esse o propósito do Salvador; antes, desafiou Seus ouvintes à prática da Palavra como iniciação ao discipulado; a permanência como meio de conhecer à verdade que liberta. “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Ouvir com preguiça, aplaudir a quem “lacra” invés, de “meditar dia e noite na Lei do Senhor” dá menos trabalho; pode engendrar certo prazer rasteiro até, porém atrofia o espírito onde deveria haver crescimento.

“Do qual (de Cristo) muito temos que dizer de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12


O que torna difícil a interpretação é a negligência, preguiça, dos ouvintes ou, leitores da Palavra. Têm muitas palmas guardadas para seus “lacradores” favoritos dos quais são torcedores, e nenhum neurônio voluntário disposto a conhecer melhor ao Senhor meditando na Sua Palavra.

Inevitável a figura de Belsazar: Cheio de louvores às futilidades e alienado do que é vital. “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23


Dois atrativos têm os ídolos. Comodismo e cumplicidade.

Sendo à imagem e semelhança de quem os faz são rasos, não demandam meditação, entendimento; não tendo uma lei a seguir, “abençoam” quaisquer caminhos que os devotos escolherem.

Porém, “Eu sou o Senhor; este é o Meu Nome; Minha glória, pois, a outrem não darei, nem o Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;
8

domingo, 22 de setembro de 2019

A Ampla Unidade do Espírito

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3
Embora, O Espírito Santo seja Um, Sua manifestação é diversa conforme lhe apraz. “A graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;7 “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Se, a unidade do Espírito carece de um vínculo, uma ligação, óbvio que essa se manifesta em ambientes e pessoas diversas. Por conhecerem ao Espírito e com Ele andarem, O reconhecem mesmo que se manifeste alhures, com nuances culturais ou rituais, diferentes, até. Desde que as questões vitais não sejam afetadas.

A unidade do Espírito não tem nada com união horizontal, humana; mesmo estando separados, geográfica, ritual, ou culturalmente diversos grupos podem fazer parte dessa unidade, bem como, estando reunidos por laços estranhos ao Espírito, ainda serem diversos, malgrado, habitando os mesmos ambientes. A Unidade é do Espírito, não dos homens.

No dia de Pentecostes O Espírito fez povos de nacionalidades diferentes falarem todos, a mesma língua; ainda unifica aos diferentes, mediante o vínculo comum da conversão, que enseja paz entre eles, dada essa igualdade. Os que apresentam as inúmeras denominações cristãs como barreiras à conversão ainda não entenderam nada.

Que deprimentes os testemunhos que pipocam na Internet dos que finalmente acharam a “Igreja verdadeira” migrando daquela para essa, ou vice-versa. Não importa se o testemunhante é padre, pastor, bispo, ou o que for. Se sua convicção repousa nos frágeis arranjos humanos invés de na Paz do Espírito, ainda é menino. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

A Palavra não condiciona a salvação a frequentar determinado grupo; a iniciação se dá pela fé, e a admissão pelo Eterno é testificada pelo Espírito Santo; “Em quem também vós estais, (Cristo) depois que ouvistes a Palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1;13

Esse testemunho, primeiramente interior derivado da habitação do Espírito Santo nos salvos, capacita-os um novo modo de vida, cujas escolhas, agora, segundo Deus convertem-se num testemunho visível de salvação. “... o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 A definição de quem pertence ao Senhor, e quem não, vem Dele. “O Senhor conhece os que são Seus...”


O agir do salvo disso testifica, o falar também; até suas palavras são registradas num memorial celeste, como ensina A Palavra: “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

Claro que ninguém será salvo pelo que fala ao próximo; mas, por ter sido salvo pelo Sangue de Jesus, e sendo habitado pelo Espírito Santo, o que faz e fala, deixam de ser coisas sem valor, sem sentido, como antes. “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais ...” Rom 6;21 Se, o salvo envergonha-se dos descaminhos pretéritos, por certo mudou seu modo de caminhar.

Todavia, pelos padrões em voga entre os meninos a exortação seria outra: Invés de aparte-se da iniquidade, “Qualquer que pretende ser salvo congregue na denominação tal” diriam. Francamente!

A exortação é para guardar a unidade do Espírito, não para formar. Todos os convertidos em qualquer país, ou denominação foram gerados pelo Espírito o que não demanda que se receba um determinado ritual congregacional, antes que se receba a Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

As seitas são donas da verdade; fora das suas “visões” todos se perdem. O testemunho visível dos que andam na luz e possuem o mesmo Espírito é comunhão, não sentimento faccioso; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros...” I Jo 1;7

Apego denominacional não é comunhão de Espírito, é predileção humana. “Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” I Cor 3;3

Partidarismos, facções são obras da carne. A unidade do Espírito é de outra Fonte; “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” Gál 3;3


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O Sínodo de Tróia

“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem... Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes...” Atos 15;19, 28 e 29

A questão era a judaização dos novos convertidos, dado que, alguns que atuavam entre eles estavam requerendo a circuncisão e outras coisas inerentes à Lei mosaica.
Reunidos os apóstolos entenderam que o testemunho dos salvos procedia do Próprio Deus; “Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; não fez diferença alguma entre eles (gentios) e nós, (judeus) purificando os seus corações pela fé.” Vs 8 e 9

Assim, se por um lado a conversão de povos distantes de culturas diversas não deve sofrer uma imposição colonialista por parte daqueles que os levam à conversão; tampouco, a pregação deve ser tão contextualizada a ponto de condescender com práticas erradas para não serem invasivos.

Se, tais povos serão desafiados à purificação dos corações pela fé, no mínimo duas “invasões” são necessárias: A doutrina que mostra a impureza dos seus corações, e a apresentação do “método” Divino para isso, que, por certo destoará das concepções locais, da cosmovisão de um povo alienado do Senhor.

Uma coisa que tem ensejado inconformidade de muitos católicos são as proposições constantes no instrumento de trabalho do Sínodo da Amazônia, que acenam em reconhecer como válidas as percepções espirituais autóctones, para “respeitar à cultura” e não ser invasivos.

Ora, o que os mais ingênuos não perceberam ainda e que esse arranjo não visa o bem estar das culturas locais; o alvo é mais amplo que aquilo; a Amazônia estritamente observada não tem essa relevância toda ao ponto de ensejar uma reunião desse calibre em Roma. Não pelos habitantes, digo.

A “Amazônia Legal” segundo fontes do Governo tem 25 milhões de habitantes; desses, 208 mil apenas são indígenas. 8 %

Dentre os “civilizados” segundo fontes católicas, 80 % já professam a fé pentecostal. Ora, quem dá testemunho acerca da salvação ou não, segundo A Bíblia é O Próprio Deus enviando Seu Espírito Santo, não depende do aval da igreja A, ou B. “Quem não é contra nós é por nós”, ensinou O Salvador. E os evangélicos não são contra Cristo. Apenas discordam de alguns dogmas católicos ausentes na Palavra de Deus, no que fazem muito bem.

Então, indo ao fundo do balaio, de 208 mil aborígenes, falta alcançar 20 %; ou seja: 41.600 pessoas. Isso justificaria ao rebu todo que está sendo feito, com uma pauta imensa que inclui fim do celibato, (que é visão católica, não Bíblica; Pedro era casado, aliás) ordenação de mulheres, reconhecimento como válida a religião animista tribal, alteração nos elementos da Eucaristia, etc. Isso tudo pelo bem de 41.600 pessoas apenas?

Outro dia o Papa Francisco fez acordos com o Partido Comunista Chinês, dando àquele a ingerência sobre a escolha de bispos no país e prejudicando cem vezes mais católicos do que os índios não alcançados da Amazônia. Não seria o caso de um sínodo global sobre a liberdade de crença??

O comunismo se infiltrou no catolicismo há muito; só agora os sinceros se sentem traídos; a grana arrecadada na Campanha da Fraternidade vai para patrocinar organizações abortistas, gayzistas, feministas etc. Vociferam esperneiam e tentam reclamar para a CNBB infestada de comunistas. Vão reclamar ao Papa? “Ele é um dos nossos” disse Leonardo Boff.

Acontece entre os católicos sinceros como em nosso país; enchemos o Congresso de corruptos que por sua vez encheram ao STF. As decisões das duas instituições exasperam aos cidadãos de bem, que, acabam esperneando impotentes.

Do mesmo modo os católicos com a força dominante avessa. Esbravejam impotentes, ameaçados de excomunhão. O mal está feito. “... eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos que não têm consolador; a força estava do lado dos opressores; eles não tinham consolador.” Ecl 4;1

Incêndios por encomenda e o famigerado sínodo são obra de ONGs globalistas comunistas; ninguém os vai parar. Não estão nem aí para os povos nativos; trocarão ricos minérios por espelhos quando muito.

Esse circo é só uma cortina de fumaça, encenação; o que está por trás é o implemento da mega igreja ecumênica, e da Nova Ordem Mundial sob a batuta do príncipe do mundo.

O lado bom das heresias é a possibilidade de manifestação dos sinceros. Esses cheios de dedos para “não serem invasivos” quando tiverem poder global matarão quem não lhes obedecer. “Quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz...”

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Pedras no Caminho

“Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então, ambos morrerão...” Deut 22;22
O “Endereço” do verso que apregoava pena de morte para o adultério não poderia ter mais números dois, que esse; Deuteronômio 22;22.

Não sei se é coincidência, pois a divisão da Bíblia em capítulos e versículos numerados foi criada por Stephen Langton, clérigo inglês no início do século 13 apenas. Quem sabe O Eterno dirigiu a isso também!

Enfim, adultérios demandavam punição exemplar.

Todavia, no episódio de João 8 conhecido como da mulher adúltera, o homem co-partícipe número dois sumiu misteriosamente; levaram ao Senhor a mulher apenas.

Segundo diz a reportagem O Salvador se inclinou e escrevia com o dedo na terra. A pressa de fugir, dos desafiados a, estando sem pecados executarem a sentença, foi maior que a curiosidade de ler o que O Salvador escrevera. Ficamos sem a informação.

É possível que se tratasse desse texto que sentenciava ambos os adúlteros à morte. Se, algum sem noção se pretendesse sem pecados estaria cometendo dois ao mesmo tempo; mentira e parcialidade.

Noutra ocasião O Senhor os censurou: “Errais não conhecendo as Escrituras...” Ele certamente as conhecia. Pois, mesmo estando em rolos, sem capítulos e versículos como hoje, quando instado a ler na sinagoga achou o texto que queria de Isaías 61, o qual, queria expor como cumprido Nele; coisa de quem conhecia bem o que estava escrito.

Se, quisesse aplicar a pena da Lei segundo seus rigores bastaria demandar também pela presença do homem antes da execução.

Ao desafiar seus ouvintes a um exame de consciência já começava a pincelar nuances da Sua Lei; o Novo Testamento que traria uma purificação na consciência, não apenas ritual e externamente. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos santifica-os, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

A Lei dos Dez Mandamentos não era pra salvar, mas deixar patente a pecaminosidade humana e consequente necessidade do Salvador; “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.” Rom 5;13 “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo...” Gál 3;24

Era uma lâmpada evidenciando a sujeira; “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23
Diverso do que pensavam o “sabão” tinha que ser mais intenso que o sangue de animais. O exame que tocava fundo em consciências era o desafio que fazia Cristo “insuportável” aos pecadores. “Quem suportará o dia da sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Mal 3;2

Enfim, a Lei foi como uma placa avisando: “Cuidado, caminho sem saída, abismo”. A Graça em Cristo, uma ponte Onde a humana caminhada tinha se revelado impossível. “Eu Sou O Caminho... entrai pela porta estreita...

Desde então, já não podemos mais silenciar nossos pecados atirando pedras nos alheios; nossos muitos defeitos trazidos à luz pela Luz Divina deixam patente nossa falência e inépcia, de modo que só poderemos ser salvos pelos méritos alheios; De Cristo. Invés de pedras para as falhas alheias precisamos de uma cruz para tratar das nossas.

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” Rom 5;17 e 18

O príncipe desse mundo tem abolido, tanto quanto pode, aos indivíduos amalgamando-os na impessoalidade da massa. Invés do “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” Rom 14;12, eivado está o planeta de justificativas fajutas, drogas que maquiam aos culpados em “vítimas da sociedade, dos novos tempos, do sistema, da exclusão econômica...”

Perante Deus essas máscaras não valem nada. Cada um terá que julgar a si mesmo antes de pensar nos ciscos dos olhos alheios.

O Senhor não toma nossas pedras; segue escrevendo; só que agora Sua Escrita pode ser lida.

E o ensino mais eloquente nesse caso, é que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos.

Há um adágio que figura problemas como pedras no caminho. Pois, o nosso mais sério é uma escolha; as pedras, ou O Caminho.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Fanatismo Nosso de Cada Dia

“O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14;6

“Desdém, desprezo, zombaria...” Os dicionários definirão assim ao escárnio. Pois, o escarnecedor é cotejado com outrem, o prudente; esse adquire conhecimento sem muito esforço, enquanto, àquele a coisa se revela impossível.

Quem presume ser, a sabedoria, um patrimônio estritamente intelectual ainda não a conhece. Tem um teor moral anexo que a separa de outra, inferior, que não passa de velhacaria, astúcia, invés, de saber.

Por isso Paulo disse que “Deus apanha aos “sábios” na sua própria astúcia.” Disse mais: “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, que Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7 e 8

Notem que a ausência de saber ficou patente pelas ações deles, não pelas palavras. Então é acertado dizer que além de um conteúdo moral, espiritual, a sabedoria tem sua aplicação prática no dia a dia.

Nosso saber é fragmentário, parcial e derivado; logo, não nos podemos presumir fontes, antes, ter em mente que bebemos do Eterno Manancial; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento;” Prov 1;7

Esse necessariamente patrocinará um modo de viver coerente com os ensinos do Senhor, que demandam submissão e retidão; “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará as tuas veredas” Prov 3;5 e 6

Vemos que a antítese repousa em não me estribar em meu próprio entendimento, antes, deixar que O Senhor me endireite as veredas. Como disse Jeremias, “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Tiago pontuou a distinção entre o saber raso e o veraz; “Se, tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica... sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, sem hipocrisia.” Tg 3;14, 15 e 17
“... sem parcialidade e sem hipocrisia.” Eita jóias raras! A parcialidade cega, pois, apóia-se como o nome diz sobre uma parte apenas; tudo que destoar das predileções dessa parte “certa” deve ser descartado.

Daí os fanatismos por partidos políticos, denominações religiosas, clubes esportivos, etc. a parcialidade me leva a ser indulgente com os erros da minha parte “certa”; a hipocrisia a negar a outrem as indulgências que confiro aos da minha “confraria”.

Assim as seitas religiosas donas da verdade, os fanáticos políticos, torcedores... não veem defeitos, falhas nos seus, e também não notam virtudes, acertos, nos outros.

Quantas vezes deparei com escritos e vídeos de adventistas dizendo que o verso de Apocalipse “... grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra.” Cap 17;5 Se refere à Igreja Católica; as denominações protestantes seriam filhas do catolicismo, pois, dele derivaram; portanto teríamos a prostituta mãe, e as filhas.

Ok. Levemos esse raciocínio às últimas consequências. William Miller, precursor do movimento adventista saiu da Igreja Batista, que é filha do protestantismo. Assim, teríamos mãe, filhas e neta??? Vê para onde caminha o saber dos fanáticos?

Paulo ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

É verdade que haverá uma igreja mundial apóstata, mesclando credos e deuses antagônicos a torto e a direito sob a liderança do catolicismo. Francisco já está trabalhando para isso. Muitos ditos protestantes já fazem parte, do Conselho Mundial de Igrejas,” embrião da Babel Religiosa.

Acontece que, nas coisas espirituais ninguém toma decisões por mim. O líder tal resolveu aderir ao ecumenismo global; e daí??

Até em questões políticas, que são braços sociais, não particulares às vezes dizemos: “Fulano não me representa”. Muito menos naquilo que é intransferível e pessoal, a fé. “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” Rom 14;12

Malgrado, os erros doutrinários do catolicismo, muitos católicos podem preferir adequar-se à Palavra invés dos conchavos políticos superiores e caminharem mediante Cristo para a salvação. A escolha é particular.

Os fanáticos quando deparam com algum obstáculo doutrinário no caminho do seu fanatismo, mudam a sadia hermenêutica para afirmarem o que creem, invés de rever parte das crenças pelo temor de Deus que demanda submissão à Palavra.

Muitas vezes tive que mudar, pois, meus conceitos se revelaram errados; vai saber, quantas outras ainda terei? Nosso saber é um parco rascunho, não, arte-final.

“O fanatismo consiste em intensificar os nossos esforços depois de termos esquecido o nosso alvo.” George Santayana

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Guerra e Paz

"Qual é o rei que, indo à guerra pelejar contra outro, não se assenta primeiro pra tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14;31 e 32
O Senhor usou o símile de uma estratégia militar para falar sobre salvação. Se, vou ao combate, mas quem vem contra mim tem o dobro da minha força, - ensinou – melhor me submeter e servir, que morrer.

Depois acrescentou; “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”

Renunciar tudo, não significa tudo, estritamente. Quero dizer: Ao renunciar o combate para evitar a derrota e aceitar a vassalagem, se renunciava o governo, o domínio; e se fazia tributário do rei vencedor; no entanto, em casos assim, os vencidos ainda gozavam algumas liberdades, de habitar, produzir, cultuar, etc.

Renunciar a tudo o que temos em submissão a Jesus não significa que seremos privados de tudo; antes, que à partir de então, as decisões e o domínio serão Dele; amoroso e Sábio como é não nos privará das coisas necessárias à vida; somente vetará as supérfluas ou nocivas. Estabelecerá prioridades. “... buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

As condições de paz do Reino dos Céus foram apregoadas pelos anjos quando do Nascimento do Reis dos Reis; “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Simples assim? Só dar Glória a Deus? Sim e não. Digo; dar glória ao Rei do Universo é muito mais intenso e profundo que usar palavras estéreis como pode parecer a um desavisado qualquer.

Demanda mudança de vida segundo os padrões do Reino; novo modo de agir capaz de saltar aos olhos dos que ainda estão fora de modo a emulá-los, quiçá, a entrarem também; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Note que, “Glória a Deus,” não sai dos nossos lábios, mas dos que observam nosso modo de ser e agir em Cristo. Em determinado momento O Salvador advertiu: “Eu não recebo Glória dos homens...” Jo 5;41 Essa “contradição” é apenas verbal, não essencial.

Falando do Espírito Santo disse: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar.” Jo 16;14

O novo nascimento não é Obra do homem; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13
Em nossa natureza caída não O podemos glorificar de verdade pela influência da má inclinação; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

O Representante do Rei, habitando em nós, O Espírito Santo, que uma vez ouvido e obedecido redireciona nosso modo de ser e agir; cambia aos antes mortos em delitos e pecados em vidas regeneradas, para Glória de Deus.

Então, embora a Glória do Eterno deva fluir mediante nós, sua origem está do Espírito Santo que habita em nós; só andando segundo Ele, renunciamos a tudo quanto temos, seremos capacitados ao modo de viver que glorifica ao Rei e nos livra da condenação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

O Juízo do Eterno que marcha contra a impiedade é um “Exército” com mais que o dobro da nossa força, parece. “Não há indignação em mim. Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força e faça paz comigo; sim, faça paz comigo’ Is 27;4 e 5

A Paz é na “Sua Força”, (Cristo) não nos nossos pífios recursos; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte Dele, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ecumenismo; A Arca de não é

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas; elas ouvirão minha voz e haverá um rebanho e um Pastor.” Jo 10;16
O aprisco eram as pessoas que, então, ouviam e seguiam ao Senhor, O Bom Pastor. As outras ovelhas que não eram daquele redil, os demais convertidos em todas nações da Terra. Ele não os tinha ainda, estritamente, mas dada Sua Presciência que permite chamar “às coisas que não são como se já fossem” podia falar como falou.

Contudo, não poucos se apropriam indevidamente do texto para fazer dele um proponente do ecumenismo que, agregaria todas as “ovelhas” num só rebanho, sob a batuta de um pastor; o papa. Ele tem viajado o mundo fazendo concessões a todos; aos gays, aos evolucionistas, aos animistas, beijado pés de muçulmanos, dando ao Partido comunista da China ingerência sobre escolha de bispos por lá, etc.

O simples fato de ser necessário colocar a palavra, ovelhas, entre aspas, por si só já desmancha a ideia ecumênica como sendo interpretação válida para aquele texto.

O arranjo ecumênico teria no mesmo “rebanho”, os que creem na ressurreição, nós, e os reencarnacionistas; espíritas e algumas religiões orientais; os que creem num Deus Todo Poderoso, transcendente, fora da criação, e animistas panteístas que O creem imanente, presente nos meandros naturais; os que acreditam no Deus da Bíblia que manda orar pelos inimigos, e servos de Alá, cuja escritura manda matar aos “infiéis”; enfim, na mesma Arca estariam ao que temem a Deus, e os que endeusam vacas, macacos, elefantes; até o pênis, como na religião falicista. Os que chamam a bíblia de machista deveriam conhecer mais.

Portanto, pretender que esse texto e similares sejam apoios ao ecumenismo trata-se de crassa ignorância, ou grande safadeza.

O Olhar Divino não sofre a barreira das aparências, como o nosso, isso O faz divisar um simples lobo entre um milhão de ovelhas; como olharia Ele para essa bicharada diversa e veria um rebanho?

A fator agregador das ovelhas não é uma miscelânea de credos que, em nome do convívio harmônico concordariam em não discordar; antes, a voz do Pastor. “... elas ouvirão minha voz; haverá um rebanho e Um Pastor.”

Todos os que ouvem a Voz do Pastor, Sua Palavra, e obedecem, são ovelhas do único rebanho. Não importa o país onde vivam, nem a denominação onde congreguem.

Embora alguns sem noção idolatrem sua denominação (cheia de outros ídolos, aliás) dizendo que fora dela não há salvação, de outros que anunciavam a Cristo sem seguir com Ele e os discípulos, que alguns quiseram impedir Ele advertiu: “Deixai-os, não os impeçais, pois quem não é contra nós é por nós.”

Fora de Cristo não há salvação; “Eu Sou O Caminho A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão, por Mim.” Jo 14;6

A Voz do Pastor, por radical que pareça ordenou que se fosse por todo o mundo pregando o Evangelho a toda a criatura, não implantar uma aquiescência multi-religiosa, nem a tolerância para com os errados de espírito, em detrimento dos Seus ensinos.

A “concessão” que O Eterno poderia fazer pela nossa salvação é infinitamente valiosa, imensurável; Seu Filho; mas é única. Ou cremos Nele para obediência ou pereceremos; “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Desde sempre ouvimos ditos das filosofias de boteco primando pela superioridade do ser, ao ter; da qualidade à quantidade. Se, para muitos de nós isso é apenas para ginástica da língua, para A Sabedoria Eterna a coisa é mesmo assim.

Daí a seriedade solene; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

O Eterno Fez a maior demonstração de amor e justiça no mesmo evento; o Calvário; mas, não fica após isso (do que somos indignos) fazendo concessões ao pecado, permitindo adendos à doutrina, nem instalando ar condicionado no inferno.

Desafia cada um que faça sua escolha de modo patente; “Disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; quem é justo faça justiça ainda; quem é santo seja santificado ainda.” Apoc 22;10 e 11

Por um lado Seu amor é amplamente inclusivo; “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados...” Mat 11;28 Por outro, Sua Justiça O faz rigoroso, seletivo; “ Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6