quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Atletas de Cristo


"Aproximando-se dele um jovem disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” Mat 19;16

“... que bem farei...”
O ser humano normalmente se dispõe a grandes sacrifícios, desde que, depois seja honrado, aplaudido por isso. Basta ver os atletas olímpicos, por exemplo; que carga de exercícios, abstinências, renúncias levam sonhando com uma medalha de ouro!

O prazer de obtê-la, ouvir o Hino Nacional no mais alto do pódio compensa todos os sacrifícios, segundo os próprios avaliam.

O “problema” da salvação é justamente esse. A glória por ela pertence a Outro; Ao Salvador que Deu Sua Vida Imaculada por nós.

O homem fora colocado numa posição gloriosa. Regente de todo o planeta. “... Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28

Entretanto, pela sedução do inimigo fora convencido que isso era pouco; que deveria buscar autonomia, ser “como Deus.” O custo da insanidade aceita foi tal, que forçou ao Próprio Deus a se fazer como homem, para reaver o domínio perdido.

Embora o homem caído anseie por glória, sua necessidade urgente é de vida. A queda o lançou nos domínios da morte. “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu Vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu Sou O Bom Pastor; O Bom Pastor Dá Sua Vida pelas ovelhas.” Io 10;10 e 11

Então, embora haja algo a ser feito, a única “medalha” possível é a vida; a glória já tem Legítimo Dono: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Por isso, quando, n’outra ocasião alguns também se dispuseram a fazer algo, O Senhor os desafiou a confiarem no que Ele Fazia; “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu: A Obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;28 e 29

Claro que, como na carreira de um atleta, também há uma série de renúncias necessárias na vereda da salvação. A diferença é que aqueles fazem isso por um “troféu” efêmero; os salvos recebem outro, de caráter eterno.
Invés do reconhecimento, da auto afirmação anelada por um competidor natural, um “atleta” de Cristo labora pela Glória Dele, não pela própria; no tocante a si mesmo busca total anulação; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me".

Paulo usou essa figura de modo bem didático: “Não sabeis que, os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;24 a 27

“Subjugo meu corpo...”
Conexão clara com o ensino do Mestre: “Tomai sobre vós o Meu Jugo...” Isso demanda o sacrifício das vontades naturais para alcançar um modo de vida segundo Deus, que o mesmo Paulo explicou: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Enfim, embora a salvação não seja pelas boas obras, os salvos devem praticá-las, para agradarem ao Salvador que as deseja; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Um treinador de futebol argentino dizia: “Para ganar hay que tener hambre de glória”. (Para vencer é preciso ter fome de glória) isso, falando do seu esporte.

Em Cristo, para vencer precisamos sofrer “Fome e sede de justiça”. Primeiramente, no tocante às nossas injustiças; fome que nos fará buscar Perdão; isso demanda a cobertura da Justiça de Cristo, em nosso favor. “... este será Seu Nome, com qual Deus O Chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

As dores que sofrermos pela maldade alheia serão recompensadas. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;” Mat 5;6

“Que bem farei para herdar a vida?”
Receberei agradecido o imensurável bem que Cristo Fez em meu favor, O seguirei submisso, agradecido, imitando Seus Passos. “Aquele que diz que está Nele, deve andar como Ele Andou.” I Jo 2;6

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

A única garantia


“Estas palavras não são de endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” Jo 10;21

Jesus, que curara um cego de nascença afirmara poder ter poder para dar ou, retomar Sua Vida. À essas palavras, foi tido por alguns, por endemoninhado. Então, se ouviu a objeção: “... pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”

É comum esse reducionismo falaz; quando não se concorda com alguém porque alguma faceta do ser ou agir desse, incomoda, basta que se acuse ao tal de possesso; se a narrativa colar, tudo o que se intentar contra, invés de agressão indevida, será tido como cuidado necessário, zelo espiritual.

Os Milagres e a Mensagem de Cristo eram extremamente incômodos aos religiosos da época. Se, colassem Nele a pecha de possuído, a reputação de todos estaria salva; afinal, quem se importaria com as palavras de um doido assim?

Entretanto, a rejeição não ocorria por algum lapso no Salvador, antes, naqueles que O rejeitavam. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

O Salvador não os acusou de endemoninhados, estritamente; antes, de filhos do capeta, por alimentarem desejos semelhantes; “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer aos desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade...” Jo 8;44

O Senhor vislumbrara ameaças de morte pelo ar, um desejo maligno que alimentavam os que O rejeitavam.

Se, ambas as partes poderiam atribuir, uma à outra, laços com o Capeta, como se poderia resolver a questão?

Heráclito disse mais ou menos o seguinte: “Quando dois sistemas filosóficos conflitarem, a nenhum caberá o direito de dizer: Minha visão está correta porque a oposta é errada; pois, a outra parte poderia dizer o mesmo, arrastando a peleja ao infinito. O falso deve ser demonstrado como tal, em si mesmo; não por ser oposto ao presumido verdadeiro.”

O Senhor ensinara que os frutos testificariam acerca das árvores. As lideranças religiosas de então cercavam-no espumando raiva, desejos hostis; “... quereis satisfazer os desejos de vosso pai que foi homicida desde o princípio...” um cheiro de morte assomava nos semblantes irritados, com o bem que O Senhor Fazia.

Nele não se vislumbrava esse tipo de desejo; antes, Sua Luta era persuadir ao arrependimento para salvar; além disso, “Pode um demônio abrir os olhos a um cego?” Seus feitos eram tais, que as próprias pessoas adjacentes notavam que as acusações não faziam sentido; era falsidade demonstrável em si mesma.

Por levar a liberdade de expressão às últimas consequências, O Eterno permite blasfêmias, calúnias, oposições várias... “... para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Atualmente a Mensagem Santa é atacada; “Discurso de ódio!” muitos já falam em reescrever A Palavra; alterar porções indesejáveis.

Num tempo em que a verdade é rejeitada como “Fake News”, ditadura é tida por democracia, violadores das leis são reputados juristas, desejos por transparência são aquilatados como atos golpistas, natural que a imperfeição se atreva a “aprimorar” ao que é perfeito.

Um demônio não pode curar cegueira, embora seja expert em “prodígios da mentira;” no entanto, obra por produzir cegueira nos entendimentos dos que descreem; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Quem crê não vê necessidade, nem aceita violações À Palavra; “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14 E quem duvida ainda está cego. Alteraria o quê?

Se, são os frutos que testificam das árvores, e os pretensos “reformadores” da Palavra de Deus são ímpios, devassos, depravados, de novo, como na parábola de Jotão, teríamos uvas e azeitonas desprezadas, para abrir caminho ao reinado do espinheiro.

O Senhor continua O Mesmo; Santo, Veraz, Salvador. Entretanto, não cura cegueira contra vontade dos cegos. A vontade sem noção é o obstáculo a ser removido.

Não é como certos produtos que garantem a “satisfação dos clientes, ou, o dinheiro de volta”. Jesus Garante “apenas” salvação, nos Seus Termos; conversão, mudança de vida. Aos que vacilarem, recaírem, se arrependerem do arrependimento, apenas terão suas mortes de volta; “... quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;6

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Beijo salgado


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Sal era o elemento conservante mais eficaz. Os alimentos não tinham a possibilidade atual de serem guardados em temperaturas adequadas. Então, era indispensável o uso do mesmo; exigido pelo Senhor nas oferendas apresentadas.

“Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Usando essa verdade prática como figura, O Salvador Disse aos discípulos. “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora; ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Sobriedade no falar e agir, diversa da maneira usual do mundo, deve ser a marca dos que pertencem a Cristo; Paulo ampliou: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder cada um.” Col 4;6

“agradável,” deve ser entendido como educado, de maneira respeitosa; nada a ver com lisonjas, bajulações, coisas que a verdade detesta. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Assim, sejam oportunos, educados, verdadeiros; é o conselho.

Isso, embora permita-nos interação social, eventual, demanda uma separação radical em questão de valores, fontes espirituais, maneira de caminhar; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Aqui, nesse quesito de seguirmos fiéis à Lei do Senhor, a maioria dos cristãos escorrega. Cristo Foi Categórico: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

Permanecer na Palavra Dele, não raro, nos indispõe com o mundo, amigos, familiares até. Em muitas situações, vivemos o “dilema de Pilatos”, “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Digo, como seguirmos sendo “legais” com nossas companhias sem noção, sem desprezarmos ao Senhor? Lavamos as mãos, ou colocamos a necessária pitada de sal? De outro modo: Adotamos os modos mundanos ou seguimos fiéis a Cristo?

Quem me acompanha jamais me viu enviando votos de “Feliz Natal” pelas redes sociais. Por quê? Porque, mesmo gostando das pessoas que interagem comigo, querendo o melhor para elas, isso não é um ensino da Palavra do Senhor. Apenas um costume do mundo; uma miscelânea, de Saturnálias, Calendas, tradições, costumes pagãos, que, em nada disso honram ao Salvador.

A pregação de Cristo na igreja primitiva era rejeitada, entre outras coisas, porque rompia com os costumes correntes; “Nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.” Atos 16;21

Ser de Cisto é ser signatário da Verdade que Ele É; isso não tem livre trânsito num mundo que ama e cultua a mentira como esse. “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Colocar um gorrinho vermelho, adornar árvores e expor luzes nas fachadas, qualquer um faz, sem nenhum compromisso com nada; apenas, para andar segundo o espírito desse mundo que, assim anda, morto e feliz.

Embora muitos defendam que não tem mal nenhum em se comemorar o Natal, como, a exortação Do Senhor (não do Menino Jesus) é que permaneçamos em Sua Palavra, que ensina e ordena a Santa Ceia, comemoração de Sua Morte, não creio que preciso ir além.

Mero rito religioso desprovido de essência é sal degenerado, inútil. O Salvador denunciou: “Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, que vossos pais mataram. Bem testificais que consentis nas obras de vossos pais; porque eles mataram e vós edificais seus sepulcros.” Luc 11;47 e 48

Em suma, alguns mais “sociáveis” que eu, acham normais essas coisas, essa miscelânea cultural onde, Noel brilha, e Jesus até entra de penetra, eventualmente.

Embora os respeite, prefiro seguir “apenas” com Cristo, Seu Espírito Bendito em mim, Seus Ensinos que regeneram, sem nenhuma necessidade de diluir o sal que Ele me deu, em panetones e chocolates. Recebi alguns; faz parte.

Meu medo assoma pensando nessas coisas: Se, até em seduções frágeis como essas, nossa fé já capitula, como será quando apontar no horizonte global o sedutor mor, com seus prodígios e eloquência?

Sei que textos assim, que questionam, discordam, desafiam a repensar escolhas, valores, não têm trânsito fácil. A verdade nunca teve. Todavia, vale mais que um “feliz natal” de plástico, um beijo dela. “Procurou o pregador achar palavras agradáveis; escreveu-as com retidão, palavras de verdade.” Ecl 12;10

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

O Sentido do Natal


“Agora, Senhor, despedes em paz Teu servo, segundo Tua Palavra; pois, já meus olhos viram Tua Salvação,” Luc 2;29 e 30

Simeão, com Jesus, de oito dias de idade, nos braços, proferiu essas palavras. Fora-lhe revelado que não morreria antes de ver O Ungido; vendo-O por ocasião da Sua apresentação no templo considerou cumprida a promessa. “... meus olhos viram Tua Salvação.”

O que ele vira estritamente fora uma criança frágil, inda incapaz de andar. No entanto, confiava na Palavra de Deus. Só os que agem assim, conseguem “ver”. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Apenas para tais ouvintes, a mensagem traz proveito; “... a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que ouviram.” Heb 4;2

Nunca se foi tão refratário À Palavra de Deus como agora. Seus ensinos sábios, desafiadores, regeneradores, agora, não são tão pacíficos assim. Sofrem pechas de fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio... não poucos falam em “atualizar” À Palavra, que teria se perdido no tempo, será? “Eu sei que tudo quanto Deus Faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14

Malgrado, a resistência Ao Eterno, nessa época do ano, os “cristãos” cobrem o mundo de luzes decorativas, canções monótonas, enfeites, decorações; muitos patrocinam grotescas hipocrisias, segundo eles, movidos pelo “Espírito do Natal”. Ora, segundo A Palavra, Quem Trouxe O Salvador foi O Espírito Santo. “... não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;” Mat 1;20

Passar um ano inteiro usando todos os meios, ilícitos também, para prosperar, e nesse tempo entrar em vilarejos pobres ridiculamente fantasiado, sacudindo uma sineta e jogando caramelos às crianças é uma tentativa inglória de compensar os lapsos da alma, coisa que Deus não aprovaria. Tampouco, O Espírito Santo patrocinaria.

Onde vivo, se fez pomposa “festa de Natal” na praça; shows, bebedeiras, músicas profanas, foguetórios... a maioria, gente que vive cada um à sua maneira, totalmente alheios a Deus.

Portanto, o espírito que patrocina essas coisas, ao encontro dos desejos do homem natural, tendo como pano de fundo o interesse comercial, é do mundo, não O Espírito Santo.

Os cristãos são chamados a renunciarem suas vontades particulares em prol da Divina; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Isso nos torna “estrangeiros”, muitas vezes odiados, aqui; “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos Escolhi do mundo, por isso o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Estranham quando deparam com um que, não enfeita suas fachadas com luzes pisca-pisca, não decora árvores, nem coloca guirlandas. Quem esse pensa ser? Pensa ser de Cristo, andar na Sua Luz; essa não brilha para decorar ambientes; antes, fulge no interior, para purificar das más inclinações; O Espírito Santo em nós, capacita.

Daí, invés de comemorar um nascimento extático, no tempo, tentamos viver um relacionamento em tempo integral, cientes que estamos perante O Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, não de um menino indefeso que precisa colo.

É compreensível, embora suicida, o barulho religioso do mundo alienado de Deus; nessas horas o silêncio seria muito agressivo. Os ouvintes de Estêvão provaram isso um dia; “... eles gritaram com grande voz, taparam seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. Expulsando-o da cidade, o apedrejavam.” Atos 7;57 e 58

Ele não falara nada mais que a verdade; os incomodados com ela fizeram um barulhão para não escutar. O “Natal” atualmente faz a mesma coisa. Um estardalhaço estratégica e hipocritamente calculado para abafar à Voz de Jesus; em muitos casos, apenas o Noel aparece.

Os que tentam “contextualizar” fazendo as mesmas encenações, mas ressalvando o “sentido do Natal” perdem uma chance de denunciarem a insensatez do mundo, quiçá, despertar alguns adormecidos.

Imaginemos essas pessoas em silêncio ouvindo às próprias consciências por alguns minutos... melhor não; “Feliz Natal!” Oh, Oh, Oh. “Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto Deus o Pôs sobre ele.” Lam 3;28

Simeão com Jesus nos braços não vira uma criança; antes, “Tua Salvação”, disse. Essa foi consumada na cruz. Isso explica porque tantos não conseguem se afastar do presépio; sabem onde culmina e não querem. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito chorando, que são inimigos da cruz de Cristo...” Fp 3;18

domingo, 18 de dezembro de 2022

Culpa do mordomo


Nossas vidas particulares trazem em si uma morte, da qual, o principal suspeito sempre é o mordomo. Esse administrador incauto, que prioriza o seu comodismo, prazer, conforto, invés do saudável, o justo, o belo. 

Mas, sem cadáver não há crime; quem investigaria se, só quem sabe disso é quem tem culpa, e nem quer saber? Não mexa com quem tá quieto! Mega escudo sobreposto aos telhados de vidro.

Deus Sabe. Ele Segue tentando criar anjos desses caídos, reciclar aos culpados; porém, Sua “Matéria Prima” não é aceita no mercado. Seus protótipos O ignoram e continuam usando diamantes em fundas. A Água da vida corre borbulhante, mas, toda uma geração segue após fontes rotas. Como disse o Pessoa: “Que importa o falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Combustível dos sentimentos queima, onde a verdade deveria arder.

O vírus do egoísmo estraga as câmeras dos olhares, que, filmam uma muriçoca no átrio do vizinho, entretanto, ignoram os mamutes pisando nos seus. Reconhecemos todos os loucos que vemos, menos um. O reflexo do espelho atrapalha. Cá estou a escutar o meu; ele sabe de cada coisa...

A erva que curaria às almas, continua viçando a esmo; amarga qual alosna; tanta coisa para se afirmar, “eu sou mais eu, vai por mim!” que chance teria a inglória proposta de negar a si mesmo? O Estado é laico, dizem os furtivos loucos. Quem precisa de padre, pastor, que só entendem de pasto e nada sabem da boia dos predadores? “A moral do lobo é comer ovelha, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France. Assim, precisamos receber na carne suas duras lições de moral.

A “latinha” que amplia as vozes se abre franca, à fala da noção entorpecida, sempre pronta para o pódio; qual o sentido de se nos trazer uma cruz? Chega nazistas, fascistas! Abaixo os discursos do ódio!

Somos peritos em tatear nas reentrâncias das nossas cavernas; que fique longe a invasão indesejada; que só adentrem os trajados a rigor, sem menor nuances de luz. Basta a la vista! Pois, eu quero ser visto assim como me vejo, presumo, desejo...

Afinal, há brilho em certo verniz que faz a pedra se vestir de ouro. Dizem que Xande se apoderou do Toque de Midas, e sob sua capa, vidas tortas se escondem na bainha da retidão; só que não. Há melhores temas no script, que o reles transformar falácias em pão, poder, números, apuração...

As teias das falas seguem caçando ainda insetos incautos; os cérebros baldios, ocos, dos idiotas úteis são adaptados como caixas de ressonância; os fatos sempre ocultos, enquanto se empurra na avenida o portentoso carro alegórico das narrativas, pelo qual doam vasto suor; trabalho braçal gratuito, desfile pomposo da pós-verdade, voluntários disseminantes das próprias ilusões.

A máquina de entortar homens funciona muito bem para outras torturas... começa pelos mordomos, cresce nas instituições, rouba-as, vilipendia, enverga a nação; e prossegue até fazer um “galo” na cabeça global. O fogo “sapiens” gera calor sem luz, e esse calor basta ao acéfalo animal. No escuro da ignorância pro aconchego do covil.

A conveniência, essa velha caduca, separa de seu baralho todas as “fakes news”. A mesma moral do mordomo insano, que camufla à culpa, apaga digitais, lava o sangue, e joga sua arma no rio. A justiça caolha segue acumulando troféus; dando posição a filhos da puta, como se fossem filhos de Deus; raios, foi a puta que os pariu!!

O crime organizado organiza meios de tolher ao cidadão; com o mal que adormece cada um, tenta fazer o sono encantado de toda uma nação; como tal urso que é gigantesco poderia hibernar, nessa estação? Se a própria areia já não suporta mais o que o gato enterrou. Então, o que eles fizeram no verão passado será revelado inda nesse verão.

A justiça por cega abdicou de sua venda, e emprestou-a para a suja mordaça das manchetes; daí, a transparência obscura, foi dada como favas contadas, mas, “O Gigante acordou” e cioso pede as contas. A ciência “exata” capitulou ante às humanas... humanas vontades.

Os filhos da dita senhora aquela, veem satisfeitos o boom de sua nova clientela; mas tantas fardas circulam adjacentes, que, clientes entram disfarçados no lupanar; as mesmas mãos dedilham antiga Lyra, agora, no modo acústico; onde, os representantes do povo quedam inúteis, vendo esse prescindir de seus préstimos(?) indo após a própria representação. Basta de flores de plástico!

Brasas de culpas dormidas nas cinzas de histórias pretéritas ainda arderão no presente; as favas rebuscadas passarão pela peneira de Pitágoras novamente. Será vista a falsidade das águas pintadas do Mar Vermelho, e quem ganhou muita queda de braço dobrando à justiça terá que dobrar os joelhos...

Migração dos mortos


“Senhor, fizeste subir minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo.” Sal 30;3

“... fizeste subir minha alma da sepultura;”
não que a alma do pecador esteja na sepultura, estritamente. Frui uma existência breve, cujo destino, sem remissão, será a morte eterna.

Infelizmente, nem todos têm consciência disso e passam os dias de suas mortes alienados, presumindo vender saúde espiritual. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Embora o canhoto tenha sugerido a autonomia em relação ao Criador, o caminho da vida é impossível, alienado Dele: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do que caminha dirigir seus passos.” Jr 10;23

Invés de meros caminhantes autônomos, O Salvador Deixou claro que chamava mortos à vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para vida.” Jo 5;24

Quando Davi disse que fora guindado da sepultura, sua intenção pode ter sido, apenas, figurar um livramento de morte; mas, estava sendo usado pelo Espírito Santo, para “antever” o que O Eterno Faria Mediante Cristo.

“... conservaste-me a vida...” De nada valeria livrar por um momento, depois, deixar se perder; O Senhor Faz “manutenção” do que Restaura. O Santo nos regenera por Amor; esse não é uma coisa efêmera que dá e passa; uma germinação circunstancial como semente sobre pedras. “O amor jamais acaba.” A cada dia O Criador cuida nossas necessidades. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque Suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é Tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Como produtos biodegradáveis que, sem determinados conservantes se deteriorariam, assim a vida natural. Ouvir A Palavra de Cristo faculta migração da morte para a vida; perseverar nela mantém a saúde, liberta-a das garras da morte. “Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Embora a salvação seja totalmente pelos Méritos de Cristo, somos capacitados Nele, a agir como filhos de Deus, não mais, errantes autônomos; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Malgrado, a ideia de salvação inexorável dos “eleitos” esposada pelo calvinismo, A Palavra de Deus sempre exorta à perseverança; adverte do risco de perdição, aos que, iluminados e capacitados, retrocederam. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, provaram das virtudes do porvir e recaíram, estiveram salvos por um tempo, depois, deixaram de estar. Afinal, “... quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

A Palavra da Vida sempre acena com a possibilidade de recuar; “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;38 e 39

“... para que não descesse ao abismo.”
Embora o dito popular que “morro abaixo todo santo ajuda.” Isso não depende de “santos”; é uma tendência natural da carne, “crescer” para baixo em sua disposição suicida, adversa à Lei de Deus. “... a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;6 e 7

Primeiro diz: “Livraste minha alma da sepultura...” como se, lá já estivesse; agora, “para que não descesse ao abismo”, deixando claro que, o abismo é mais profundo que a sepultura; a perdição eterna. o livramento fora a remoção de uma inclinação, não o mover da vida, de um endereço a outro.

Os méritos pela nossa salvação são todos do Senhor, que investiu Sua Vida pelo nosso resgate. Os que preferem seguir suas derrocadas rumo ao abismo, o fazem por preferirem negar Deus, invés de negarem a si mesmos.

“... A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29 “Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 17 de dezembro de 2022

Ao romper do selo


“Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno És de tomar o livro, e abrir seus selos; porque Foste morto, e com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação;” Apoc 5;9

Estranho Livro esse, que à “impossibilidade” de ser aberto, causou tristeza; “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de ler, ou, de olhar para ele.” v 4 mas, surgindo O Vencedor Digno, Esse, foi recebido com um cântico. Todo um componente emocional anexo.

A Dignidade do Campeão de Deus tinha a ver com Seus Feitos, não com algum título portentoso; “... porque Foste morto, com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação;”

Uma compra é um direito de posse; não, usufruto imediato da mesma, necessariamente.
A Jeremias foi ordenado comprar uma herdade, quando seu povo estava caindo cativo dos caldeus.

Ele obedeceu, mas buscou entender o sentido daquilo. “Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la; a cidade está entregue na mão dos caldeus, que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela pestilência; o que Disseste se cumpriu; eis aqui o estás presenciando. Contudo, tu me Disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro, e faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue na mão dos caldeus.” Jr 32;24 e 25

Estou esbanjando prata; isso não faz sentido, ponderou o profeta.

O Eterno relembrou os motivos do juízo, coisas que o mesmo Jeremias avisara e garantiu que, após o cativeiro punitivo, o povo voltaria àquela terra; “Comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: Está desolada, sem homens, nem animais; está entregue na mão dos caldeus.” v 43

Jeremias ficou com um direito legal sobre certa propriedade, sem o usufruto. Em certo sentido, era dos caldeus. Duas cópias da escritura atestavam: Uma pública, (aberta) outra, arquivada (selada). “Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, quanto a aberta e coloca-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias.” v 14

Os remidos também são uma propriedade do Salvador, da qual Ele não dispôs plenamente, uma vez que tiveram que peregrinar no “estrangeiro”. “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra.” Heb 11;13

Mesmo os que não Lhe obedecem, a Ele pertencem. Quando Pagou o necessário resgate Recebeu a Escritura do Planeta com tudo o que nele há. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

Deus Dera o domínio ao homem; esse perdera pra oposição, pela desobediência. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis ...” Rom 6;16

Aos Olhos Divinos, só um descendente humano poderia resolver a coisa com justiça; “O Verbo Se Fez carne e Habitou entre nós...” Jo 1;14 E Deus, “Deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque É o Filho do homem.” Jo 5;27

Sacrifícios de animais fora um arranjo circunstancial para acalmar as consciências arrependidas; mas, ante a Justiça Divina, era necessário “algo” Superior; havia uma sentença de morte a ser redimida. “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados... Então disse: Eis aqui Venho, para fazer, ó Deus, a Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual Vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” Heb 10;4, 9 e 10

“Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores e feito mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Em nós também, partículas da Sua propriedade, há uma “escritura”, “Temos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Duas versões, como aquelas de Jeremias. Uma aberta, pública; outra selada. Nossa profissão de fé e testemunho de vida são coisas abertas, que todos podem ver; tenham a estatura que tiverem. Mas, há algo “selado” onde só O Senhor Pode Ver. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

A Escritura aquela, do Senhorio sobre o planeta causou choro, à impressão de que não se poderia abrir, qual emoção aflorará, quando o teor dos nossos vasos for exposto?
Afinal, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Se necessário, choro de arrependimento agora, nos fará partícipes do cântico, quando todas as coisas forem abertas.