quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Água Pura


“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo.” Tt 3;5

Quem pretendesse se justificar perante Deus, apresentando boas obras, por vistosas que fossem, ainda precisaria disso: “Lavagem da regeneração, e renovação do Espírito Santo.”

A sujeira do pecado é tal, que sem isso nada feito, estamos mortos. A regeneração é chamada de nascer de novo. “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Essa ideia pode ferir a autoestima de quem se presume “do bem”. Embora, para certos ramos da psicologia careçamos melhorar a autoestima, à luz da Palavra de Deus, nosso problema é o orgulho, pensarmos de nós, mais do que convém.

A Sã Doutrina não usa abordagens de coach. Essas frases motivacionais que exaltam potenciais, despertam ânimos dormidos visando fazer cada um mais autoconfiante rumo ao sucesso no labor ao qual se propõe; isso pode ter seu valor na área de incitar ao trabalho.

Mas, O Trabalho de Deus é “desfazer a obra do diabo.” O pai da mentira “motivou” demais ao primeiro casal, acenou a eles com uma grandeza falsa; desde então, a necessidade deixou de ser, autoestima; passou a ser humildade.

Alguém disse com propriedade: “O melhor negócio da terra seria comprar os homens pelo que eles valem, e revendê-los pelo que pensam que valem.”

A Palavra de Deus não massageia egos, antes, desconstrói. “... não há bom, senão Um Só, que é Deus.” Mat 19;17 “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; ninguém que busque a Deus.” Rom 3;10 e 11 “Mas todos nós somos como o imundo, e nossas justiças como trapo da imundícia; nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6 etc.

Enquanto não estivermos convencidos da sujeira que se nos pegou desde o egoísmo gestado no Éden, não estaremos prontos para ser lavados como convém.

O ego tende a mensurar tudo aos próprios olhos, aquela balela “filosófica” de ser o homem “a medida de todas as coisas.” A Palavra desencoraja o suicídio: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Nossa “habilitação” para O Reino dos Céus, antes das aulas práticas demanda abraçar e aprender a teoria; “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 O crer bíblico tem conteúdo; excede ao mero crer em Deus que o vulgo fala sem saber o que significa.

Precisamos abdicar de nosso modo raso de pensar e, doravante ter como bússola os pensamentos Divinos expressos na Palavra; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Quando O Salvador se dispôs a lavar os pés aos discípulos, um deles, o mais “humilde” Pedro, recusou-se a aceitar. O Senhor advertiu: “Se Eu não te lavar não tens parte Comigo.” Aquele incidente era literal; mas espiritualmente se aplica a todos nós; se O Salvador não nos lavar, (no Seu Sangue) não teremos parte com Ele.

“Estes são os que... lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” Apoc 7;14

Cada pregação da Palavra é uma oportunidade da alma se ver ante o espelho Divino. A lavagem não é compulsória, demanda a participação humana mediante arrependimento e mudança de hábitos; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;23 e 24

Alguns, por tímidos, volúveis até dão alguns passos rumo à santificação, mas, açodados pelas tentações voltam à sujeira de antes; Pedro fala desses: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A Palavra de Deus não nos humilha por algum sadismo; antes, nos mostra como somos, e convida a sermos de novo como Deus é; Santo. Não é capricho Divino, é necessidade; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

terça-feira, 5 de abril de 2022

A Angústia de Deus


“Em toda a angústia deles Ele (O Senhor) foi angustiado; o anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu Amor e sua compaixão Ele os remiu; os Tomou e Conduziu todos os dias da antiguidade.” Is 63;9

Essa faceta de Deus se angustiar com as angústias do Seu povo é uma das mais eloquentes testemunhas da grandeza do Seu Amor. Se, esse é incondicional, contudo, a aceitação não é.

Essa doença que alguns batizaram de “Teologia do Coaching”, onde toda ênfase recai sobra a Grandeza Divina, Sua Eterna disposição em perdoar, sutilmente vertida em aceitação incondicional, tênue desvio da necessária confrontação dos pecados, mata.

É uma espécie de “Teologia da prosperidade dos afetos” onde investimos simulacros de obediência e amor e em troca recebemos “cem vezes mais”; isso é insano! blasfemo até.

Certo é que, “Se formos infiéis Ele permanece fiel.” Isso atina ao Seu Bendito Ser; não, necessariamente, ao nosso relacionamento; pois a mesma fidelidade que reitera Seu amor, faz igual, em relação à justiça.

Deus se angustia quando erramos, justo pelo potencial destrutivo que o pecado tem em nossa relação com Ele. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Se estivesse “tudo dominado” a despeito do que fizéssemos, “uma vez salvo, sempre salvo” como creem alguns, tal sentimento sequer faria sentido.

Por quê se angustiaria com nossas faltas, se, sendo nós Seus prediletos, poderia fazer “vistas grossas” para com nossos deslizes? Porque Ele não pode. “Tu És tão Puro de Olhos, que não podes ver o mal; a opressão não podes contemplar...” Hc 1;13

Ele se angustia em nosso favor e nos defende quando somos atacados, por amar à justiça, pertencer a Ele; porém, se entristece contra nós, quando a causa são nossos erros, desobediências, rebeliões.

O Todo Poderoso não pode brincar com lixo. “... não Posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13 Se alguém imagina que os lapsos de obediência, frutos de justiça, santificação, podem ser supridos com cultos, louvores, se engana; “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como águas, e justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Ele sofreu angústias pelas angústias dos eleitos, porque essas derivaram da oposição dos povos que se lhes opunham. Quando foram rebeldes aos Divinos Comandos, O Céu também sentiu os efeitos disso, e a repercussão incidiu sobre a Terra. “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Das angústias necessárias pela oposição do mundo preveniu: “No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo; Eu Venci o mundo.” Noutra parte prometeu: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Essas frases de efeito, tipo: “Não diga ao teu Deus que tens um grande problema; diga ao teu problema que tens um Grande Deus”, um jogo de palavras que soa bonitinho, mas muitas vezes pretende tratar câncer de pele com maquiagem.

Muitos dos nossos “problemas” são a medicina de Deus, querendo nos purgar das superficialidades vãs, para aprendermos Dele, entre eles. “A obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;13

Não se trata de “ter um Grande Deus” para botar os problemas nos seus lugares com um grito gospel. Antes, de ter entendimento que Deus partilha nossas angústias porque nos quer edificados, provados, através Delas; não inchados, sem nada aprender.

Prefere compartir nossas dores a nos deixar levianos e inconsequentes; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

O Pai não arrefece Seu Amor por nós, mas Sua aceitação demanda arrependimento, revisão de rumos. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

“Os meus olhos buscarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

Muitas angústias são “Porque O Senhor corrige o que ama, açoita qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 Nesses casos enfrentamos os problemas com exame de consciência, arrependimento. A maldição sem causa não vem, removendo essa, aquela sumirá.

A Mentira


“Emudeçam os lábios mentirosos que falam coisas más com soberba e desprezo contra o justo.” Sal 31;18

A mentira não é uma coisa inofensiva largada ao vento, que só faria um mal eventual, ao incauto; antes, trata-se de uma violência; um desprezo, ataque contra o justo.

Quando O Criador advertiu Adão da sentença de morte pela desobediência, e o inimigo disse que ele não morreria, antes, seria exaltado, seria “como Deus”, fez violência contra o homem, camuflando de vida elevada à morte; sobretudo, fez violência Ao Eterno, atribuindo Ao Santo, mentira e egoísmo.

Mentira; por ter feito uma ameaça falsa, segundo a oposição; e egoísmo porque não queria que o homem fosse como Ele; coisa que o homem poderia “reparar” desobedecendo; partindo para a autonomia, independência, ele seria “como Deus”.

No que seria possível a criatura assemelhar-se ao Criador já fora feito; o homem fora criado à Imagem e Semelhança Divinas. Nos atributos incomunicáveis, Onisciência, Onipresença e Onipotência, ninguém pode ser como Deus; assim, o mentiroso oferece o que não tem e sonega virtudes que os alvos da sua inveja têm.

Embora se digam filhos de Deus, O Salvador disse que têm outra filiação: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Isaías disse: “Como prevaricar, mentir contra o Senhor, desviarmo-nos do nosso Deus, falar de opressão e rebelião, conceber e proferir do coração palavras de falsidade. Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado...” Is 59;13 a 15

Uma vez mais a consequência de ser a mentira um ataque à justiça; “por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe.”

As leis são criadas para que tenhamos um fundamento sólido para edifício da justiça; magistrados são postos para dirimir os pleitos à luz das mesmas. 

Todavia, casuísmos, interesses fisiológicos de “poderosos” impotentes ante os próprios vícios, têm gerado uma vasta gama de aberrações jurídicas ao arrepio da Constituição Federal.

A Corte Suprema, última instância da justiça, o STF, tem sido adjetivado com sobejos motivos, de “Vergonha Nacional”. Sim, como toda causa enseja consequências, a mentira tem seus efeitos colaterais.

Pior; sempre tem um “intelectual, jornalista, influencer” para defender o indefensável, mandando às favas as leis, os fatos, por ser serviçal de interesses mesquinhos; tais, são obscenos morais, privados das vestes da justiça.

Como num campo de nudismo, onde o fora da lei seria quem estivesse vestido, assim parece a sociedade atual. Na política, sobretudo, mas atinge todas as áreas. Já nem se diz mais “mentira”, mas, variáveis como “narrativas, ou fake news”.

E pasmem! desgraçadamente, no atual império da pós verdade, se cogita censurar a liberdade de expressão, para prevenir às nocivas “mentiras”. Ora, o antídoto à mentira nunca foi a mordaça, o veto, antes, a verdade.

A balela de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do nazismo, de que, “Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, é tão veraz quanto o implemento do “Terceiro Reich”.

As ondas avançam mais, ou menos sobre o litoral, conforme as marés, eventuais ressacas, tsunamis até; mas, em geral há uma divisa sólida entre o mar e a terra. Assim a mentira, a narrativa, pode manipular, solapar, convencer até; mas, os fatos seguem lá, sólidos, perenes, inegociáveis.

O Rei dos mentirosos, Lula, disse anteontem que acabaria com a guerra da Ucrânia x Rússia numa mesa de bar enchendo a cara com os líderes. Foi aplaudido por alguns “intelectuais” além da claque que usas óculos vermelhos.

Quando presidia por aqui foi ao Oriente Médio e “ensinou” como fazer a paz por lá. Nada mudou, mas ele voltou envaidecido pavoneando-se.

Nosso Presidente, que longe de ser um Ministro do Evangelho, consegue agir sendo honesto, foi muito feliz no bordão que escolheu para sua campanha; “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Jo 8;32 Adiante O Salvador ensinou: “Eu Sou... A Verdade...” Jo 14;6

Então, senhores, que querem proibir à “mentira” (a verdade inconveniente a eles) nós os conservadores cristãos “caçamos” “Fake news” todos os dias, sem proibi-las; antes, vivendo e ensinado o devido antídoto; a verdade.

Não podemos agir diferente, malgrado as ameaças do “mecanismo”; pois, pertencemos a Um Reino, do qual, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

domingo, 3 de abril de 2022

A facilidade do ódio


“... Hei de crucificar vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão, César.” Jo 19;15

Nem mesmo César sabia que era assim amado pelos judeus. Na verdade, era odiado.

Os judeus que o serviam como coletores de impostos eram chamados de publicanos.

Pecadores públicos, detestados pelos demais.
Certa feita, para enfatizar a gravidade da rejeição pelos religiosos, O Senhor disse que prostitutas e publicanos (pecadores do mesmo nível) entrariam no Reino de Deus antes deles, porque tinham se arrependido. “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas, os publicanos e as meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

Se, César era detestado, por quê a afirmação de “lealdade” supra? Primeiro para “legitimar” a acusação de que Cristo seria um sedicioso contra ele; isso “forçaria” a mão de Pilatos; depois, porque um ódio maior abafa outro menor. Sabe o político aquele que afirmou que certo adversário postulando de novo o poder pretendia voltar à cena do crime? Agora, “motivado” por um ódio maior se aliou a ele? Assim.

César, “apenas” os escravizava; enquanto O Salvador acusara-os de hipócritas, sepulcros caiados e os desafiara a enfrentarem a si mesmos, sob pena de serem inferiores às prostitutas e publicanos. Isso pareceu demais.

A afirmação de “lealdade” a César veio dos “principais dos sacerdotes” os “influencers” da época. Quanto mais alto nosso ilusório pódio, maior a presunção, e mais resilientes as algemas. 

Por isso, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são. I Cor 1;27 e 28

A igualdade, tão incensada por políticos e jamais observada, só é possível no Reino de Deus. Nele não tem isso de “uns mais iguais que os outros.” Não contam as tais classes sociais, poder terreno, fama, nobreza, nada. Os lugares altos são abaixados; os muito baixos são nivelados, para que todos fiquem do mesmo tamanho, zero. “Todo vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

O Criador não pega nossa “matéria-prima” e reforma; antes, reinicializa o “sistema” todo, transforma; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Salomão escrevera que “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla seu ânimo, que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32 Ele estava aquilatando valores, dizendo qual tipo de homem era melhor, não, mensurando a dificuldade da empresa; dizendo o que seria mais fácil.

Como o desafio do Salvador fora que eles se tornassem melhores, enfrentando a si mesmos, preferiram negá-lo, fingindo-se dóceis aos romanos. A velha hipocrisia e suas surradas capas.

Quando os evangelistas reportaram, os fatos eram consumados já, de modo que puderam fazer a coisa no pretérito; “Estava no mundo, o mundo foi feito por Ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam.” Jo 1;10 e 11

Mas, a boa nova para então, e o futuro, é que, “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O desafio feito àqueles é o mesmo a nós; “Negue a si mesmo, tome a cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Claro que é mais fácil negar a Ele, como fizeram os religiosos de então; porém, a questão é: Estamos em busca de facilidade ou de salvação? A vida eterna com Deus é dádiva gloriosa demais para ser fácil.

Embora, os opositores da fé nos acusem de nos “escondermos atrás da Bíblia”, como se, enfrentar a si mesmo seja coisa de covardes, não ousam formar fileiras para esse enfrentamento.

Nosso General É Valente demais, para ser seguido por covardes; “Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em Teus Lábios; por isso Deus Te abençoou para sempre. Cinge Tua espada à coxa, Ó Valente, com Tua glória e Tua majestade. Neste Teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão e da justiça; a Tua destra te ensinará coisas terríveis. As Tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei, e por elas os povos caíram debaixo de ti.” Sal 45;2 a 5

“César” segue oprimindo, estreitando, perseguindo, ameaçando, matando... é tudo o que pode; salvar não está na sua pasta. Por isso, não temos outro Rei, senão, Jesus Cristo.

sábado, 2 de abril de 2022

Silêncio é bom, ou ruim?


“... se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

O Salvador figurara os Seus como sendo “o sal da terra”; aqui, o risco de degenerar, perder o sabor.

Também dissera que os cristãos são a “luz do mundo.” Mat 5;13 e 14 Não carecemos muita perspicácia para entender que as figuras demandam retidão em dois aspectos distintos: Nosso agir testifica aos olhos, é luz; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

Nosso falar, aos ouvidos: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6 “Sempre agradável” a Deus. Não significa que devemos ser bajuladores de ímpios.

Alguns, com hemiplegia intelectual defendem certa absolutização do silêncio, como desejável sempre.

Embora os livros sapienciais tragam que o sábio é prudente com os lábios, enquanto o tolo é tagarela, não advoga o mutismo; antes, o discernimento para entender a hora certa de falar; “Tudo tem seu tempo determinado... tempo de estar calado e de falar.” Ecl 3;1 e 7 diz mais: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11

Isso de não entrar em polêmicas, calar ante o que discorda para evitar atritos pode parecer muito sábio. Aliás, num tempo como o atual, onde poucos pensam, e muitos palpitam sobre tudo, fariam bem os faladores do que ignoram, em tapar as próprias bocas. Há uma camuflagem que, se espertos, usariam. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

Todo cristão medianamente instruído sabe que “nossa luta não é contra carne e sangue...” mas contra seres espirituais difusores da maldade no mundo. Entretanto, essa difusão se dá mediante seres de carne e sangue, humanos como nós.

Embora nossa aversão deva ser contra ensinos errados, pois, o embate, não raro se dá contra expoentes humanos desses ensinos.

Como saber que algo é mau? Qualquer coisa, por “inclusiva, diversitária, humanista” que pareça, se, sua implicação moral é uma indisposição contra Deus, os veros Servos Dele, vislumbram aí, um campo de batalha a desafiar; “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;3 a 5

Assim, quando em nosso escopo vemos atacados os valores que dizemos que nos são caros e não reagimos, nos tornamos sal degenerado, que para nada mais presta.

Se, há momentos, (como O Mestre ante Herodes se recusou a falar, dar espetáculo a um ímpio) em que o silêncio é melhor; tipo, “Não dar aos cães as coisas santas, nem lançar pérolas aos porcos,” ou seja: Não insistir com a mensagem de Cristo ante escarnecedores, os que empunham a “Espada do Espírito” não podem se acovardar, quando o inimigo tenta ganhar terreno debaixo dos seus olhos.

O risco de rejeição, agressão, incompreensão não é nada; não militamos por aplausos, mas, pela verdade. Somos convidados a participar do “vitupério de Cristo”, sofrer vergonha com Ele, não sermos cordatos ante o erro flagrante, para que o mundo não nos incomode. “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Os que ensinam serão julgados com exigência maior. “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1 

Contudo, quem foi capacitado para isso fugiria, deixaria de falar em denúncia dos erros, contra a inclinação do próprio espírito? “Porque estou cheio de palavras; meu espírito me constrange.” Jó 32;18

Portanto, caro cristão “prudente”, se o esconderijo de evitar polêmicas, apresentar o sal onde medra a impiedade é uma tarefa à qual não te atreves, ore pelos que ousam em Nome do Senhor; porque lutam por Ele, não por si próprios; senão, também se esconderiam como você.

Quem vê nas polêmicas algo a evitar, despreza a necessidade alheia, como o levita e o sacerdote aqueles; nem percebe mas, faz o mesmo. A verdade sangra à beira do caminho enquanto a mentira tripudia. Mas, o “Sal da terra” não ousa acrescentar o Sabor de Cristo.

O soldado cristão não vê nas adversidades um obstáculo a evitar; antes, uma oportunidade; “Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes; porque uma porta grande, eficaz, se me abriu; e há muitos adversários.” I Cor 16;8 e 9

Portanto, invés de censurar à voz alheia, está na hora de aprenderes a usar a tua.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Top Trash


“Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus...” Ef 3;7

Fui feito ministro; Paulo sabia quais eram suas inclinações religiosas. Noutra parte testificou: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui à Igreja de Deus.”

A primeira coisa que um salvo deve ter são dois quadros pendurados na parede da memória; um “antes” e um “depois”; deve lembrar como era o charco de lodo, antes da Rocha.

Deus não nos chama porque somos bons, estamos vendendo saúde espiritual, em circunstâncias ditosas; antes, apesar das nossas ruindades e ambientes, investe Seu Amor e misericórdia; “Eu te conheci no deserto, terra muito seca.” Os 13;5

Paulo fora adversário da Divina Obra; porém, em Cristo, foi feito diferente.

Abstraídas as peculiaridades de cada caso em particular, o mesmo acontece com todos. Malgrado, religiosos, zelosos, tendemos a ser obstáculos, mais que ajudadores, sem a bendita intervenção transformadora de Cristo. Sempre que o ‘eu’ estiver no trono, Cristo não estará; daí o indispensável, “Negue a si mesmo”, coisa que muitos, “cristãos” se recusam a fazer.

Lembro minha falta de jeito com música; tenho um irmão que é músico; ele tentou algumas vezes fazer com que eu estudasse escalas; cansativas repetições até fixá-las em minha alma e nunca conseguiu um aluno dedicado o bastante para tais exercícios.

Preferia pegar revistas que traziam os desenhos de pequenos trechos, que, repetindo-os, fazia alguns solados até; não passava disto. Terminada a sequência colada, acabava o “músico”. Nunca levei jeito. Meu “talento musical” era semelhante ao da Anitta; sem apelações.

Pois, na Obra de Deus, muitos “obreiros” agem assim; decoram três ou quatro cacoetes sem nenhuma base sólida e só.

Primeiro, que um obreiro aprovado não se forma por suas habilidades, sejam quais forem. Todo ministro idôneo deve dizer como Paulo: “Fui feito ministro.”

A parte humana demanda esforço em aprendizado, renúncia, obediência, santificação; essas coisas são indispensáveis; mas, não bastam. “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4

O contexto alude ao Sacerdócio de Cristo, comparado com o de Arão. Mas, se O Dele, Eterno Sumo Sacerdote veio ancorado em honra e chamado, por quê a busca de eventuais servidores seria diferente? 

Dos Seus, independente de ministérios é requerida identidade sentimental, ética e espiritual; “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6 “... Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Depois dessa mudança de vida aos padrões santos, Ele enriquece aos que escolhe com dons; seremos feitos ministros probos, apenas depois de purificados das nossas carnalidades, às quais, sacrificando seremos levados a conhecer a Vontade do Eterno. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

As “escalas da música celeste” também demandam repetições demoradas, renúncia, obediência, santificação, estudo...

Aprender uns cacoetes e criar uma página de “revelações” onde um olho mira a câmera, outro as “curtidas”, qualquer pilantra faz; as redes sociais estão eivadas desses.

Agora, enfrentar a si mesmo, lutar diuturnamente contra más inclinações, até vê-las crucificadas, suportar o deserto do desprezo por vasto tempo, meditar na Palavra dia e noite para aprendê-la melhor, e não se impor a nada; aguardar O Chamado Divino se ele vier; senão, mesmo assim saber-se chamado para ser santo, aí é para poucos.

Esses ditosos raros são instrumentos pelos quais, Os Céus fazem diferença. Não são aves de bandos; mas, quando falam são medicinais suas palavras, porque derivam estritamente da Palavra do Eterno.

A “cantora” aquela abusa de apelações pornográficas para estar nos tops isso e aquilo; ora, um caminhão de lixo no topo do Everest segue sendo lixo, e ainda polui o ambiente.

Infelizmente, está cheio de ministros “Anittos” por aí; que por falta de “talento” (credenciais vistas acima) partem para a apelação das “revelações” “Deus disse isso, aquilo...” coisas sempre brotadas de suas almas doentias, não, da inefável Palavra de Deus, que está escrita.

Não lhes basta a canalhice de ser mentirosos; precisam acrescentar a culpa da profanação; de mentir envolvendo O Santo Nome do Eterno. Eles também têm seu “envolver”, pois.

Antes do Santo Nome de Jesus abrir portas, Ele fecha aquelas nas quais seria indigno um servo Dele entrar. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

domingo, 27 de março de 2022

Dormindo com o inimigo


“Eis que a mão do que me trai está comigo à mesa.” Luc 22;21

A traição deriva sempre de alguém que tem certa intimidade, amizade; um inimigo agir de modo avesso às nossas conveniências é ser fiel à sua inimizade, agir conforme. É o que deveríamos esperar dele.

A perfídia traz sempre um componente de surpresa; exceto, para Aquele que É Onisciente; Ele pode denunciá-la antes de acontecer.

Nós, dadas nossas limitações cognitivas devemos estar atentos sempre aos riscos das amizades nos decepcionarem. “Que Deus me livre dos meus amigos! Dos inimigos eu me cuido.” Voltaire

Preferimos o bom, o agradável, ao bem e saudável. O primeiro tem a ver com a resposta dos sentidos ao sabor, não obstante, possa se revelar um mal, no fim. O bem, mesmo que, eventualmente, tenha gosto amargo, uma vez processada sua essência trará um resultado benéfico no final, coisas que A Palavra de Deus versa.

Do “bom” que nos seduz rumo à dor, diz: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele é o caminho da morte.” Prov 14;12

Do “mal” cuja presença receberíamos de mau grado ensina: “Melhor é a repreensão franca que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;5 e 6 Quem preferiria feridas a beijos??

Todavia, dentre todas as traições possíveis, a mais perniciosa é a do que trai a si mesmo. Porque muitos que isso fazem, sequer percebem que estão privando-se da Graça Divina e lançando-se inadvertidamente no campo da maldição; alienação da vida.

A Palavra nos ensina: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Alguns, mercê de interpretações rasas, entendem que não devemos confiar em outras pessoas. Não é essa a intenção do texto. Se o dito “faz da carne o seu braço a aparta seu coração do Senhor,” é um que confia em si mesmo, invés de confiar no Eterno; coisa que o traidor sugerira no Éden. Notemos que esse traído não será decepcionado por terceiro, como seria o que fosse traído por um amigo; antes, será cegado; “não verá quando vem o bem.”

Pois, esse “trair a si mesmo” não é um ato tão particular quanto parece; há um tênue consórcio com a oposição, Satanás, que, por alinhar-se à vontade natural perversa, camufla-se de vontade humana, quando o pecador faz o desejo daquele, pensando buscar o próprio.

Primeiro patrocina a dúvida, descrença; no rastro dessas, traz a consequente cegueira. “Mas, se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Cegueira, privação de entendimento. Naqueles que recebem o “mal” da cruz, Deus faz o contrário; permite que sejam “Iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e a sobre-excelente grandeza do Seu Poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu Poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à Sua direita nos Céus.” Ef 1;18 a 20

Aos que, cegados pelo inimigo atuam de modo autônomo, A Palavra chama de “sábios aos próprios olhos”; primeiro aconselha que evitemos isso; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Noutra parte aquilata o valor; “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Paulo denunciou a luta interior contra esse traidor que, muitos nem percebem; “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

A maldição campeia entre os que “dormem com o inimigo” colocando as próprias inclinações em lugar do Senhor; a Bênção Dele visita aos que O servem; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;7 e 8

O risco é depreciarmos à ação de Judas, sem perceber que seu mal nos “Judia” também.