domingo, 15 de janeiro de 2023

Tesouro a buscar


“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de Mim.” Os 13;5 e 6

O Eterno e Sua conturbada relação com Israel. Quando eles estavam no deserto, no cativeiro sob Faraó, e mesmo na peregrinação do Êxodo, facilmente foram conhecidos pelo Senhor. No entanto, levados à Terra Prometida, à abundância, a maioria esquecera a graça recebida. “Estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração...”

Daí, a parcimônia Divina com as bênçãos materiais. Quando pedimos algo, Seu Amor certamente O Inclina a nos dar; porém, o mesmo Amor consorciado com Sua Presciência, O Faz cauteloso; fartura recebida fácil, pode afastar aos ingratos de memória ruim.
Seríamos, perante Ele, como o filho insensato que cansa os ouvidos do pai, pedindo dinheiro para comprar drogas. O que o amor paterno faria?

Às vezes O Santo precisa nos curar de anseios malsãos, antes de nos socorrer nos bens. “Por isso, O Senhor Esperará, para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que Nele esperam.” Is 30;18

Ao salvo, talvez caiba a fala registrada em Jeremias, quando esse falou a Baruque: “Procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz O Senhor; porém te Darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores.” Jr 45;5

O homem prudente haverá de rogar, mais ou menos como Agur; “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar; tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

Se, é vero que O Salvador prometeu abundância, “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu Vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10. Convém que observemos o contexto imediato da Sua Fala; está em oposição aos feitos do “ladrão”, Satanás.

Se, ele rouba, mata e destrói, por que seus servidores gozam grandes fortunas na terra, viram presidentes da república até? Porque a vida e a abundância, que O Senhor Trouxe, são de outra estirpe. Assim como, a morte com a qual o ladrão engana aos seus, “folhando carne a ouro”.

Que a vida não tem nexo com a fartura material, Ensinou mais de uma vez; “A vida de cada um não consiste na abundância do que possui.” “Louco! Esta noite pedirão tua alma! O que tens preparado, de quem será?” “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e essas coisas vos serão acrescentadas.” etc.

O Salvador pontou, sobre quais riquezas devemos buscar. “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem; onde ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;19 e 20

Paulo seguiu as pisadas do Mestre: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo Está assentado à destra de Deus; pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Parece contraditório estarmos mortos, e nossa vida escondida com Cristo; quer dizer, mortos para as coisas terrenas, mas vivos para Deus. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quem presume que seja, O Evangelho, um manual de prosperidade, um compêndio de dicas motivacionais, que nos fará sentirmos satisfeitos conosco mesmos, ou, algo assim, devaneia vestir animais com vestes angelicais. Sim, o homem em si, sem a regeneração é só um bicho; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18

A filiação celeste depende de nossa relação com Cristo; “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Aqui somos peregrinos; lá seremos herdeiros do Rei. Esperemos pela herança no tempo certo; “A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.” Prov 20;21

sábado, 14 de janeiro de 2023

A avareza


“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Sal 10;3

“... o ímpio gloria-se...”
glorificar a si mesmo, pensar de si mais do que convém é um vício. Salomão ensinara: “Que um outro te louve, não tua própria boca; o estranho, não, os teus lábios.” Prov 27;2

Enquanto o piedoso é chamado à renúncia; “negue a si mesmo”, o ímpio busca a própria afirmação. Qual o padrão que esse usa para se glorificar? Seus feitos? Atributos? Talentos? Não. Seus devaneios; os desejos da sua alma.

Algo que desejo, certamente não possuo; senão, fruiria invés de apenas desejar. Então, a “glória” do ímpio é uma coisa vã, sem o menor sentido. “... vos gloriais em vossas presunções; toda glória como esta é maligna.” Tg 4;16

O Senhor até permite que o homem se glorie, mas pelo motivo correto; “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender Me conhecer, que Eu Sou o Senhor, que Faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me Agrado, diz O Senhor.” Jr 9;23 e 24

Ao fiel se ensina buscar aquilo que agrada Ao Senhor, o ímpio em sua independência suicida agrada a si mesmo; “bendiz ao avarento...”

A confiança no dinheiro vira substituto à confiança em Deus; e tudo o que usurpa o lugar do Eterno, se converte num ídolo. “Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: fornicação, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;” Col 3;5

O Salvador também advertiu contra esse ídolo enganoso; “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Há ímpios religiosos enganando-se sobre a própria condição. Apesar de textos como, “No suor do teu rosto comerás teu pão.” Gn 3;19 “Se já ressuscitastes com Cristo buscai as coisas que são de cima...” Col 3;1 “buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça...” Mat 6;33 etc. Esses, ora são vistos onde A Palavra de Deus é ensinada, outra, nas filas das lotéricas “fazendo uma fezinha”.

O amor a Deus e ao dinheiro são coisas excludentes; uma ou outra. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mat 6;24 

Não que devamos ser esbanjadores, como o pródigo, mas sejamos solícitos com os necessitados, e fiéis nas finanças pertinentes à Obra.

De modo automático, ao correr após a avareza, o ímpio dá o próximo passo: “... renuncia ao Senhor.” 

Embora, nossos lábios possam ostentar a profissão de fé que convier, é a nossa submissão que deixa patente a quem servimos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Se, eventualmente um idólatra mencionar ao Senhor, o fará de olho do que Ele Dá; não, por adoração. “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Deus É Galardoador; mas, não devemos nos aproximar Dele priorizando isso, o galardão, a bênção. Buscar a Deus não é encontrar algo para nós; antes, “perder” um pouco de nós, em renúncia voluntária no afã de agradar ao Senhor.

Eventualmente criticamos Esaú que abdicou da bênção do Senhor por um prato de lentilhas. Sem estar devidamente atentos, muitos fazem o mesmo. “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;9 a 11

Muitos disfarçam seu amor pelo dinheiro travestindo de prudência; “não vou dizimar nem ofertar, porque farão mau uso do dinheiro.” Talvez, nem a Casa da Moeda devesse fabricá-lo, muitos usarão para corrupção, prostituição.

Outros produzem exaustivos estudos “provando” que dízimo é algo superado. Podemos colar aqui, acolá, rótulos que quisermos. No julgamento não serão nossos juízos que contarão, antes, O Divino sobre nós. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

“Aqueles que gostam muito de dinheiro, dificilmente se interessam verdadeiramente por pessoas.” Georgeana Alves

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Problemas de coração


“Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Os caminhos do coração são por onde passam nossas decisões mais caras. “Sobre tudo que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Foi dobrando o homem aí, no centro de sua personalidade, que o inimigo o convenceu que autonomia seria melhor; desobedecendo, o homem teria um upgrade; “Sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Isso degenerou de maneira tal, que, esse fundo de vale se tornou o ponto mais “alto” que o homem natural pode galgar. Digo, quando pretende afirmar a certeza de algo, validar o testemunho de um desejo, afeto, assegura que o faz, de todo coração. Essa “inteireza” aos Divinos Olhos é nada. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso...” Jr 17;9

A abordagem do Salvador é radical e igualitária; não se perde discutindo a qualidade de nossos corações; quanto de “bondade” permeia cada um; se existe neles algo aproveitável, ou não. “Negue a si mesmo”! Que desperdício! Tantas boas intenções, autoestima desconsideradas...

O Criador Sabe no que se tornaram nossos corações. “Do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19

Quem se recusa a admitir isso, acrescenta à lista a arrogância, essa derivada do orgulho, que ainda deseja a autonomia; porém, vestida de humildade. Enverga airosa o modelito da hipocrisia, sobrepondo, num toque clássico, a capa da religiosidade, com vistosos acessórios de justiça própria.

Não importa quão altos degraus galguem às vistas humanas, tais, não passam de cadáveres ornamentados inutilmente, para serem sepultados entre vermes. “Ainda que na sua vida bendisse sua alma; homens te louvarão, quando fizeres bem a ti mesmo, irá para a geração de teus pais; eles nunca verão a luz. O homem que está em honra, e não tem entendimento é semelhante aos animais, que perecem.” Sal 49;18 a 20

A honestidade intelectual e moral não permite que sejamos enredados por essas astúcias de Satã, ainda fingindo não ver o que Deus fez com a indevida relação: “Porei inimizade entre ti e a serpente...”

A mentira não é amiga do homem, assassina-o. “... todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” Apoc 21;8 Pois, “Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano; quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração.” Prov 26;24 e 25

Por palatáveis que soem as defesas de meus vícios, que eu seja radical contra toda sorte de presunção que me assedie: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Paulo pintou em cores bem vivas, as forças das boas intenções habitando num escravo do pecado: “Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;20 e 21

Quer dizer que um cristão não deve agir de coração? Não exatamente; apenas, não será útil, sem antes esse passar pela “formatação” de Cristo, que implantará nele um “antivírus” celeste, Sua Palavra. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os Meus Pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Essa mudança de descartar nossa vã maneira de pensar em favor da Dele será tão radical, que equivalerá a um transplante de órgãos; “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; e Tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos Darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, Farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Assim, nossa regeneração ao projeto original, nos tolhe toda “originalidade”; digo, não seremos mais fontes, antes, imitadores; “segundo o coração de Deus.” Não é precisamente isso que significa, ser à Sua Imagem e Semelhança?

O pecado, com promessa de autonomia, libertação, trouxe queda e anátema. Quando A Palavra amaldiçoa a confiança no homem, alude exatamente a isso; a presumir de si mesmo, nas coisas que deveria depender de Deus. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Se aceitar dói menos?


“Quando as pessoas temem o governo, isso é tirania. Quando o governo teme as pessoas, isso é liberdade.” Thomas Jeferson

Tenho visto provocações nas redes sociais, por parte dos “vencedores” das últimas eleições. Além de zombar dos inconformados com a parcialidade e falta de transparência do TSE chamando-os de patriotários, acrescentam: “Aceita que dói menos.”

Os cérebros dos esquerdistas são pornográficos, obscenos. Se lhes interessa podem escavar ossos de décadas atrás, em busca de “justiça” como fez a famigerada “Comissão da Verdade”; pela mesma razão, o interesse, esses “amantes da justiça” escondem, abafam pistas, sonegam, acentuam inda mais a cortina de fumaça, tolhendo qualquer possibilidade de transparência, onde pairam justificadas dúvidas e enormes suspeitas quanto à legitimidade do pleito.

Mas, deixando essas masmorras éticas e morais, preciso pensar em mim: Será que, se aceitar ser governado pelo crime organizado doerá menos?

Que a dor nos está reservada não resta dúvida. Além da velha e conhecida incompetência, consorciada com fisiologismo prostituto, que tem a corrupção como cafetina, esses “incapazes capazes de tudo” como disse Augusto Nunes, invés de um anseio de país, deixam patente um projeto de vingança.

O Estado que tinha passado por uma lipo, mantendo ativas apenas as células necessárias, voltou à antiga obesidade numa velocidade espantosa. Predadores com quatro anos de abstinência, de repente, soltos entre as presas... matam mais do que podem comer, para suprir a abstinência do prazer de matar.

A máquina do assassinato de reputações está a todo vapor já; o primeiro-ministro de “Fraudópolis,” o Glande Morais, patrocina uma “Harmonia entre poderes” de fazer inveja ao governo passado.

Estragos que os mais pessimistas diziam que demorariam seis meses, bastou um decanato para vermos que serão bem mais velozes. Os destruidores são mui competentes. Em seis meses já sentiremos o “peso real” do Foro de São Paulo.

O velho lupanar de Dona Mídia reabriu, a clientela voltou; a putaria vai reconstituir tudo o que eles fizeram em verões passados.

Mas, essas constatações não respondem minha questão; se eu aceitar doerá menos? A dor será repartida com todos, até os que agora zombam sentindo-se vencedores; os próceres da quadrilha terão vida mansa; a população, miséria igualitária; socialismo.

Porém, além dessa dor comum, de perder um país, os sonhos, empregos, iniciativa, liberdade, probidade, o zelo com as coisas públicas, para o homem decente, se compactuar com isso, perderá a si mesmo. Sua vergonha, identidade, valores. Se aceitar um lixo desses, inda mais, imposto mediante fraude como foi, será o suicídio moral. Como não é sábio afundar o navio para apagar o incêndio, igualmente, buscar a morte ansiando fugir da dor.

Enfim, como não há meio de doer menos, resta, quem sabe, uma postura estoica perante a dor, de não capitular a ela. Onde o crime será glamourizado, safadeza recompensada, mentira receberá as vestes da verdade e vice-versa, caberá ao “estoico” a heresia de seguir decente, a temeridade de continuar probo, o contrassenso de permanecer laborioso, mesmo que parte de seu labor seja confiscada pelo crime organizado, apelidado pela puta chefe, de Governo.

Na verdade, a parte mais acentuada da dor nem é por nós; mas, por ver o Saara moral/intelectual que se tornou a geração Paulo Freire; o Estado enxuto, probo, de estatais lucrativas, não lhes fez dano nenhum; perdoou dívidas dos estudantes de governos idos, até; mas, como esse contrariou os interesses dos seus donos, gritam o que foram treinados a gritar, afinal, “estudaram” tanto para isso; “viva la revolución!”

A dor da impotência vulnera a alma honesta, ante tanta obscenidade e canalhice.

Contudo, como dessa vez vieram com sede demais ao pote, em algum momento haverá reação. Se conseguiram amortizar os protestos, infiltrando MSTs “patriotas” para quebrar tudo e “justificar” a prisão de inocentes, como fizeram vergonhosamente, as almas inconformes não foram dobradas, e a fogueira do descontentamento encontrará o momento oportuno de eclodir.

Os “vencedores”, apenas com a amostra desses dez dias, estariam preocupados, invés de festejando e provocando, se não fosse o Saara.

Não é que se recusam a ver o óbvio; mas foram treinados a abaixar as cabeças e mugir rumo ao pano vermelho como touros nas arenas.

Gente inocente já morreu pela “justiça” do Morrais. Colocaram manchas vermelhas no logo do país, e acho que agora, entendo porque.

Essa gente nefasta não respeita regras nem leis; mas, como diz na Bíblia, mesmo os altos da terra devem saber que há mais altos do que eles. 

Então, tripudiem enquanto podem, zombem da vergonha e honestidade; as consequências são a crítica do tempo; em alguns casos, o tempo voa, noutros, aperfeiçoa.

“A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo fruto delicioso amadurece lentamente.” Arthur Schopenhauer

Sermão dos montes


“Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo que disser lhe será feito.” Mc 11;23

Esse verso tem sido “patrocinador” de muito ensino de mercenários, travestidos de pastores; mercê de uma interpretação superficial, rasteira. Tais, colocam O Eterno contra a parede, “exigindo” que seus desejos sejam atendidos afinal, está escrito.

O “qualquer” não é uma entrada franca a toda sorte de caracteres e motivações, a despeito dessas se oporem à Vontade Divina. Quando diz, qualquer, significa que a possibilidade é ampla, está ao alcance de todos; não, que, qualquer um, mesmo andando à sua ímpia maneira está qualificado para a promessa.

Até o cego de nascença sabia que Deus Tem critérios, e não sai atirando pérolas aos porcos; “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, faz Sua Vontade, a esse ouve.” Jo 9;31 Isso sobre o caráter do suplicante; sobre os motivos da súplica também é preciso certo crivo. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

Postos esses dois limites quanto ao sujeito, resta ainda outro, relativo ao predicado; “não duvidar em seu coração...” quem remove dúvidas de nossos corações, (consciências) é a Paz de Cristo, manifesta mediante O Espírito Santo que nos habita e testifica que estamos agindo segundo Deus.

Sempre que tentados a agir alienados do Santo e Sua Palavra, acenderá uma luz na consciência, advertindo de que nossa escolha está errada. Assim, toda atitude que não se coadune com O Divino Querer, fatalmente será denunciada pela voz da dúvida. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Rejeitar ouvir O Espírito e Nele andar, redundará em apostasia, perda da fé, da salvação. Paulo aconselha: “Conservando a fé, e boa consciência, a qual rejeitando, alguns fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;18

Além da fé como confiança, é preciso outra atinente ao conteúdo; digo, não apenas o crermos; mas, como entendemos A Vontade Expressa, Daquele em Quem cremos. Daí, tão importante quanto a confiança é o conhecimento no âmbito espiritual; tanto é assim, que a perda de muitos foi atribuída e essa falta, não, falta de fé; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei...” Os 4;6

Judas disse que teve seu objetivo escriba mudado “em trânsito” por uma urgência espiritual; “... procurando eu escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé...” Jd v 3

Ou seja: Eu pretendia falar-vos sobre salvação, mas me senti chamado a alertá-los a batalhar pela fé, (o conteúdo dela) porque se infiltraram falsos mestres.

Assim, batalhar pela fé não significava reivindicar o direito de continuar crendo; antes, entender e cumprir o dever de preservar o teor do que se cria, sem abertura para infiltrações.

Quando alguém se presume, “em Cristo” e roga, em cima do verso inicial, em apreço, reivindicando coisas do velho homem, testifica conta si mesmo que é um farsante; não será atendido. Pois, “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Que a fé remove montanhas é pacífico; até descrentes sabem dessa verdade. A questão é que colocamos nossos “montes” adiante dos de Deus; digo, miramos o que nos incomoda, alheios ao que incomoda a Ele; nos inquietam os problemas para nós; ao Santo incomodam os problemas, em nós. Olhamos longe pela lente do fruir, Deus nos aguarda na do purificar.

Se, em atitude resoluta de fé e obediência, nos voltarmos contra os montes certos, e não duvidarmos, veremos todos eles lançados no mar; eis alguns que incomodam O Eterno! “Estas seis coisas O Senhor Odeia, a sétima, Sua Alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

São todas conquistas na área da santificação; quem inda pega promessas espirituais sonhando com terra, passou longe da cruz. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo Está Assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Academia do Espírito


“Não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste meus pés num lugar espaçoso.” Sal 31;8

A Bíblia não fala de porta estreita, caminho apertado? Sim. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Ora, lugar espaçoso, outra, estreitamento; por quê? Porque cada verso, atenta a um contexto específico; embora certa semelhança geral, não falam das mesmas coisas, nem, às mesmas pessoas.

“O entrai pela porta estreita” é um desafio à salvação; portanto, para quem está do lado de fora; uma decisão que o homem é convidado a tomar, caso almeje determinado fim.

“Pusestes meus pés num lugar espaçoso” não é um desafio, nem convite, antes, uma narrativa do que Deus fez com o narrador. A implicação óbvia era de que ele já andava com O Senhor, suportou adversidades, agruras do caminho, mas vendo o resultado, valeu a pena.

Para quem está do lado de fora o desafio é: Arrependei-vos! Para os que passaram pela Porta (Cristo) é: Santificai-vos. Para os que ainda estão na carne a renúncia às inclinações dessa são o estreitamento necessário para o ingresso na vereda da vida; para os que já se livraram de maus hábitos há algum tempo, as coisas que seriam estreitamento aos iniciantes para eles já são normais; pelejam noutras esferas, com tentações de outra ordem também.

O exercício nas virtudes espirituais se encarrega de fazer amplo, o que, inicialmente fora estreito. Pedro alistou algumas qualidades a serem cultivadas; “... acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal, caridade.” II Ped 1;5 a 7

Segundo ele, o exercício nessas coisas traria como efeito colateral, uma ampliação do caminho. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno...” V 11

Paulo apresentou o conflito entre as duas naturezas dos convertidos, a espiritual, (o homem interior) e a carne, refém do pecado. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas, vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7;22 e 23

O estreitamento proposto requer deixar a carne “falando sozinha” enquanto seguimos ao Espírito. “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;13 e 14

O exercício espiritual, semelhante ao físico, pouco a pouco vai “sarando” os exercitados; por isso Paulo aconselhou a darmos prioridade às coisas eternas, invés das efêmeras: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Invés de um ganho de músculos, o crescimento é em iluminação, entendimento. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

A negligência nos prende na infância, mas, o exercício nos conduz à maturidade. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

A provocação inicial, onde, por um lado a coisa parece espaçosa, por outro, estreita, bastaria para um menino preguiçoso descartar a “contradição” e sair resmungando. O disposto ao exercício espiritual, oraria confessando sua confusão e buscaria por luz. Certamente seria atendido.

“Lendo a Bíblia encontrei muitos erros, todos em mim.” Agostinho

Não existe uma estatura, à qual, alcançando deixaremos de ser tentados; mas, é possível crescer, de modo a termos prazer nas coisas em que o vulgo considera sacrifício. “Oh! quão doces são Tuas Palavras ao meu paladar, mais doces que o mel à minha boca. Pelos teus mandamentos alcancei entendimento...” Sal 119;103 e 104

Sabedoria é solícita, encontrável; mas, muitos usam olhos como ferramentas, onde é trabalho para ouvidos. “Atentai para minha repreensão; eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras.” Prov 1;23

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Seriedade necessária


“Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar Meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria.” Apoc 2;20

Para quem acredita e apregoa que Jesus É Amor incondicional, do tipo que passa por cima de tudo, no desejo de salvar, convém ler com atenção as cartas às sete Igrejas; nelas encontrará várias vezes O Senhor Falando: “Tenho contra ti...” Seu Amor não é um sentimentalismo barato que concorda com tudo. É um sentimento permeado de justiça, que não considera iguais, coisas que são diferentes.

A resiliência do amor o faz renovar suas oportunidades às mais reiteradas decepções, “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;7 Porém, não é tão resistente assim, a ponto de negar a própria essência. “Não folga com a injustiça, mas com a verdade.” V 6

Atualmente a intolerância é tida como uma coisa grave, um erro em si, antes de se considerar as razões. Ora, a tolerância para com os lobos resulta em traição contra as ovelhas. Nesse caso, é na tolerância que está a culpa, não do outro lado.

O Senhor prefaciou a Sua Carta à igreja de Tiatira com essa advertência. “Tenho contra ti que toleras...”

Claro que a tolerância pode ser vista em dois aspectos distintos; aceitar o convívio com os que pensam e creem diferente é uma coisa saudável; o lado higiênico da tolerância. Contra o que discordo lutarei com ideias, não com meios violentos e respeitarei ao que pensa diferente, no seu direito de assim pensar.

Agora, em nome da tolerância, permitir a poluição da Sã Doutrina, a infiltração de erros letais, aí é tentar camuflar sob um rótulo bonito, a ação feia e deletéria da irresponsabilidade e omissão.

Ninguém é coagido a crer em nada; entretanto, se decidir andar junto com determinado grupo com suas crenças definidas e estabelecidas, ande como os tais, sem tentar impor suas preferências. Claro que me refiro a doutrina, ensino; as coisas periféricas admitem variações, aperfeiçoamentos.

Alguém cunhou a frase: “A grande tragédia humana é que o homem aprendeu a dominar a tecnologia, antes de dominar a si mesmo.” Pois a tecnologia trabalha diuturnamente, no sentido se trazer conforto, satisfação ao homem. Aparatos tecnológicos cada vez mais velozes e mais capazes para armazenamento pululam todos os dias. O que estava na ponta, passados três meses estará na retaguarda, tal a velocidade empreendida nessa corrida atrás das sombras.

As pessoas estão o tempo todo trocando engenhos “obsoletos” por outros mais hightech. O alvo, comodismo, conforto, rapidez; e não raro, emulação, apenas porque outros já possuem o que elas, ainda não.

Afeito a essas coisas, o homem moderno transfere tais febres para as áreas espirituais. Poucos inda têm tempo para coisas “lentas” como um texto assim. A maioria quer um “cristianismo” Tic tok, doses rápidas que não demandem pensar muito. O que agrada a Deus, no entanto, muitas vezes é bem moroso; “Tem o seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

Pregadores se esforçam por produzir uma mensagem que não traga desconforto aos que ouvem; o “Reino dos Céus” dos tais, não mira a Nova Jerusalém, ruas de ouro, a Face do Rei do Reis. Nos cultos, aplausos; nas redes, tendo curtidas, visualizações e partilhas eles já estarão no paraíso.

Para manter “alimentado” o seu público, produzem mensagens insípidas, colocam ênfase exagerada no Amor de Deus, como se Esse bastasse para nossa salvação a despeito de nossa resposta. A chamada hipergraça.

O melhor mensageiro não é o que faz as pessoas sentirem-se bem; antes, deixa-as mal, com certeza que precisam melhorar; quiçá, decididas a isso.

A Palavra de Deus é categórica: “Tu Amas a justiça e Odeias a impiedade...” Sal 45;7 “Tu És tão Puro de Olhos, que não Podes ver o mal, a opressão não Podes contemplar...” Hc 1;13 e em Isaías O Senhor mesmo diz: “... não Posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13 etc.

O Amor Divino não altera esses aspectos do Seu Ser; se em nome da “tolerância” sonegarmos a devida seriedade, não estaremos mostrando um amor maior que o Dele; antes, patenteando nossa falta de jeito com a Justiça e a santidade.

Santificação não é um plus, algo mais, opcional, que, caso nos pareça caro, possamos ir apenas com o básico; faz parte do básico para quem deseja ver O Senhor. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Que triste ver alguns que, foram nossos mestres na gramática do Evangelho, agora serem chamados a reaprender o alfabeto. “Entrai pela porta estreita...” Mat 7;13