sábado, 19 de abril de 2025

Coragem de graça


“Mas, pela Graça de Deus, sou o que sou; Sua Graça para comigo não foi vã, antes, trabalhei muito mais do que todos eles, todavia, não eu, mas a Graça de Deus que está comigo.” I Cor 15;10

“Porque a Graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século, século, sóbria, justa e piamente.” Tt 2;11 e 12

A Graça tem sido usada de modo a corroborar conveniências ímpias, muitas vezes, para prejuízo dos proponentes. Tais, a apresentam com “patrocinadora” da licenciosidade, justificadora da omissão, opositora da disciplina. Ela fez tudo; a nós restaria desfrutar.

Paulo apresentou seu árduo trabalho na Obra de Deus como contraponto à Graça, sem o qual, - defendeu - a mesma teria sido vã; escrevendo a Tito abordou sua abrangência plena, porém, ensinou renúncia dos modos ímpios e mundanos, como nossa necessária contrapartida ao Amor Divino.

Não venham raciocínios falazes, maniqueístas, dizendo que estou esposando a salvação por obras. A Palavra é categórica: “Porque pela Graça sois salvos, por meio da fé, isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie.” Ef 2;8 e 9

Sendo a fé uma virtude abstrata, a única forma tangível dela se deixar ver, é mediante nossa maneira de agir, se, deveras a possuímos; no mesmo texto que diz que a salvação não é pelas boas obras, essas são colocadas como necessárias, pelo querer do Salvador; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Assim, as boas ações em Cristo não são um meio de salvação; antes, um meio de evidenciarmos que fomos salvos pela Graça do Senhor; “... mostra-me a tua fé sem tuas obras, que eu te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2;18

Infelizmente, desfilam por aí todo tipo de “engraçados”, digo, dos que acreditam que a Graça fez tudo; a eles não resta nenhum afazer. Ora, O Salvador foi categórico quanto ao propósito da salvação: “O Lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar os frutos da terra.” II Tim 2;6 “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai É O Lavrador” Jo 15;1 “Nisto é glorificado o Meu Pai, em que deis muito fruto, assim sereis Meus discípulos.” Jo 15;8

Não poucos, refratários à necessária mordomia cristã, tentam disfarçar sua avareza e egoísmo sob as vestes da graça; desigrejados usam o argumento que se decepcionaram dentro de igrejas; agora não carecem mais delas, afinal, seriam “Templos do Espírito Santo” e bem podem se arranjar diretamente com O Senhor.

Assim como a graça recebida por alguém produz frutos visíveis, igualmente, O Espírito Santo, preenchendo um templo, não o levará errante, ensimesmado, separado do “Corpo de Cristo.” Decepções em nossa caminhada são “ossos do ofício”; “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33 Muitos não entenderam a natureza da peleja, na qual foram chamados a fazer parte.

Nos dias de Gideão houve um chamado à covardia; digo, a que os covardes abandonassem a peleja, fossem para casa; Jz 7;3 O Eterno não queria que, uma vitória que Ele daria graciosamente, fosse um fomento à presunção.

Depois da Cruz de Cristo, não resta a mínima chance verossímil, de alguém presumir que será salvo pelos próprios méritos. Mesmo os mais valentes carecem da bendita remissão; são capacitados pelo Espírito Santo, para o necessário combate.

As decepções são estocadas do inimigo em nossa peleja; os adestrados pra mesma se esquivam com o “Escudo da fé”. A alguns hebreus que estavam decepcionados, e cogitando retroceder foi apresentado um enorme rol de gente que dera a vida por amor a Deus, os chamados “heróis da fé” e depois cotejadas as duas situações; “Ainda não resististes até o sangue, (como eles) combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Eventualmente nossas “razões” precisam ser vistas contra um pano-de-fundo melhor, para que entendamos que não temos razão.

Enfim, fomos salvos pela Graça inaudita; porém, desafiados às renúncias de paixões mundanas, “empoderados” em Cristo, para os enfrentamentos necessários; “A todos que O Receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12 

Não precisamos buscar atenuantes para nossos pecados, antes, perdão. Os pecados alheios que observamos são advertências para que não os imitemos; não, motivos para que nos acovardemos.

Devemos vestir a “Armadura de Deus”, triunfar Nele; o chamado agora, não é para covardes, como foi aquela vez; antes, como nos dias de Josué: “... Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7
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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Contra a anistia


“A mentira dá uma volta ao mundo, antes que a verdade tenha oportunidade de se vestir.” Autor desconhecido.

Não é uma qualidade da mentira; antes, avidez no paladar dos seus consumidores. Geralmente ela é produzida para ir ao encontro de alguma nuance gustativa, de quem, pelo anseio saciado, se apressa em disseminar, invés de passar pela peneira de verdade e ver se ela se sustenta.

Goebbels, ministro da propaganda de Hitler dizia que uma mentira mil vezes repetida se torna verdade. Com devido respeito ao pudor da lógica, preciso dizer que essa mentira, não é verdade.

Uma, mil vezes repetida é apenas uma cantilena enfadonha, abjeta. Quando parece vigorar certa normalização da mentira, como em nosso país, alguns fatores periféricos concorrem para isso. No nosso caso, medo de uns, pela opressão vigente, e preguiça de outros, por ver que a Constituição e as leis não valem mais. O crime organizado sequestrou o Estado e dá as cartas.

Se discute há vários dias sob pressão social, majoritária, o projeto que pretende dar anistia aos “golpistas” do 8 de Janeiro de 2023. Não se trata de uma mentira especificamente. Antes, de um balaio de mentiras, institucionalizadas, que são tratadas pela Imprensa prostituta, como fatos provados e estabelecidos.

Primeira mentira: A eleição foi fraudada grotescamente. Tanto na descriminalização e soltura de um prisioneiro ficha suja; quanto, na parcialidade engajada do TSE que tolhia um lado e abria as pernas ou outro. Não bastou, tal a permeabilidade de Jair Bolsonaro nos anseios dos eleitores; então, “contaram” votos no escuro, colocando na conta do candidato que não podia, nem pode sair às ruas, pela aversão que enseja, sessenta milhões de eleitores.

Várias denúncias de fraudes pipocaram; um jornalista argentino fez um levantamento, mostrando; muitos eleitores protestaram veementes; nas urnas em que votaram, no Jair, nenhum voto apareceu computado a ele. Houve uma investigação dessas coisas? Auditoria? Não. Houve ameaças de prisão, aos que "atentassem contra a democracia", duvidando da “contagem” dos votos feita no escuro, sob a batuta impoluta do Alexandre de Morais. “Missão dada; missão cumprida” garantia ele.

Vendo a nudez crassa da fraude as pessoas se desesperaram, antevendo dias de miséria, corrupção e roubalheira, como os atuais.

Acreditando que o ultimo bastião da moralidade seriam os militares, as pessoas se manifestaram diante dos quarteis, por mais de dois meses; não, pedindo um golpe, denunciando-o; pediam que os códigos-fontes fossem apreendidos e feita uma contagem transparente para que, a vontade da maioria fosse conhecida e respeitada.

Os protestos se arrastaram, de Outubro a Janeiro, e nada dos militares atenderem ao clamor popular. Com o governo “legitimamente eleito” se incomodava com a foto da fraude, full time na sua cara, planejou o “Golpe de 8 Janeiro;” infiltrou a cachorrada deles, disfarçados de patriotas; fizeram a quebradeira aquela, com as veementes digitais do esquerdismo, que, se fosse devidamente investigadas as imagens, se poderia punir um por um, dos seus agentes, e não seriam aquelas pessoas que estão presas inocentes, há mais de dois anos. Muitos integrantes do atual governo acabariam na jaula, inclusive.

Porém, feita a patifaria, atiraram a tarrafa da “justiça” sobre gente inofensiva, inocente; os prenderam sem julgamento, e condenaram sem direito a defesa; de roldão. Pois, disso depende a narrativa canalha, do sistema corrupto e assassino, do crime organizado que roubou a toda a nação.

Ora, anistia é um perdão que se concede a determinado condenado, exilado político, que se arrepende, e se dispõe a viver, doravante, sem transgredir. Aquela gente não cometeu crime nenhum. Precisam urgentemente ser inocentados; mais que isso: Indenizados pelos danos sofridos em todas as esferas por terem dois anos das suas vidas roubados, de forma vil.

Os grandes corruptos do sistema é que devem ser presos e ter seu patrimônio, arregimentado às custas de trabalho e sangue alheio, apreendido e convertido em indenizações às pobres vítimas da sua ganância.

Alguns patifes que ocupam lugares de honra atualmente, fazem pensar com carinho na pena de morte até. São tão canalhas, e irrecuperáveis, que um tribunal militar os julgando e executando à moda antiga, resgataria algumas gotas de higiene cívica, coisa tão poluída por esses “democratas” da atualidade.

Assim, o pleito pela anistia não é a admissão que os seus beneficiários seriam culpados arrependidos; pois, assim, estaríamos vestindo de verdade, à fraude do “golpe” que visou legitimar a fraude da “eleição”.

Acontece que estando as instituições “democráticas” como estão, a anistia é a “justiça” possível, por enquanto. Porém, pelas razões alistadas nessa breve análise, sou contra a ela, como tal; os inocentes merecem reparos; não, apenas liberdade.

Estamos de tal modo submersos na ditadura judicial, que somente Deus poderá nos livrar dos que, atualmente, “defendem à democracia”.

A asas de Sophia


“Não clama, porventura, a sabedoria, e a inteligência não faz ouvir sua voz?” Prov 8;1

Tendem os seres a buscar aquilo que acreditam precisar. Invés de um ignorante clamando por luz, entretanto, temos a sabedoria buscando por alunos. “A vós ó homens, clamo; minha voz se dirige aos filhos dos homens; entendei, ó simples, a prudência! Vós insensatos, entendei de coração; ouvi, porque falarei coisas excelentes...” Prov 8;4 a 6

Basta que sejamos simples, insensatos, e teremos as “credenciais” para nos matricularmos com ela.

Sophia não tem necessidades; a nobreza que a caracteriza, seu amor, a faz buscar meios de se dar. Não deseja ser conhecida para “melhorar seu score”, emular à loucura por ter mais “seguidores”, nada disso. Busca alvos, pelo bem que pode fazer, aos que se achegam a ela; “Aceitai minha correção, não a prata, o conhecimento, mais que o ouro fino, escolhido;” aconselha; “Porque melhor é a sabedoria que os rubis, e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Vs 10 e 11

Por causa da nossa inépcia, não conseguimos apreciar às coisas como são; desde a queda, Adão, fugitivo e medroso, transmitiu isso à sua descendência. Tendemos a dar às futilidades palpáveis um peso maior que tesouros de valor eterno. Assim, quem se ocuparia em buscar sabedoria, se, acredita que precisa vinho, pão e esconderijo?

A maior barreira, pois, não é que tenhamos necessidade de saber; mas, que essa necessidade é tão profunda, de modo a tolher que saibamos disso, até. Sócrates faz sentido; “Tudo o que sei é que nada sei.”

Em geral, as pessoas de conhecimento pífio, se bastam, no que “sabem” e têm raiva de quem, supostamente, sabe um pouco mais. A Palavra de Deus nomeia esses como “sábios aos próprios olhos,” e sentencia: “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo, que dele.” Prov 26;12 Vai que um tolo, devidamente aconselhado ouse pensar a respeito e mude? Um presunçoso, sábio aos próprios olhos, descartaria tudo, antes mesmo de cogitar sobre o que ouvisse.

Após a queda, e consequente escravidão ao pecado, nossas faculdades que foram criadas perfeitas, Imagem e Semelhança com O Criador, acabaram danificadas também. 

Dado que, a realidade evidencia nossa nudez, e a vontade anela o conforto, a aprovação, mais que à verdade, tendemos a ser volitivos, invés de essenciais. De outra forma: Aquilo que supre nossas vontades, acaba melhor apreciado que a luz que nos desnuda, à essência das coisas.

Nos dias do Salvador essa doença foi diagnosticada; “A condenação é esta: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más; porque todo o que faz o mal odeia à luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Assim, quem optar por buscar sabedoria, ou melhor, se deixar encontrar por ela que o busca, tenha junto nessa disposição, a ousadia para lidar com o fato que não sairá “bem na foto;” a ideia Divina ao nos fazer saber é justamente essa: Desnudar à verdade.

Como alguém hábil em Photoshop, pode trabalhar uma foto ruim, remover todos os defeitos deixando-a perfeita, assim O Senhor pode e quer fazer com nossas almas. A diferença é que, invés de se ater às aparências como o que aperfeiçoa uma fotografia, Ele trata na essência; regenera, refaz o “modelo”.

A mudança necessária para os que desejam pertencer ao Senhor, não é aprazível; requer renúncias, submissão, arrependimento, mudança de rumo. Mas, o prêmio proposto recompensa sobejamente a quem ousar essa entrega.

Alpinistas arriscam suas vidas muitas vezes, numa escalada perigosa, apenas pela glória de atingir ao topo do Everest; a quais riscos estamos dispostos a nos expor, pela glória da vida eterna com Jesus Cristo, O Senhor?

Estou certo que se formos sábios o suficiente para uma idônea análise, do custo/benefício, da empresa, não hesitaremos em fazer a boa escolha. A Sabedoria não promete recompensas medíocres; antes, coerentes com ela; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e a justiça; melhor é o meu fruto que o ouro, que o ouro refinado; os meus ganhos, melhores que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Os melhores dias de Salomão, o mais sábio entre os homens, foram, quando, admitindo sua inépcia pediu a Deus, sabedoria; Os piores, quando, depois de a ter recebido, agiu como tolo, tentando agradar a homens mais que ao Senhor. Aquele que busca por asas, deve parar de deixar pegadas de réptil.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Ativismo x identidade


“Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos, servos da corrupção; porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também servo.” II Ped 2;19

Com palavras semelhantes, o apóstolo Paulo escreveu aos romanos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Quem vive alheio ao Senhor e os Seus Ensinos, pode agir com aprouver. “Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Poderíeis fazer o que lhes desse vontade sem dar satisfações. Porém, o apóstolo não via a vida como uma herança pueril que facilmente pudesse ser desperdiçada, como fez o pródigo; antes, como um precioso dom Divino, que foi legado para que frutifiquemos.

Sob esse prisma, para quem pretende pertencer a Cristo, o apóstolo inquiriu pelos resultados daqueles dias, em que eles viveram sem compromisso; “que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Trata-se de uma pergunta retórica tencionando fazer os seus ouvintes pensarem; pois, a rigor, o apóstolo respondeu à própria pergunta; aquele modo de vida terminava com dois “frutos”; vergonha e morte.

Se os da abordagem de Paulo eram pessoas dúbias que careciam ser exortadas à santificação, “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.” Rom 6;12 na escrita de Pedro encontramos os que apostataram do Senhor pela desobediência, porém, preservavam ainda seus rótulos de cristãos.

Não eram meros tímidos, relutantes quanto à necessária santificação, como pareceram os destinatários de Paulo; antes, os mencionados por Pedro mantinham a pose de ministros do Senhor, falando como se fossem dos tais. Afinal, prometiam coisas que só O Senhor pode dar; enganavam seus ouvintes, “prometendo-lhes liberdade sendo eles mesmos, servos da corrupção...”

Pedro esposou o mesmo conceito de Paulo, atinente ao serviço; “... porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também, servo.” Pra sermos de Cristo, pois, carecemos ser “vencidos” por Ele; isto é, persuadidos de tal forma pelo Seu exemplo e amor, manifestos, que ousamos negar a nós mesmos, em prol do Senhor.

É possível um vistoso serviço religioso, sem real compromisso como Salvador. Sem intimidade. Esses ativistas descompromissados no juízo dirão, “Senhor, Senhor, fizemos tais e quais coisas em teu Nome...” Ele dirá: “Nunca vos conheci...” Mat 7;22 e 23

Se alguém descansa sua expectativa de salvação n’alguma instituição, dogma, ritual, ainda não entendeu quão pessoal e intransferível a mesma é; “De maneira que, cada um dará conta de si mesmo, a Deus.” Rom 14;12

A mensagem mais eloquente que podemos pregar é o testemunho de nossa vida transformada. Tanto que, figurando a “armadura de Deus”, entre outras coisas, Paulo disse que devemos ter: “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz.” Ef 6;15 

Não falou de pregação, que até os ativistas vazios conseguem; mas preparação; um modo de andar, em Cristo, que estimule, pelo exemplo, mais que, demande por palavras.

Infelizmente muitos ainda gastam latim discutindo qual é a “Igreja Verdadeira”, qual foi a fundada pelo Senhor, qual é seita e qual não; como se, a salvação fosse um derivado da instituição correta, invés da correta prática da Palavra do Senhor. Quando a igreja começou, alguns judeus acharam que a salvação era um assunto exclusivo deles; ao ver o ingresso também, dos gentios, muitos não viram com bons olhos;

Reunidos os apóstolos orando e meditando sobre o tema entenderam que as Escrituras diziam exatamente isso; Pedro fora enviado a Cornélio um romano e seus servos; O Espírito Santo descera sobre eles também; então, o zeloso apóstolo refez: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas lhe é agradável em qualquer nação, (denominação) aquele que O teme e obra o que é justo.” Atos 10;35

Qual é a doutrina, ou a denominação que é correta, enfim? Aquela, onde, independente do nome, de quem foi seu fundador, O Salvador é adorado em espírito e em verdade. Os que prometem liberdade sendo servos da corrupção, prometem o que não possuem; logo, são mentirosos, pouco importando, após qual placa denominacional se escondem.

Os ministros probos, do Senhor, antes de tudo são homens livres; livres dos aplausos, das vaias, dos apegos denominacionais, do amor ao dinheiro, do culto aos demais ídolos, da corrupção.

Como apresentariam de modo digno, O Senhor que venceu a carne, o mundo, Satanás e à morte, sendo eles escravos de vícios mesquinhos, e se dizendo representantes Dele? “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tende este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Deus e o coração


“Quando tu disseste, buscai o Meu Rosto, meu coração disse a ti: O Teu Rosto, Senhor, buscarei.” Sal 27;8

Eis a excelência do relacionamento com O Eterno! Quando Ele ordena algo, invés de um “Sim Senhor!” fazendo continência, ter o próprio coração se posicionando favorável ao que O Santo deseja. Isso é muito mais do que obediência; é identificação.

Quando A Palavra de Deus apresenta a Davi como sendo um homem, “segundo o coração de Deus”, alguns céticos se apressam a citar os graves pecados dele, adultério, assassinato, como uma prova em contrário; uma demonstração da “falibilidade” dos textos bíblicos, ou, de que o coração do Altíssimo seria impuro. Nem uma coisa nem outra.

Se as Escrituras fossem parciais, de origem humana, como acusam seus oponentes, mero compêndio de rabinos espertos, com intentos dominadores, elas omitiriam as falhas dos seus heróis, como Abraão, Moisés e Davi. Por que apresentariam aqueles que deveriam ser exemplos, como seres falhos, aquém da postura desejada? Seria contraproducente.

Assim, esses “tiros nos pés” são eloquentes demonstrações que os escritos reportam a verdade, não forjam nenhuma narrativa artificiosa visando algum fim astuto.

O texto de Davi mostra uma “simbiose” entre a vontade de Deus e a do homem. Quando O Senhor aconselhou algo, o coração dele desejou aquilo, que era a manifesta vontade Divina.

Sabemos que, “segundo” em números ordinais, é todo aquele que vem, após um primeiro; se tratando de Deus, natural que Ele seja o Primeiro; Sua vontade seja a ordem; o cumprimento da mesma, o andar segundo. Desse modo, o mesmo se pode dizer de todo aquele que se mostrar submisso ao Divino querer, obediente aos Seus mandados.

Dada a falibilidade humana e nossa inclinação ao pecado, após a queda, mesmo os de índole obediente, eventualmente deixam de sê-lo; nesses lapsos, agem em conformidade com os próprios corações, não com o do Eterno. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Assim, alguém segundo o coração Divino, não o é, “full time” dados os efeitos colaterais da queda.

Tanto manifestava Davi, uma estreita afeição para com O Senhor, que, o seu desejo era, como diz uma canção gaúcha, ser “igualzito ao Pai”. Ele escreveu: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança, quando acordar.” Sal 17;15

Antes de “dormir” sabia que não era semelhante ao Eterno; mas pretendia repousar na esperança da redenção, para que na eternidade voltasse a ser, como fora o primeiro homem; Imagem e Semelhança. Assim, acordaria parecido com Aquele a Quem amava.

Infelizmente, por causa das paixões que militam na nossa carne, nossos corações não se voluntariam; muitos se recusam, a escolher para si, o Divino querer; nos é dada a bendita assistência do Espírito Santo, e mesmo assim, não raro, somos tardos em fazer as melhores escolhas; dados os maus hábitos nos quais acostumamos nos dias do nosso degredo.

Por isso, o conselho: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito da vossa mente.” Ef 4;22 e 23

De qualquer forma, a obediência tardia, ainda é melhor que a desobediência. No que tange ao Divino querer, O Espírito trabalhará em nós até ver aperfeiçoada a obra que Ele deseja. “Tendo por certo isto mesmo; que Aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará, até o dia de Jesus Cristo.” Fp 1;6 Isso claro, com nossa cooperação em obediência.

O nosso jeito pretérito de quando atuávamos em autonomia deve ser abandonado; doravante pertencemos ao Senhor; “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

A bem da verdade, o “negue a si mesmo”, onde o homem abdica da independência e anda após o Senhor, já fora dado a conhecer desde os dias de Jeremias, com outras palavras; “Eu sei ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Nosso coração não se inclina por si, segundo o de Deus; mas, nos que creem e recebem O Espírito Santo, o necessário “transplante” é feito, para que, doravante suas inclinações sejam também, espirituais. “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne; porei dentro de vós O Meu Espírito, farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Ardente luz


“Porque lhes dou testemunho que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Zelo é derivado emocional; um cuidado extremo com algo ou alguém, por veias afetivas. O entendimento é uma faculdade intelectual; uma propriedade derivada da razão, da capacidade de discernir às coisas. Os que são espirituais, renascidos em Cristo, podem receber entendimento, também pela revelação. O Espírito de Deus tem razões que a nossa razão não entende. “O que é espiritual discerne bem a tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

São coisas complementares; a presença duma apenas, não forjaria o equilíbrio das nossas almas; como um corpo com uma perna só, que careceria apoio, e seu andar seria moroso.

Tendo entendimento de algo, cujo valor demanda que seja zelado, se não fizermos isso, será desleixo; indiferença perdulária; porém, apenas zelo ardente, no escuro, ensejando uma defesa apaixonada, acaba em fanatismo; um estranho fogo que arde, produzindo calor, mas privado de luz.

Paulo poderia falar sobre isso, como o fazia, a respeito dos judeus, pois, cometera, antes do encontro com O Salvador, o mesmo erro. Sua ignorância sobre a Obra de Cristo, o levava a vê-la como nefasta, prejudicial, uma ameaça; seu zelo do judaísmo, o instigava a cometer toda sorte de violências contra os seguidores de Cristo, como se, tais atitudes fossem parte de uma assepsia espiritual, quando, eram pecados, crimes até. Zeloso no escuro, acreditava fazer a Obra de Deus, quando faia precisamente o contrário. Eis o risco do zelo sem entendimento!

Tendo sido iluminado de modo traumático, pela intervenção direta do Próprio Salvador, se viu forçado a guardar por um pouco, a espada do zelo e matricular-se na escola do Espírito Santo, em demanda do entendimento que lhe faltava. Depois de três dias no escuro, durante os quais algumas “escamas” dos olhos da fé foram removidas, a visão física lhe foi devolvida, e tornou com entendimento renovado.

Ainda hoje há muitos que claudicam pela falta de equilíbrio entre essas duas coisas. Uns têm primoroso entendimento, e certa frieza espiritual; sua luz mostra caminhos, mas não instiga a caminhar; outros, são fervorosos, ardentes, zelosos, com limitações de luz, do necessário discernimento; e muitas vezes, como Paulo na cegueira espiritual, erram na escolha dos alvos. Têm zelo de Deus, mas não com entendimento.

Um aspecto que atrofia o aprendizado, no prisma espiritual, é a negligência diante da Palavra de Deus. Muitos vãos aos ambientes onde ela é anunciada, como se o pregador fosse um artista cuja performance devesse ser analisada; não. O ministro idôneo é um diagnóstico Divino, mediante o qual nossas vidas são analisadas. Se colocarmos por obra aquilo que entendemos quando ouvimos, nosso entendimento e zelo estarão agindo em consórcio, para a salvação, edificação.

A negligência nisso atrofia nossas almas, sonegando o necessário crescimento. Se, nos dispusermos a ouvir À Palavra de Deus, é necessário que a tratemos como tal; levemos com a devida seriedade. O entendimento pega o quê, devemos fazer; o zelo, nos instiga que façamos, aquilo que entendemos.

Os que assim não agiram, entre os cristãos hebreus, foram censurados e diagnosticados como meninos velhos; “Porque já devendo ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar, os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais, que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da Justiça, porque é menino; mas o alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

A concepção sadia de zelo, pois, é mais que a defesa apaixonada daquilo em que cremos; antes, enseja nossa diligência ciosa, para colocar por obra aquilo que entendemos ser a Divina vontade no tocante às nossas vidas.

Tiago ensina sobre a falta de cumprir o aprendido: “Porque se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; pois contempla-se e vai; logo esquece como era.” Tg 1;23 e 24

Ora, o que é o necessário consórcio entre fé e obras, ensinado pelo mesmo Tiago, senão, um desdobramento do zelo com entendimento? Fé possibilita que eu entenda; as obras, deixam patente meu apreço pelo que entendi.

Enfim, a luz espiritual não é dada para decorar fachadas, com as usadas no Natal; ela fulge para nos mostrar o caminho; o qual, só fará sentido ver, se andarmos nele. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros; e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;7

terça-feira, 15 de abril de 2025

Ventos vermelhos


“Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano.” Prov 12;5

Há dois tipos de conselhos derivados do engano; aquele em que o próprio conselheiro está enganado e transmite suas percepções, de modo que suas intenções são honestas, embora, o conselho, ruim; e o que o sujeito sabe o que faz, mas visa enganar, atinando a um fim perverso.

Dado que os agentes desses, são ímpios, tanto podem ser obtusos, quanto, estelionatários morais. Outros fatores devem concorrer, para que formemos nossa opinião.

Não poucas vezes deparo com “toques espirituais” de gente que me adverte contra a “idolatria política”, por eu me identificar com Jair Bolsonaro. Estaria esquecendo que minha cidadania é celestial, colocando a esperança em algo frágil, “messianizando” a um mero homem. Se, cometo mesmo esses erros todos, é algo preocupante.

Estranhamente, esses mesmos que pretendem separar as coisas religiosas das políticas, parecem ventos teimosos que sopram apenas numa direção, o tempo todo; nada dizem sobre o comunismo engajado da CNBB, que defende com unhas e dentes o seu lado, e a famigerada “Teologia da Libertação”. Parece que lá a mistura é sadia.

Assim, temos o esquerdismo apregoando nas suas reuniões internas a necessidade de se infiltrarem nas igrejas dissimularem seus valores anticristãos, semearem a cizânia entre os protestantes; entre os católicos eles já dão as cartas e jogam de mão, travestindo seu marxismo com um verniz religioso.

Somos cidadãos dos Céus sim, os que pertencem a Cristo; e também, da Terra. Aqui, temos deveres a cumprir e direitos a fazer respeitar. Não acho O Bolsonaro um salvador, nem o idolatro; mas, respeito e admiro. Que outro líder representa, como ele, a defesa de valores como “Deus, Pátria e família”, contra o aborto, pela liberdade de expressão, de crença, contra as drogas e perversões sexuais nos colégios?

Se ele representa valores com os quais nos identificamos, seria uma coisa despropositada o apoiarmos? 

Sempre tive dificuldade de entender um “cristão” de esquerda; se, esses não fossem analfabetos históricos saberiam que, onde o comunismo viçou, a liberdade religiosa foi tolhida, sempre. Se os não conseguem rejeitar pelos valores abjetos que defendem, ao menos deveriam, pela preservação da liberdade de crença.

Lógico que, quando as duas cidadanias conflitarem, a terrena e a celestial, não nos deve ser difícil optar; mas, quando ambas conseguem andar juntas, parece algo natural como respirar, que assim o seja.

Não saímos desesperados gritando “mito, mito”, com certo fanatismo, como fazem tantos; nem colocamos nele, cargas que não combinam com seus ombros.

Mas, esses conselheiros que nos querem “zelar” dessa forma, estão enganados, e assim disseminam seus enganos, ou já são infiltrados a serviço do sistema? O apóstolo Paulo reclamou seus direitos de cidadania terrena, quando essa foi aviltada na cidade de Filipos; Atos 16;37

Não acho que os conservadores serão salvos por isso; por serem conservadores. A política é um assunto da Terra. A salvação é de foro íntimo, cada um e O Senhor; mas, a escolha e o império dos valores conservadores salva, minimante, uma sociedade, da tirania opressora que torna cubanos, norte-coreanos e venezuelanos, meros zumbis, ao alvitre de pequenas quadrilhas que imperam sobre a imensa maioria.

Por aqui, estamos muito perto disso, infelizmente. Àqueles que deveríamos recorrer, para preservação das leis, do direito, deles estamos reféns; são os primeiros e perpetrar injustiças e atropelar as leis; forjar narrativas fajutas, intrometer-se em assuntos de outros poderes. Isso ainda vai acabar muito mal.

Portanto, caros “conselheiros” é falso que estejamos trocando O Senhor por algum ídolo humano; apenas temos preferência política por quem defende valores com os quais nos identificamos.

Logo, não venham com suas “preocupações” espírito/paternalistas, que, a pretexto de nos livrar de um perigo, pretende tolher nossa visão quanto a um perigo infinitamente maior.

Como para outros assuntos esses conselheiros mostram arguta percepção, recuso-me a acreditar que, para essas assim tão óbvias eles sejam obtusos. Nesse caso, o engano que eles veiculam não é um lapso; antes, uma ferramenta de trabalho.

Não há como viver aqui, pagando impostos, cumprindo leis, estabelecendo governantes sem exercer a necessária cidadania; mas, se o problema desses é com o Bolsonaro, que seria uma má escolha, basta que eles apresentem a alternativa; aquela que, aos seus olhos seria a boa. Somos todos, ouvidos.

Se, o pleito mais caro desses seria pela nossa omissão, nosso silêncio, porque não nos brindam com o deles, para mostrar pelo exemplo, como se faz?

Já que O Criador colocou cérebros dentro dos nossos crânios, imagino que, Ele autoriza que os usemos.

Ele permite que os ventos silvem entre as árvores, para que galhos podres e folhas secas caiam; as coisas que têm raízes, não cedem assim, tão facilmente.