domingo, 19 de maio de 2024

Águas sujas


“Assim diz o Senhor: Eis que se levantam as águas do norte, tornar-se-ão torrente transbordante, alagarão a terra e sua plenitude, a cidade, e os que nela habitam; homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão;” Jr 47;2

Esse texto tem sido trazido por “intérpretes”, relacionando-o com a catástrofe que assolou nosso estado, dizendo que “tudo estava escrito” e as coisas “se cumprem” nos mínimos detalhes.

Se alguém crê na Palavra de Deus, também eu, que escrevo sempre que posso, tentando fazê-la mais compreensível, tanto quanto, consigo.

Entretanto, a falsificação, a interpretação errônea, em nada glorifica ao Senhor, tampouco, ajudará a gerar fé em quem ainda não crê.

Muitos parecem tratar, À Palavra da Vida, como as “profecias” de Nostradamus. Um emaranhado de escritos ambíguos, que precisam ser encaixados aos eventos da saga humana, aqui, acolá, onde melhor se amoldarem, sempre depois que “se cumprem.”

O Todo Poderoso não está nesse “nível”, desculpem. “... Eu sou Deus, não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim. Que anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: Meu conselho será firme, farei toda Minha vontade.” Is 46;9 e 10

Deus não adivinha o que irá acontecer; antes, em Seu Poder e Onisciência, anuncia o que irá fazer.

Muitas vezes, “águas” na Palavra de Deus é uma metáfora para multidões, como a própria Palavra ensina: “... As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.” Apoc 17;15

Então, como saber quando “águas” se refere ao mineral, e quando é uma metáfora para multidões? Uma coisinha mágica que todo intérprete deveria usar, chamada contexto, ajuda. No caso de Jeremias 47, o verso seguinte traz: “Ao ruído estrepitoso dos cascos dos seus fortes cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos filhos, por causa da fraqueza das mãos;” v 3

Alusão clara a um exército poderoso, que viria do norte, contra os Filisteus, alvos daquela profecia. Nada a ver com o Rio Grande do Sul, que não era conhecido, nem habitado, então.

Pior; alguém postou maravilhado o “testemunho de um milagre” acontecido numa igreja de Lajeado, que foi inundada; pois, uma caixa d’água que era usada como tanque batismal, flutuou e conservou sua água, limpa. Caramba! Como pode isso acontecer? Milagre!!

Ora, até meu cavalo sabe, que, num ambiente fechado, onde a inundação veio, lateralmente, à corrente do rio, o prédio se manteve inteiro, e foi enchendo aos poucos, algo assim tende a se elevar naturalmente. À medida que o nível da água sobe.

A única coisa fora do normal é um cérebro galináceo desses, sair aquilatando isso como um milagre que glorificaria a Deus. Dá uma vergonha alheia, não tão alheia assim, já que um mentecapto desses se diz, cristão. Ímpios usam isso, foi no canal de um, denunciando nosso fanatismo que tive acesso ao “testemunho”, e tripudiam, fazendo parecer que os cristãos são todos doentes mentais.

Desgraçadamente deixamos de glorificar ao Eterno com um testemunho de vida digno, como Ele deseja, e saímos caçando vultos de nossa estupidez, como se isso mostrasse outra coisa, senão, nossos próprios retratos.

Glorifica ao Eterno um caráter transformado, um modo de agir segundo Cristo, que Ele mesmo, demandou: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Claro que A Palavra de Deus está se cumprindo aos nossos olhos; todos os vaticínios inerentes aos dias maus; como seriam os homens desses dias; ver II Tim 3;1 a 5.

Mas, grassa um analfabetismo bíblico engajado, derivado de uma geração que só quer “revelações” invés de aprender, que se enche de religiosidade, fanatismo, e segue ignorante no que se refere ao Senhor.

Avessos ao estudo sempre têm seus argumentos, contrapondo tal busca, ao “poder” dos que expulsam demônios, como se, santificação e conhecimento fossem coisas excludentes. É possível se ter ambas as coisas no mesmo espaço e ainda sobram muitos lapsos para a ignorância.

O obreiro carece sair caçando fenômenos externos, para provar que A Palavra de Deus “se cumpre”, possivelmente ainda precisa cooperar para que ela se cumpra em sua própria vida: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

Quem presume que o conhecimento espiritual, edificação, seja mero verniz pernóstico, para exibicionismo carnal, precisa urgente refazer seu pensar. 

O desprezo à luz é cúmplice do avanço das trevas; essas sim, trazem uma inundação letal, eterna. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Os espinhos



“Porque assim diz O Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

O Salvador usou figura semelhante, aludindo aos lugares que a semente pode cair. À beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos, ou, boa terra.

Quanto ao significado dos espinhos, ensinou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas, sufocam-na, e fica infrutífera;” Mat 13;22

Se o Próprio Semeador da parábola semeou entre espinhos, por que, mediante Jeremias aconselhou eles a não fazer assim? “Preparai o campo de lavoura, nãos semeeis entre espinhos.”

Porque a pregação do Evangelho é diferente, da postura que devem ter, os que já têm um compromisso com O Senhor. Ela é expansiva, inclusiva; “Ide por todo mundo, pregai O Evangelho a toda criatura...”

Quem prega não pode selecionar ouvintes; sua mensagem deve cair sobre todos. Porém, quem ouve pode escolher como reagir; a reação qualificará cada um, como um daqueles tipos de solo, figurados pelo Senhor.

A mensagem de Jeremias era ao povo do Senhor, da Antiga Aliança. Nesse caso, o concurso dos espinhos seria já um desvio dos preceitos santos, nos quais, foram ensinados desde Moisés.

Cuidados do mundo e sedução das riquezas suprimindo A Palavra do Senhor. Na verdade, é uma figura recorrente na cultura judaica, ter espinhos tipificando coisas más; infidelidade, desonra, usurpação, como foi nos dias dos juízes. Três ou quatro herdeiros legítimos de Gideão não quiseram reinar sobre o povo; um bastardo e mau caráter usurpou o trono e matou todos os seus irmãos, que eram mais dignos que ele.

Jotão, um sobrevivente compôs uma parábola sobre as árvores frutíferas recusarem reinar sobre as outras; “Disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra...” Jz 9;15 O resultado foi juízo, mortandade sobre Abimeleque, o espinheiro, e os que o seguiram. Espinho, no prisma figurativo, sempre lhes significava lapso de caráter, méritos, probidade, dignidade. Bem sabiam, pois, o sentido da alegoria de Jeremias.

De igual modo, nós, os da Nova Aliança em Jesus Cristo, também não devemos ter espinhos onde deveria ser lavoura. Infelizmente os cuidados do mundo e as seduções das riquezas têm feito estragos onde, não lhes deveria haver espaços.

Paulo advertiu: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;8 a 10

O desejo por aplausos, a subserviência à ditadura do “politicamente correto”, nome marqueteiro, com o qual, os ímpios pretendem canonizar suas preferências, também está emporcalhando lugares que deveriam ser santos.

A vaia do mundo é o elogio dos que seguem fiéis ao Eterno; é uma confirmação, inda que oblíqua, que estamos no caminho certo, probos diante de Deus. Todavia, nem todos conseguem ver assim, e perdem-se garimpando ouro de tolos.

O Salvador ensinou: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Uma perguntinha básica que Pedro fez aos do Sinédrio que o queria tolher, deveria ser fita também por nós, aos que nos assediam com o mesmo objetivo: “... Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

A pressão será cada vez mais, à medida que a impiedade recrudesce, o temor se perde nas brumas do mundanismo, a aversão À Palavra de Deus ganha mais corpo.

A tendência, onde a probidade segue sendo vivida, é que o distanciamento aumente, entre os que servem a Deus e os que não. Os perversos do mundo se esmeram em cunhar seus rótulos depreciativos, “fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio”, para usar contra nós, como se, no intento de provar o contrário traíssemos a Deus, reféns dos seus cuidados. Só que não.

Chega um ponto em que cada um amalgamou-se de tal forma às suas escolhas, que a mudança se faz quase impossível.

Nesse caso, que cada um reitere seus valores, confirme suas escolhas; “Quem é injusto, seja injusto ainda; quem é sujo, seja sujo ainda; quem é justo, seja justificado ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho, e Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc 22;11 e 12

sábado, 18 de maio de 2024

A bicholatria


“O que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais;” Sal 135;5
“Não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens... e também muitos animais?” Jn 4;11

Duas situações, onde a sina dos homens e animais estiveram amalgamadas. No primeiro caso, os animais sofreram o mesmo juízo que os egípcios; no segundo, herdaram a mesma misericórdia que os ninivitas.

Isso basta, para patentear a importância desses, e o necessário cuidado que devemos ter com eles.

Se, o homem em si mesmo era alma vivente “... quanto a condição dos filhos dos homens, Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18 O homem não foi criado em si mesmo, mas, em Deus. O Criador soprou nele Seu Espírito, para que não fosse como animais, mas como Deus, nos Seus Atributos comunicáveis; Imagem e Semelhança. Somos chamados “animais racionais.”

O lugar do homem na hierarquia universal está posto: “Pouco menor o fizeste que os anjos; de glória e honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas Mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: Ovelhas e bois, assim como animais do campo, aves dos céus, peixes do mar, e tudo que passa pelas veredas dos mares.” Sal 8;5 a 8

Primeiro Deus, O Criador; depois, anjos, criados por Ele; um pouco abaixo, o homem; por fim, natureza, fauna e flora sob o domínio do homem. Essa é a ordem estabelecida pelo Criador.

Tendo o homem, domínio sobre os animais, podendo deles dispor para o próprio alimento. “... Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda terra; toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. Todo o animal da terra, toda a ave dos céus, todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.” Gn 1;29 e 30

Caso alguém decida pela dieta vegana, refratário a comer carne, preferindo plantas, qual problema? Toda árvore frutífera e erva comestível foram dadas pelo Criador para esse fim. Porém, quem gosta de carne, a situação é a mesma.

Então, quando vejo postagens de “defensores dos animais” que desenham perus, porcos, gado, de faca e garfo nas “mãos” ao redor de uma mesa servida com uma porção humana bem passada, não identifico veganos exercendo seus direitos; antes, gente intelectualmente castrada, espiritualmente alienada, e psicologicamente adoecida, tentando impor suas limitações pífias como regras.

Plantas também são seres vivos. Quem poderia valorar os animais como superiores a elas? A natureza deve ser tratada com equilíbrio, seja a fauna, seja a flora; mas segue o fato que o homem recebeu domínio sobre ela, do Criador.

Contudo, dirá um vegano a me contrapor, que nós derivamos isso da Bíblia, um livro no qual ele não crê; qual meu direito de impor minha fé a ele? Nenhum. Porém, a alternativa seria que, Deus não existe, estaríamos por nossa conta. Nesse caso, qual o direito dos veganos de impor suas escolhas aos demais, que são imensa maioria, aliás?

Em ambas as situações, com Deus o sem, a bicholatria não faz sentido.

Contudo a coisa está tão na moda, que o Presidente Lula disse ter perdido o sono cogitando o quê, o cavalo caramelo “pensava” durante a noite, sobre um telhado. Talvez filosofasse sobre a solidão e a solidariedade.

A Primeira Dama chorou diante das câmeras, quando do resgate, requerendo os méritos para si; embora, tenha sido obra dos bombeiros de São Paulo. Enquanto essa disputa se dava, mais de uma centena de vidas humanas foram perdidas, sem ouvirmos lamentos, consternação das autoridades.

A preferência pelos bichos era mera estratégia de marketing, pleito por uma boa imagem, que, desgraçadamente, nesse mundo torto deriva mais de um socorro animal, que, do humano. Os animais devem ser protegidos, reitero; mas, ainda são animais. Não estão no nível do homem, tampouco, acima, como parece pelo comportamento de tantos.

“Quanto mais conheço os humanos, mais gosto do meu cachorro”, cunhou alguém, depreciando a maldade humana. Quando do Dilúvio, apenas oito entraram na Arca, embora, a bicharada toda entrou.

Isso não mostra que homens valham menos que bichos; antes, que por valer muito mais, foram sabotados em suas almas, descendo da Bendita Imagem do Criador, para a perversa cópia do sabotador. “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

A sabotagem do canhoto “matou” o espírito humano, perverteu a alma, mudou a filiação. “Vós tendes por pai ao diabo...” Jo 8;44

Fugitivos da verdade


“Então disse eu: Ah! Senhor Deus, os profetas lhes dizem: Não vereis espada, não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar.” Jr 14;13

O cenário era de grande desolação; uma seca de proporções tais, que a erva e animais morriam. O Profeta Jeremias clamou ao Senhor: “Por que serias como homem surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas Tu estás no meio de nós, ó Senhor, somos chamados pelo Teu Nome; não nos desampares.” V 9

Entretanto, O Senhor patenteou Sua rejeição àquele povo, ordenando que sequer orasse por eles, pois, seria perda de tempo; era ocasião de juízo; “... Não rogues por este povo para seu bem. Quando jejuarem, não ouvirei seu clamor; quando oferecerem holocaustos e ofertas de alimentos, não me agradarei deles; antes, os consumirei pela espada, fome e peste.” Vs 11 e 12

Restou a Jeremias conferir junto ao Senhor, acerca da mensagem dos “profetas” que apontavam noutra direção. “Então disse eu: Ah! Senhor Deus, os profetas lhes dizem: Não vereis espada, não tereis fome; antes, vos darei paz verdadeira neste lugar.” Jr 14;13

O Eterno explicou o que acontecia: “... Os profetas profetizam falsamente no Meu Nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, adivinhação e vaidade, engano do seu coração é o que eles vos profetizam.” V 14

Estando um povo em juízo, por causa da rebeldia, por que um profeta falaria coisas boas, prometendo paz e bênçãos em pleno tempo da ira? Porque aos falsos profetas não importa manifestar a Vontade de Deus; antes, alimentarem às próprias que, atinam a ser aceitos como benfeitores, mais que, ser verdadeiros diante do Eterno.

Por não ter compromisso com os fatos, o mentiroso pode dar asas à imaginação, ou mesmo, pesquisar o que as vítimas de seu engano desejam ouvir; ainda, o que soaria bem ao establishment religioso, caso haja um. Logo as fontes desses sempre serão horizontais. Um profeta idôneo não pode ser dar a esse “luxo”; “... todas as minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7

Quando a apostasia toma os pontos chave de uma sociedade, no prisma espiritual, os verdadeiros serão tidos por falsos e perseguidos por isso. Pois, reina um acordo tácito de se manter a hipocrisia institucionalizada, qualquer que ousar falar contra se fará um desmancha prazeres, um inconveniente a ser silenciado.

Acaso não foram perseguidos, acusados de difusores de “fake News”, Policarpo, Wicliffe, John Huss, Lutero e tantos outros? Quando a verdade incomoda, nada melhor aos incomodados empoderados, que tachar seus mensageiros de mentirosos, nocivos ao “interesse democrático”; tal qual foi nos dias medievais, ainda é.

A luz não costuma ter livre trânsito no império das trevas. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Desejo por aprovação, não o apreço pela verdade, pauta escolhas nesse nefasto reino.

Quando a mentira está em nós, com raízes tais que preferimos enfrentar quem denuncia, a enfrentar a mesma, já dissemos um sonoro afasta-te! a Deus, para nossa própria derrota. “Ai dos que ao mal chamam, bem, ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Paulo desaconselhou tal temeridade; mesmo em casos que nossa compreensão tarde, vacile, atribuamos probidade a quem É Santo, e culpabilidade a quem é ímpio; “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

O homem prudente sabe que, no labor de investigar pecados, ele sempre será o principal suspeito; deve começar por si mesmo. Quando nossos males nos passam despercebidos, mas temos todos os rótulos para colar nos outros, nosso amor pela verdade já está sob sete palmos de terra.

As consequências desse amor doentio, nos lançarão no colo do Anticristo; “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam amor da verdade para se salvar. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

Quando a verdade desistir de sua peregrinação, tardiamente entenderão, os amantes da falsidade, quanto ela vale; “Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não a acharão.” Am 8;12

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Reprise


“Suas mãos fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, o juiz julga pela recompensa; o grande fala da corrupção da sua alma, então, todos eles tecem o mal.” Mq 7;3

Os dias de Miqueias se parecem com os de hoje. A disposição maligna veloz; a judicialização de tudo, sob auspícios de uma justiça venal, corrupta; os grandes, pequenos de caráter, a maldade estabelecida como a aranha fazendo teia em busca de presas.

“Suas mãos fazem diligentemente o mal...” Diligentes; ou seja, rápidos, eficazes, zelosos, cuidadosos. Tantas qualidades a serviço do mal, que, por esse desvio de função se revelam defeitos. “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Spurgeon. Assim, a diligência em prol do erro, permite que seus predicados dignos de encômios, se façam desprezíveis.

Quem não viu, por ocasião da enchente devastadora que atinge o RS, um Governo moroso, omisso, na prestação de serviços emergenciais, porém, veloz em ordenar à AGU e à Polícia Federal, que investigassem aos que propagavam notícias falsas, como avaliavam aos que divulgavam fatos denunciando a omissão e morosidade. Para a necessária ação, omissos, ausentes; para vetar à informação, diligentes, expeditos.

Não existe melhor maneira de plasmar uma boa imagem, que fazer as coisas certas, na hora certa. Todavia, no auge da catástrofe, muitos estavam mais atentos e certo ritual batizado de show, que acontecia no Rio. Tendo desperdiçado a ocasião de engajamento cívico e solidário, depois, acossados pela crítica dos que denunciaram suas posturas desprezíveis, muitos resolveram posar para foto fingindo o engajamento, ausente, quando foi mais necessário. 

As cestas básicas de doações, que deveriam ter vindo no compartimento de carga do avião, “resolveram” vir em bancos, como passageiros, para posar ao lado da benfeitora mor, pois, carecia daquela foto.

A relação parece inevitável; os que são diligentes a serviço do mal, acabam negligentes no bem, por absoluta falta de jeito para trato com essa estranha, a empatia.

“... demanda o príncipe; o juiz julga pela recompensa...” Ora uma autoridade, no fragor de uma emergência, engolirá “sapos” se necessário, dados, valores maiores em jogo; invés de judicializar tudo, mesmo uma simples crítica, como se, fosse inatacável, acima do bem e do mal. 

Pior, o juiz que “julga” pela recompensa. Não está a justiça na mira; antes, o interesse de quem lhe paga para que vista de sentença, ao desejo vil de seu corruptor.

Aqueles trâmites antigos, processo legal na primeira instância, quiçá, a alçada para a segunda; em último caso o Supremo, que se reservaria, prioritariamente, para assuntos de constitucionalidade ou a réus com foro especial, também se perderam. Se interessa ao “príncipe” a coisa cai direta no STF; o juiz venal presto decide, sempre em favor do “reino”, como requer a “imparcialidade”.

“... o grande fala da corrupção da sua alma...” invés da empatia com as dores de quem sofre, e providências urgentes para minimizar isso, não raro, nossos “grandes” se perdem em suas cantilenas de comícios, de “defesa de minorias”, preocupação com a imagem mais que pessoas, deixando nuas suas almas corruptas.

Se apressam a arrolar supostos bilhões de ajuda, nomes que dão a prováveis empréstimos futuros, antecipações de direitos adquiridos; enquanto, de prático mesmo, quase nada. Tais números estratosféricos servem para marketing; esse para envernizar a imagem dos “grandes”, mas de nada servem para quem está sofrendo, desabrigado, com demandas urgentes.

“... assim, todos eles tecem o mal.” Quando alguém probo está no governo, e esses na oposição, tudo o que for feito avaliam como errado, insuficiente, parcial, inoportuno; no império das falas ocas onde reinam, acenam com solução para tudo.

Quando, porém, o poder e o dever estão em suas mãos, suas soluções imediatas para todos os problemas hibernam, e em lugar delas, assoma uma turba de incompetentes, gente sem noção batendo cabeças, e apontando para os desafetos como culpados, olvidados da antiga destreza para soluções imediatas, que tinham quando seu “trabalho” era apenas desfazer do labor alheio.

Esses males que foram vistos nos dias de antanho, do profeta Malaquias, desgraçadamente se repetem ante nossos olhos, em nosso tempo. “Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.” Ecl 1;10

Como diz uma conhecida sentença: “Quem não aprende com os erros históricos, tende a repeti-los.” 

Pois o homem sem Deus, nem é uma questão de aprendizado; mas de impotência, por causa da queda; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Aos Seus, O Salvador “empodera” para a necessária obediência; “... a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus...” Jo 1;12

O "preço" da Graça


“Nós, cooperando também com Ele, (Cristo) vos exortamos a que não recebais a Graça de Deus em vão” II Cor 6;1

Sendo um favor Divino, não é possível que alguém receba a Graça por méritos; doutra forma deixaria de ser graça para ser mera justiça. Porém, receber em vão, dá o que pensar.

O que é vão? Aquilo que é inútil, sem proveito, ou, tido como tal, por quem o recebe. Carecemos ser ciosos da Graça oferecida, invés de a tratarmos como algo vil. Deus nos honrou e nos deu uma preciosidade; espera que a tratemos dessa forma. “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26;8 Sejamos sábios, pois.

Judas aludiu a uns, “... que convertem em dissolução a Graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v 4

Alguns tratavam algo Excelso, como se, de parco valor, para próprio dano, e perdição. “Convertem em dissolução”, ou sejam, dissolvem-na, pelas suas maneiras ímpias e resilientes, invés de mudar, segundo lhes foi capacitado. “... fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4 Eis o objetivo!

Termos vivido de forma ímpia, errônea, antes de Cristo, e mesmo assim Ele nos ter chamado à Sua Luz Para Salvação, põe em relevo a grandeza do Seu amor; não, vulgariza a gravidade dos nossos pecados, como se, Sua inclinação perdoadora significasse uma espécie de licença para pecar. O Santo facilita quanto aos nossos erros pretéritos, mas responsabiliza-nos quanto aos passos presentes e futuros.

Aqueles que assim agem, perdem-se, não dando à santificação a necessária atenção. Sim, necessária, não, opcional; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14 Ou, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 Ainda: “Meus Olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Deus não toma em conta os tempos da ignorância, nos quais vivemos antes, uma vez iluminados por Cristo, somos responsabilizados, desafiados a andar conforme. Caso não, no tocante a nós, a eficácia da Graça não se verifica, como pontuou João: “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros; O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Dos que se recusam a caminhar na luz, todos os “cristãos” que, quando exortados a andar em santidade, abandonando seus maus hábitos, presto recitam: “Deus é amor”. Essa verdade lhes soa como um biombo atrás do qual se pode esconder as perversas inclinações, o que, no fundo, é apenas uma demonstração clara das escolhas que, também convertem em dissolução a Graça, como se, a manifestação dessa derivasse de um sentimentalismo leniente, cúmplice, irresponsável.

Deus É Amor, sim; todavia, além dos pecadores, ama também justiça e santidade. Não fosse assim, não seria necessário o Sacrifício de Cristo; bastaria O Eterno fazer “vistas grossas” às nossas falhas e a vida seguiria.

Paulo ensina os “apêndices” necessários, pós Graça; “Porque a Graça salvadora de Deus se manifestou a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente;” Tt 2;11 e 12

A abrangência do Amor Divino é universal, se manifesta a todos os homens, a essência por proba é estrita; impõe novo “modus vivendi” aos que o recebem; “... vivamos neste presente século, sóbria, justa e piamente.”

A vera conversão é tão radical que salta aos olhos, sobretudo, quando quem se converte levava uma vida dissoluta; “... Ele se inclinou para mim, ouviu meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 a 3

Moderninhos que “precisam” pintar de preto seus templos, para que, os que amam às trevas se sintam em casa, também fazem, institucionalmente vã, a Graça, como se, o trabalho da Igreja fosse agradar à impiedade, invés de desafiá-la ao arrependimento.

A sadia mensagem gera compunção, não, bem estar nos pecadores. Sempre foi assim; “Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?” Atos 2;37

A Igreja deve ensinar os rumos, não os que estão fora, em seus corações, emporcalharem-na com suas perversões desejando que ela as canonize. Senão, não só a Graça, mas a própria igreja se fará vã.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Pudores de Brasília


“Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.” Confúcio

Concordo com o filósofo chinês. O homem irado está no ardor de um fogo veemente, cuja chama arrefecerá, a medida que o combustível da causa for consumido, pelo tempo.

O hipócrita age como um herói com dupla identidade. Esses quando um perigo assoma, deixam o “disfarce” de pessoas comuns, e colocam-se em socorro dos necessitados; aquele, quando vislumbra uma plateia, ainda que, com um expectador apenas, disfarça sua essência egoísta, veste a capa da virtude e entra no “teatro”, encenando o que, sabe que deveria ser.

Em suma: A ira é um rasgo pontual de inconformidade; hipocrisia é ausência de caráter negando a própria existência.

Temos tantos exemplos de hipocrisia que seria cansativo elencar. Paulo Pimenta falando em combater “Fake News” é mais ou menos como, o Conde Drácula prometendo doar sangue.

Os deputados esquerdistas do RS, sete ao todo, votaram contra a postergação do pagamento da dívida junto à União; claro, depois virão de novo posar de homens públicos, defensores do Estado e dos cidadãos gaúchos, certamente, isso também os coloca no rol daqueles dos quais devemos sempre fugir, segundo Confúcio.

Passada a tragédia nos virão pedir apoio. Para quê? Qual a necessidade que a sociedade tem de “representantes” assim? Em todos os âmbitos, municipal, estadual e federal, o serviço público tem sido pífio; há mais preocupação com a imagem dos “servidores” que com as vítimas; a sociedade civil, voluntária e organizada emergencialmente, é que tem feito a diferença nos socorros urgentes nessa desgraça.

Pautas minoritárias e identitárias têm sido levantadas como se, fizesse alguma diferença numa tragédia assim, fatores periféricos comportamentais, francamente!! Que atestado de indigência moral! Que servidores abaixo da linha de pobreza funcional!!

A bem da verdade, o PT nunca teve que lidar com oposição, até 2018. O surgimento de Jair Bolsonaro, seu probo governo mesmo durante a pandemia, mostrou que existe possibilidade de política honesta, além do “Teatro das Tesouras”, onde PT e PSDB encenavam renhida peleja diante das câmeras, enquanto faziam sujas negociatas nos bastidores.

A “imprensa” facilmente domesticável, pelo método de ade$tramento inteligente, nunca causou problema naqueles dias, em que os corruptos “eram felizes e não sabiam”, segundo Alexandre de Moraes.

Assim, dois “males” ao mesmo tempo desafiaram aos “defensores dos trabalhadores”; oposição de verdade, com a existência de deputados de direita combativos como temos tantos, felizmente, senadores, governadores. Não é o caso do nosso, infelizmente. Eduardo Leite chegou a dizer que o “excesso de doações prejudica o comércio local”. Que comércio? Que local? Que vergonha, Governador!!

O segundo “mal”, para desgraça do establishment, foi o advento das redes sociais. Em furtolândia precisam aprender a lidar com isso. Os fatos, esses rebentos sempre cobertos com os panos das conveniências, que eram ciosamente estendidos pelas mucamas da mídia venal, começaram a ser expostos, por falta de cobertas.

Se bem que, a verdade parece ser simpatizante do naturismo; ela, costuma se expor nua, sem nenhum pejo. A fartura de veículos que agora têm acesso ao desfile dela, acabaram se tornando feitores de grave obscenidade, prejudicial em extremo, aos pudores de Brasília.

Como ninguém desejaria ofender à ilustre princesa, dizendo que sairiam em perseguição contra a verdade, lhe ressignificaram, chamando-a de “Fake News”; com um nome bonito assim, bem que a podem caçar, sem que o vulgo, o ruminante, proteste. Ele sempre foi fartamente alimentado pela forragem midiática com aditivo alienante mesclado, pra não perceber que se faz sustentáculo aos que furtam seus direitos; sim, idiotas úteis saem gritando em defesa dos que lhe colocam antolhos.

Quase três semanas após o início da tragédia, descobriram tardiamente, que, não está tudo dominado como sempre esteve; os fugazes, enfim, posam no front; pois, precisarão de capas de engajados para vestir nas próximas eleições que estão bem próximas, aliás.

Não importa para os tais, as vidas que se perderam; se puderem, ocultarão a verdade quanto a isso também, falseando números para que eles falem o que melhor lhes convier. Afinal eles têm uma “imagem” a salvar. Breve terão novo pleito. E parece que o “Caramelo e a Esperança” não ajudaram muito.

A diferença da catástrofe moral, humana, de, ser nossa sociedade gerida por escórias assim, e a catástrofe climática que nos assola, é que os danos dessa, nus e crus, são visíveis de imediato; enquanto, aquela consegue diluir-se, ensejar alguma virtude, contando com a ingenuidade da plateia, cada vez menor, á medida que, as características dos “tempos felizes” dos biltres se apequenam também.

Não se trata de bandeiras, ideologias; valores verazes não podem ser reduzidos a isso. Mas, de crassa vileza que mercadeja com vidas preciosas, pela manutenção dos privilégios de tantas, inúteis.