domingo, 22 de junho de 2025

Caro, porque, precioso


“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos”. Jr 10;23

A questão do livre arbítrio, de sermos capazes de fazer escolhas ou não, tem ensejado não poucas controvérsias filosóficas e teológicas.

No verso acima parece repousar certa contradição. “Não é do homem o seu caminho...” Como assim? É seu no sentido estrito que é de Jeremias, não, de Paulo; porém, não compete a ele tomar decisões de cunho espiritual, autônomas, se, quiser chegar a um destino venturoso.

Pois, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte”. Prov 14 12 então, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas”. Prov 3;5 e 6

Embora isso possa ferir suscetibilidades dos mais libertários, ninguém é livre num sentido absoluto; foi o inimigo, ao sugerir a ruptura com O Criador, que vendeu ao primeiro casal a ideia de autonomia, independência; porém, era falso seu comício.

Ao aceitar a sugestão, a humanidade deixou de servir ao Eterno e passou a servir à oposição. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Embora soem palatáveis, falas tipo, “permita-se”, “seja a melhor versão de si mesmo”, “quem não paga suas contas não palpite em sua vida”, etc. A Palavra da Vida continua monótona, sóbria, sisuda; no mesmo lugar. “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me”. Luc 9;23 “Sede meus imitadores como eu sou, de Cristo”. I Cor 11;1 etc.

O mesmo Jeremias, desde seu tempo já altercava contra os “modernismos teológicos”, dos que deixavam a Santa Doutrina, pelos simulacros da época; disse: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos”. Jr 6;16

Nossa possiblidade arbitrária se reduz a uma escolha dual; não, se queremos ser servos ou livres; mas a quem desejamos servir. Desde os tempos em que a revelação progressiva ainda não tinha progredido tanto, e pouco sabíamos sobre o inimigo e seus ardis, foi apresentada a opção por ele, não, na sua pessoa, estritamente; mas, nas consequências da escolha; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Alguns judeus de então, não tinham escolhido ao inimigo abertamente; o fizeram sob o disfarce de deuses alternativos; “Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que, vieram há pouco, aos quais não temeram vossos pais”. Deut 32;17

As consequências da apostasia, deveriam ser entendidas, mas nem sempre era assim. O enfraquecimento deles ante inimigos testificava da ocorrência perversa no âmbito espiritual, o que lhes passava no escuro. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento. Quem dera fossem sábios! Que isto entendessem, e atentassem para o seu fim!” vs 28 e 29

As próprias nações pagãs, que serviam aos “deuses” cuja existência inútil seduzira aos incautos hebreus, sabiam da superioridade do Senhor; “Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto”. V 31 Linguagem figurada para, o seu deus não é como o Nosso Deus.

A vitória daqueles em combates contra o povo eleito, não significava a superioridade do seu ídolo, ao Todo Poderoso; antes, o juízo pela infidelidade dos apóstatas. “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, e O Senhor os não entregara?” v 30

Assim, os que decidem por caminhos opostos à direção do Senhor, até podem ter algumas “vitórias” pontuais, ao longo da caminhada; mas como será no final?

Ataques à Palavra de Deus nunca foram tão intensos, nem multifacetados como agora. Novas “descobertas”, textos apócrifos, mestres disso daquilo desdizendo o que sempre esteve dito. A coisa avança célere para uma tríplice fusão; homem, máquina e espíritos malignos. Isso está mui avançado.

Quem decidiu ser fiel ao Senhor a qualquer preço, prepare-se para uma grande inflação atinente aos custos disso. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. II Tim 3;12

Os que têm “butiás no bolso” como dizemos no sul, não hão de capitular à sedução do inimigo. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos”. Sal 60;12

sábado, 21 de junho de 2025

A seriedade da graça


“... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo”. Rom 5;17

Se, alguém hábil, for desafiado a definir a justiça, dirá: A retribuição de cada ato segundo seu mérito; dar a cada um exatamente o que lhe é devido. Não dirá muito diverso disto, que é a noção usual de justiça.
Ninguém pensaria na justiça como um presente; antes, sempre um fruto consoante ao mérito. Uma retribuição justa.

Se O Eterno decidisse nos tratar segundo nossos méritos, simplesmente, estaríamos perdidos; “Todos nós somos como o imundo, e nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. Is 64;6

Vertido da pena de Paulo, encontramos o “dom da justiça”. Se é dom, prescinde de mérito. Sem mérito de nossa parte, como pode ser justiça? A Justiça de Cristo é imputada em favor dos que Nele creem e lhe obedecem. Isso basta ao Todo Poderoso. Não busca merecedores; antes, crentes e adoradores.

O mesmo apóstolo distinguiu ambas as coisas, justiça e dádiva: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Porém, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. Rom 4;4 e 5

Ao dizer que a justiça nos é imputada pela fé, duas coisas ficam evidentes: Uma) não merecemos, somos agraciados. Duas) a graça não é tão graciosa que não demande nenhum contraponto; antes, é nos requerida a fé.

Embora, os primeiros passos da fé sejam abstratos; quando, constrangidos pelo Espírito Santo, e capacitados por Ele, somos inclinados a crer no Salvador, depois, isso requer respostas práticas, consoantes em nossas atitudes, com o que professamos crer.

Por isso Tiago ensina que a fé sem obras é morta. Pois, se alguém diz ter recebido pela fé, o dom da justiça, e prossegue sendo injusto, o que terá feito do dom recebido? Não que um justificado não mais peque; mas quando o faz, admite, se entristece, busca perdão.

Nele somos justificados, ou seja, considerados justos, não importando o que tenhamos feito; porém, passa a importar o que fazemos. Todo o esforço será necessário para aprendermos a agir como justos, estando justificados em Cristo. Pois, o fomos, para ser regenerados em santificação.

No mesmo contexto onde se ensina que nossa salvação não é pelas obras, se requer de nós, uma vez salvos, as atitudes correspondentes. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou, para que andássemos nelas”. Ef 2;10

Quem recebeu o dom da justiça, recebeu juntamente, o compromisso de atuar segundo o dom, dali em diante; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

Se, fomos servos do pecado, sem Cristo, Nele devemos reinar sobre quem nos dominou; “... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida...” Par reinar sobre o pecado, dependemos inteiramente de quem o venceu, nosso Rei, Jesus Cristo.

O fato do Eterno ter perdoado, nossos erros pretéritos de quando andávamos alienados Dele, no escuro, espiritualmente, não significa que, se, fiados em Sua Graça inaudita, seguirmos pecando de espontânea vontade, o dom que justifica injustos, continue ao nosso dispor.

A Palavra ensina que Deus não toma em conta aos tempos da ignorância. Uma vez iluminados e capacitados por Cristo, se, prosseguirmos segundo as más inclinações, isso significará, ao Olhos do Eterno, que não nos importamos com Seu Dom, e preferimos viver segundo nos apraz, sendo ainda, injustos.

O Todo poderoso nos viu em vestes imundas, e decidiu comprar a preço de Sangue, roupas dignas, às quais nos deu; mas, se preferimos envergonhar ao Eterno, seguindo maltrapilhos, pois, nosso “paladar adquirido” para a injustiça se mostra mais valioso para nós, como seríamos tratados?

A Palavra ensina a gravidade disso: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério”. Heb 6;4 a 6

Enfim, o dom da justiça nada requer de nós, senão, fé; uma vez recebido, nada menos espera, que obediência. Os que receberam e desprezaram foram assim avaliados por Pedro: “... O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama”. II Ped 2;22

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Nuances da peleja

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto, para convencer os contradizentes”. Tt 1;9

Paulo a Tito, acerca das características que devia ele buscar, nos que ia escolher para estabelecer como presbíteros. Embora a ideia vulgar de alguém poderoso seja a capacidade para operação de sinais, curas, profecias, exorcismos, Paulo acabou definindo como tais, aos que eram constantes na preservação daquilo que aprenderam. “Retendo firme a fiel Palavra”; essa postura os faria detentores de autoridade moral para corrigir aos desordenados entre os que criam, bem como, desfazer as “razões” dos que se opunham.

A batalha excede o conceito de “pisar serpentes e escorpiões”; onde, um da vasta legião que campeia em busca de corpos, sujos o bastante, é expulso d’onde habitou sem o desejo do proprietário.

A milícia espiritual é uma peleja entre verdade e mentira; argumentos alinhados aos fatos, versus falácias capciosas, atinentes aos vis interesses. A Palavra de Deus, contra derivados do pai da mentira.

Não por acaso, a “armadura do Cristão” começa pelo “cinturão da verdade” conhecimento da Palavra, e a “couraça da justiça”, a prática; testemunho de vida ilibado. Ef 6;14

O Salvador altercou muito com os religiosos, sobre a correta interpretação das Escrituras; em dado momento diagnosticou que, embora se pretendendo mestres, eram ignorantes; “... Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o Poder de Deus”. Mat 22;29

Deve ter sido um duro golpe no orgulho religioso deles; todavia, era verdade. A pompa de fruir uma posição, o apego doentio a um título eclesiástico, acaba cegando aos deslumbrados, de modo a esquecerem do preparo necessário para a mesma. Ao príncipe Nicodemos O Salvador perguntou: “... Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” Jo 3;10

Um título ministerial é dado a alguém para identifica-lo funcionalmente, não para fazê-lo. O obreiro não deve ser separado para, finalmente, ser; antes, porque seus frutos evidenciam que ele já é. Quem recomenda aos que não estão aptos, pelo caráter, sobretudo, se torna participante dos seus pecados; O mesmo Paulo recomendou cautela a Timóteo quanto a isso; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro”. I Tim 5;22

O fogo do Espírito em nós, embora seja inevitável que enseje calor, deve ser buscado, sobretudo, pela sua luz. “Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus”. Prov 2;4 e 5 “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Prov 4;18

Ver na dimensão espiritual é que nos habilitará para o bom combate. Para tanto, o “negue a si mesmo”, a renúncia das naturais inclinações é indispensável; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor 2;14 O poder dado aos espirituais incide mais valiosamente nisso; na aptidão para ver distintamente ao joio e ao trigo. “O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido”. I Cor 2;15

Eventualmente ouvimos alguns, se pretendendo tão polidos que evitam aos “assuntos polêmicos”, como se isso significasse o suprassumo do amor cristão. Não! O amor “... não folga com a injustiça, mas com a verdade”. I Cor 13;6 “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos”. Prov 27;6

Pois, onde uma injustiça está sendo praticada, ou uma inverdade anunciada, fatalmente, o amor movido pelo Espírito Santo, deixará por um pouco seus buquês, e tomará a espada. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”. II Cor 10;4 e 5

Os que evitam polêmicas não o fazem por serem mais amorosos que os demais, nem mais sábios; antes por astutos em demanda de interesses rasos, que visam agradar aos que tentam seduzir, atraindo a si, invés de iluminar e conduzir a Cristo.

A afeto Divino vem casado com disciplina; pois, O Pai nos ama tanto que não quer que nos percamos. “Porque O Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho”. Heb 12;6

Todo amor, invariavelmente, anseia ser correspondido; como pretendemos viver isso em relação ao Pai, se, omissos permitirmos que a fiel Palavra seja alterada?

Eventualmente, invés de expelir demônios alhures, devemos rechaçar seduções deles, em nós. “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos”. Jo 8;31

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Os "erros" da Bíblia


“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis”. Rom 1;22 e 23

Deparei com uma postagem que dava a “Teoria da Evolução” como verdade demonstrada, inquestionável. Se assim fosse, teria deixado de ser Bíblia do ateísmo; e, finalmente, adquirido status de ciência.

A coisa ensejou acalorados comentários. Um deles que me chamou atenção, era de um sujeito que ridicularizava à Bíblia, como indigna de crédito, uma vez que chama ao morcego, de ave; sendo que é um mamífero. De fato, chama; “Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, o quebrantosso, o xofrango... a cegonha, a garça segundo sua espécie, a poupa e o morcego”. Lev 11;13 e 19

Dois argumentos ao menos, podem os criacionistas usar em defesa da inerrância da Palavra de Deus.

Um: O registro do fenômeno, (a aparência) invés do númeno, (a essência) isso é encontrável noutras partes também. Quando diz que o sol e a lua pararam, nos dias de Josué, isso não traz necessariamente, precisão científica. Provavelmente a rotação da Terra foi retida. Mas, o cronista registrou o fenômeno. Não poderia fazer de outra forma, naquele contexto.

Fazemos isso ordinariamente e nem nos damos conta. Por exemplo, se engordamos de modo que determinada roupa não nos sirva mais, dizemos que ela ficou pequena; embora, não tenha alterado seu tamanho. Nossos abdomens, talvez.

Se os homens viam aos morcegos como aves, porque voam, Deus não alterou isso; deixou que fosse arrolado como parecia aos cronistas, vetou que comesse aos tais, apenas. Foi registrado o fenômeno, não, o númeno.

Dois: quem disse que a taxonomia (a classificação dos seres) de Aristóteles, depois, aperfeiçoada por Lineu, é superior à Bíblia? A característica comum a todas as aves é a capacidade de voar; a dos mamíferos, a forma de alimentação. Como o morcego tem uma qualidade das aves, outra, dos mamíferos, qual deve prevalecer?

Paulo arrolou “...aves, quadrúpedes e répteis...” distinguiu as espécies pela locomoção; sobre asas, sobre quatro patas, ou rastejando. Por esse prisma, qual o problema de ser o morcego alistado como ave?

Se os ateus evolucionistas querem descrer da Bíblia isso é um direito deles; todavia, usem argumentos melhores.

A rigor, o morcego, tanto quanto, a baleia, são dois problemas para os “científicos” evolucionistas. Afinal, não defendem eles, a sobrevivência dos mais aptos, a “seleção natural”, e a adaptabilidade morfológica e orgânica, ao meio onde vivem os seres, como pilares da sua doutrina?

Como o morcego tendo parasitado por tantas eras o ambiente das aves, ainda não desenvolveu características semelhantes a elas? Não deveria ter “evoluído” para o revestimento de plumas, um bico para comer frutas, cereais, ou até predar como as aves de rapina?

A baleia, reinando por milênios no ambiente dos peixes, não deveria também ter se tornado um deles, respirando por guelras, reproduzindo pelo método ovíparo e se alimentando desde tenra idade como os demais? Parece que o meio nada fez no que tange à “evolução” desses.

A Própria Palavra de Deus, que traz a revelação do Santo, de modo progressivo, consoante ao crescimento civilizatório, chama as coisas incipientes como tais. “Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo”. Gál 4;3

Muitas permissões, como, poligamia, escravatura, repúdio, ritos sumários com pena de morte, etc. eram acetáveis num processo civilizatório em construção. Em Cristo, as coisas deram um salto; “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Gl 4;4 e 5

Um lugar mais alto requer uma moral, e uma ética consoantes. “Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição...” Heb 6;1 O necessário crescimento contínuo.

Não que, O Eterno esteja evoluindo, aperfeiçoando-se; mas nós estamos; em atenção às nossas limitações permitiu coisas diversas da Sua vontade como disse O Salvador sobre o repúdio; “... Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim”. Mat 19;8

Se, evoluímos de ancestral comum, como cada espécie traz rígido código genético? Seria o DNA como a perversão de gêneros, que, a cada dia acresce uma letra?

A Bíblia apresenta o determinismo biológico desde o primeiro livro; “... Produza a terra alma vivente conforme sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme sua espécie; e assim foi”. Gn 1;24

A Palavra de Deus mostra uma série imensa de falhas; pena que a maioria olha para o lado errado. “Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos, em mim”. Agostinho

A corrida do ouro, de tolos


“De nada aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte”. Prov 11;4

O dia da ira; um aspecto do juízo Divino contra alguém, em particular, cujo viver foi avesso ao Santo; ou mesmo, o juízo final, coletivo, onde todos serão julgados.

Os que se rendem a Cristo são salvos desse dia, porque, convencidos pela Sua doutrina, julgam a si mesmos culpados; chamados ao arrependimento, ouvem; desafiados à novidade de vida Nele, aceitam. Submissos ao Seu Senhorio, obedecem e seguem após à Sua Voz. A graça da Sua morte por nós, evita que precisemos morrer também, no prisma eterno. Eis o sentido de tomarmos a cruz!

Os que O rejeitam acrescem mais ira contra si no nefasto depósito da impiedade, que, se mostrará como é, na ocasião oportuna. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”. Rom 2;5

Tanto resultarão impotentes as riquezas acumuladas, para escapar da ira, quanto o são, para evitar o dia da morte, quando esse chegar. “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; tampouco, tem poder sobre o dia da morte; não há licença nesta peleja; e a impiedade não livrará aos ímpios”. Ecl 8;8

O Salvador ensinou sobre a insanidade de um, que tivera uma farta colheita; armazenara pensando em folgar, “curtir a vida”; “Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus”. Luc 12;20 e 21 “... a justiça (de Cristo) livra da morte”.

Laborar por aquisição, visando melhor a qualidade de vida é uma inclinação natural, sadia. Porém, o apego desmedido às coisas, e concomitante desleixo ante valores, transforma as vidas dos que assim fazem, em meras existências, com prazo de validade exíguo, ausência de sentido. Moisés rogou: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira, que alcancemos corações sábios”. Sal 90;12

A “sombra” do dinheiro faz sentido, sob esse sol onde vivemos; mas, além dele, há outros “mormaços” que somos ensinados a evitar, aceitando o abrigo que nos foi oferecido. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor”. Ecl 7;12

Acostumamos a ouvir teorias virtuosas, dos que se exercitam num modo de vida vicioso; “Qualidade supera à quantidade; mais vale o ser, do que o ter; da vida nada se leva; vão-se os anéis ficam os dedos” etc.

Entretanto, “Na prática a teoria é outra”. Joelmir Betting. As pessoas amantes dos bens, se esforçam para fazer grandes montes desses; os quais, deixarão para usufruto de quem não os produziu, e sequer uma “bagagem de mão” das coisas que têm valor eterno, ajuntam.

Os que herdam sem nenhum mérito, sem esforço, fatalmente dilapidam os patrimônios, nas asas dos vícios; pois, seu berço de ouro (geralmente sujo, de sangue, até) enseja fartos meios, a quem, sequer aprendeu algo sobre os fins. Tempos difíceis forjam homens fortes; tempos fáceis, aos pusilânimes, como diz certa sentença.

Paulo versou sobre as posses dos que apostam tudo aqui; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19

Na sua visão, devemos nos contentar com o básico, e enriquecer nas coisas de valor eterno. “... grande ganho é a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. I Tim 6;6 a 8

Não se trata de rasgar dinheiro, ou, tolher anseios pelo progresso na Terra. Mas, de adotarmos a hierarquização dos Céus, como nossa, para não invertermos as prioridades de uma maneira doentia. “De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mat 6;32 e 33

Então, quando vemos tantos sexagenários da nossa política, gente já abastada, roubando para ficar ainda mais “ricos”, assoma um misto de ira, com pena. Ira porque se trata de bens púbicos; todos são roubados; e pena por ver que os altos montes, desses, em breves dias se mostrarão inúteis.

O verdadeiro legado que convém deixar, é o exemplo de uma vida impoluta, e a boa formação do caráter do sucessor da estirpe. Feito isso, ele/a se virará com o que tiver, como ensina um provérbio japonês: “Se teu filho for bom, ele não precisa da tua herança; se for mau, não a merece”.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Contra Deus?

“Porque Teus inimigos fazem tumulto, os que Te odeiam levantaram a cabeça. Tomaram astuto conselho contra Teu povo, e consultaram contra os Teus escondidos. Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel”. Sal 83;2 a 4

A destruição do Estado judeu, sonho de consumo, de todos os radicais islâmicos, em última análise, é uma luta contra O Deus de Israel.

Usam pretextos cretinos, além duma orquestrada campanha de mídia que faz cara de paisagem para o terrorismo, e divulga em letras garrafais manchetes mentirosas; dados que os próprios terroristas lhes oferecem, como testemunhos do “genocídio” que os israelenses estariam cometendo.

Quando algum civil morre na caçada aos terroristas é porque esses usam a população como escudos humanos; pois, os que se mostram corajosos para matar jovens dançando, como fizeram, se revelam covardes ante adversários caçando-os.

Para alguns mais céticos parece um mito a vitória do garoto Davi, contra o gigante filisteu, Golias. Isso acontece diuturnamente aos olhos do mundo, que, entretanto, se esforça para não ver.

98% das terras do Oriente Médio são ocupadas por nações árabes, os dois por cento restantes, por Israel. Confederações de países já tentaram destruí-los, como na “Guerra dos seis dias”, em 1967, e nada. Davi continua vivo.

Usam a causa palestina como pretexto; estariam defendendo o direito deles, a uma pátria. Ora se são tão poucos que cabem na Faixa de Gaza, qualquer pedacinho de países gigantes, como Egito, Arábia Saudita, Iraque, Irã bastaria para que os “Irmãos Palestinos” tivessem seu lugar se fosse mesmo esse, o interesse em voga, das nações Árabes.

A maioria dos palestinos trabalhava em Israel, coexistindo em paz com os judeus, antes do ataque. Os atos Terroristas de sete de outubro, nada têm a ver com interesses deles, que desejam coexistir em paz. O Hamas é um braço terrorista dos que anseiam com a aniquilação de Israel; não, um representante legítimo dos trabalhadores palestinos.

Acaso por aqui, o MST é feito de trabalhadores? Se assim fosse, o PT com cinco mandatos de quatro anos, ainda não os conseguiu assentar na terra para produzir, por quê? Porque não passam de vândalos de aluguel, uma súcia de vagabundos regiamente pagos por dinheiro de corrupção, para fazer as badernas que convém, aos seus donos.

Assim é a “causa palestina”; um rótulo conveniente aos que odeiam a Israel, para “justificar” suas ações; o motivo seria tão “nobre” que abarcaria como válidos, até assassinatos vis de inocentes.

Por aqui, os que odeiam a Deus usam as ditas pautas LGBTs, para afrontar aos servos Dele; lá entre os islâmicos, nem feminismo nem LGBTismo são permitidos, então os bravos “lutadores” de cá, precisam se levantar contra o “genocídio” de Israel. Por quê não fazem vistosas passeatas em cores de arco-íris, reivindicando seus “direitos” lá? Sabem que seriam mortos, fazendo isso; entretanto, se aliam aos terroristas. Porque eles têm um ódio em comum, contra duas frentes; Israel, e Deus.

Lutar contra Israel, quando O Eterno estava irado com Eles, Ele mesmo permitiu que fossem derrotados, levados em cativeiro. Porém, quando não é assim, antes, foram estabelecidos em segurança como agora, nem todas as nações se unindo contra, bastará. “... Assim diz o Senhor Deus: Porventura não o saberás naquele dia, quando Meu povo Israel habitar em segurança”? Ez 38;14

Quando vem da parte do Eterno, como juízo, o inimigo humilha Israel; quando não é assim, ai de quem tentar. “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel...” Nm 23;23 “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará; toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, a sua justiça que de Mim procede, diz O Senhor”. Is 54;17

Embora usem como cortina de fumaça, pretextos humanitários, defesa dos palestinos, a rigor, é ódio ao Senhor, inveja de Israel, e motivos econômicos que acendem seus estopins. “A fim de tomar o despojo, arrebatar a presa, tornar tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra... Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear grande despojo”. Ez 38;12 e 13

Se lutar contra o povo de Deus é uma luta inglória, o que dizer de lutar diretamente contra O Eterno? “Não há indignação em Mim. Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo”. Is 27;4 e 5

terça-feira, 17 de junho de 2025

Tudo o que se planta, cresce


“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará”. Gál 6;7

A sentença foi convertida num axioma; a dita, “Lei da Semeadura”.

É verdadeira, por duas razões: a) porque consta na Palavra de Deus; b) porque a natureza, que foi tomada como símile, se encarrega de demonstrar de modo inequívoco.

Porém, mesmo convencidos, nem sempre nos atemos a considerar tudo que a sentença abarca. “Lato sensu”, pensamos que cada um ceifa o que plantar, numa espécie de retribuição proporcional; quem traiu, será traído; quem furtou sofrerá furto; o mentiroso será vitimado para alguma mentira; etc. A Palavra ensina algo assim; “Os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados”. II Tim 3;13

Essa demonstração atinente ao produto que colheremos, ainda é uma figura pobre, da real abrangência da semeadura. Ela especifica o tipo, mas não mensura a abrangência possível das sementes lançadas.

Na “Parábola do Semeador”, O Salvador comparou aquele que recebe a mensagem num coração íntegro, com a semente que cai em boa terra, cuja desenvolvimento ensejará a colheita de trinta, sessenta, até, cem por um. Tipo é uma coisa; quantidade, outra.

Assim, não apenas encomendamos uma colheita da mesma espécie, pela nossa semeadura, como, ainda corremos o risco de uma multiplicação exponencial.

Por exemplo: Muitos, por conveniências de chagas íntimas, ou alinhamento ideológico, se colocam a favor do aborto.

“Plantam” com suas escolhas a semente da coisificação da vida, como algo do qual se pode dispor arbitrariamente, ao sabor dos interesses casuísticos. Porém, quando, em decorrência de uma guerra, crianças são exibidas maltrapilhas e famintas, em campanhas de arrecadação, presto vociferam contra a crueldade de a, ou b, como se tivessem moral para isso. Não são pela coisificação da vida? Eis a sua seara madura! Alguém manifestou interesses maiores que aquelas pequenas “coisas”.

As suas sementes produzindo a sessenta por um, ou mais. Quando votam num ladrão, defensor de bandidos, perversões sexuais, corrupção, (os “cristãos” esquerdistas, sobretudo) e depois pregam contra essas coisas, estariam pretendendo erradicar às suas sementes? Ao escolherem um mentiroso e ladrão, não seria o esperável que ele mentisse e roubasse à farta? Nomeasse a outros da mesma estirpe?

O homem que teme a Deus deve pautar-se pela integridade, não por casuísmos, conveniências pontuais. “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre tua cabeça”. Ecl 9;8

Os que se escandalizam com o “genocídio” palestino, (maneira cretina como tratam as consequências dos feitos dos terroristas do Hamas, que mataram 1200 indefesos e usam seus irmãos de sangue como escudos) e fazem estrondoso silêncio enquanto radicais islâmicos incendeiam igrejas cheias de cristãos na Nigéria, precisam decidir urgente se são a favor da vida, ou da morte.

Quem, como fez o ladrão mor, defende a “soberania do Irã” quando atacado, mas silencia quando braços terroristas, Hamas, Jihad, Isis, Fatah, Hezbollah, atacam civis, financiados pelo mesmo regime, também precisam rever, o quê, entende por soberania.

Sabemos que o povo do Irã em sua grande maioria é gente pacífica e trabalhadora, não é contra eles a guerra; mas o regime que se apossou do poder por lá, oprimindo-os também, é terrorista. Lá, como cá, uma minoria criminosa se apropriou de tudo e não represente aos cidadãos; apenas aos interesses escusos da súcia usurpadora.

Então, os valores que esposamos em nosso dia a dia, também são sementes, e seremos chamados a lidar com seu produto, na hora da ceifa.

Toda morte de alguém inocente é trágica; seja ele palestino, iraniano, nigeriano, israelense, etc. Porém, os que gritam palavras de ordem dependendo da cor ideológica de quem sofre violações, e fazem silêncio conivente quando a cor muda, longe de serem alguma coisa parecida com seres humanos, não passam de patifes de marca maior. Pois, além de todos os males nos quais estão enlameados, ainda acrescentam a hipocrisia de se fingirem defensores da virtude, quando pelejam pelos seus vícios de estimação.

O Salvador ensinou: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado”. Mat 12;37

A pregação do Evangelho busca a todos, para que em tempo, se arrependam, e possam ser tratados em misericórdia, invés de em juízo; porém, os que recrudescem no erro, não escaparão das consequências no dia que o juízo tratará com seus frutos maduros. “Segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”. Rom 2;5

O que se arrepende e muda, acaba virando semeador da Palavra de Deus; desses está dito: “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos”. Sal 126;6