sexta-feira, 19 de agosto de 2022

A Inveja


“Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Sou Bom?” Mat 20;15

Os trabalhadores das diversas horas do dia. O que laborara uma hora apenas, recebera o dia completo; o que trabalhara o dia todo indignou-se com a “injustiça”; aí então, o empregador fez a pergunta acima.

Se alguém me contrata para trabalhar uma jornada por xis reais, cumprida a mesma, recebido o combinado nada cabe reclamar. Não era a injustiça que movia a queixa; antes, uma senhora bem idosa, atuante desde os dias de Abel e Caim, a inveja.

Os dois irmãos ofereceram culto ao Senhor; a um Ele Aceitou; ao outro, não.
... atentou o Senhor para Abel e sua oferta. Mas, para Caim e sua oferta não atentou. Irou-se Caim fortemente, descaiu-lhe o semblante. O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;4 a 7

Quiçá, “erro de avaliação"; Deus foi “injusto” aceitando um e rejeitando outro? Também lá não havia nenhuma injustiça. O texto ensina que antes de olhar para a oferta, O Senhor olhou para o ofertante; “... atentou O Senhor para Abel e sua oferta...” A Bíblia não deixa claro qual fora o mal de Caim. Alguns esposam a ideia que a oferta deveria ter sido com sangue, não frutos da terra como ele levara.
Porém, isso não me convence muito; pois, depois que organizou o sacerdócio levítico O Senhor aceitava ofertas de cereais e derivados. Então, o motivo para a não aceitação deve ter sido outro.

Talvez, adoração prestada com espírito errado; por competição, emulação contra Abel, ao ver que aquele ofertara ao Senhor. A coisa certa feita pelo motivo errado deixa de ser certa. O fato é que embora cultuando também, Caim fizera mal, algo que assoma nas entrelinhas; “Se fizeres o bem, não é certo que será aceito?” Notemos que a exortação não alude a uma mudança de oferenda, mas de atitude.

Muitos lidam mal com a bênção alheia. Parece que Deus “erra” quando dá algo aos outros. A mesma pergunta aquela cabe de novo; “Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Eu Sou Bom?” Mat 20;15

A Bíblia aconselha que participemos das emoções dos semelhantes, sejam agradáveis, ou não; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15

Quando medito sobre a inveja sempre me ocorre a frase duma antiga canção que dizia: “Na verdade o homem se sente mais realizado, se invés de falar parabéns! Ele fala, coitado!"

Em geral as pessoas são assim; refratárias ao talento alheio, justo por isso; porque é alheio. Auto gratificadas quando podem sentir-se superiores a outrem. Salomão discorreu sobre isso: “Ainda vi eu que todo o trabalho, toda destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade, aflição de espírito.” Ecl 4;4

Normalmente as pessoas querem a sorte dos que Deus coloca em lugares altos; não a trajetória, dores.

Há momentos em que nossa fraqueza tende a duvidar da Divina Bondade e Sabedoria. Parece que O Eterno se importa com outros, não conosco. Todavia, Ele Sabe para qual nicho está preparando cada um; o tempo, as coisas e oportunidades que combinam com outro, não necessariamente se amoldariam ao que Ele Tem para mim.

Mesmo quando tudo parece dar errado à nossa volta, confiemos Nele; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

José era inocente, fiel; contudo, sofreu ódio dos próprios irmãos, calúnia da mulher de Potifar e indiferença do copeiro de Faraó; até o tempo em Deus Resolveu mudar radicalmente sua sorte; da prisão ao palácio. De esquecido, desprezado, a governador.

Quantos momentos teve para duvidar da Bondade Divina? Certamente pareceu, eventualmente, que Deus preferia seus irmãos a ele. A Bondade do Altíssimo atua consorciada à Sua Sabedoria e Propósito. “Provai, e vede que O Senhor É Bom; bem-aventurado o homem que Nele confia.” Sal 34;8

De acordo com o tipo e peso do peixe que pretende pescar, o pescador prudente escolhe linha e anzol; O Senhor, de acordo com a missão para a qual nos está preparando, permite as dores necessárias para infundir a têmpera que deseja, nas vidas que escolhe.

É lícito fazer o que quiser do que é Dele; nossas vidas são.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Salvos de quê?


“Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Amor; tão manifesto em palavras e raro nas ações. Foi feliz o poeta que escreveu: “Sinônimo de amor é amar.” Não é algo pra se dizer; antes, se demonstrar. Deus provou Seu Amor enviando-nos O Salvador.

Já ouvi muitos pregadores sem noção dizendo que o valor do resgate pago mede nosso valor. Que Deus pagou muito caro, porque valemos muito. O valor pago demonstra o tamanho do amor envolvido, não o valor dos resgatados.

O Pai não nos ama pelo que somos, mas pelo que Ele É; “Deus É Amor”. Apesar se sermos pecadores, mortos, investiu Seu amor visando nos regenerar. Antes que alguém incauto leia no Amor Divino uma espécie de licença para pecar, considere também o outro lado; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

A aversão Divina contra o pecado não precisa atingir o pecador; basta que se arrependa, deixe a companhia do erro, aquele condenado que o quer matar também.

Certa vez nosso pastor perguntou: “Nós somos salvos de quê?” Um disse, da morte; outro, da perdição; um terceiro, do inferno... Na verdade, essas coisas são instrumentos da Ira de Deus. Dessa, os que se arrependem e se submetem a Cristo são salvos. “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo Seu Sangue, seremos por Ele salvos da ira.” Rom 5;9

Nos dias de João Batista, quando viu ímpios descansando numa confiança cega, sobre uma religiosidade hipócrita, interpelou-os assim: “... Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mat 3;7

Tanto para salvação quanto perdição, teremos que tratar com O Eterno. Ou corresponderemos Seu Amor manifesto em Cristo, ou seguiremos sob a ameaça da ira. “Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;4 e 5

O juízo poderia ser apenas justo, sem nenhum componente emocional. Mas, dada a natureza do que estará sendo julgado, o desprezo e afronta ao Amor, a ira será inevitável.

Fomos criados À Imagem e Semelhança Divinas; temos atributos psíquicos e espirituais semelhantes a Deus. Quando amamos queremos ser correspondidos; Ele também; se, nosso amor se relacionar com outrem sentiremos ciúmes; Ele idem; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Afinal, não apenas não foi amado, Cristo; mas, a oposição foi mais que Ele; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 A identificação como mal dará aos identificados o mesmo fim; perdição.

Alguns até se movem inicialmente ao Amor de Cristo; depois, quais sementes nascidas sobre pedras, murcham ao primeiro calor; seduzidos por desejos malsãos, acovardados ao preço da submissão, abandonam-no, profanam; como se, o mundo que jaz no maligno, morto, tivesse mais a dar que O Príncipe da Vida.

A Palavra questiona: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

O Amor Inefável segue buscando correspondência; todavia, quando Sua Expectativa findar, virá o tempo da ira, que também não será de proporções módicas; “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do Seu Coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;20

Não dá para detalhar; mas, muitos desejarão a morte; “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos do rosto Daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da Sua Ira; quem poderá subsistir?” Apoc 6;16 e 17

Os “escondidos em Cristo”, nada temem; “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela Sua Vida.” Rom 5;10

Está na moda ofender, blasfemar, ridicularizar À Palavra de Deus; O Eterno nem se importa de parecer meio demodê; “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices.” Sal 19;7

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Quem tem ouvidos...


“Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;12

Um paralelismo sinonímico; recurso comum na poesia hebraica, cuja transmissão, em grande parte era oral; então, a mesma verdade era repetida na segunda parte da frase, com outras palavras para fixar a ideia. “Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.”

Os fenômenos apelam, geralmente, à visão; pomposos banners, placas, luminosos, logotipos, cores; sem falar nas imagens de vídeo de toda espécie que permeiam nossas vidas.

Embora, “Nem tudo é o que parece; as aparências enganam; o vidro brilha ao sol, enquanto os diamantes se escondem nos cofres;” etc. A comunicação visual toma espaços amplos; tanto as pessoas têm para ver, que pouco tempo ou vontade lhes resta, para ouvir.

Nos domínios do Espírito, a faculdade da visão não é a principal; “A fé vem pelo ouvir; ouvir da Palavra de Deus.” Rom 10;17 Certo verso repete-se diversas vezes: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito diz às Igrejas.” Apoc 2;7, 11, 29, 3;3, 13, 22 etc.

Parece redundante o desafio, uma vez que todos têm ouvidos, mas não é bem assim. Todos podem ouvir fonemas ordenados que chamamos, palavras; porém, ouvir como quem aprende, como quem coloca nisso o coração, aí não é tão simples como parece. Verdades profundas entram num ouvido e saem no outro. Erram o caminho do coração. A preguiça de ouvir tira os petrechos de rapel e as palavras não conseguem descer aonde deveriam.

Doença denunciada nos dias do Salvador; “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado; fecharam seus olhos; para que não vejam; não ouçam e compreendam com o coração, se convertam e Eu os Cure.” Mat 13;15

Dos que ouviam disse: “Mas, bem-aventurados vossos olhos, porque veem, vossos ouvidos porque ouvem. Porque em verdade vos Digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram; ouvir o que vós ouvis e não ouviram.” Vs 16 e 17

Os de coração endurecido, ouvidos preguiçosos estavam diante Daquele que fora o sonho da visão de antigos heróis da fé; “... muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes...”

Para quem sabe ler, pingo é letra; se diz. Pois, para quem deseja ouvir e aprender, mesmo sem a devida eloquência ou didática, pode tirar proveito do que ouve. Quem deprecia um pregador, fazendo de eventual limitação um motivo para descrer, na verdade apenas dilui sobre motivos “lógicos” sua dureza. Se nem mesmo O Rei do Reis conseguiu atenção dos corações endurecidos, que dizer de nós?

Aos de boa índole, que investem tempo e esforços em busca de sabedoria, O Eterno costuma recompensar; “Filho meu, se aceitares Minhas Palavras, esconderes contigo Meus Mandamentos, para fazeres teu ouvido atento à sabedoria; inclinares teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor; acharás o conhecimento de Deus. Porque O Senhor Dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;1 a 8

Infelizmente, o predicado buscado no que se gosta de ouvir atualmente, não é conhecimento; a busca deixa de ser pela sabedoria e dá lugar à enganosa satisfação. Cada um busca mestres segundo suas próprias inclinações; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Ora, se já sei o que preciso ouvir, para quê? Não bastaria agir conforme meu saber? Aliás, poderia ensinar, invés de ouvir. Na verdade, a negligência nisso tolhe o crescimento e o discernimento que a maturidade espiritual traz, para aqueles que a alcançam; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12

Qualquer nicho de aceitação humana, para comportamentos que A Palavra da Vida veta, necessariamente deriva de algum acréscimo ou supressão da mesma;

a sentença é severa nesse caso; “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus Fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus Tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

domingo, 14 de agosto de 2022

Como Ele Disse


“Agora, pois, meu filho, O Senhor seja contigo; prospera, edifica a Casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti.” I Cron 22;11

Davi invés de apontar para eventual expansão horizontal do reino, a conquista sobre nações vizinhas, seu olhar estava voltado para cima; o relacionamento sadio de Salomão e todo o reino, com O Rei dos Reis. “O Senhor seja contigo.”

Quantos problemas seriam evitados se as autoridades humanas tivessem plena ciência sobre a verdadeira origem do poder atuante na Terra. A Pilatos O Salvador disse: “Nenhum poder terias sobre Mim, se do Alto não te fosse dado.” Portanto, acerta nosso Presidente, quando, após seu lema patriótico acrescenta: “... Deus acima de todos.”

Toda autoridade, malgrado, as escolhas que faça em âmbito pessoal, no prisma funcional representa Deus. Se bem ou mal, é outro aspecto que será julgado oportunamente. “Porque as autoridades não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu não temer a potestade? Faze o bem, terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme; pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;3 e 4

Davi sabia que suas proezas pretéritas, vitória contra um leão, um urso, Golias e tantas batalhas, não derivavam da força do seu braço; antes, da presença do Espírito de Deus atuando nele. “O Senhor é minha força e meu cântico; Se Fez minha salvação.” Sal 118;14

“... Edifica a Casa do Senhor como Ele Disse de ti.”
Não poderemos manifestar submissão à Autoridade Divina, sem nos atermos às coisas como “Ele Disse;” Qualquer supressão ou acréscimo será temerário; onde a submissão deixa o assento, a perversão acaba ocupando seu espaço. De outro modo: Quando deixo de agir segundo Deus, fatalmente o faço conforme o conselho da oposição; foi aquele que disse que poderíamos ser autônomos, independentes.

Infelizmente o homem aprendeu dominar à tecnologia, sem ter aprendido domínio próprio; consegue olhar em tempo real à face do planeta, e não é capaz de uma incursão nas reentrâncias da própria alma, onde se escondem desonestidade intelectual, hipocrisias, interesses rasos, falácias, presunção e toda sorte de vícios.

Deus não começa um templo pelo telhado; não pretende que tenhamos domínio sobre os outros; mas, cada um sobre si mesmo; isso desde que o pretenso “conquistador” da vontade espreitava à porta do coração humano; “... Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

O domínio sobre outros não parece ser uma coisa desejável; “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Embora, funcionalmente homens sejam colocados em posição de autoridade, em última análise, O Domínio deve ser do Senhor, como disse Gideão certa vez: “... Sobre vós não dominarei, tampouco, meu filho sobre vós dominará; O Senhor vos dominará.” Jz 8;23

O que Salomão edificaria seria um templo para culto e memorial ao Santo Nome do Eterno, não uma casa para Deus, estritamente; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” Atos 17;24

As “casas” que contam para a Santa Habitação têm outro “Mestre de Obras”; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

O “terreno” é o coração humano; matéria-prima A Palavra, o motivo da “obra”, o amor; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o Amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Aos que começavam a aprender da Palavra do Santo, Pedro disse: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

O “Filho de Davi”, às vésperas da morte também Deu instruções aos “herdeiros”; entre elas, o veto a credos alternativos prometendo vida onde essa não existe; “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Não obstante, a terra dos homens promova o dito ecumenismo, onde a única harmonia seria que todos concordam em não discordar, aos “herdeiros” do Eterno cumpre seguir edificando estritamente “como Ele Disse.”

Aí fora a moda é ser “tolerante, liberal, inclusivo.” Mas, esses estão fora. Nada mais natural que Deus, por Ser Quem É, Criador, Senhor do Universo, exija exclusividade; “Ninguém Vem ao Pai, senão, por Mim.”

Esses todos que pavimentam seus caminhos, cada um à sua maneira, estão indo para onde?

sábado, 13 de agosto de 2022

Arrogância; a irreconciliável


“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

Justificação pela fé costuma fazer buracos na “camada de ozônio”, dos que confiam em pretensas boas obras. - Faço isso, aquilo; esse tipo vivia todo errado; só porque diz que creu passou a ser tão salvo quanto eu? - Indignam-se. 

Quando Salva, O Eterno recicla lixo; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Paulo adjetivou a salvação mediante o Evangelho como “loucura.” “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

O Criador legou diretrizes pela Sua Palavra; o homem desconheceu-a. A pregação é “mais do mesmo”; é A Palavra de Deus, quando o pregador é idôneo; ampliada, dissecada, estudada, interpretada, repercutida à luz de exemplos históricos; diferente das instruções do Éden, que visavam manutenção, agora a Palavra fala com mortos.

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Não tivemos culpa pela queda; também não temos mérito nenhum para sermos salvos; somos devedores eternos a Jesus Cristo. “... Porque o juízo veio de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.” Rom 5;16

A Justiça Divina costuma diferir da humana, sobretudo, em questões espirituais. Todos herdamos a morte; “... por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5;12 Adão morreu porque pecou; nós pecamos porque estávamos mortos. Não significa que no lugar dele faríamos melhor.

À ideia de salvação presto imaginaremos: O que faço para recebê-la? Ora, Adão não precisava de salvação como nós, para ter vida; antes perseverar no que tinha, se manter em comunhão com O Criador. Para isso, como vimos, careceria ter dado ouvidos à Palavra de Deus.

Essa trazia ampla liberdade, apenas um veto; bastava cumprir esse e ser feliz. Tudo era sim; exceto, determinada árvore que, não!
Agora estamos do lado de fora; tudo é não, até mesmo boas obras e fervor religioso; nada conta sem estarmos vivos primeiro, e não estaremos, sem irmos a Cristo, nascer de novo.

O Único Sim! “Ninguém vem ao Pai Senão, por Mim; ... “Eu Sou A Videira, vós as varas; quem está em mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.” Jo 15;5

Nos dias do Éden, A Palavra de Deus era “apenas” Sua Palavra; em Cristo pretende ser “um pouco” mais; “O Verbo se Fez carne, e habitou entre nós; vimos Sua Glória, como A Glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.” Jo 1;14

Em Jesus “O Verbo” personificou. Logo, podemos parafrasear de modo lícito: “Ninguém vai ao Pai, senão, pela Palavra Dele; sem Ela, A Palavra, nada podemos fazer.”

Pois, antes de qualquer obra, a fé restabelece a relação; onde a Palavra foi duvidada e desobedecida, agora carece ser crida, cumprida. Antes do “fazer” que nossa “lógica” patenteia, está o ouvir, crer e obedecer, que A Justiça Divina requer; “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29

A dúvida é blasfema; chama Deus de mentiroso; “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10 Por outro lado, a fé pode dizer como Paulo: “... sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Enfim, o presunçoso alheio À Luz, malgrado, boas obras o façam sentir-se a última virgem do convento, não passa de um arrogante, blasfemo; enquanto o mutilado moral que ouve, se arrepende e muda, segundo A Palavra de Deus é perdoado e aceito.

“O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros; nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, não aquele; porque qualquer que a si mesmo exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo humilha será exaltado.” Luc 18;11 a 14

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Máscaras


“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas nações se cobrem.” Is 25;7

O contexto mostra que esse verso trata da vinda do Salvador que, além de salvação mostraria a aversão que O Eterno tem à hipocrisia; destruiria máscaras. A Palavra não diferiu uns e outros, como se esse mal fosse pontual; “... véu com que todas nações se cobrem.”

Pecados são diversos em suas formas de expressão; uns fazem coisas abjetas, escandalosas, outros ocultam as garras retráteis como certos felinos, pois, estamos todos no mesmo barco; sem Cristo O Salvador, mortos. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23

Deus não se preocupa com “danos psicológicos” que a verdade nua possa fazer; ensina: “O Senhor olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 14;2 e 3

Cristo deixou patente que falava com mortos; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Geralmente os “melhores” são os mais mascarados. Por astutos aprenderam a dissimular seus vícios; conseguem encenar gestos probos no teatro da vida, enquanto fazem coisas vis atrás das cortinas.

As maiores pelejas de Cristo nos Seus dias na Terra foram contra hipócritas; os que encenavam virtudes para a plateia enquanto faziam coisas perversas escondido. Foram chamados de sepulcros caiados; pintados por fora e podres por dentro.

O amor que “folga com a verdade”, eventualmente precisa dar nomes feios aos bois, porque a verdade sempre liga o nome ao boi; à pessoa, digo.

Vulgarmente dizem: “Só o amor constrói.” Porém, me atrevo a dizer que não é bem assim.

Já vi a inveja construindo armadilhas; a hipocrisia fabricando verossimilhança; a calúnia montando falácias de destruir reputações; o ódio fabricando armas mortais... ademais, o amor pode destruir também.

Acaso não é o amor pela verdade que leva O Eterno a destruir máscaras? A implodir as casamatas da mentira? “Regrarei o juízo pela linha, a justiça pelo prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, as águas cobrirão o esconderijo.” Is 28;17

O fato que “Deus É Amor” tem sido usado de modo indevido pelos que vivem às suas ímpias maneiras; quando exortados a mudar para evitar o juízo escondem-se atrás dessa verdade. O amor pela justiça traz alguns “efeitos colaterais” que devemos considerar: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te Ungiu com óleo de alegria mais que aos teus companheiros.” Sal 45;7

Desgraçadamente, as palavras arrependei-vos! e pecado, sutilmente têm sumido dos lábios de muitos “pregadores.” Também esses carecem ter suas máscaras rasgadas.

A onda é encher “igrejas” sem ferir suscetibilidades, sem confrontar para que haja arrependimento, mudança. “Nada de novo debaixo do sol.” Outrora já foi assim: “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;10

Os bons de Bíblia estão perdendo espaço para os bons de marketing. “... dizei-nos coisas aprazíveis...” O cristianismo de muitos que precisam se arrepender de seus “arrependimentos” não passa de um hábito confortável de colar “banners” virtuais de alheia feitura, com algumas frases bonitas; não importa se, de cunho humanista, espírita, new age, etc.

Qualquer um pode exibir “profundezas” do oceano do saber, sem sequer se molhar. Nunca foi tão fácil se mascarar de vivo, como tantos mortos fazem.

Seguido deparo com: “O que Deus significa para você?” “tudo”, “tudo;” as respostas. Depois de comentar segundo a formatação mundana, de falar sem compromisso, cada um retorna ao consumo de cultura inútil, distribuição de farpas venenosas, memes engraçados, enquanto esquece rapidamente de “Tudo”.

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos...” II Tim 3;1 e 2

No auge da pandemia só de máscaras podíamos ser atendidos em ambientes comerciais; perante Deus compareceremos de almas despidas; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Inocente, o primeiro casal andava nu e não se envergonhava; mas, pecando a primeira reação foi se esconder.

Religiões, obras, filosofias alternativas... tudo máscaras. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz...” Jo 3;20

terça-feira, 9 de agosto de 2022

O molde da paz


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Se, confiança em Deus gera paz, uma conclusão resulta necessária; os que se afligem sem ela não têm essa firmeza que agrada ao Senhor.

Inquietações normalmente são predicados dos ímpios; a mulher adúltera: “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7;11 Os ímpios: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

O Salvador Ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9 

Quem vive ao seu modo, sem se intrometer em litígios, nem devolver eventuais grosserias na mesma moeda, preferindo ter paz a ter razão, do tal se diz que é pacífico.

Outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor de toda sorte de diplomacia para dirimir conflitos, a esse chamamos pacifista;

todavia, pacificador é promotor da paz. Chega em ambientes onde ela não está; a medida do possível desarma os espíritos, desfaz mal entendidos, abranda animosidades; quem assim age é um pacificador. Muito útil, onde as paixões irracionais ardem produzindo calor sem luz.

O tolo vendo um desentendimento inda dúbio, sem saber se irá às vias de fato, joga mais lenha na fogueira; “Os lábios do tolo entram na contenda, e sua boca brada por açoites. A boca do tolo é sua própria destruição; seus lábios um laço para sua alma.” Prov 18;6 e 7

Notemos que esse “incendiário” além de acirrar ânimos em litígio, no final faz maior mal a si mesmo; “a boca do tolo é sua própria destruição.” O mal que incentiva contra terceiros, no devido tempo também o visitará; “Quem abrir uma cova, nela cairá; quem romper um muro, uma cobra o morderá.” Ecl 10;8

O fato de que O Eterno conservará em paz aqueles que Nele confiam, entretanto, não significa que esses vivem em contínuo remanso; na verdade O Salvador advertiu-nos das aflições necessárias; “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu Venci o mundo.” Jo 16;33

Sermos conservados em paz tem a ver com nossa consciência e relacionamento com O Eterno; não, necessariamente, com as pessoas. Quanto melhor for nosso porte, maior será a oposição dos ímpios; “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Quantos se irritam apenas com nosso modo de vida em Cristo? Outras destilam farpas contra nossa insistência “chata” em escrever sobre as coisas Divinas; dão lá suas receitas humanistas baseadas em noções rasteiras de justiça e boas obras e descansam nisso; como se, areia movediça fosse base para fundamento.

O primeiro aspecto da paz trazida por Cristo é a reconciliação, ou, adoção de filhos; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Depois, uma “voz” interior que ora aprova, outra veta nossas escolhas; seguir essa diretriz, o chamado “andar em espírito”, enseja paz em nosso íntimo.

O Senhor nos justifica em Cristo, malgrado toda nossa sujeira pretérita. Depois de justificados, somos ensinados a praticar a justiça segundo os padrões celestes, não as doutrinas humanistas, por bem intencionadas e simpáticas que pareçam. 

A justiça Divina apregoa: “O salário do pecado é a morte!” Rom 6;23 Todo pecador sem regeneração em Cristo, embora respire, está morto no prisma espiritual; isto é: Alienado do Eterno.

Então, eventuais boas obras de alguém assim não têm valor espiritual; elas herdam as “qualidades” do sujeito; mortas. Apenas “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Invés da arrogância dos ímpios que dizem: “Deus me aceita porque sou bom;” é necessária a humildade que reconhece que carecemos ser purificados para poder servir.

Enquanto a injustiça dos pecados não admitidos nem confessados, permanecer, os seus pacientes seguirão de uma inquietação a outra, de uma justificativa vã a outra tentando mascarar sua fuga; sua falta de paz. “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

O Senhor conserva em paz os que Nele confiam; mas, a paz não deriva meramente de dizer, eu creio, confio. Quem confia na Palavra do Santo, se deixa moldar por ela; só então conhece a paz que excede todo o entendimento.