segunda-feira, 29 de julho de 2024

Vestes nupciais


“Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” Ecl 5;15

Ninguém levará bens materiais consigo ao partir. Embora não seja sepultado nu; na verdade muitos pobres recebem na morte, roupas que não podiam usar, enquanto vivos.

Como aquilo respeita ao corpo, permanece o fato de que a alma ingressa na eternidade, nua. Em geral, embora aconselhe a diligência das formigas quanto ao trabalho, para não sermos vitimados pela fome, A Palavra de Deus ensina a priorizarmos as coisas espirituais, dada sua relevância eterna.

Tendo O Senhor multiplicado o pão para muitos, uma multidão acercou-se Dele querendo mais, Ele advertiu: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai, Deus, O selou.” Jo 6;27

Com outras palavras ensinou a prioridade que nos convém: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33 antes dissera: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e ferrugem tudo consomem; onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem consomem; onde os ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;19 e 20

É lugar comum, que os valores estão invertidos. Porém, muitos incorrem nesse erro sem perceber. Não raro, nos incomodamos com a inversão de valores, imediata, nas coisas atinentes a essa vida; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Porém, quando priorizamos às coisas materiais, em prejuízo das espirituais, também estamos agindo na contramão do que professamos. Paulo advertiu: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 uma vez que, devemos desapegar das riquezas, e suportar as aflições necessárias, visando o porvir.

Escrevendo a Timóteo, exortou-o, para que se aplicasse à devida “malhação” esperando o devir; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Vamos ingressar à eternidade, “nus”, referente aos bens materiais. Mas podemos adquirir um tesouro lá, não, das riquezas possíveis até aos ímpios.

O que sabemos do futuro, deveria influir no nosso presente, se, levamos isso a sério.
A José, interpretando um sonho do Faraó foram mostrados os próximos catorze anos. Sete de fartura, outros sete de fome. Agiu à luz do que vira. Aconselhou que se fizessem grandes depósitos nos dias de bonança, para suprimento nos dias de carência. O que, uma vez feito, preservou-lhes a vida.

Sabendo que o fogo da Ira Divina se voltará contra todas as obras da impiedade, Pedro argumentou: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, elementos ardendo, se fundirão?” II Ped 3;11 e 12

O apóstolo mesclou a resposta junto com sua pergunta. Devemos ter sentido de urgência espiritual, vivendo em santo trato e piedade, para sermos livres do fogo ardente que virá.

Mediante Isaías, O Eterno dissera: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, vossa alma se deleite com a gordura.” Is 55;2

Certa ambição por melhorar de vida é saudável, e todos a temos. O problema é o amor ao dinheiro, o trato idólatra do metal, quando, invés de um meio, para muitos, se torna um fim. Nesse caso, a pessoa o coloca no lugar de Cristo, excluindo da sua vida ao Salvador. “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro; há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Luc 16;13

Enfim, se no prisma material iremos todos nus ao porvir, no espiritual somos desafiados a usar vestes nobres; “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.” Gál 3;27

Em Apocalipse encontramos os salvos em vestes de gala; “Foi-lhe dado (à igreja) que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8

Dessas vestes, pois, devemos ser zelosos. “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8

domingo, 28 de julho de 2024

A glória do servo


“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade.” II Tim 2;15

Timóteo deveria investir tempo e estudos na preparação, de modo tal, a ser aprovado pelo próprio Senhor.

Nada mais coerente. De alguém que se dedica a determinado labor, o que se espera é que entenda daquilo, domine o trabalho que escolheu. Igualmente o obreiro; também é um trabalho; e não respeita a ganhar o pão, estritamente; antes, a ser um representante de Cristo, na busca por almas para a salvação. Por isso, precisa passar pelo “RH” celeste. “Porque não é aprovado quem a si mesmo louva, mas aquele a quem O Senhor louva.” II Cor 10;18

Suponhamos que eu me atreva a posar de eletricista; que ligue determinada carga num fio inadequado para a mesma. Meu erro faria dano a uma casa; mas, poderia ser reparado com ajuda de um especialista.

Porém, se ousasse nas coisas que respeitam à vida espiritual, à salvação, sem o devido conhecimento; almas que recebessem meus “cuidados” poderiam partir fiados apenas neles, que não estavam de acordo com a Doutrina de Cristo. Como se consertaria isso, uma vez que as vidas “tratadas” pelos meus métodos já partiram? Por isso, a seriedade maior, no trato das coisas espirituais, em relação às ordinárias.

Entretanto, quanto mais séria a ocupação, desgraçadamente, parece que menos preparados estão os que se atrevem a elas. Aprender alguns cacoetes e assumir grandes responsabilidades nessa área é temerário.

A facilidade de acesso, sempre esteve atrelada aos caminhos falsos. “... Qualquer que vem consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II Cron 13;9

Qualquer um, estúpido e ousado o bastante para profanar ao Santo Nome de Deus, circula por todos os lugares, entregando as coisas que, supostamente, “Deus lhes mostra”. Sempre auspiciosas promessas, portentosos ministérios, e graciosas portas abertas, para pessoas que ainda carecem desesperadamente de correção, para aprender viver em santificação.

Eventualmente, um fato grave está prestes a acontecer nos ministérios que incensam a esses “profetas”; quando acontece, pega todos de surpresa. O que diz A Palavra? “Certamente O Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado Seu segredo aos Seus servos, os profetas.” Am 3;7

Por que não foram usados para prevenir antes que tal estrago acontecesse? Porque não são profetas. Seus olhos cobiçosos são embaçados pela película dos interesses rasos, e ineptos para ver na dimensão espiritual. Deus não Se revela a farsantes; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Se, o preparo, a edificação se mostram indispensáveis aos obreiros, mesmo para perseverarmos na fé, sem sermos vítimas desses salafrários espirituais, carecemos aprendizado também.

Depois de arrolar os meios usados pelo Senhor, Apóstolos, Profetas, evangelistas, pastores e doutores, Paulo colocou o “teto” ao crescimento que devemos buscar; devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;13

Também expôs o objetivo: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” V 14

O Eterno chamou “coisas loucas”, é certo, mas chamou-as para que abraçassem à vida, com as condições que foram propostas; “E a vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” Jo 17;3

Logo, conhecimento na esfera espiritual é indispensável, aos obreiros, para que façam de modo probo, à Obra do Senhor; e necessário a todos os cristãos, para que não sejam desviados da sã Doutrina, pela astúcia dos fraudulentos infiltrados.

Desde dias antigos, esses servos do maligno semeiam a cizânia no seio do povo de Deus. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v;4

Enfim, se seu “cristianismo” respeita a decorar alguns chavões, e pedir orações a alguém mais preparado, quando numa situação difícil, você não é cristão.

A glória de um servo não é usar rótulos portentosos; antes, ter uma relação íntima com O Senhor, conhecendo-o, e aos valores que Ele aprova. “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender e conhecer, que Sou O Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz O Senhor.” Jr 9;23 e 24

sábado, 27 de julho de 2024

Os jogos LGBTs


“Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei, também.” Luc 6;31

A isonomia, a igualdade, tão cantada em prosa e verso, e espezinhada ao sabor das conveniências, por gente sem honra.

Não que haja uma igualdade absoluta, onde, pessoas careçam abandonar o que são, apenas visando encaixar em determinado molde, a pretexto de alcançá-la.

Aristóteles se impõe: “A pior forma de desigualdade – disse – é considerar iguais, aos que são diferentes.”

A igualdade saudável atina aos direitos e deveres da cidadania, sem mensurar o que cada um é, ou representa para a sociedade na qual está inserido.

O professor, o comerciante, o lixeiro, o construtor, todos são iguais no que tange à cidadania; porém, socialmente, cada um desempenha seu distinto papel.

Ontem por ocasião da cerimônia de abertura dos jogos olímpicos em Paris, o lema da revolução francesa, “Liberdade Igualdade e Fraternidade” foi posto.

Porém, tivemos que lidar com as conveniências cínicas, dos que enfatizam e defendem algo, quando tal defesa lhes interessa, e presto mudam de lado, se, o interesse muda.

A fraternidade pode ser entendida em dois aspectos. O espiritual e o humano. No caso espiritual, apenas os que professam crer na mesma doutrina se entendem irmãos espirituais. No caso da fraternidade humana, basta respeitar as diferenças do semelhante, em seus credos, valores, regras comuns de convívio, e ela se estabelecerá.

Os jogos olímpicos visam isso; integração, interatividade, malgrado as diferenças, congregando povos de distintas culturas numa competição com regras iguais.

A cerimônia de abertura deveria ser um “Bem-vindo” a todos os povos, sem nenhum tipo de suscetibilidades à prova, mas, não foi assim. A lacração do chamado movimento “Woke”, que a pretexto de diversidade e inclusão se dá ao direito de espezinhar aos diferentes, deixou evidente que a fraternidade não compareceu ao evento.

Muito menos, a igualdade. Um surfista brasileiro que pintou suas pranchas com imagens do “Cristo Redentor” foi proibido pelo Comitê Olímpico, de manifestar essa “Intolerância religiosa”; teve que repintar seu material, para poder competir. 

No entanto, os “fraternos” organizadores, blasfemaram do quadro da “Santa Ceia” um símbolo que muitos cristãos veneram. Fizeram uma encenação ridícula, com travestis e drag queens, uma criança até, em crasso desrespeito. Aí, invés de intolerância blasfema, tratava-se de “liberdade de expressão, diversidade.”

Assim, um cristão não pode manifestar sua fé, pintando um símbolo em seu material esportivo; mas, eles os anticristãos, podem ridicularizar da fé alheia, em nome da “liberdade”.

Pois, também a liberdade acabou nos esgotos de Paris. O que deveria ser uma festa esportiva multicultural, ostentando nuances de 206 nações, foi reduzida a uma pífia lacração LGBT, esses que criticam a tudo e a todos, mas, não aceitam ser criticados.

Uma das características dos homens dos últimos dias, segundo Paulo, seriam os hipócritas, farsantes; atuariam, “Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3;5

Esses, fizeram lema dos três valores; “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, sem respeitar a nenhum.

Nós respeitamos isso, sem tocar trombeta. Pregamos o Evangelho, sem forçar ninguém a crer; o fazemos a toda criatura; nenhum ser, por errado que esteja, deixa de ser alvo do amor de Cristo que chama para redimir.

Quanto à fraternidade, não somos tão “inclusivos” uma vez que A Palavra só considera filhos de Deus, os que nascem de novo em Cristo. Os demais são criaturas de Deus. Assumimos essa distinção bem da verdade. Isso não nos faz melhores, nem constrange a desprezar ninguém.

Como fomos alvos da graça redentora, desejamos que todos sejam.

Não se trata de liberdade se ser gays; isso todos têm. Usam, os ativistas dentro disso, como uma força política para atacar ao cristianismo que odeiam. Por que não fazem isso contra os Islâmicos, que em muitos lugares matam aos gays? Porque a resposta desses não seria tolerante como a nossa; vide, o que os radicais islâmicos fizeram contra o jornal Charlie Hebdo, há algum tempo.

O mundo é essa bosta mesmo, sob o domínio do falso deus que o rege; o ódio dele contra nós, embora incomode, é um recibo assinado, em duas vias, de que não pertencemos a ele. O Salvador disse que seria assim. “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” Jo 17;14

Pouco me interessam os jogos LGBTs em curso. Todas as medalhas do mundo não valem um dia com Cristo; e nos está proposta uma vida.

Quem precisa alugar rótulos bonitos para defesa das suas práticas, de modo oblíquo já as reconhece como feias. Não precisamos nada além dos fatos; bem sabemos onde terminam as lacrações da mentira. “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O Espírito Olímpico


“Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Alguns analisam à festa de abertura dos jogos olímpicos, em busca de mensagens subliminares de orientação maligna.

Ora, aquela festa celebra à sagração do motim, da ruptura da humanidade com O Criador.

A tão celebrada “Chama Olímpica” que traria seu espírito para “abençoar” os jogos, deriva da versão mitológica da queda do homem. O fogo que “Prometeu” teria furtado aos deuses e dado aos humanos; uma paráfrase relendo a tentação do Éden, onde a serpente prometeu divindade se o homem agisse em autonomia ao Criador, embora, o resultado fosse a morte.

A Grécia, onde tudo começou recebe a honraria de ser a primeira delegação a desfilar. Os Helenos foram o berço da filosofia, meio pelo qual, o homem entenderia e explicaria o mundo por si mesmo. Malgrado, os esforços de tantos, nunca foi a lugar nenhum.

O Conhecimento na esfera espiritual depende de revelação, não de reflexão. “... ninguém conhece o Filho, senão Pai; e ninguém conhece O Pai, senão O Filho, e aquele a quem O Filho O quiser revelar.” Mat 11;27

Foi aos filósofos, os Estoicos, adeptos do ascetismo, e Epicureus, cultores do prazer, que Paulo disse, em plena Colina de Marte: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam.” Atos 17;30

A ignorância em apreço era a tentativa de se honrar ao Eterno, cultuando imagens. Mesmo os filósofos faziam aquilo. Não importa quão desenvolvidos sejamos os intelectos; para as coisas espirituais, carecemos beber de Cristo, não, da filosofia. “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Então, as Olimpíadas, no aspecto espiritual, são uma celebração das crenças mitológicas forjadas na Grécia, com seus muitos deuses imortais, titãs, eivados de vícios, como ciúme, violências, mentiras, desejos carnais, bem aos moldes pecaminosos, humanos.

A ideia de um Deus que se deixasse sacrificar por amor aos humanos para salvá-los, não descia aos paladares filosóficos deles. Paulo pontuou: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus... Cristo crucificado é escândalo para os judeus, loucura para os gregos.” I Cor 1;18 e 23

Para humilhação dos supostos sábios, Paulo ironizou; “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” Vs 25

No prisma esportivo, a Olimpíada é mera disputa humanista; no espiritual, tem as espúrias origens que vimos. Certo narrador que transmitia a abertura dos jogos disse: “Aqui está o que a humanidade tem de melhor.” Na arte de competir, uns contra os outros, certamente.

Porém, Cristo nos chama a “competirmos” conosco mesmos, resistindo às últimas consequências, a ideia de pecar; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Não vem buscar aos melhores; chama aos ruins, desafia a que se arrependam e mudem de vida segundo Seus Ensinos. Aos que assim fazem, em Sua Vinda, dará mais que uma medalha de ouro, uma coroa. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos os que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

A Palavra de Deus, nada tem contra esportes, exercícios físicos; porém, aos que se deixam guiar por ela, enfatiza a excelência dos exercícios espirituais, pelo alcance que têm; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Carecemos a maturidade que a Palavra Viva dá, para entendermos a futilidade das honras efêmeras, ante às eternas. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Enfim, não há mensagens subliminares nos jogos olímpicos. São a celebração do motim contra “O Piloto” do planeta e Suas Leis.

Vimos a maior parte do percurso da chama que simboliza o Espírito Olímpico feito por alguém usando máscara. Aquele que está arrastando a humanidade à perdição, se pretende benfeitor; usa máscaras como “integração, inclusão, diversidade...” com as quais mantém viva a chama da rebeldia dos amotinados.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Verdes pastos


“Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.” I Ped 4;2

Nascermos de novo em Cristo, significa que, a vida espiritual perdida foi regenerada em nós que cremos. Entretanto, a natureza carnal inda pulsa, desejando as mesmas coisas que ansiava antes.

Tolher desejos adversos a Deus e Sua vontade, é o papel da obediência, a cruz que devemos tomar diuturnamente. Essas inclinações perversas não mudam; a carne segue sua rebeldia natural, embora, em espírito possamos agora, em Cristo, escolher novos rumos. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A conversão implica levarmos a vontade Divina às últimas consequências; no caso de Cristo, foi a cruz. No nosso, devemos, como Ele, deixar nossas vontades naturais, de lado. Pois, mesmo vivendo ainda, para efeitos das más inclinações é como se tivéssemos morrido. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

“Morrer” Nele é indispensável, para que sejamos capacitados ao novo viver. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Sabedor das más inclinações carnais, aos que creem Nele, O Senhor “turbina” para que possam agir de um modo diferente. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O risco de cairmos, espreita, porque a natureza carnal inda palpita. Seria estúpido presumir que, porque recebemos vida espiritual, estaríamos vacinados contra todos os desejos impuros. A vida espiritual “apenas” colocou em nós um poder que a natureza não tinha, de escolher agir segundo Deus. Concorre O Bendito Espírito Santo, tentando nos persuadir às melhores escolhas.

Quando formos glorificados, estaremos livres desse aguilhão dos desejos carnais. “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.” I Cor 15;42 e 43

O arbítrio humano oscila entre as demandas naturais, perversas, e as diretrizes do Espírito. Escolhas numa ou noutra direção, terão consequências. “... Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gl 5;16 Aconselhou Paulo. Pois, “O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gl 6;8

Assim, o arbítrio humano não é tão livre como poderia insinuar a expressão, “livre arbítrio.” É livre no sentido que a escolha é estritamente dele; não foi delegada a terceiros. Porém, só há duas possibilidades de escolha, ambas, servis. Escolhemos segundo a carne do pecado, que age em consórcio com Satanás, e nos fazemos servos dele; ou, segundo o espírito, iluminado e capacitado pelo Espírito Santo, preservando a condição de servos de Deus.

Independente de nossas presunções, profissões de fé, escolhas ideológicas, filosóficas, a diretriz que obedecermos identificará a quem pertencemos. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Quanto mais espiritual alguém for, tanto mais, tende a ser rejeitado, nos lugares acostumados à dieta carnívora. Os verdes pastos e as águas tranquilas não apetecem aos que não são ovelhas. Esses ambientes são redis de falsos profetas, pastores mercenários.

Muitos confundem movimento com direção Divina, e barulho, com unção. Se uma diligência passar pela pradaria, poeira subirá, gafanhotos, lagartos, cobras se moverão. Assim um “profeta” que dá uns gritos revela isso, aquilo, em ambientes incautos, faz grande movimento; que proveito traz?

Às vezes, a Voz Divina não está nesse espetaculoso espalhafato, como aprendeu Elias. “um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; depois do fogo, uma voz mansa e delicada.” I Rs 19;11 e 12

Aquele que peleja contra as inclinações más que identifica na própria carne, e em Cristo as vence, é feito apto a ajudar outros sem carecer teatralidade. Por isso, Paulo desejou que exercessem autoridade espiritual, apenas os que se exercitassem na obediência, disciplina, primeiro; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida, vossa obediência.” II Cor 10;6

Logo, o tempo que nos resta na carne, devemos viver sob o governo do Espírito.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Esse perdedor, o amor


“Aprenda a dar valor às pessoas certas, cuide de quem cuida de você.”

Dentre as muitas frases que cruzam na minha janela, deparei com esta. Não entro no mérito, nas razões de quem aconselha assim; é direito dele (a) pensar e se expressar como aprouver.

O problema é que, em geral, conselhos assim vertem de “cristãos”; nesse caso, uma análise dos ensinos de Cristo, para ver se há harmonia, é necessária.

A perspectiva de um relacionamento baseado no mérito, “sou bom para quem é bom comigo”; mercantil, só faço boas coisas para quem retribui, não combina com a Doutrina do Salvador. Pois, essa, se baseia no amor, que é um “perdedor contumaz” porque se dá, mesmo a quem não merece. “O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

Imaginemos que, Deus, O Criador, agisse assim; sendo bom apenas, para quem fosse bom para com Ele; Sua bondade perderia a razão de ser. “Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;3

Bondade não é moeda de troca; antes, atributo do amor, que, apenas sendo o que é, pode constranger quem é diferente e fazer esse repensar. Paulo ensina: “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

O Salvador ensinou coisas semelhantes, uma vez que o “comércio de bondades” até os maus fazem. “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois, perfeitos, como É Perfeito o vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48

Antes, dissera: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

O amor não é um investimento, em busca de resultados; antes, é o resultado de nossa submissão a Cristo, que nos ensina a “perdermos” como Ele, para que, quiçá, constrangidos pela bendita presença, as pessoas alvo, possam ganhar.

O verbo que melhor expressa o amor é dar; não, receber, como vulgarmente se deseja; vejamos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que ‘deu’ Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16 “Ninguém tem maior amor do que este; ‘dar’ sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

Bondade se aprende. Todos os ensinos e exemplos bíblicos visam que aprendamos isso, para que nossa vida, enfim, deixe de ser vã e comece a fazer sentido. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais.” I Ped 1;18

Assim, todas as pessoas, por más que sejam, são as pessoas certas para que sejamos bons com elas; pois, nossa bondade é um atributo de Cristo em nós, não, uma medalha para condecorar eventuais “méritos” delas.

Não significa que seja uma virtude fácil de desenvolver, de praticar. Só um hipócrita pretenderia defender isso. Em geral, os maus nos desafiam, exasperam; nem sempre conseguimos tratá-los com bondade. Porém, meu alvo não é posar de bom; antes, reverberar com honestidade, o que Cristo ensinou.

O que é o perdão, cerne da Doutrina do Salvador, senão, agirmos em bondade para com quem, eventualmente, foi mau para conosco?

Enfim, as razões para amar devem ser encontradas em nossas próprias almas, a despeito dos méritos dos que nos rodeiam. Quando o mérito entra em cena, quem atua é a justiça, não, o amor. O Eterno atribui aos arrependidos, os Méritos de Cristo para salvá-los, mesmo eles não merecendo; a Divina Razão, é o amor.

Se Cristo está em nós, isso fará uma diferença notória, pois, “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5;14 Embora, deseje também ser correspondido, antes, o amor carece se fazer conhecido.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O saber atrapalha?


“Sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos Seus discípulos.” Mc 4;34

Por que O Senhor apresentava Sua Doutrina, sob a “película” das parábolas? Diria alguém, que as parábolas servem para facilitar o entendimento; O Mestre usava-as, para esse fim. Há um quê de verdade nisso, mas, não explica devidamente.

Com o avanço civilizatório, meios requintados ao alcance de todos os que desejarem conhecimento, o apreço muda. Naqueles dias, de cultura pouco desenvolvida entre o povo comum, as parábolas “escureciam” o entendimento; tanto é assim, que depois de contá-las em público, carecia, O Salvador, explicá-las em particular aos discípulos.

Esses, malgrado a ignorância, criam no Senhor, na Sua Pessoa; achavam-no, digno de confiança, de tal modo, que mesmo não compreendendo o que Ele dizia, entendiam que Ele era verdadeiro, confiável.

Primeiro a fé, depois o entendimento. A Ordem que O Próprio Senhor estabeleceu. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Mera adesão intelectual, sem honrar ao Senhor, demonstrando fé, não interessa ao Salvador. Por isso, “dificulta” ao intelecto, para ser, primeiro, recebido pelo coração. “A vós é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Mc 4;11 e 12

Quer dizer que existe uns que Deus não quer perdoar e salvar? Não. Existe um método que escolheu para salvar e por esse, a fé, busca a todos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, (nem do intelecto) para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Assim, “as coisas loucas” em sua simplicidade levam vantagem às sábias. “Porque, vede, irmãos, vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, ou, nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são para aniquilar as que são;” I Cor 1;26 a 28

Não significa que, os de intelecto privilegiado estejam fora do Divino propósito. Basta que desçam do pedestal de pretensão, e abracem à loucura de crer entre os humildes; serão festivamente aceitos como os demais o foram. “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes.” I Cor 17 a 19

Não se conclua, contudo, que O Criador É refratário ao conhecimento. Nos capacitou para esse e deseja que o adquiramos. Apenas, condicionou-o, a estar sob a cruz, vista como é; O Poder de Deus para salvar, não como loucura pela “resistência filosófica” à violência, dos que não se importam de fazer violência à verdade.

Há duas nuances distintas de saber; uma, segundo o mundo que se opõe ao Eterno; outra, que mesmo sem muitas letras, enxerga as veredas da vida e abraça-as. “... falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Os simplórios seguiam ao Salvador, mesmo sem entender cabalmente Seus ensinos; mas, inquirindo-o Ele explicava em particular. Igualmente, devemos desejar e buscar entendimento das coisas que Deus preparou para nós. Não por um diploma, um título, algo fútil a ser emoldurado numa parede; antes, porque nossa vida espiritual depende disso. “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

O perigo de alguém se tornar intelectualmente brilhante, sem o concurso de uma fé sadia, é afogar-se na própria suficiência, como Narciso fascinado com seu reflexo.

O Mais sábio de todos os homens foi Salomão. Entretanto, cometeu uma série de erros, que um cristão mediano não cometeria. Ele versou sobre a futilidade do saber, divorciado de Deus. “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Busquemos conhecimento; mas, do tipo que alimenta nossas almas. “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão...” Is 55;2