terça-feira, 8 de abril de 2025

As duas testemunhas


“Darei poder às Minhas duas testemunhas, e profetizarão por 1260 dias vestidas de saco... Estes têm poder para fechar o céu para que não chova, nos dias da sua profecia, têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue...” Apoc 11;3 e 6

Já ouvi algumas dezenas de abordagens sobre essas duas personagens, e quem elas seriam. Também opinarei a respeito. Em geral A Palavra de Deus requer apenas hígida interpretação, sem deixar margem a opiniões. Mas, nesse caso, porque o texto nada diz, sobre a identidade das pessoas, só nos resta especular. Muitos têm feito isso.

Alguns, baseados em Hebreus 9;27 que diz: “Aos homens está ordenado morrer uma vez, vindo depois disto o juízo;” pelo fato de, Elias e Enoque não terem morrido, mas terem sido arrebatados vivos para Deus, acreditam que sejam eles que voltarão, para, enfim, morrer.

Outros, pelo poder que as testemunhas manifestarão, não permitindo que chova a trazendo fogo pela sua palavra, como Elias, ou, transformando água em sangue, como fez Moisés, creem que serão Moisés e Elias.

Já ouvi alguém cogitar de João até, porque O Senhor disse a Pedro sobre ele; “Se Eu quero que ele fique até que Eu venha, que importa a ti?” Jo 21;22

Com o devido respeito que todos merecem, mas penso diferente. Quando diz que, aos homens está ordenado morrer uma vez, depois vem o juízo, está dando uma informação genérica, de como as coisas são, dentro da normalidade; o que não veta que fatos extraordinários aconteçam. 

Paulo ensina: Os que estiverem vivos por ocasião da vinda de Cristo, serão transformados, não, mortos; o que não faz da morte uma necessidade. O ensino que depois da morte sucede o juízo é uma refutação ao espiritismo, com suas intermináveis reencarnações, e o “aperfeiçoamento” via cumprimento dos Karmas, não, pela cruz de Cristo. Depois da morte o juízo, invés de outra encarnação.

Moisés, tipificando a Lei, e Elias, símbolo dos profetas já foram testemunhas de Jesus, segundo O Divino propósito. Seu objetivo era conduzir a Cristo; a Lei evidenciando a necessidade Dele, e os profetas anunciando Sua vinda; “A Lei e os profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus; e todo homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

No monte da transfiguração, foi mostrado a Pedro, Tiago e João, Moisés e Elias falando com O Senhor; desfazendo a falácia dos Fariseus que Jesus seria contra a Lei ou as Escrituras; antes, estavam no mesmo Espírito, fazendo a mesma obra. Quando Pedro falou em fazer uma tenda para cada um deles, uma voz celeste o aconselhou que ouvissem ao Filho de Deus; então, “Erguendo eles os olhos, a ninguém viram, senão, unicamente a Jesus.” Alguns legalistas deveriam ler com atenção a isso.

Paulo interpreta; “Mas, agora se manifestou sem Lei, a Justiça de Deus, tendo testemunho da Lei e dos profetas.” Rom 3;21 Da lei disse: “... a Lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo...” Gal 3;24

O mesmo Senhor ensinou que o “Elias” que havia de vir era João Batista; era o mesmo Espírito, não, pessoa; de modo que, o Elias propriamente, já cumprira sua obra.

A pergunta do Senhor a Pedro, “Seu Eu quero que este fique até que Eu venha, que importa a ti?” não é uma afirmação que João ficaria até nossos dias. Ele não merecia ver tudo o que o mundo se tornou. Ele ficou até que Jesus veio a ele, em Patmos, e lhe revelou o Apocalipse. No mais, era apenas uma forma educada do Senhor mandar Pedro cuidar das suas coisas sem se intrometer nas alheias.

Então quem são as duas testemunhas? Os poderes extraordinários que Moisés e Elias manifestaram foram dados por Deus; o que impede que Ele dê a outras pessoas? Pregarão em dias que o Evangelho será proibido e seus ministros odiados, assim, sem esse poder seriam mortos no primeiro dia; mas Deus só permitiu que o fossem, depois de 1260 dias. Por isso a necessidade de um poder espetacular.

Acredito que são duas pessoas comuns, que estão na terra, servem ao Senhor com fidelidade e serão preservadas para esse fim.

A Palavra ensina que “Carne e sangue” não entram nos Céus; assim, os que foram arrebatados para lá receberam corpos espirituais por isso. Como as duas testemunhas serão odiadas e carecerão um poder especial para não serem mortas até o cumprimento do propósito, necessário que tenham corpos mortais como nós.

Portanto, respeitosamente, discordo de todos os que já ouvi, defendendo as hipóteses analisadas nesse breve apanhado. “Lato sensu”, todo o convertido deve ser uma testemunha de Jesus; “stricto sensu” apenas quando as duas se manifestarem, todos saberão.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Medo de aprender

 


“Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e o sábio quando é instruído, recebe o conhecimento.” Prov 21;11


Em geral, provérbios antitéticos contemplam dos aspectos que se contradizem. Porém, nesse, temos um “penetra” uma terceira personagem.

Além do escarnecedor e do sábio que estão em oposição no apreço, temos o “simples”; um sujeito sem predicados mais evidentes, que é bom observador. Ao ver o escarnecedor castigado, toma para si o aprendizado; “Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio...” como dizia Oswaldo Cruz, “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.” Assim, nosso simples, é prudente.

Voltando ao escarnecedor e o sábio: O primeiro, nem castigado, há registro de que aprenda algo; como o bêbado, diz: “... espancaram-me e não doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? Aí então, beberei outra vez.” Prov 23;35

Sobre a estupidez do que persevera no erro, malgrado, as consequências, temos mais: “Como o cão que volta ao seu vômito, assim, o tolo que repete sua estultícia.” Prov 26;11 Pedro aplica esse provérbio contra os que, tendo saído do lixo moral pelo conhecimento de Jesus Cristo, depois retornaram. Acrescentou que são como a “porca lavada que volta ao lamaçal.” II Ped 2;20 a 22

As almas refratárias ao conhecimento agem como cães que, correm solertes cheios de abanos e línguas à chegada do que conhecem, e rosnam ameaçadores ante o desconhecido.

Porém, ao outro basta o ensino; “... o sábio quando é instruído, recebe o conhecimento.” Diz mais: “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, ele aumentará em entendimento.” Prov 9;9 nosso sábio em apreço é adjetivado assim, não pelo contingente do saber, pois; antes, pela sua índole aprendiz, pela disposição de alma em receber o ensinamento. Digamos que, o seu “sei que não sei” é seu mais valioso bem.

Em tempos de ditos como, “Só dê palpites em minha vida se pagares minhas contas”, reação dos porcos-espinhos, quando se lhes tenta ensinar, encontrar uma alma assim, com índole dócil, discipulável é um albinismo. Os que pretendem ser de Cristo, por terem dado o passo indispensável, “negue a si mesmo” sabem que “suas” vidas já não são estritamente, suas; “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” I Cor 6;19

Confúcio alistou as três formas de se aprender, de modo correto, ao meu ver; “a reflexão – disse – é o método mais nobre; a imitação, o mais fácil; a experiência, o mais doloroso.” Pois, quem dá ouvidos a outrem que já sofreu as dores de muitos descaminhos na estrada da vida, escolhe o mais fácil; se deixa moldar pelos ensinos da experiência alheia, sem necessidade de “pagar para ver”, como faz o insensato que precisa das pancadas, da dor.

O Eterno deixa patentes dois métodos que abarcam os três do filósofo chinês; a instrução que comporta em si, espaço para a reflexão; e a correção. Oferece o ensino com o desejo expresso de não precisar usar da disciplina; diz: “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus olhos; não sejas o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento; cujas bocas precisam de cabrestos e freios, para que não se lancem contra ti.” Sal 32;8 e 9

Não poucos desinformados, pela preguiça em aprender, equacionam suas dores a algum ataque maligno; quando, a bem da verdade, não passam de consequências de escolhas deletérias que eles mesmos fizeram. “Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha, o voar, assim, a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Paulo evocou o pretérito dos cristãos romanos lembrando que naquele tempo podiam fazer o que quisessem: “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 depois, perguntou pela colheita, daquele modo de vida: “Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais?” v 21 Natural que, quem aprendeu a higiene espiritual se envergonhe de feitos pretéritos de quando não era assim. O convertido que ainda olha pro “charco de lodo” saudoso, enquanto testemunha da sua “conversão” precisa repensar.

É possível reiterar à estultícia com palavras, sem a praticar, necessariamente, mas cai na mesma sentença, do cão que volta ao vomito.

Enfim, além da perniciosa falta de inclinação ao aprendizado da presente geração, concorre a falta de disposição para o ensino, da maioria dos “pregadores”. A ideia de entretenimento e conquistas materiais, tem sido encorajada por uma leva de mercenários que, pretendendo “ganhar a vida” põem a perder os muitos incautos que os seguem.

“Os homens preferem, geralmente, o engano que os tranquiliza, à incerteza que os incomoda.” Marquês de Maricá

domingo, 6 de abril de 2025

Excelência; o alvo


“Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;48

Li e pensei na frase: “Hoje você é chefe; amanhã pode estar desempregado. Certifique-se de tratar os outros com respeito.”

Me ocorrem outras sentenças da mesma estirpe, com outras palavras: “Não pise em ninguém ao subir, pois, um dia poderás descer. A roda gira; que hoje está por cima, amanhã estará embaixo; cuidado com o que plantas, pois, a lei do retorno não falha...” etc.

Embora sejam advertências com sentido, bíblicas até, ainda evidenciam uma pobreza de motivação para a escolha da “virtude”; requer as aspas, dada a poluição moral, pelo concurso do vício; por certo utilitarismo interesseiro, a patrocinar tais escolhas.

Com a mesma astúcia, me ocorreu uma frase “espiritual” que diz: “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares.” Grosso modo, parece uma coisa boa; mas, a rigor é uma ameaça: “Me deseje apenas coisas boas, senão, Deus te pega.” Se, naquele caso temos o “patrocínio” do interesse, nesse vemos a coação em busca do medo.

Devo ser educado, gentil, respeitador, porque interajo com pessoas iguais a mim; a simples ciência da dignidade delas deveria bastar como estímulo, para que eu as tratasse de modo cortês.

Óbvio que, os papéis se inverterem, a roda girar, acontece muito. Mas não devemos pagar na mesma moeda aos que nos pisaram. Um exemplo clássico foi o de José; desprezado, perseguido, vendido como escravo pelos irmãos. Alguns anos mais tarde foi feito governador do Egito, e teve todos eles nas mãos, podendo puni-los como desejasse; mas, não fez, antes, os perdoou e protegeu.

Para aqueles que o maltrataram quando jovem e pobre, as espertezas interesseiras teriam sido úteis, se tivessem se precavido delas, no devido tempo; teriam evitado a vergonha e humilhação que passaram, embora, perdoados e socorridos depois.

Quando A Palavra de Deus fala que ceifaremos o que tivermos semeado, aborda no “atacado”; os que semeiam na carne ceifarão a corrupção, os que semeiam no espírito a vida eterna. No varejo, muitas atitudes carnais podem sumir nas águas do perdão, sem as ceifar segundo o mérito. O perdão não seria um dos principais ensinos cristãos, se toda culpa devesse ser punida, necessariamente.

No contexto em que O Salvador exorta a imitarmos a perfeição Divina, ensina: “... amai aos vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus. Poque faz com que Seu sol se levante sobre maus e bons; e a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Óbvio que essas coisas são muito mais fáceis de falar, escrever, do que viver; mas cada vez que falharmos nelas, o que ocorre bastante, devemos nos inquietar, arrepender, e buscar crescer com os erros, evitando repeti-los.

Quando O Senhor ensina a fazermos ao próximo como gostaríamos que ele nos fizesse, não está Ele encorajando uma postura interesseira, mercantil; antes, oferecendo um aferidor, para agirmos quando tivermos dúvidas sobre qual a postura correta. Como A Palavra de Deus trabalha com princípios, em sua maioria, não pode abarcar todas as vicissitudes do nosso cotidiano; por eles, saberemos como atuar em todas as situações.

Por ex.: não há e nem poderia, instruções sobre não passarmos no sinal vermelho, no trânsito; mas diz: “Obedecei às autoridades”; logo, todos sabemos o modo correto de agir, pelo princípio. Assim, no trato com o semelhante; em caso de dúvida, um “e se fosse comigo”, pode clarear as coisas.

Quando Paulo aconselhou que vençamos o mal com o bem, anexou um interesse nobre; “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo assim, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça.” Rom 12;20

Forma poética de dizer, que, fazendo o bem aos nossos inimigos, quiçá, os façamos repensar sobre os motivos pelos quais mantêm a inimizade; e nalguns venturosos casos, pode que esse “monte de brasas” queime motivos fúteis e a inimizade acabe em cinzas.

Fazer a coisa certa pela possibilidade de algum interesse no fim do túnel, ainda é melhor que não fazer; todavia, a excelência, é fazer o bem a quem necessita apenas por isso; porque alguém como nós, eventualmente não está numa situação como a nossa.

Lógico que ninguém agirá do modo que Deus se agrada “impunemente”; no devido tempo Ele recompensará. Mas, os que forem tidos por dignos de contemplar à Face do Rei dos Reis, não creio que se importarão tanto com coisas menores. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

A camuflagem do ódio


“Porque O Senhor repreende aquele a quem ama, assim como um pai ao filho, a quem quer bem.” Prov 3;12

Ter a repreensão como se fosse a negação do Seu amor, como tantos mensageiros da graça barata fazem parecer, é o mais danoso artifício do “anjo de luz”. Nada poderia ser mais diabolicamente engendrado, para vestir à rebelião em trajes “lógicos”, travestir indiferença de engajamento, projetar sobre outrem, as enfermidades próprias.

Pois, a equação indevida do amor com permissividade, com frouxidão moral, insinuando que, porque O Eterno ama todos aceita tudo, tem feito grande estrago, onde viçam falsos ministros que prezam por números, mais que, por vidas, comodidade, mais que, verdade.

Ao menor sinal de disciplina, nos ensinos fiéis à Doutrina do Senhor, presto arregaçam suas mangas e partem ao ataque. “Religiosidade, legalismo, mensagem tóxica, discurso de ódio;” chavões assim, são as armas no arsenal desses inconsequentes, que, imaginam que as humanas inclinações estariam em pé de igualdade com A Palavra.

A Mensagem Divina entregue é categórica: “Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho Meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque O Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho; se suportais a correção Deus vos trata com filhos, porque, que filho há, a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;5 a 8

A disciplina do Senhor é derivada do Seu Amor, não a negação do mesmo. Por isso, o canhoto viu como necessária a ressignificação da palavra “amor”; plantou essa semente entre os mentecaptos que, fingem acreditar em coisas das quais, suas próprias consciências duvidam.

Um parêntesis: Outro dia ouvi um “teólogo” defendendo o dito “pré-tribulacionismo”, doutrina que acredita no livramento da Igreja antes da “Grande tribulação” expor seu argumento baseado no seguinte texto: “Ao anjo da Igreja que está em Filadélfia escreve:... como guardaste A Palavra da Minha Paciência, também te guardarei, na hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Apoc 3;7 e 10 Guardar da tentação seria arrebatar daqui, segundo esposou.

Cada um pode crer no pré, ou pós, como melhor lhe parecer; mas esse texto não serve como argumento. O que quer que signifique “Filadélfia;” uma igreja local então, existente na Ásia; ou, o símbolo de um período global de toda a Igreja na terra, essa foi a melhor das sete igrejas apresentadas no Apocalipse, pelas suas virtudes. E nós somos a pior. Escândalos de toda espécie, mercenários, coachs, hereges, igrejas LGBTs, etc.

Mas, voltando, o que isso tem com nossa abordagem acerca da necessidade de disciplina? A qualidade mais notável da melhor igreja de todos os tempos, foi ter guardado fielmente, em posse de “pouca força” à Palavra do Senhor.

Aqueles que a flexibilizam, porque seria muito “antiquada”, agem como se fossem guiados pela Xuxa, o Filipe Neto, invés do Espírito Santo.

As melhorias tecnológicas, dada a celeridade da ciência nos tempos modernos, deveriam incidir sobre os meios apenas, não, sobre os fins. Por ser, O Senhor, Eterno e Perfeito, duas presunções são necessárias: Uma; Ele não sofre a ação do tempo; duas; não comete erros de modo que Sua Palavra careça ser rasurada, emendada, ante novas descobertas.

Se estamos longe dos textos originais, não significa que evoluímos, antes, que apostatamos, que nos afastamos da Fonte Pura.

O trágico desse afastamento é que, invés de, “aconselhado” pela sede, o errante retornar à fonte, geralmente tenta suprir o lapso com um simulacro de qualidade muito inferior; “Espantai-vos disto ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor: Porque o Meu povo fez duas maldades; a Mim deixaram, Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas.” Jr 2;12 e 13

O pior é que, tendo “sobrevivido” com beberagens sujas, acostumado a beber dos cactos, é que firmam pé no erro é não querem se arrepender; desde dias idos foi desse jeito; “Assim diz O Senhor: pode-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Sabemos que o “caminho estreito” é muito “demodê”, a uma geração que anseia por entretenimento, mais que, por salvação. O carnavalesco mor que cobre velharias com toda sorte de artifícios acaba recebendo mais atenção que O Senhor.

Enquanto O Pai ensina a sobriedade que Seu Amor requer, o usurpador aceita tudo, de todas as formas; o jeito astuto do seu intento assassino, no qual, precisa camuflar seu ódio.

sábado, 5 de abril de 2025

Servos de Mamom


“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro; não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mat 6;24

Mamom é uma palavra aramaica que significa dinheiro, ou riqueza. Assim, a advertência para que não tenhamos o dinheiro como um ídolo ao qual servimos, invés dum meio do qual nos servimos, oportunamente.

Os demasiado apegados a ele, lutam com unhas e dentes contra a doutrina do dízimo, por exemplo. Fazem isso com os argumentos mais estapafúrdios, tipo: “Deus não precisa de dinheiro; Deus não está vendendo bênçãos; o dízimo era da lei, do Antigo Testamento, já está superado.”

Que O Criador não precisa dinheiro é pacífico; Ele diz: “Se Eu tivesse fome não te diria, pois Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;12

A oportunidade de sermos partícipes na provisão dos meios para a Obra Dele, é uma forma tangível pela qual podemos deixar patente nosso amor pelo Eterno e pelo semelhante, que será beneficiado pela nossa dádiva.

Que O Santo não está vendendo bênçãos, também não é necessário discutir; A Palavra diz: “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos.” Prov 3;9

Como vimos, não é uma questão carência de meios, por parte Daquele que a tudo criou; como é Ele que nos dá o trabalho e a saúde para desempenhá-lo, reconhecer isso de um modo prático devolvendo um décimo, é um modo de honrarmos a quem nos abençoou.

Ele abençoa aos que são fiéis, não porque mercadeja bênçãos, o que não precisa; antes, porque recompensa à honra, que aprecia. “... aos que me honram, honrarei; porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Por fim a ideia que o dízimo seja um derivado da Lei, é falaciosa, desculpa esfarrapada. A Lei foi dada mediante Moisés, e nada fala acerca de dízimos, nos dez mandamentos; isso era uma prática mais antiga; Abraão nos seus dias o fez; “Aquele cuja genealogia não foi contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.” Heb 7;6

A prática foi regulamentada por Moisés, para provisão do sustento à tribo dos levitas, a “igreja” da época. 

O fato de que O Salvador cumpriu a Lei em nosso lugar e nos redimiu do poder dela que matava, não significa que os princípios dela tenham deixado de valer, na Nova Aliança. Ainda devemos amar a Deus sobre tudo; honrar pai e mãe; não matar, furtar, cobiçar, dar testemunho falso; tudo isso abarca o resumo do Salvador, que condensou os dez mandamentos em dois; amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a nós mesmos.

O que mudou é que o Sacrifício Eterno do Senhor, eliminou a necessidade de se oferecer animais; e estamos livres do sábado um sinal que fora dado aos judeus.

Usar o fato de que há muita gente malversando os bens da igreja, como argumento para ser infiel, seria como, ter como referência os muitos que põem suas vidas a perder, no crime, nas drogas, como “patrocinadores” do aborto, por exemplo. Embora tenham alguma semelhança, são coisas bem distintas.

Sabemos que há muitos mercadores de bênçãos, e outros que condicionam a salvação ao pagamento dos dízimos; mas, os erros desses não fazem acertadas as reservas dos que cultuam a Mamom.
Igrejas sérias prestam contas das finanças com transparência; as que assim não fazem, são do time de Judas que trocam ao Senhor por moedas. Evitemos às tais.

Aquele que ama ao dinheiro sempre arranjará um “argumento” para a sua infidelidade; não poucos desses, deram muito mais do que o dízimo, ante mercenários, quando, esses prometeram que Deus multiplicaria cem vezes, se eles assim o fizessem.

Portanto, não é questão de falta de fundamentação bíblica, pois, a simonia também não tem; mas, de uma vontade corrupta, refém desse amor doentio. “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si mesmos, com muitas dores.” I Tim 6;10

O homem íntegro não distorce à Palavra para que ela “diga” o que ele deseja ouvir; antes, submete sua vida à doutrina, para que essa seja regenerada da maneira que O Eterno quer.

Sempre haverá um “Mestre” com ensinos ao gosto do freguês; a internet os tem para todos os paladares; todavia, se alguém devaneia que a necessária marcha pelo caminho estreito seja um passeio gostoso, está rumando à perdição, endeusando aos próprios desejos, alienado de Deus.

“Há um caminho que ao homem parece direito; mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

sexta-feira, 4 de abril de 2025

O "pastor" peladão


“Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Reprovação, censura, desprezo; vitupério significa, vergonha. Motivo para se envergonhar. Pois, na nossa concessão de sofrermos por Cristo, o vitupério está no pacote. Primeiro, Ele foi envergonhado, escarnecido e injustiçado publicamente, como se fosse desprezível malfeitor.

Paulo em seus dias pontuou: “Quem enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? II Cor 11;29

Qualquer escândalo que aconteça no meio cristão, enseja uma porção de vergonha a quem tem em si O Espírito de Cristo.

Tornou-se conhecido nacionalmente o escândalo envolvendo o “Pastor” Riter Marques de Belém do Pará, do qual “vazaram” vídeos obscenos e pérfidos. 

Invés de se prostrar humilhado, como fez Davi, quando seu pecado veio à tona, o referido líder, que preside a convenção regional de ministros, convocou uma reunião secreta, apresentou “atenuantes” fajutas; ao que parece nada acontecerá; tudo seguirá como antes, sem punição nenhuma.

Coloquei a palavra pastor entre aspas, por uma razão que me parece eloquente: O sujeito está pastor, mas não é. O que pretendo com isso? Dizer que um pastor não peca? Não. Não é essa a ideia. Um pastor é um ser humano como outro qualquer, sujeito aos mesmos tropeços. Porém, os “ossos” do seu ofício demandam uma postura diferente. Pode ter lapsos de conduta, não, de caráter.

Qual a diferença? Por ex.: suponhamos que, por um descuido pontual eu conte uma mentira, mesmo sendo contra a prática. Isso foi um lapso de conduta; eu me conduzi de modo oposto ao que acredito. Agora, que eu viva de contínuo numa mentira; aí a falha é de caráter. Um assim não pode ser diácono, muito menos, pastor.

O espiritual também pode falhar; mas quando isso acontece, invés de seguir manipulando em defesa do cargo, o sujeito se entristece, se envergonha e busca perdão, pela manutenção da salvação, seu bem mais precioso.

Infelizmente vivemos um tempo onde o mosaico parece ter apenas duas cores; ou o sujeito cancela, ou passa pano. Isso em função de alguma identificação religiosa ou ideológica. Nada poderia ser mais pernicioso no âmbito da reta justiça, que nos convém.

Por esse prisma, os que zombam dos cristãos e acondicionam todos na mesma prateleira, riem à farta. Alguns, com zelo sem entendimento defendem ao peladão, como se, ele fosse um dos nossos.

Sabemos que, nesses tempos de IA, bem se pode fazer montagens danosas com o intento de prejudicar alguém. Porém, quando um inocente é acusado, em casos assim, se apressa em pedir perícia das “provas”, não a arranjar desculpas fajutas e chantagear em defesa do cargo.

Minha distância em relação o “pegador” em apreço é ambígua; estou perto o bastante para me envergonhar por causa dele; distante o suficiente para não precisar tomar nenhuma medida objetiva. 

Perdoar quando há arrependimento e confissão isso é mandamento; um mandado libertador. Agora, deixar o dito por não dito e o feito por não feito, quando as evidências da safadeza são gritantes, como são nesse caso, aí é cumplicidade.

Se eu fosse ovelha desse cretino, deixaria de ser, ao menos, por duas razões: pela recusa de me deixar conduzir liderado por alguém desse cacife; e, porque ministros que desonram O Nome do Senhor, são canais de maldição, não, de bênçãos. “Se não ouvirdes e não propuserdes em vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz O Senhor dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isto o coração.” Ml 2;2

Se diz nos escritos latinos antigos que “À mulher de César não bastava ser honesta; ela precisava parecer honesta”. Pois, o que dizer de um pastor, cujo nome sobre ele é o de Jesus Cristo, não, o de César? 

Ninguém está livre de calúnias, reitero; mas, quando for o caso, a própria reação da vítima demonstrará.

Sobre a incidência de escândalos O Salvador ensinou: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! Porque é inevitável que venham escândalos; mas, ai daquele, pelo qual o escândalo vem!” Mat 18;7

“Cuidado, tu que denuncias; podes cair também!” Eu sei. Se isso acontecer, que Deus me guarde, eu perderei a autoridade moral para agir assim. A correção só pode vir de quem corrige primeiro a si mesmo; “Estando prontos para vingar toda desobediência, uma vez cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Afinal, no mesmo texto que preceitua que sejamos cuidadosos com os pastores, a eles demanda que sejam exemplares; “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus; a fé dos quais, imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Heb 13;7 Os que vivem à ímpia maneira, são lobos disfarçados.

A necessidade da cruz


“Como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse ao que tinha o império da morte, isto é, o diabo.” Heb 2;14

Já fui inquirido: “Por que Jesus precisou encarnar e morrer; não poderia Deus, simplesmente, perdoar aos pecadores?” Não! não poderia. Não se trata da minha falível opinião; antes, da Palavra de Deus. “Se formos infiéis Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

'Mas perdoar aos pecadores arrependidos não o negaria; antes afirmaria Seu Amor'. É. Porém, O Altíssimo preza algumas coisas além do amor. “... Justiça e juízo são a base do Seu Trono.” Sal 97;2

Se, o Amor de Deus se manifestasse de modo a tolher esses valores, justiça e juízo, O Santo estaria negando a Si mesmo. Agindo com parcialidade, deixando sentimentos tolherem Sua Divina e Santíssima Essência. Ele não pode negar a Si mesmo, pelos limites que Sua Própria Santidade estabelece. Não deve satisfações a ninguém.

Na entrega de Cristo havia mais coisas envolvidas que apenas amor; “A misericórdia e a Verdade se encontraram, a Justiça e a Paz se beijaram; a Verdade brotará da Terra, e a Justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;10 e 11
Embora o inefável amor pelas almas estivesse atuante, O Senhor o fez sem sacrificar Seu amor por esses valores também.

Vigoraram essas razões, do Divino Ser que estabeleceu o juízo, “vida por vida”; a vida que Adão perdera na queda diante do inimigo era perfeita, eterna; o resgate deveria ser pago por alguém semelhante; de carne e sangue e sem pecados, segundo o preço da própria Justiça Divina. “Convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos...” Heb 2;17

Mesmo os mais justos dos homens que viveram, não estavam qualificados para nossa redenção; Moisés, Jó, Samuel, Noé, Daniel... nenhum. Todos os que nasceram após o degredo do Paraíso, nasceram em pecado e a ele inclinados. Foram homens admiráveis; porque, apesar disso, no temor ao Senhor lograram grandes feitos e deixaram edificantes exemplos; mas eram, como nós, pecadores.

Para efeito do resgate da vida perfeita que Adão perdera, “... nos convinha tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes oferecer a cada dia sacrifícios, primeiramente pelos próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a Si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Como O Criador entregara o governo da Terra ao homem, “... multiplicai-vos, enchei a Terra, sujeitai-a;” Gn 1;28 se tomasse de volta para si, simplesmente, o canhoto O acusaria de ser injusto; de ter revogado um dom; A Palavra ensina: “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.” Rom 11;29

Desse modo, como o homem perdera o domínio para o inimigo, “... sois servos de quem obedeceis...” Rom 6;16, apenas um filho do homem, poderia redimir ao ser humano. Isso explica porque, O Salvador se fez como um de nós.

Por isso, chamava a Si mesmo de “Filho do Homem”; um fato novo para quem É Deus; o que Ele queria fixar, pontuando a Justiça Divina em curso, no Seu Ministério.

Quando disse depois de ressurreto: “É Me dado todo o poder, nos Céus e na Terra”, aludia a isso, ao domínio perdido na Terra que fora resgatado por Ele; assim, o direito de colocar a casa em ordem por aqui, foi uma conquista Dele; “... O Pai, a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” Jo 5;22 “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque É O Filho do Homem.”

Desse modo, se tão alto preço foi pago, porque o Excelso Amor Divino, por nós, não sacrifica à justiça, a qual, também ama, como existem pregadores modernos pretendendo embarcar pecadores no vagão do amor, sem antes passar pelo guichê da justiça?

Essa ênfase exagerada na graça, dos que acusam aos mais sóbrios de “religiosos, legalistas, tóxicos” etc. tentando parecer que a igreja é um ambiente de entretenimento, invés de um hospital de campanha em pleno combate, é falsa, doentia.

Nossa justiça é como um trapo imundo, por isso carecemos da de Cristo, em nosso favor. Ele condiciona a remissão, a uma rendição incondicional; “negue a si mesmo, tome sua cruz e Me siga.” Até onde? Paulo pergunta: “Não sabeis que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte?” Rom 6;3

Depois, explana o que isso significa: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo, na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4