sexta-feira, 28 de março de 2025

Loucos no front


“O que justifica ao ímpio, e o que condena ao justo, abomináveis são, ao Senhor, tanto um, quanto outro.” Prov 17;15

Ouvi várias citações desse texto, mediante pessoas não ligadas ao ministério da Palavra; Caio Copolla, Rodrigo Constantino, etc. jornalistas, analistas políticos, por ocasião do “julgamento” contra Bolsonaro e mais sete vítimas, cujo crime é, serem de direita. Se fossem canhotos teriam as “punições” do Geddel ou, do Cabral.

Nossa Suprema Corte justificou um ladrão descodenando-o e guindando-o à presidência, sem votos; agora, com uma sanha similar a um linchamento, se apressa a condenar um líder e seus assessores, sem crimes.

Toda a bosta que for jogada nesses sujeitos, de “Reputação ilibada e notório saber jurídico" será válida, dado que, nada mais que isso, podemos. Fiquemos tranquilos; a bosta suportará estoicamente, o mau cheiro.

Todavia, a sentença de não justificar ao ímpio, nem condenar ao justo é mais abrangente do que a exumação do corpo de um finado tribunal, cuja perícia, encontraria indícios de envenenamento ideológico mesclado a iguarias várias, no banquete da corrupção.

No nosso dia a dia como cristãos, corremos risco de ter sintomas da mesma doença que matou o referido tribunal. 

Deparei com um vídeo de um cristão, que mostrou uma série de aberrações que acontecem no nosso meio, coisas deploráveis, de fato; porém, o sujeito aproveitou o roldão das denúncias, e acoplou na mesma nave, algumas coisas injustas.

Colocou ímpios e justos todos numa generalização barata; não sei se é fruto de preguiça mental, desonestidade intelectual, preconceito, ou, é patifaria mesmo.

Passou do ataque aos grandes escândalos, dos mercenários que se criam nos lapsos da ingenuidade e omissão dos incautos, para o ataque à doutrina bíblica do dízimo, como sendo fajuta, desnecessária, fomentadora da maldade.

Usou argumentos falaciosos, tipo, “você não precisa pagar pela salvação, nem há nada que você possa fazer, para merecer o Amor de Deus. Deus É Amor.” São três coisas verdadeiras, mas usadas de maneira cretina, com uma desonestidade intelectual crassa, e uma motivação torpe.

Combater farsantes, mercenários, charlatães, e hereges da praça é uma coisa boa; não justificamos aos ímpios, estamos juntos nessa. Agora, jogar uma doutrina bíblica na mesma lixeira, da qual, muito trabalho honesto depende para sobreviver, aí é condenar ao justo. Para tanto, não serve a Bíblia como “tribunal de apelação”, deve o sujeito se basear em “provas” tipo o Xandão usa, tentando prender o Jair.

Coibir um ensino suficientemente claro, relativo à mordomia cristã, só porque existem salafrários e ladrões infiltrados, soa lógico como proibir a todos de dirigir, porque acontecem muitos acidentes de trânsito.

Insinuar que os dizimistas fiéis, o são para pagar pela salvação, ou, para “merecer” o Amor Divino, é uma patifaria no superlativo. Caso alguém ensine algo assim, confesso que desconheço gente séria que o faça, o mesmo pé na bunda que Pedro deu em Simão Mágico precisa ser reiterado; “... O teu dinheiro seja contigo para a perdição; pois, pensaste que o Dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos 8;20

Há três coisas envolvidas nas disposições dos dizimistas que recebem ensino sadio; obediência, gratidão e amor. Primeiro, fazem isto porque Jesus mandou. “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois dizimais, a hortelã, endro e cominho, e desprezais o mais importante da Lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas, e não omitir àquelas.” Mat 23;23

Gratidão; porque O Eterno nos deu trabalho e saúde, como meios de obtermos nosso ganho; por fim, o amor; como desejamos que outras pessoas também recebam o que recebemos, e sabemos que há custos envolvidos no trabalho para que sejam alcançadas, esse sentimento também nos motiva à fidelidade.

Há muitos refratários ao dízimo pelo apego desenfreado ao dinheiro, não, por algum zelo doutrinário como tentam fazer parecer. Igrejas sérias prestam contas de cada centavo; onde não for assim, cuidado!

Nessas “riquezas” de valor secundário, somos exercitados, para quiçá, recebermos as de valor eterno. “Pois se, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” Luc 16;11

Escrevendo a Timóteo, Paulo advertiu: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si mesmos, com muitas dores.” I Tim 6;10

Em geral, os exércitos usam uniformes para serem identificados por eles, e num eventual combate, não acontecer o dito “fogo amigo”.

Esses inconsequentes que atiram para todo lado em tudo o que se move, não estão aptos para combater nas fileiras de Cristo. Se alguém pensa que o açoite da língua e a Espada do Espírito são a mesma arma, que fique na cozinha descascando batatas, e deixe o combate para quem está preparado.

Os verdadeiros ricos


“Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha seus tesouros.” Prov 8;21 dito da Sabedoria.

A ideia de “bens permanentes” deveria nos fazer pensar; as posses ordinárias não são assim. “Caixão não tem gavetas; há coisas que o dinheiro não compra; do mundo nada se leva;” esses e outros ditos, manifestam a visão vulgar sobre a duração e eficácia, dos bens terrenos.

A “sombra” das mesmas perde seu sentido, findos os dias do seu possuidor.

O Salvador mencionou um que era próspero no âmbito material, e indigente no espiritual; quando pensava se jogar na rede e usufruir por largos dias seus bens, foi lhe dito: “... Louco! Esta noite pedirão tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20 Os bens que teriam potencial para suprir por muitos dias, carecem o consórcio de um bem maior, a vida. Senão, possivelmente ficarão para outros que nem tiveram “culpa” pela aquisição deles.

Um provérbio japonês sobre quais bens devemos legar; diz: “Se o teu filho for bom, ele não precisa da tua herança; se for mau, não a merece.” Logo, forjar sua alma intentando fazê-lo bom, seria o legado mais excelente.

Cotejando o dinheiro com a sabedoria, Salomão encontrou o seguinte: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento, é que a sabedoria dá vida, ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Quanta riqueza poluída adquirida de modo desonesto, que serve para decorar o esconderijo dos maus, como se fosse um carro alegórico! A rigor, é só a miséria desses, disfarçada.

A opulência material até pode camuflar a indigência no que tange aos bens que contam, deveras; os que muito consomem em tempo e energias acumulando apenas isso, seu “ouro de tolos” fará grosseiro papel, onde, até o engano estará desnudo.

Agur escreveu que, por um momento chegara a invejar uns “prósperos” assim; “Não se acham em trabalhos como os outros homens, nem são afligidos como eles; por isso, a soberba os cerca como um colar, vestem-se de violência como de adorno... eis que estes são ímpios e prosperam no mundo, aumentam suas riquezas.” Sal 73;5, 6, 12

Por um momento, chegou a duvidar do proveito da honestidade; “Na verdade que em vão tenho purificado meu coração; lavado minhas mãos na inocência. Pois, todo dia tenho sido afligido e castigado toda manhã;” vs 13 e 14

Depois, pensando melhor, refez: “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração dos Teus filhos; quando pensava entender isso, foi para mim, muito doloroso. Até que entrei no santuário de Deus e entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios, Tu os lanças em destruição; como caem em desolação num momento, ficam totalmente consumidos de terrores; como um sonho, quando se acorda, assim, Ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.” Vs 15 a 20

Então, entrar na eternidade sem os necessários bens de valor eterno, desses que só a Sabedoria faculta adquirir, é fadar-se à eterna indigência, à perdição.

O discurso da Sabedoria é bem didático: “Eu amo aos que me amam, os que cedo me buscam, me acharão; riquezas e honra estão comigo, assim como bens duráveis e justiça; melhor é o meu fruto do que o ouro refinado, e meus ganhos, que a prata escolhida.” Prov 8;17 a 19

A Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, falou as mesmas coisas, com palavras ligeiramente diferentes; “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, onde os ladrões minam e roubam; antes, ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, nem ladrões minam ou roubam; porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mat 6;19 a 21

São esses, os ricos que não entram no Reino dos Céus; os que põem seus corações nas posses. Os que, mesmo possuindo-as, não se fazem adoradores delas, tampouco, nelas colocam sua confiança, antes em Deus, esses mostram suas carências espirituais, e pela Divina bondade serão supridos. “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é O Reino dos Céus.” Mat 5;3

O melhor, das verdadeiras riquezas, é que, para possuirmos a elas, não carecemos que ninguém seja privado. Quanto mais dividirmos, mais somaremos.

Claro que, posses materiais têm seu valor e utilidade, enquanto estamos aqui. Abrem portas, compram o pão, facultam conforto, propiciam socorro; porém os casulos têm sua utilidade e propósito até a gestação das asas, depois, não serão mais necessários.

As devidas recompensas pelas escolhas daqui, serão dadas no além; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;18

quinta-feira, 27 de março de 2025

O "preço" da Graça


“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.” Rom 3;28

O fato de que a salvação é pela fé, sem o concurso das obras é pacífico entre os intérpretes esclarecidos, da Palavra de Deus. “Porque pela graça sois salvos por meio da fé; isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Cap 2;8 e 9

Esses versos colocam a Graça como fator da salvação, e a fé, como meio.

Dois erros que o calvinismo comete, ao meu ver; um, respeita ao conceito deles acerca da salvação; outro, sua análise da forma dos Arminianos verem-na. “Uma vez salvo sempre salvo”, acreditam, argumentando que Jesus não faz as coisas pela metade; e, porque afirmamos que cremos na necessidade de determinada maneira de agir como testemunho da nossa salvação, dizem que acreditamos na salvação pelas obras. Duas inverdades.

Que O Senhor não faz as coisas pela metade, de acordo; aos que salva, salva por inteiro. Agora, esposar que não é possível apostatar da fé, perder a salvação, por negligência na perseverança, aí é ir de encontro a dezenas de textos que ensinam isso. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou, do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16 Se, podemos nos apresentar a um e outro, necessitamos ter escolha.

A árvore da ciência foi posta no Jardim, justamente porque O Eterno queria preservar o direito ao arbítrio humano. Para que, eventual obediência fosse voluntária; e, o homem pudesse se afastar do Criador, se assim desejasse. No calvinismo, os “eleitos” não teriam mais essa liberdade; estariam “condenados” a ser salvos, mesmo contra suas vontades. Isso não combina com Deus.

O fato que O Eterno escolheu algo antes da fundação do mundo, refere-se ao propósito, (salvar) e ao método, (em Cristo); os que se enquadram em ambas as coisas, propósito e método, são os “eleitos”; não houve uma pré-escolha a despeito do humano querer.

A objeção de Romanos capítulo 9, refere-se ao direito Divino de operar Seu querer mediante judeus, como na Antiga Aliança, ou incluir os gentios, como na Nova; sem dever nenhuma explicação; o que exceder a isso é mera “eisegese” condicionada por uma inclinação “à priori.” Deus “... compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” Rom 9;18 Usa judeus e gentios a despeito da aprovação de um e outro.

Não é verdade que os Arminianos acreditam nas obras como meio de salvação; a fonte é a Graça, o meio, a fé. Mas como ensina Tiago, fé sem as obras que testificam da sua existência, até os demônios a têm; creem e estremecem; nenhum deles será salvo, contudo. A crença dos que foram vivificados em Cristo carece ser também, viva.

Pois, uma fé que não regenera acaba estéril; uma regeneração que não transforma segundo o modelo original, é fraude; uma transformação que não muda o modo de agir, é mero simulacro; e um novo modo de agir, sem o testemunho das obras, é só teoria. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Não significa que tenhamos mérito algum; sem Cristo estávamos mortos em delitos e pecados. Mas, fomos vivificados para agir segundo Ele, não, para uma inércia como se fôssemos aperfeiçoados de uma vez, sem o moroso, voluntário, e necessário processo, de santificação. “Segui a paz com todos, e a santificação sem a qual, ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14 Os eleitos em Cristo carecem se santificar.

Assim, não defendemos a salvação pelas obras; antes a necessidade de atuarmos como salvos, num testemunho visível do que a graça fez, afinal, “... Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Mat 5;14

Em geral, quando se fala em obras com presumível mérito para salvação, o vulgo pensa em fazer caridade, socorrer enfermos, ajudar aos fracos, etc. Tudo coisas boas, mas o texto não se refere a isso.

Os judeus acreditavam que seriam salvos cumprindo a Lei de Moisés. E é em oposição a essa ideia, (o fim da Lei era conduzir ao Salvador) que a fé é apresentada; “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.” Rom 3;28

Nenhum Arminiano acredita nas obras da Lei, como meios de salvação; essa era uma peleja contra os judaizantes. Os cristãos sabem, todos eles, que foram salvos por Jesus Cristo.

E que carecem permanecer Nele, em meio às tentações e aflições deste mundo, para que a graça de Cristo, no tocante a eles, não se faça vã.

Os escolhidos


“Foi o número dos dias que Davi habitou na terra dos filisteus, um ano e quatro meses.” I Sam 27;7

Davi, desde jovem fora ungido para ser rei, escolhido pelo Senhor para isso. Todavia, habitou dezesseis meses em terra estranha, entre os filisteus, inimigos de Israel. Embora ele mesmo tivesse sido usado para derrotar ao filisteu, Golias, ainda assim, pela sua condição de fugitivo do rei, proscrito em Israel, foi recebido pelos inimigos e conviveu entre eles, dada a inimizade comum com Saul.

Por que, escolhidos de Deus passam por situações assim? Conforme o nicho que cada um ocupará no templo do Divino propósito, será a formatação pela qual passará, na desconstrução e reconstrução, da parte do Eterno.

Embora seja Ele que capacita aos Seus escolhidos, boa parte dessa capacitação se dá na “academia militar” das provações; na sisuda forja das privações. Com Davi não foi diferente. Invejado e perseguido por Saul, eventualmente traído pelos “amigos”, errou entre fugitivos, albergou-se entre os proscritos, fazendo-se líder de um grande contingente desses. Jônatas filho do rei era por ele, numa feliz providência do Eterno; no demais, eram só adversários.

Se as pessoas atentassem para o processo, não para o privilégio da Divina escolha, nenhum dos escolhidos a desejaria. Acaso José ansiaria pelos anos de prisão, servidão, humilhação que sofreu no Egito? Jó, para ter eternizado seu nome, difundida sua saga, desejaria passar pelo que passou?

Malgrado, no plano eterno sejam vistosas as recompensas dos selecionados, no prisma do trabalho para o qual são chamados, o sofrimento, não a honra, faz parte do pacote. Sobre a escolha de Paulo O Senhor disse: “... Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar O Meu Nome diante dos gentios, dos reis, e dos filhos de Israel; Eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo Meu Nome.” Atos, 9;15 e 16

Num tempo como o atual, onde as pessoas carecem ser chamadas para prosperidade e sucesso, senão, fogem, quantos se fariam voluntários, numa convocação para sofrer por amor? O verdadeiro Evangelho é isso. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1;29

Eventualmente um fiel pode carecer se refugiar entre os “filisteus” como Davi, vítima da rejeição e inveja procedentes dos seus. Ele deveria ser tratado como herói; fora instrumento Divino para o livramento da ameaça inimiga, quando da afronta de Golias; no entanto, era um fugitivo; o Xandão da época ansiava por “justiça”. Em geral, temos memória curta para nossas dívidas, e aguçada no que tange aos desejos.

Todavia, quando chega o tempo aprazado pelo Eterno, conchavos perdem força, perseguições empalidecem, e muitos dos próprios que laboravam como perseguidores, se fazem serviçais daquele que, na cegueira pretérita odiavam. “Então, todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebrom, dizendo: Eis que somos teus ossos e tua carne; também outrora, sendo Saul ainda rei, eras tu que fazias sair e entrar a Israel; também, O Senhor teu Deus te disse: Tu apascentarás o Meu Povo, Israel; tu serás chefe, sobre o Meu Povo, Israel.” I Cr 11;1 e 2

Removida a sombra tirana de Saul, até a memória de alguns foi curada e lembraram que Davi fora escolhido por Deus para reinar. Órfãos de um líder como estavam, enfim, buscaram ao filho de Jessé, colocando-o no lugar para o qual O Eterno o preparara.

Quando alguém íntegro está padecendo injustiças de toda sorte, há fortes indícios que seja um escolhido, errando entre inimigos, numa privação necessária de conforto, planejada na Divina escola; para que, no devido tempo esse seja guindado a um lugar de honra, para o qual O Eterno o preparou.

O escárnio dos que não servem para nada mais do que isso, também faz parte do processo. Jó, malgrado sua integridade foi alvo de zombaria de gente fútil. No auge da sua prova, disse: “Agora, porém, riem de mim os de menos idade que eu; cujos pais eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho.” Jó 30;1 

Cheio está o mundo do escárnio de sub-gentalha. Esse é o termo. Gentalha são os pais deles; eles precisam crescer para serem iguais aos tais.

O “trabalho” dessas hienas é zombar de gente de honra quando, eventualmente está sofrendo. Como no caso de Jó, O Eterno muda as coisas colocando cada uma no devido lugar; quando isso acontece, onde ficam esses? Quando certa espécie de formigas ganha asas, os pássaros ganham um lanche especial, a domicílio. Assim, o voo desses é seu fim, sua perdição.

Quem tem olhos espirituais, em pleno baquete da injustiça, antevê, o “rei” que cairá na peleja, e d’onde virá o digno sucessor.

quarta-feira, 26 de março de 2025

O atacado das fábulas


“Os que estão junto do caminho, são aqueles em quem A Palavra é semeada; mas tendo-a ouvido, logo vem Satanás, e tira a Palavra que foi semeada em seus corações.” Mc 4;15

(E se, - numa reunião no inferno – Invés de irmos arrancando as sementes, uma por uma, tivesse um meio menos trabalhoso? – Tens razão! Um pregador apenas consegue “contaminar” centenas; é cansativo para nós, nem sempre conseguimos anular os efeitos da Palavra em todos. - É isso!!! Precisamos estragar a semente! daí, tanto faz quantas pessoas atinja; quanto mais, melhor, desde que, seja uma semente falha, sem eficácia. – Bravo!! Não vamos trabalhar no varejo; antes, no atacado. Infiltraremos “semeadores” que pervertam à doutrina, e desacreditemos aos idôneos, fazendo as coisas parecerem mais fáceis que são; o homem gosta disso.)

Algo assim tem sido a estratégia do Inferno, para emporcalhar à Obra de Deus. Essa farsa cresceu de tal modo, que, atualmente supera à verdade. “Porque virá o tempo em que não suportarão à Sá Doutrina, mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme suas concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Judas disse que pretendia falar de amenidades aos salvos; “... procurando escrever-vos com toda diligência sobre a salvação comum...” esse era seu objetivo; porém, “... tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé, que uma vez foi dada aos santos; porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo; homens ímpios que convertem em dissolução a Graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Vs 3 e 4 Queria falar de flores, mas vi alguns penetras incendiando o jardim, e fui obrigado a chamar-vos para apagar o incêndio.

A intromissão de pregadores de mentiras, tem praticamente a mesma idade da Igreja. Não sei se, aconteceu no QG da oposição, algo similar à “reunião” ilustrada; mas, a perversão doutrinária desde sempre tem sido o labor favorito do canhoto e seus asseclas.

À medida do possível, se apresentam vistosos, cheirosinhos, sofisticados, para burlar nossas defesas, e vender o peixe podre como se fosse fresco. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz; não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros de justiça...” II Cor 11;14 e 15 Ele não tem apenas diabinhos chinfrins que arrancam à Palavra dos corações; tem ministros que plantam neles, travestidos de evangelistas.

O verdadeiro Evangelho não nos faz simpáticos aos ouvintes; não soa palatável aos pecadores; tampouco, recebe aplausos pela beleza retórica das suas tiradas eloquentes; antes, desnuda, constrange, compunge; malgrado, essas dores, enseja cura, salvação, onde é recebido. Quando ele é muito bem-vindo, geralmente, O Senhor não é. Após a genuína mensagem, resta muito trabalho à oposição, na tentativa de remover dos corações, as vívidas marcas que ela imprime.

Onde passa um “Evangelho” adivinhando CPFs, nomes, “incluindo” posturas que Deus excluiu, revelando macumbas, e livramentos de males futuros que supostamente O Senhor “quebrou” pelo mandado do ministro, qual trabalho resta àqueles que precisariam arrancar à Palavra dos corações? Nenhum; pois, esse simulacro barato já é A Palavra arrancada em série, pela infiltração dos farsantes de Satanás, a respingar beberagens salobras, onde deveria destilar a límpida Água da Vida. 

Onde a água é ruim, a terra não produz como foi nos dias de Eliseu em Jericó; “...é boa a situação desta cidade, como, meu senhor vê; porém, as águas são más e a terra, estéril.” II Rs 2;19

Nos dias de Judas, farsantes diluíam a Graça; o que fazem os pregoeiros da hipergraça atual, senão, a mesma coisa? Pervertem o fato, que, Deus aceita todos, mediante arrependimento e mudança de vida, na falácia que aceita a tudo; que nos quer fazer prósperos, realizados, malgrado, a vida que levemos. Dissolvem à graça, e negam a Jesus Cristo. Não com palavras; com ensinos.

Ao fazer parecer que Ele aceita tudo, suprimem o “não peques mais”, ocultam a cruz, negam a necessária santificação. “Porquanto, escrito está: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16 A identificação com O Salvador seria apenas em poder, direitos, prerrogativas; somos filhos do rei!!

A Palavra requer algo mais profundo, menos festeiro, contudo. “Ou não sabeis que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo o fomos na Sua morte? De sorte que, fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim, andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Nas águas de Jericó Eliseu jogou sal e as sarou; nos púlpitos atuais, restam poucos daqueles, aos quais O Senhor disse: “Vós sois o sal da terra...” Mat 5;13

Maçãs nos vasos


“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Prov 25;11

Nunca vi maçãs de ouro em bandejas de prata. Possivelmente fosse adorno encontrável, naquela época, nas mesas dos reis ou, de homens muito ricos. Ainda hoje se faz arranjos de “frutas”, para decoração de ambientes; os que possuíam meios faziam de metais preciosos, não de plástico, como os atuais.

Seja como for, a ideia da figura é que é algo precioso, admirável, lindo, quando a palavra é dita em seu tempo oportuno. Algo que não está dito, mas implícito na sentença, é que se trata da palavra certa, no tempo certo. Ouro e prata devem estar presentes no “arranjo”. Qual o sentido de se dizer no momento certo, a coisa errada? Assim, além de saber o quê, devemos saber ainda, quando, falar.

No Ministério do Salvador, O encontraremos por mais de três anos, falando sobre tudo, a todos que O buscavam; porém, ante o ímpio Herodes, que esperava se divertir com algum motivo para zombar, Ele não falou nada, tampouco, operou algum sinal, segundo a tola expectativa.
Achou mais oportuno o silêncio, que gastar Aramaico buscando empatia que não desejava; ainda mais, de quem era irrelevante.

Mesmo com Pilatos que governava a Judeia então, O Salvador foi parcimonioso nas falas; em dado momento o regente disse: “... não falas a mim? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e para te soltar?” Jo 19;10

O Senhor bem sabia. Apenas, não achou que o fato de estar diante da autoridade de então, fosse ocasião para pedir socorro, fugindo da missão, que, ousadamente enfrentava.

Reconheceu o poder do monarca, advertindo que o mesmo fora delegado do alto; porém, pontuou que as autoridades espirituais que o rejeitaram, pecavam em mais alto grau, do que ele estava para fazer, ao condenar um inocente. “... Nenhum poder terias contra Mim se, de cima não te fosse dado; mas aquele que Me entregou a ti, maior pecado tem.” V 20

Poderes espirituais têm maior relevância, por lidarem com coisas eternas; enquanto, os civis, lidam com as efêmeras.
Cotejando a importância dos ministros do Evangelho em relação às autoridades terrenas Spurgeon disse: “Não trocamos de lugar com reis em seus palácios; a menos que, eles também conheçam ao Senhor.”

Assim, Jesus falou o estritamente necessário, no momento oportuno; no mais, “... como um cordeiro mudo foi levado ao matadouro...” Is 53;7

“Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto a ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” Tg 1;19

Salomão esposara a ideia em dias idos: “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos Céus, tu está sobre a terra; assim, sejam poucas as tuas palavras; porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras.” Ecl 5;2 e 3

Foi ele que usou as figuras aquelas, da maçã e da bandeja, coisas que, possivelmente havia em seus domínios; seu reino foi riquíssimo.

Nem sempre a fala é fala, estritamente. Quando desfila por hipócritas, nada mais é que um disfarce, um esconderijo; nos mentirosos, armadilha; não poucos fugazes temendo o que irão ouvir, também usam-na como biombo para se esconder; presto respondem o que não sabem, cuspindo platitudes, clichês, recusando-se a ruminar o que ouvem.

Todos sabemos, infelizmente, que há vozes demais falando de Cristo, vidas de menos, seguindo-o. Segundo a Divina receita, o falar e o agir devem estar juntos, como a maçã e a bandeja aquelas; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Conhecemos ditos alusivos à seriedade disso, nos pregadores antigos. “O que és, fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.” “Pregues O Evangelho, use até palavras, se necessário.” Advertências sobre a importância de viver consoante ao que se ensina.

A transformação de quem leva Jesus Cristo a sério se torna uma mensagem, para quem vê o antes e o depois do salvo; o que fora tirado do lodo e firmado na rocha disse: “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Assim, se a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, o ver, as transformações que ela opera naqueles que ouvem, é um testemunho imprescindível, acerca da eficácia de Cristo, O Salvador.

O vaso pode ser frágil, de barro; mas, se deixando limpar, O Senhor acondicionará preciosidades nele; “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

terça-feira, 25 de março de 2025

A perversão



“A estultícia do homem perverterá seu caminho; seu coração se irará contra O Senhor.” Prov 19;3

Embora estultícia seja sinônimo de estupidez, tolice, parvoíce, não é, necessariamente, de ignorância. Pode o homem saber a boa diretriz, e por estúpido preferir outra, temerária, apenas por lhe parecer mais fácil; ou, por mera rejeição à disciplina, que, a vereda sábia demanda, para se andar por ela.

Os dois ladrões crucificados ao lado do Senhor, por exemplo: um deles se revelou sem noção, achando que, a despeito das escolhas que fizera, O Salvador lhe deveria livrar daquela pena, “se” Ele de fato, podia. O outro, na mesma sina, mostrou-se apto, a separar os cascalhos dos diamantes. Reconheceu que eles mereciam a morte, enquanto, O Senhor era inocente.

O sem noção bem sabia o que tinha feito; não era ignorante, quanto a isso; mas, esperava uma colheita totalmente diversa do plantio. Assim, acredito que podemos diferir estultícia da ignorância. A ignorância é a privação do conhecimento por fatores alheios; a estultícia, o abandono do bom siso, refém dos apontes enganosos da própria vontade.

Quando diz que a estultícia do homem perverterá seu caminho, aponta para a temeridade de se deixar algo sabidamente probo, em favor de uma aventura que soa aprazível apenas ao inconsequente que a deseja. “O caminho do insensato é reto aos próprios olhos, mas o que dá ouvidos aos conselhos é sábio.” Prov 12;15 Caso alguém tenha pensado na sina do filho pródigo, evocou um bom exemplo.

“Perverter” não é criar algo novo; antes, distorcer um conceito, doutrina, ensino que existe; corromper, alterar a natureza original, adulterar; a ignorância não pode fazer isso. Para tanto, é necessária uma escolha arbitrária na contramão da sapiência estabelecida. Diferente de errar por desconhecer o caminho, que, seria derivado daquela.

Por que, mesmo sabendo que determinada empresa será deletéria no final, o ser humano se aventura nela? Tipo consumir drogas, roubar, corromper-se, prostituir-se, adulterar, mentir... A Bíblia apresenta algumas razões: A primeira; abusar da Bondade Divina. “Porque não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11 Uma vez que, a consequência não é imediata e o prazer costuma ser, muitos brincam com a morte como se fosse um adorno da vida.

A segunda é que o homem, refém da carne, queda impotente ante o desejo do pecado; “De maneira que, agora já não seu eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 Dois “eus” pelejam; o que não quer errar, segundo o fragmento original que restou, e o que leva tudo de roldão segundo os ditames apaixonados do pecado; mesmo tendo noções sobre o que Deus aprova e o que rejeita, esse escravo acaba escolhendo as coisas erradas, pela sua servidão ao pecado.

Por fim, a ação do canhoto que veda, tanto quanto pode, a luz espiritual, para que esses reféns não vislumbrem a saída que há em Cristo. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a Luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4 Cada escândalo que ele mesmo patrocina, acaba sendo sua matéria-prima, com a qual semeia a aversão ao cristianismo, cegando aquele que, já se inclina a isso pela incredulidade.

A necessidade de nos deixarmos guiar pelo Eterno, não é uma novidade, algo que seja desconhecido. Desde dias idos foi ensinada; reiterada pelos profetas. Jeremias disse: “Eu sei ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem daquele que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

Nos provérbios temos: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Cap 3;7

Por fim, os que erram tendo pervertido seus caminhos, se irarão contra O Senhor. Eis uma consequência natural, de servir a alguém por demorado tempo. Acaba, o servo, assimilando o modo de pensar e sentir, daquele a quem serve. No caso, do ser abjeto que luta contra O Senhor.

Sobre isso A Palavra versa também: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos próprios pecados.” Lam 3;39

Sempre que um convite ao Evangelho e consequente libertação em Cristo foi
 apresentado, e esse em apreço recusou, fez uma escolha. Invés da Água da Vida, fontes rotas. “O Meu povo fez duas maldades; a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas.” Jr 2;13

A boa escolha moldará nossas vidas pouco a pouco, regenerando-nos à Imagem de Deus. A perversão obrará o contrário. “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6