quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Sinais


“O que guardar o mandamento guardará sua alma...”

A ideia vulgar é que os mandamentos são meras proibições, como se, O Eterno fosse sádico e nos quisesse ver “comendo do ruim.”

Nada mais distante da verdade. Assim como o conjunto de sinais, ao longo dos caminhos terrestres, são para os viajantes, os Divinos mandamentos para quem deseja se conduzir bem, na estrada da vida.

Aqueles, advertem dos perigos, prescrevem como nos conduzir em cada trecho. Ninguém reclama pela existência da sinalização. Antes, quando, determinado caminho está mal sinalizado, expondo viajantes a perigos, tende a haver reclamações junto às autoridades pelo desleixo comprometedor para com as vidas humanas.

Se tivermos em mente que os Divinos preceitos são as “placas” a orientar nosso percurso rumo à vida eterna, seremos gratos por eles, invés de reclamar.

Assim como, o que observar prudentemente os sinais de trânsito, tende a se conduzir de modo seguro, também o que for zeloso dos Divinos preceitos, bem ordenará seu caminho. “O que guardar o mandamento guardará sua alma...”

Desde a antiga Aliança, O Eterno expôs os motivos, para os limites que prescreveu aos Seus: “Agora, pois, ó Israel, o que é que O Senhor teu Deus pede de ti, senão, que temas ao Senhor teu Deus, que andes em todos os Seus caminhos, ames e sirvas ao Senhor teu Deus, com todo teu coração, toda tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, Seus estatutos que hoje te ordeno para o teu bem?” Deut 10;12 e 13 Ordenou minuciosamente o quê, e depois explicou o porquê; “para teu bem.”

Como cercas protetoras no entorno de lugares altos, que são colocadas ali para proteger às pessoas para que não caiam, o que lhes seria fatal, assim, os preceitos do Senhor. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

Quando A Palavra figura o caminho da vida como estreito, e as renúncias necessárias como “jugo”, o faz em atenção à nossa natureza e as suas perversas e suicidas inclinações. “Pois Ele conhece nossa estrutura e lembra-se que somos pó.” Sal 103;14

No que concerne à perspectiva espiritual, o caminho é apenas limpo, santo; mas pela vigência das más inclinações em nós, o necessário tolher dessas, reconfigura o caminho como estreito, e as escolhas espirituais como renúncias. Quanto à carne está dito: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte?” Rom 6;3 Da vida espiritual a apreciação é outra: “Porque segundo o homem interior, (espiritual) tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22

Pedro alista virtudes que devemos desenvolver ao longo da caminhada ruma à casa do Pai: “... Acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude, a ciência, à ciência, a temperança, à temperança, a paciência, à paciência, a piedade, à piedade, o amor fraternal.” II Ped 1;5 a 7

Esse conjunto de coisas é vital para que trabalhemos nossa vida espiritual, e possamos ser instrumentos de Deus para geração de outras vidas. “Porque, se em vós houver e abundarem essas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.” V 8

Pelo exercício nesses bens, pouco a pouco isso se torna o novo normal; o que fora renúncia difícil, enseja alento, prazer; e a vereda que soara demasiado estreita, começa a ganhar amplitude. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada, no Reino Eterno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” V 11

Assim como o aprendiz dum instrumento de cordas, um violão, por exemplo, no início mal consegue aferir os dedos no devido local, de modo a produzir um som nítido, mas com o tempo e exercício, aprimora-se e consegue tocar harmonias mui rebuscadas sem sequer olhar para o instrumento, assim a edificação, o aprendizado espiritual.

As coisas difíceis, tanto na esfera prática, quanto, do entendimento, discernimento, pouco a pouco, passam a ser “naturais” se formos bons ouvintes, e sobretudo, praticantes do que ouvimos. Nossa dieta espiritual vai progredindo, à medida que a vida espiritual cresce; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados, para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5;14

“Perfeitos” aqui deve ser entendido como espiritualmente maduros, não, isentos de falhas, como apenas O Senhor É.

Enfim, carecemos nos submeter aos mandamentos, mesmo quando isso parece algo difícil, ruim, até; pelo exercício contínuo na obediência, acharemos deleites onde inicialmente houve pesos; por fim, a eterna recompensa. “... exercita a ti mesmo em piedade... a piedade para tudo é proveitosa tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8
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As perseguições


“... porque nem todos os que são de Israel, são israelitas.” Rom 9;6

De Israel, identifica a origem; laços de sangue, circunstâncias em meio às quais, veio ao mundo. Israelita atina à escolha cultural, espiritual; à causa e os valores com os quais alguém se identifica, se compromete. Assim, nem todos os que lá nascem, abraçam cabalmente as coisas pertinentes àquele povo; mormente, as espirituais.

Pois, argumenta Paulo, a filiação espiritual é que mostra a descendência de Abraão, que conta para O Divino propósito; não, os laços de sangue. “Nem por serem descendência de Abraão, são todos, filhos; mas, em Isaque será chamada tua descendência.” V 7 Foi após ele crer, se arrepender e manifestar isso, que O Salvador disse de Zaqueu: “Também esse é filho de Abraão.” Luc 19;9 De sangue já o era. Crendo se tornara herdeiro da promessa.

Ismael também fora filho de Abraão; mas os escolhidos seriam os da descendência de Isaque, pela promessa de abençoar em Abraão a todos os povos, “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3 o que se cumpre, em Cristo. Malgrado nossa origem devemos crer no Salvador, pois. “Nós, (cristãos) somos filhos da promessa, como Isaque; mas, como então, aquele que era gerado segundo a carne, perseguia o que era segundo o espírito, assim também é agora.” Gál 4;28 e 29

Não que Isaque tenha sido concebido pelo Espírito, conforme foi Cristo; mas, seu nascimento fora prometido tardiamente, do ponto-de-vista da natureza; tanto que, Abraão e Sara desistiram de esperar e arranjaram um “plano B”, donde veio Ismael. Para mostrar a fidelidade do Eterno, bem mais tarde, o prometido sucedeu. Assim, Ismael é tido como, gerado segundo a carne, a natureza humana; Isaque, segundo o espírito; a fidelidade Divina.

Deixando a saga dos judeus e trazendo para nosso contexto, nem todos os “cristãos” são salvos. Embora se digam atuantes na esfera da Promessa, em Cristo, o critério do Eterno vai além do que professamos, para identificar quem, deveras, somos. 

Paulo acentua a seriedade de tomarmos sobre nós o Santo Nome do Salvador: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: Deus conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se, Ele em nós não obrar uma transformação visível, que salte aos olhos dos que nos conheceram antes, e conhecem agora, estando Nele, há fundadas razões para duvidarmos da nossa conversão.

Embora, nem todas as conversões sejam traumáticas como a descrita no salmo 40, “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” V 2 mesmo a conversão menos estrondosa, deverá ser igualmente visível. “... muitos, verão, temerão, e confiarão no Senhor.” V 3

Falando da necessária transformação dos que O recebem, O Salvador ensinou: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Mat 5;14 Embora, aparecer não seja nosso objetivo, fazer Cristo aparecer em nós é uma necessidade.

Um “cristianismo” que não se compromete, sob o argumento de não ser “polêmico”, que passa despercebido, malgrado, vivendo entre muitos, certamente é uma fraude.

O confronto necessário de verdade com mentira, luz com trevas, fatalmente nos indisporá com o “cristianismo” inclusivo da moda; nos fará alvos de ataques, cuja origem, o próprio texto já visto, expõe: “... aquele que era gerado segundo a carne, perseguia o que era segundo o espírito...”

Assim, embora desagradáveis, dolorosas até, as perseguições são melhores, no prisma do testemunho dos Céus sobre nós, que a aceitação. “Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é O Reino dos Céus; bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Malgrado, combatentes à higiene espiritual necessária, usem argumentos como religiosidade, legalismo, fundamentalismo etc. contra nós, tencionando parecer que, por se dizer “inclusivos, tolerantes” são melhores que nós, a última palavra sobre o que é réprobo, ou probo, em Cristo, virá Dele mesmo, não do mundo.

Quem leva A Palavra Dele a sério, não carece o testemunho de outras palavras. Ademais, a unidade global, tencionada para os últimos dias, use os rótulos que usar, é derivada da rebelião contra O Senhor. “Os reis da Terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor; e contra O Seu Ungido, dizendo: Rompamos as Suas ataduras, sacudamos de nós, Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Enquanto os professos “sacodem Suas cordas”, os que são Dele, submetem-se ao Seu jugo.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

A boa vontade


“Glória a Deus nas alturas, paz na terra! Boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Cântico dos anjos, por ocasião do nascimento do Salvador.

Se, a ordem dos fatores não altera o produto, em matemática, em literatura, mera mudança de ênfase, acréscimo ou omissão de uma vírgula, pode mudar tudo.

Da ênfase, vejamos: “O SENHOR é o meu pastor”, é totalmente diferente de dizer, “O Senhor é o MEU pastor.” Pois, no primeiro caso a ênfase está na essência do Pastor; no segundo, deriva dum sentimento de posse, egoísta. Embora as palavras sejam as mesmas, o espírito não é.

A vírgula; “O espírito vivifica, a carne para nada presta...” Como disse Jesus; ou, “O espírito vivifica a carne...” como leem alguns descuidados, mudando totalmente o sentido.

Ainda; “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar; tendo pouca força, guardaste Minha Palavra...” Apoc. 3;8 Alguns leem: “... ninguém pode fechar tendo pouca força...” essa omissão do ponto e vírgula estraga totalmente o texto.

Agora, mudar a expressão, “Boa vontade para com os homens”, como se ela dissesse, “Aos homens de boa vontade”, como fez o catolicismo, e reverberou o espiritismo, chega às raias da canalhice.

Se assim fosse, a Paz de Cristo disposta apenas aos tais homens, não chegaria a nenhum.
Pois, “... têm se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. O Senhor olhou desde os céus, para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus; desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 14;1 a 3

Paulo citou isso: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10

O Salvador também mensurou nossa “bondade”; “... não há bom senão, Um só, que É Deus.” Mat 19;17

Logo, se a “paz na terra” fosse disponibilizada apenas aos homens de boa vontade, ela poderia ser levada de volta sem ser usada.

Entretanto, se lermos o texto como ele foi escrito, Boa vontade (graça) para com os homens, apesar de serem maus, pecadores, então, em Cristo todos podem fruir essa paz bendita com O Criador. Paulo expressou categórico: “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Quem não entender que, sem Cristo sua situação é de inimigo de Deus, jamais buscará a reconciliação, da qual, sua vida depende. Se não houvesse inimizade, também não haveria necessidade de um mediador entre as partes; contudo, está dito: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens; Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Mesmo os “cristãos”, se invés de fidelidade irrestrita à Palavra, preferem agradar o mundo, abraçando sua cultura e valores duvidosos, manifestam pelas suas escolhas que a inimizade permanece. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Aqueles que enfatizam a correção, invés do amor incondicional, tão ao gosto dos desobedientes, não raro, são acusados de juízes, de religiosos, legalistas, fanáticos, etc.

A ideia sentimentalóide que, o amor e a correção são coisas excludentes, uma ou outra, é filha da irresponsabilidade inconsequente, de gente ímpia, que capitulou à sedução dos provedores à carne, não, derivada da Palavra de Deus, que ensina como andar em espírito. A salvação foi condicionada a isso, aliás: “Portanto agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.” Rom 8;1

Na Palavra, o Amor Divino e a correção são consortes; “Porque O Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apoc 3;19

Enfim, se há alguns que se pretendem de boa vontade, entendam que estamos de tal modo, impregnados em práticas adversas ao Divino querer, que carecemos profunda e cabal desintoxicação dessas coisas mundanas, para, enfim, aprendermos a Vontade do Criador.

Paulo amplia: “Rogo-vos, pois, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação dos vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se houvesse algum “albino” de boa vontade, desse não seria requerido o “Negue a si mesmo”. Contudo, a boa vontade do Pai requer que a nossa seja mortificada na cruz. Sem isso, não haverá Natal.
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Os desobedientes


“... porquanto rejeitaste a Palavra do Senhor, já te rejeitou O Senhor, para que não sejas rei sobre Israel.” I Sam 15;26

Quando do êxodo, o povo de Amaleque cometera pilhagens várias, assassinatos, atacando velhos e doentes que marchavam na retaguarda. Essa covardia facilitara às pilhagens que cometiam, sem carecer um enfrentamento mais duro. O Senhor silenciara.

Porém, estabelecido o povo no seu lugar, ordenou a Saul que varresse aqueles latrocidas da face da terra. Humanos e animais todos deveriam ser extintos. Mas ao ver o viço dos rebanhos de Amaleque, alguns sucumbiram à cobiça, sob a permissão de Saul, e pouparam os animais para “oferecer ao Senhor”. Também ao rei Agague, trouxeram vivo, malgrado, a sentença de morte.

(a hipocrisia tenta mascarar a desobediência com alguma nuance virtuosa. Os animais que ofereceriam “ao Senhor”, seriam eles que comeriam) O Senhor diz: “Se Eu tivesse fome não te diria; pois, Meu é o mundo e toda sua plenitude. Comerei carne de touros ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;12 e 13

Após o retorno de Saul com uma obediência parcial, que a rigor, foi desobediência, Samuel lhe disse as palavras aquelas. Porque rejeitaste a Palavra do Senhor, Ele te rejeitou para governar.

Não significa que os governantes da Terra sejam seguidores do Eterno. Embora presida sobre tudo, O Senhor permite as escolhas que aprouverem aos povos. Porém, no que tange estritamente ao Seu Reino, a Igreja, quem rejeitar Sua Palavra, ainda que, parcialmente, estará desqualificado.

Não apenas a aptidão para governar, os que rejeitam À Palavra, abdicam da sabedoria também. Jeremias apreciou uns que, escreviam muitas coisas “espirituais” tentando atrair o povo, invés de o conduzir pela Palavra. “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a Lei do Senhor está conosco? Eis que, em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram À Palavra do Senhor, que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Salomão disse: “O temor do Senhor é princípio da sabedoria...” Prov 1;7 então, “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5 Nós carecemos nos adequar À Palavra, não o contrário.

Existem muitas formas de rejeitá-la fingindo obedecer, como fizeram aqueles. Alguns parecem querer ajudar ao Eterno em Suas “fraquezas”, uma vez que “os tempos são outros” também a Palavra Dele careceria ser “atualizada”. O Eterno teria sido surpreendido pelo curso do tempo, careceria de ajuda. (?)

Paulo, que foi feito expoente de grande parte do Novo Testamento, tinha outra percepção: Se, aos gregos, amantes da filosofia, com sua mitologia eivada de deuses imortais, a ideia que O Deus Todo Poderoso ficasse ao alcance da mão humana, se deixando matar, era loucura, observou: “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus, é mais forte que eles.” I Cor 1;25 Disse mais: “Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Aquele que “anuncia o fim desde o princípio”, seria surpreendido pelo desenrolar da maldade humana ao longo do tempo? Ou, O que É Perfeito em Sabedoria, seria suplementado por alguns melhoramentos vindos das nossas mãos?

Também os pretensos editores da Palavra da Vida têm seus “motivos nobres” para fazer isso. Invés de desobediência, o que pretendem é “atualizar” ao que estaria superado pela nova “moralidade”; não para pervertê-la, antes, para “incluir” um monte de “gente boa” que estaria ficando de fora, se a Palavra fosse observada nos moldes originais. Oportuna a pergunta de Abraão: “... Não faria justiça O Juiz de toda a Terra?” Gn 18;25

Pois é. Algumas percepções antiquadas careceriam ser modernizadas também; como a de Agur: “Toda A Palavra de Deus É Pura; escudo é para ao que confiam Nele; nada acrescentes, às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Enfim, a correção que coube ao teimoso Saul, achando que a desobediência poderia ser “compensada” pelos ímpios atalhos da mão humana, inda vale: “... tem, porventura, O Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, quanto, em se obedeça à Sua Palavra? Eis que o obedecer é melhor que o sacrificar, e atender é melhor que a gordura de carneiros.” I Sam 15;22

Ademais, se invés de obedecer aos Divinos preceitos, em tudo, inclusive na sexualidade, alguém pode ser “incluído” por ser gente boa, pelas demais coisas que faz, teríamos a doutrina da salvação pelas obras, invés de pela fé, em obediência à Palavra.

É pela fé. Essa remete ao “caminho estreito”; o resto, por bem intencionado que pareça, é desobediência.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

O espírito do Natal


Outro dia, deparei com uma frase espirituosa, que me fez pensar. Dizia: “A diferença entre o Halloween e o Natal é que naquele, fingimos ser maus; nesse, fingimos ser bons."

Entre um fingimento e outro, acho que quando nos paramentamos de maus, estamos mais próximos da verdade. A Palavra de Deus ensina: “Não há um justo sequer.” Os que se incomodam lendo isso são os que, mais rápido testificam que é verdade. Pois, atribuem à Palavra de Deus, erros; e a Ele, imperfeição. Pior que mau, isso é blasfemo.

A maioria dos cristãos ainda não entendeu que somos chamados para confrontar o mundo, não, nos alinharmos a ele. “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas porque não sois, antes, Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” Jo 15;19 

Não que devamos ser mal educados, enxeridos, deselegantes; mas, podemos ser diferentes pelo exemplo, e saber expor os motivos, se inquiridos.

Alhures, a institucionalização da hipocrisia, saudações “amorosas” dos que se detestam, faz parte do pacote, do dito “Espírito do Natal”.

Os que levam Jesus Cristo a sério, mesmo dentro das suas casas encontram oposição. “Cuidais que vim trazer paz à Terra? Não vos digo, antes, dissenção. Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa; três contra dois, e dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, o filho contra o pai, a mãe contra a filha, a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra sua sogra.” Luc 12;51 a 53

Portanto, essa história que o Natal é o tempo das famílias unidas requer, na maioria dos casos, a ausência do Senhor. Sob a batuta do Noel, toda falsidade é encorajada.

Jesus Cristo estando, deixa em maus lençóis aos que vivem em trevas; Ele é a Luz. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Um cristão autêntico acaba sendo o proverbial “soldadinho-do-passo-certo” onde o mundo marca sua cadência.

O máximo de “luz” que o Natal do Noel consegue são essas miríades chispantes “Made in China”, que obram o disfarce das trevas espirituais reinantes. A Luz de Cristo não fulge alguns dias apenas; brilha no caráter, nas ações, não nas fachadas.

Os “cristãos” natalinos, que se atiram sobre essa parafernália amoral, aos moldes do mundo, invés de estar contextualizando sua fé, como pretendem alguns que fazem certas ressalvas para ser iguais ao mundo, estão apenas se amoldando à hipocrisia reinante, por incapazes de suportar, inda que de forma tênue, o “vitupério de Cristo.”

Muitos gostariam de criticar severamente a um texto como esse, mas não farão; fazendo acabariam “assinando recibo” de que o mesmo é verdadeiro e os incomoda.

Estou perplexo por constatar que não somos capazes de resistir nem às seduções mínimas; como será quando o sedutor mor se levantar e praticar com “sabedoria”, na pele do Anticristo?

Quantos cartões com votos de “Feliz natal” serão enviados entre adúlteros, mentirosos, promíscuos, corruptos, ladrões, farsantes...
Cristo é mais seletivo em Seus “votos”; invés de um “Feliz Natal” indiscriminado, a qualquer um, para ser agradável, ele o faz de modo seletivo, por ser verdadeiro: “Felizes os pobres de espírito; (humildes) Felizes os limpos de coração, os que têm fome e sede de justiça, os perseguidos por causa do Meu Nome, os pacificadores...” Mateus cap 5ss

Desgraçadamente nessas épocas a morte usa tarrafas invés de anzóis; basta ver o acidente em Minas Gerais com mais de quarenta mortos, a avião em Gramado dos que foram em busca do “Natal”, a queda da ponte no Rio Tocantins, etc. Seria esse “avivamento” da morte um testemunho da atuação do “Espírito do Natal”?

Ora, fazer caridade socorrer aos desvalidos é virtuoso sempre, sobretudo se o fizermos sem chamar o aplauso humano, apenas diante de Deus. Essa tentativa de ficarmos “bonzinhos” por um dia e vivermos os demais às nossas ímpias maneiras, só piora nossa já ruim situação.

Não significa que as luzes dispostas nas praças e fachadas não formem coisas belas ante nossos olhos. Mas, quem crê em Jesus Cristo tem outro tipo de visão. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e aprova das coisas que não se vê;” Heb 11;1

Embora respeite aos que fazem decorações de Natal, só consigo admirar aos que deixam O Senhor, não o Menino Jesus, adornar suas almas para que, capacitados por Ele produzam, enfim, o fruto do Espírito, para a Glória de Deus, em todos os dias do ano. Assumindo cada um, as suas maldades e se arrependendo delas, aprendendo a bondade segundo O Senhor.

O lamaçal


“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Para alguém poder falar dessa forma, carece antes de mais nada, saber a diferença entre lodo e Rocha. Quem não sabe uma coisa assim tão elementar? Acontece que aqui, são figuras de linguagem, descrevendo uma situação moral, espiritual. Para tanto, quem não aprender a ver as coisas como O Santo vê, terá problemas em identificar corretamente, a cada uma.

Tendem as pessoas a ver e valorar às coisas a partir de si mesmas; “A moral do lobo é comer ovelhas, como a moral da ovelha é comer grama.” Escreveu Anatole France. A inversão de valores é o derivado natural, do vício humano de endeusar às próprias percepções, legitimar predileções, alheio ao Eterno.

A percepção particular da vida, acaba valorando ao ser, por inteiro. O Salvador ensinou: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;22 e 23 Percepções segundo a natureza, não segundo Deus, colocam a mercê do príncipe das trevas que domina sobre a natureza caída.

Paulo descreveu a saga humana, como estando nós restritos a um limite de tempo e espaço, para buscar a Deus; “... se, porventura, tateando o pudermos achar...” Atos 17;27 A cegueira espiritual do homem alienado do Eterno.

“O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19 Em contraponto, os que são justificados em Cristo, pouco a pouco são capacitados a ver as realidades espirituais; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito.” V 18 Esse ditoso pode deplorar o fato de ter estado na lama, porque a consegue identificar; passa a ser firmado nos valores Divinos, a Rocha.

Invés de ficar saudoso rebuscando o passado e contando as barbáries pretéritas, como os que se orgulham se ser ex isso, aquilo, um convertido deixa pra lá as coisas da lama e avança para outras melhores. “Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais?” Rom 6;21 O passado causa vergonha, não é motivo para ser rebuscado.

Não se trata a conversão, de mera mudança de habitat. Aquele que pretender sair do seu ambiente natural e vir a Cristo, sem uma mudança sobrenatural, o novo nascimento da água e do Espírito, até poderá figurar por um tempo, mercê de conveniências, ou patrocinado por habilidades teatrais. Mas, chegará uma crise, a prova, e nessa, a vera essência sairá à luz. Por isso, o salvo, além de evitar maus conselhos, ambientes, companhias, deve buscar a edificação no Senhor; “Tem seu prazer na Lei do Senhor e nela medita dia e noite.” Sal 1;2

Pedro aprecia uns que até saíram do lodo para a Rocha, mas continuaram acariciando a saudade da lama, invés de adotarem nova dieta, sóbria, espiritual; em dado momento, migraram de volta ao lixão do qual haviam saído.

“Porquanto, se depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o último estado, pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora, não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: o cão voltou ao próprio vômito, a porca lava ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

A não adoção da dieta ovina preservou a índole do cão. Embora alguns advoguem que não se pode perder a salvação, os que isso fazem sequer haviam se convertido, as reiterados exortações à perseverança apontam noutra direção.

Pois, os que vieram e fruíram de Cristo retrocedendo, valoraram à Rocha como inferior à lama; “Porque é impossível que os que já uma vez fora iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus e O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Antes que, de atitudes, a conversão requer mudança de mentalidade; “Deixe o homem ímpio seus caminhos, e homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor...porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Antes de tirar os pés da lama, O Eterno tira a lama das mentes.
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