sexta-feira, 25 de julho de 2025

O lugar da luz


“Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” Is 26;9

Felizes aqueles que sentem arder no íntimo um desejo por conhecer a Deus e Seus juízos, numa busca desinteressada no prisma dos anseios rasos.

Invés de demandar bênçãos, fazê-lo pedindo para aprender os juízos Divinos para depois, ensiná-los. Quando O Eterno deu carta branca a Salomão, “pede-me o que queres” ele pediu; “A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar este Teu tão grande povo?” I Rs 3;9 Invés de riquezas pediu ferramentas.

Eloquente indício que alguém superou o egoísmo é quando deixa de pleitear por coisas meramente particulares, se preocupando com o bem, alheio. Tiago coloca o altruísmo como essencial para que sejamos atendidos. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites”. Tg 4;3

Se, o alvo de Isaías era que os moradores do mundo aprendessem à justiça, certamente pretendia ensinar, o que aprendesse da parte do Senhor. Por isso orava, ao menos. Quando O Santo dá Sua Luz a alguém, o faz para que esse a difunda, não para que se feche qual quelônio na carapaça.

O profeta versara que, as maldições todas que danavam à terra, derivavam da aversão dos povos ao querer do Eterno. “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, poucos homens restam”. Cap 24;5 e 6

Os “Juízos” anelados por ele, não eram julgamentos sobre as más escolhas; a consequência da maldição sobre elas era já uma incidência judicial. A rigor, o profeta queria aprender a doutrina, os ensinos do Senhor, para retransmitir; facultando assim, que os que se dessem por avisados pelos “juízos”, (ensinos) fossem livres do juízo, punição.

Adiante ele versou sobre a consequência disso; de andarem as pessoas em justiça diante de Deus; “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, em lugares quietos de descanso”. Cap 32;17 e 18

Pois, a Excelsa Justiça de Cristo, logrou a façanha de pacificar a relação do pecador com O Criador, naqueles que se lhe submetem. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”. II Cor 5;19

Identificar nalgum momento, que há um vazio interior a clamar por preenchimento é comum a todas as almas. Entretanto, a maioria busca para isso simulacros que não preenchem, antes, acentuam o vazio.

Dessa estirpe os que se dão às drogas, alcoolismo, promiscuidade, religiosidade alternativa e toda sorte de vícios. Colocam “remendos novos em panos velhos”, e cada vez o rasgo se faz maior.

Como na medicina humana, antes da prescrição do tratamento é necessário o diagnóstico, assim, nas coisas espirituais. Davi, nos dias do seu desterro, errante pelas cavernas da terra, fugitivo sem crimes, identificava claramente o que lhe faltava. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” Sal 42;1 e 2

A sede de Deus não pode ser ludibriada com refrigerantes, tampouco, cisternas de humana feitura podem conter as necessárias águas. Nos dias de Jeremias ele usou essa figura atinente à apostasia que grassava; “Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas”. Jr 2;13

Por fim, O Salvador, falando a uma mulher samaritana, também figurou Sua Doutrina como uma água milagrosa; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Jo 4;14

Infelizmente os moradores do mundo não querem compromisso com os juízos de Deus. Alguns sonegam partes, distorcem o sentido de outras; há ainda os que querem “editar” à Palavra, para se alinharem apenas ao que concordam.

Os que receberam luz, como Isaías naqueles dias e muitos ministros hoje, precisam laborar para que essa esteja no devido lugar. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa”. Mat 5;15

quinta-feira, 24 de julho de 2025

A verdade dá medo


“... conhecereis à verdade e a verdade vos libertará”. Jo 8;32

Simples assim? Sim, e não. Simples o conceito, complexo o que ele abarca. A Verdade é A Palavra de Deus. “Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os Teus juízos”. Sal 119;30

Da abrangência e incidência da Palavra o alcance é insondável: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar”. Heb 4;12 e 13

Sendo comparada a uma espada de dois fios, significa que ela corta para ambos os lados. Tanto é eficaz, quanto aos erros dos outros, quanto o é, atinente aos nossos.

A parcialidade humana pujante nas almas sabotadas pelos sentimentos ideológicos, não permite que a espada corte para os dois lados. Quando, surge em maus lençóis um expoente da sua cor ideológica, o sabotado, invés de lidar com isso pontualmente, presto atira todos na mesma vala. “Não adianta perder tempo com política; são todos ladrões, não se salva um”.

Invés de encarar à verdade que expõe os erros de seu herói, foge atacando quem nem estava em apreço.

Ante à filosofia, encontraríamos Aristóteles dizendo: “A pior forma de desigualdade, é considerar iguais, aos que são diferentes”.

A verdade também versa sobre isso; “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor”. Prov 17;15 Pois, a fuga disfarçada de ceticismo peca em duas versões. Fazendo vistas grossas ao corrupto, e imputando inverdades a outro de oposição.

Conhecer à verdade acaba sendo um desafio para valentes, dado o medo que causa. Muitos, nos dias do Salvador preferiram a fuga, mesmo sob risco de condenação; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más”. Jo 3;19

Ninguém se sente confortável precisando reconhecer que é mau; que suas obras são más. Esse é, talvez, o maior “defeito” da verdade. Ela não atua para produzir conforto, antes, para manifestar à realidade.

Na Bíblia a expressão, “conhecer” significa ter íntima relação; tanto que, em muitos relatos diz: “Conheceu fulano sua esposa e essa teve um filho”.

Logo, conhecer à verdade demanda igual liame afetivo, relacional, se desejamos mesmo, ser libertos por ela.

Além de a conhecer, O Senhor colocou uma condicionante mais: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos”. V 31

A Palavra de Deus é boa, tanto quando confirma determinados passos nossos como probos, quanto, quando denuncia outros, como réprobos. Quando alguém perambula em demanda de aprovação aos próprios descaminhos, não serve a ninguém, exceto, ao ego. E a condição primeira para sermos salvos, é o destronamento desse impostor. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Luc 9;23

Nunca a mentira foi tão adotada quanto é nesse tempo, em nosso país. Por autoridades de altos postos, aos quais cumpriria, entre outras coisas, legar bons exemplos, invés de se expor em obscenidades morais como têm feito.

Se querem aprovar à censura, como os do sistema dominante desejam, somos “213 milhões de tiranos”; porém, se desejam evitar sanções estrangeiras contra a ditadura que se instaura por aqui, devemos nos unir em defesa, somos “soberanos”. Se, somos soberanos e tiranos ao mesmo tempo, devemos ser todos ditadores, acredito.

Pessoas que, como canas ao vento se inclinam sempre para onde sopram seus interesses imediatos, não valem nada; sequer chegaram perto de conhecer à verdade. Os venais têm preço; enquanto os verazes têm valor.

Aquele que, convidado por Deus para conhecer a verdade, atende ao chamado e persevera, necessita de coragem para não fugir a cada mostrengo que descobrirá nas próprias inclinações e atitudes. Invés de uma “conveniência” covarde e fugitiva, esse embraçará ao escudo da fé, a Espada do Espírito, e verá em cada constrangimento necessário, uma cura, invés de uma perda.

“O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Prov 28;13

Os que nos acusam de nos escondermos atrás da Bíblia, como se, enfrentar a si mesmo, deveras, fosse a coisa mais fácil, no fundo, não têm coragem de manifestar à mesma “covardia”.

Com a praga das rãs, o conhecimento da verdade nos fará ver anfíbios para todo lado; mesmo onde sequer imaginávamos existir; porém, libertos pela verdade, ganhamos um esconderijo sim. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”. Sal 91;1

O descanso superior


“... os judeus perseguiram Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”. Jo 5;16 e 17

O Sábado, provavelmente, era o mandamento mais fácil de ser cumprido; salva alguma emergência pontual, do ponto-de-vista meramente superficial dos religiosos, bastava repousar nele.

Os que envolviam fidelidade exclusiva ao Eterno, e respeito ao direito de propriedade e demais liberdades do semelhante, sempre requeriam uma vigilância maior. O sábado deveria ser santificado, consagrado ao Senhor. Um memorial pela libertação da servidão onde nenhum repouso era possível. Por isso, deveriam ser gratos a Ele.

Pecados como a cobiça, maus intentos em relação ao próximo poderiam acontecer sem sequer ser identificados. Todavia, alguém fazendo um trabalho qualquer naquele dia, seria visto e denunciado. Por isso, tal transgressão parecia-lhes o “pior” pecado.

O Salvador fez uma releitura dos mandamentos, aplicando o sentido espiritual, e fez ver que a coisa não era tão simples. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5;21 e 22

"Não cometerás adultério... Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Vs 27 e 28

Ao repouso, invés de acrescentar um rigor mais profundo, atenuou; “O sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado”. Mc 2;27 O descanso foi feito em atenção à necessidade humana.

Ardiam em zelo pela guarda desse dia, porque nele O Criador repousara; O Senhor tinha uma má notícia para os zelosos; “...: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”.
Precisamente naquele momento estavam dando trabalho, a pretexto de defender o repouso. O que cansa ao Eterno é a resiliência maligna no pecado; “... Me deste trabalho com teus pecados, Me cansaste com tuas iniquidades”. Is 43;24

Sempre que nosso zelo verte do anseio de provar que alguém está errado, mais que, da intenção de glorificar a Deus pela obediência, é carnal. Meu intento de obedecer mira meus próprios erros, não, os de outrem.

Aos que chama a Si, O Salvador oferece um sábado diferente; um descanso de abrangência muito superior ao repouso dos corpos. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas”. Mat 11;29 O descanso da alma em Cristo, só quem frui pode aquilatar o quanto vale.

Aquele repouso pontual, um dia em sete, além do cuidado amoroso com a saúde humana, era um tipo profético de um repouso maior. Devemos entender a Lei, “... à sombra dos bens futuros, não à imagem exata das coisas...” Heb 10;1

Um tipo profético é um símbolo de algo maior ainda porvir; como os sacrifícios de animais, o eram, do Sacrifício de Jesus Cristo. Assim, o descanso do sábado apontava para o descanso superior no Reino do Senhor.

Antes de ensinar que o repouso de Cristo é superior ao da Lei, A Palavra ensina a diferença entre Ele e Moisés; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto, maior honra que a casa tem aquele que a edificou”. Heb 3;3

Aos que endurecem o coração ante À Palavra de Deus, está posta uma dura sentença; “Assim jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso”. Heb 3;11 “A quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão aos que foram desobedientes?” v 18

Embora, aquele repouso significasse, entrar na terra prometida, terminar a peregrinação pelo deserto, (toda aquela geração pereceu no deserto, exceto, Josué e Calebe) figura bens futuros atinentes a nós, como adiante o texto expõe: “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso...” Heb 4;3 “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus”. Vs 8 e 9

Então, os que tentam colocar sobre os cristãos um jugo superado, erram de modo tosco, por ignorância. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. Col 2;16 e 17

Não significa que a Lei vete e a Graça seja licença para pecar, como alguns bobos-alegres esposam. Os salvos são convidados a lugares mais altos, responsabilidades maiores. 

“... Ele... é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas”. Heb 8;6 “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente, se faz também mudança da lei”. Heb 7;12

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Onde vive a Glória?


“Chamou ao menino Icabode, dizendo: De Israel se foi a glória! Porque a Arca de Deus foi tomada, e por causa de seu sogro e seu marido”. I Sam 4;21

Eram dias de juízo contra a casa de Eli, o relapso sacerdote que deixara seus filhos profanarem às coisas santas.

Hofni e Finéias foram mortos na peleja contra os filisteus; o próprio Eli ao receber a notícia caiu da cadeira e morreu; a Arca, que fora indevidamente levada ao front de batalha, foi tomada pelos inimigos. Então, a mulher de Finéias, que estava nos dias de dar à luz, precipitou-se no parto; teve um filho varão e morreu; mas, na agonia da morte ainda disse as palavras acima.

Chamou o filho que nascera de “Icabode” que significa: “Foi-se a glória”, e explicou o motivo: Porque a Arca do Senhor foi tomada.

Confundir substância com figura é um mal que persegue à humanidade, refém dos olhos.

Por exemplo: Uma aliança no dedo simbolizando que alguém é casado, figura que esse fez um pacto de ser fiel a determinada pessoa. Porém, a fidelidade, deve assomar, somente quando as possibilidades, as tentações chamando à perfídia se apresentarem; então, se a mesma existir, será verificada. Logo, a aliança é um símbolo; a fidelidade, a substância.

Assim era a Arca da Aliança do Senhor. Uma figura visível da Excelsa Presença no lugar Santíssimo. Contudo, não era a presença, estritamente. Tanto que, permitiu que a Arca fosse tomada pelos inimigos; Deus não pode sê-lo. 

Se, depois os forçou a devolver, é outro aspecto; era tempo de juízo e toda desobediência seria punida; inclusive a profanação atinente ao transporte a locais indevidos, das coisas santas.

Essa é, certamente, a razão primeira pela qual O Eterno abomina à idolatria. As pessoas ficam presas a uma imagem feita pelas mãos humanas, e esquecem de Deus. “... os verdadeiros adoradores adorarão O Pai em espírito e verdade; porque o Pai procura tais que assim O adorem. Deus É Espírito; importa que os que O adoram adorem em espírito e verdade”. Jo 4;23 e 24

O que podemos ver, não demanda fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que não se vê... sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;1 e 6

Quando alguém se prostra a uma imagem, mesmo que mencione Deus, eventualmente, seu gesto acaba louvando ao bibelô, não, ao Eterno: “Eu Sou O Senhor; este é O Meu Nome; a Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura”. Is 42;8

A fala da mulher que faleceu ao dar à luz reflete a compreensão vulgar de então, acerca de Deus. Estando perdendo a batalha julgaram que isso se devia a ausência do Eterno na Peleja; como Ele não fora, resolveram “levá-lo” levando a Arca. Assim, não se gloriavam em Deus, mantendo a reverência e adoração devidas a Ele; antes, descansavam num símbolo da Sua Presença; cada um, vivendo à sua maneiras.

Pela forma doentia que eles viam as coisas, transformaram um símbolo Santíssimo em mero ídolo. Por isso O Eterno permitiu que ela fosse levada pelos filisteus.

O Criador ensina qual deve ser a fonte de glória dos Seus filhos: “...Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu Sou O Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz O Senhor”. Jr 9;23 e 24

Paulo reverberou o dito de Jeremias; depois de asseverar que Deus busca às coisas frágeis e humildes, expôs a razão: “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele... Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor”. I Cor 1;28, 29 e 31

A idolatria é multifacetada; excede em muito ao culto das imagens. O fetichismo de muitos neopentecostais, rosas, sal, lâmpadas e demais quinquilharias “ungidas”, bem como, a avareza, dos que sonegam sua gratidão a Deus em nome da “Graça” são formas diversificadas de idolatria.

Assim como a “casa velha” de Eli foi ceifada naquele juízo, restando um recém-nascido, deve se dar conosco. A conversão chama à luz um novo homem.

Esse deve viver para a glória de Deus; Paulo pormenoriza, como: “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”. Ef 4;22 a 24

terça-feira, 22 de julho de 2025

O "doentio Bolsonarismo"


Outro dia deparei com o seguinte comentário: “Sai da bolha! Existe vida fora da religião e do bolsonarismo”.

A um olhar superficial, três erros.

a) A “bolha”.

Esse é um termo que surgiu para identificar grupelhos que, por avessos à realidade, circunscrevem-se aos de iguais inclinações e preferências, como se isso, abarcasse ao todo.

O feminismo é uma bolha que representa parcela ínfima do público feminino; o separatismo onde alguns apregoam a separação dos estados do Sul, do resto do país, idem; os “artistas” da Ruanet, que vivem de Estado, não de arte; os movimentos LGBTs, que, a pretexto de defender direitos, a rigor querem se impor aos que pensam diferente exigindo privilégios, também configuram uma bolha; enfim, quem quer que seja enquadrado nesse conceito, fatalmente será membro de uma minoria.

Se os conservadores fossem minoria, não seria necessário o sistema canhoto fraudar uma eleição como fez; tampouco, destruir todas as lideranças de direita como tenta fazer. Assim, os próprios adversários testificam que, eles são avassaladora maioria; não podem ser vencidos em eleições honestas e transparentes.

É possível que o “comentarista” em análise seja um do “Gabinete do Amor” contratado às expensas do Erário para fazer barulho em prol do sistema; d’uma bolha de corruptos, pois.

b) A religião;

Embora os conservadores sejam, em grande parte religiosos, Bolsonaro não é o nosso Messias, como acusam alguns; nas questões espirituais carece de aprender conosco, como ele mesmo admite. Uns, dizem que trocamos Jesus por ele, como se fôssemos fanáticos, cegos e amorais, quais, aqueles que acamparam em Curitiba.

“Mito” não tem uma conotação megalômana, no estilo da mitologia grega, como se o achássemos um deus; é um apelido de infância dele, o “Parmito” que, acabou reduzido a duas sílabas; um apelido, assim como o molusco.

Quem, por razões de fé, tem como caros valores como Deus, família e liberdade, nada mais natural que se identifique com um político que defende isso.

Estranho soa os “cristãos” que se alinham a um sistema que apregoa o ensino do homossexualismo nos colégios para crianças, pretende legalizar o aborto, descriminalizar às drogas; solta bandidos e persegue justos, apenas por diferenças ideológicas; investiga adversários sem indícios e nega-se a investigar desvio de milhões... 

Quando a CNBB consegue ser comunista e “cristã” ao mesmo tempo, atinente a isso, não se ouve reparos que se deve separar religião e política. Que estão trocando Jesus por Karl Marx. Todo o zelo seletivo é apenas uma safadeza envernizada.

c) O bolsonarismo;

Não existe bolsonarismo, estritamente. O que existe é conservadorismo, patriotismo, cristianismo. Se, Bolsonaro for morto como desejam os da bolha vermelha, qualquer que se candidatar tendo ficha semelhante e os mesmos valores, receberá apoio da maioria. Não se trata de idolatria; apenas de gratidão a um homem que ousou arriscar a vida para arrostar um sistema corrupto e anticristão. Se fosse flagrado em roubo ou corrupção, mesmo com dor, o abandonaríamos, como referência política.

Ele, por suas escolhas e ações, logrou a proeza de que os conservadores cristãos e patriotas lhe sejam identificados, isso é um mérito, não uma culpa.

Desgraçadamente, os “incapazes capazes de tudo” como bem definiu Augusto Nunes, criaram um “Golpe” para silenciar os protestos legítimos contra o golpe que o cabeça de ovo deu nas urnas, fazendo “vencedor” ao que venceu apenas nos presídios.

O simples fato de uma faixa amplamente majoritária, como o conservadorismo, precisar de um “golpe” para que o poder não fique com os que representam a um quarto da população, já é um eloquente apontamento, de quem golpeou.

Quando tinham maioria, na idade das trevas, enchiam as ruas de vermelho e desfilavam garbosos. Isso acabou faz tempo. Como “fazem o diabo para ganhar uma eleição” segundo Dilma; e “eleição não se ganha, se toma” segundo Barroso, continuam alugando prostitutas digitais, para fazer parecer nas redes sociais que representam alguma coisa. 

Representam o lixo moral, cívico, espiritual, psíquico e de todos os nichos que se possa produzir sujeira.

Não significa que todos os conservadores sejam cristãos; nem que, os que se dizem, levem a sério; tampouco, os que frequentam igrejas estejam livres, dos males inerentes à nossa natureza pecaminosa. Mas, implica que esses, na esfera política se alinham com coisas ligadas à liberdade; de crença, locomoção, escolha, expressão.

Alguns acusaram Bolsonaro pelos seus desencontros matrimoniais, como se, o estivéssemos escolhendo para pastor. Ele incomoda tanto, que, precisam sair da arena estritamente política e apelar para tudo, tentando desacreditá-lo. O outro pode levar amantes em viagens oficiais.

Enquanto a bolha assassina segue com a caneta, continuará seu DNA regressivo até “provar” que O Bolsonaro descende de Judas Iscariotes. Mas parece que a “pena”, está na iminência de pena de morte.

A ordem necessária


“... tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá; o enchi do Espírito de Deus, sabedoria, entendimento e ciência em todo o lavor... tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã...” Ex 31;2, 3 e 6

Instruções a Moisés, acerca da edificação do tabernáculo. Deus escolheu e nomeou aos que capacitara com dons para forjar em ouro, prata e engastar pedras preciosas. Necessários para os utensílios que deveriam ser feitos, então.

Adiante, encontramos o contraponto do capeta. Excitou o povo com a ideia que estavam sem líder, porque Moisés tinha desaparecido, e de quebra, pediram um deus para cultuar; logo surgiu o famigerado bezerro de ouro. Uma escultura tosca feita às pressas.

Não há registro que o inimigo tenha pedido, tampouco, escolhido e capacitado artífices para a criação daquilo. Sequer apareceu o mentor da rebelião. Seu truque preferido é “provar” que nem existe. Semeia seu veneno nos corações descuidados, e faz parecer que seus intentos são legítimos clamores populares.

Como destruir é mais fácil que construir, qualquer coisa que se oponha à Divina Vontade lhe serve; seja bem ou mal executada. Para seus propósitos, todos os rebeldes estão capacitados. Pois, não há risco que quem se voluntaria para praticar o mal, o faça, mal feito.

Pela natureza desse predicado, quanto menos zelo, probidade, aptidão, maior a “eficácia”.

O Eterno É Santo. Criterioso e zeloso com Suas coisas; as quais, não podem ser feitas de qualquer maneira. Se há alguém, de quem se possa dizer com toda certeza, que preza pela qualidade mais que a quantidade, esse é O Senhor.

Jeremias profetizou sozinho, por mais de duas décadas, contra muitos profetas falsos; no desafio do Carmelo, apenas Elias estava a serviço do Eterno, contra 850 profetas de Baal e Aserá.

Os gregos também sabiam da superioridade de quem tem luz, aos milhares que vivem no escuro. No “Banquete” encontramos mais ou menos o seguinte: “O homem ajuizado teme mais ser julgado por meia dúzia de sábios, que por uma multidão de ignorantes”.

No Eclesiastes temos menção de um sábio desprezado, que num momento de crise livrou a uma cidade. “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem”. Ecl 9;15 A vera sabedoria não costuma ser ostensiva; é oportuna.

Falando a Ezequiel, sobre um juízo inevitável, O Senhor expôs a razão: Faltara um intercessor probo, que rogasse a Deus em favor do povo, para que a ruína fosse evitada. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei”. Ez 22;30

Portanto, os que se impressionam com movimento, mais do que, com santidade, com numerosos ajuntamentos, mais que com a verdade, estão dando mais peso às folhas do que, aos frutos.

Os que, em defesa do “sacerdócio universal” dos cristãos, fazem uma terra arrasada, como se todos estivessem no mesmo patamar, não precisando se submeter a ninguém, no ponto-de-vista funcional, precisam entender algo. Há uns que, O Eterno chama e capacita de modo preciso para funções especiais; isso não os faz melhores; apenas funcionam diferente, segundo o propósito do Criador.

Acaso não era só Moisés que estava diante do Senhor? Não escolheu Ele, alguns pelos nomes, para determinados ofícios? 

Os desigrejados aprenderam que não carecem de líderes; tampouco, congregar em templos. Pelas razões já vistas sobre os predicados necessários para fazer o mal, estão todos “vendendo saúde”.

O Senhor estabeleceu ministérios, de pastoreio, ensino; aos pastores diz: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto”. I Ped 5;2

Às ovelhas: “Obedecei aos vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, não gemendo, porque isso não vos seria útil”. Heb 13;17

Se cada um fizer sua parte, a Obra de Deus ganhará em ordem, e harmonia.

Quando algo anda atabalhoadamente, sem nenhuma disciplina, ordem, reverência, se diz que está “do jeito que o Diabo gosta”.

Pois, quem pretende andar com O Senhor, aprenda que é do jeito Dele; Sua Palavra, o parâmetro, não a inclinação do reverendo “A”, a “descoberta” do apóstolo “B”.

Quem não deriva seu ensino da Palavra da vida, é porque não tem vida com Deus; por palatáveis e saborosos que soem seus ensinos. Antes da sabedoria, da eloquência, a obediência. “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade”. II Tim 2;19

segunda-feira, 21 de julho de 2025

A direção do Senhor


“... Onde queres que a preparemos?” Luc 22;9

O “quando” e “o quê” eram conhecidos dos discípulos acerca do que deveriam fazer. Ide. É um imperativo no presente, pra quem ouve. Fazer o quê? “Preparai a páscoa para que a comamos”. Restava ainda uma questão; “Onde queres que a preparemos”?

É bom o homem maduro ter iniciativa e fazer o que sabe que deve ser feito, sem maiores demandas; contudo, é presunção, temeridade, tomar para si decisões que não lhe cabem.

Aquilo que ainda não fizemos, sempre poderá ser feito; caso, alguém tenha esperado por indeciso, até dirimir uma dúvida. Entretanto, o que já foi feito, se o foi fora da direção do alto, por certo trará prejuízos; na maioria dos casos, terá que ser desfeito. Se, voltar atrás é uma qualidade dos humildes, muitas vezes, também é uma necessidade dos precipitados.

Invés dum endereço estrito, O Salvador deu-lhes um sinal para observarem. “... quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os Meus discípulos?” vs 10 e 11

O Senhor indicou na casa de quem deveriam celebrar, o memorial da páscoa; deixou ao dono da casa, a disposição do aposento que achasse mais apropriado.

Podemos aprender, pelo menos quatro coisas nesse incidente: a) quando O Senhor nos envia a algum lugar, para falarmos em Seu Nome, nos dá as palavras necessárias, na ocasião oportuna; "e direis..."

b) num primeiro momento, O Senhor fala com quem está em posição de liderança, de comando, não com subalternos; “... ao pai de família da casa...” Não poucas divisões acontecem no meio cristão, mercê de “novas visões” que vêm de baixo para cima. Não do líder espiritual, mas de algum afoito desejando liderar; nem todas as divisões são assim; algumas procedem do Senhor; porém, numa situação normal, O Senhor dá Sua diretriz, ao “Anjo da Igreja” quando, é probo;

c) Ações que dependem da direção do Senhor devemos perguntar a Ele antes, invés de ousarmos por nossa conta. Não parece meio infantil? Essa é a ideia. “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele”. Mc 10;15 Muitas vezes o que nos soa elementar, não é bem assim. O Senhor vê coisas que não vemos; assim como ouve; até as que ainda não são.

d) em lugar de uma resposta direta, eventualmente, somos convidados a observar sinais; “... encontrareis um homem com um cântaro de água...” Alguém disse com propriedade sobre entender a Divina diretriz: “Na direção em que O Dedo de Deus aponta, Sua Mão abre a porta”.

É importante termos apontamentos do Senhor antes; apenas uma porta aberta pode muito bem ser uma cilada. Certa vez alterquei com um irmão amado, que me disse: “Se a porta está aberta basta entrar; caso ela não for do Senhor, Ele a fechará”. Discordei dele, pois, a coisa não é tão simples.

Sendo O Senhor, O Deus Vivo, nos tendo dado vida em Cristo, o mínimo que se deve esperar desse relacionamento refeito é que haja comunicação entre as partes. Antes da conversão não podíamos agir assim, após ela, devemos; “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome” Jo 1;12

O que entendemos por “andar em Espírito”, senão, após a Divina direção, informada pelo Espírito Santo, ao nosso espírito? Depender disso, invés duma atitude infantil, no aspecto espiritual é um indício de maturidade. Paulo aconselha: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento”. I Cor 14;20

O Eterno anela nos guiar com Seu Conselho, não com chicotes e cabrestos, como se fôssemos cavalgaduras; Ele diz: “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os Meus Olhos”. Sal 32;8 Com os Seus Olhos e pela Sua Palavra.

Esse é o Divino propósito acerca das nossas vidas; o verso seguinte adverte contra os que arrombam portas, ou, entram inadvertidamente nas que estão abertas, sem antes consultar ao Santo; “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se lancem a ti”. Sal 32;9

Os que querem viver e falar segundo O Senhor, devem aprender Dele, como disse a Jeremias: “... Se tu voltares, então te trarei, estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás como a Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles”. Jr 15;19