segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Idolatria "Evangélica"

"Dar-vos-ei pastores segundo Meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e inteligência. Sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: Arca da Aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, não a visitarão; nem se fará outra.” Jr 3;15 e 16

Em tempos de rebeldia, mediante Jeremias O Senhor acenou com um tempo porvir no qual, pastores íntegros guiariam ao rebanho; isso se daria à Luz de uma Nova Aliança; seria superada e esquecida a Arca da Aliança, e vetou que se fizesse outra.

A Epístola aos Hebreus escrita após o cumprimento disso explica a transição e mudança: “De tanto melhor Aliança Jesus foi feito fiador...” que “pode salvar perfeitamente os que por Ele chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Cap 7;22 e 25

Na antiga Aliança a Arca ficava atrás dum véu, no “Santo dos Santos;” O Cordeiro de Deus ao morrer dando Sua Vida para estabelecer o Novo Testamento, por ocasião de Sua morte o véu do templo se rasgou de alto a baixo.

O Sacerdócio de Cristo, não demanda mais sacrifícios de animais, tampouco restringe o acesso a alguns poucos escolhidos; antes, Nele qualquer um tem acesso ao Trono da Graça. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é; sua carne.” Cap 10;19 e 20

Se Deus disse que não se faria outra Arca, porque algumas dezenas de igrejas pelo país exibem cada uma, uma cópia segundo a imaginação dum artífice qualquer? Os pastores que o Próprio Deus afirma que seriam segundo o Seu Coração trabalhariam com ciência e inteligência.

Nenhuma pessoa dotada desses atributos agiria como idólatra estando ciente de quanto O Eterno abomina à idolatria.

Desde quando que esses simulacros têm algum poder? Nem mesmo Aquela, a Única que O Senhor mandou fazer tinha poder. A Presença de Deus que fazia a diferença.

Quando os filhos de Eli, Hofni e Finéias após muitas baixas numa batalha resolveram levar a Arca ao front para que Deus pelejasse por eles, O Senhor permitiu total derrota e a morte dos profanos; e a Arca foi tomada pelos Filisteus.

Uma coisa que os pastores com ciência e inteligência hão de saber é que, vivendo de forma agradável a Deus, as pessoas não precisam de fetiches para ser abençoadas; nem “Sal de Jericó, Rosa Ungida, Azeite de Israel, porta disso, daquilo;” nem esse lamentável ídolo “gospel;” esse caixote que incautos pensam ter alguma virtude mas, não passa de um ídolo, tão detestável aos olhos Divinos como os demais que Ele odeia.

Ele disse pra não se fazer outra Arca; todos que fazem agem em rebelião. Samuel disse a Saul, da parte do Senhor, que rebelião é como pecado de feitiçaria.

Desgraçadamente vivemos com o nome de igreja, que deveria ser “coluna e baluarte da verdade;” mas, atuamos com mentalidade de empresas, onde o que conta mesmo é quantidade. Em busca disso se faz toda sorte de “macumba gospel”, se prega mensagens ufanistas onde deveria apenas verter a Água pura, ou, o “Leite racional, não falsificado;” com figurou Pedro.

Deus não é democrata. Não está buscando votos, tampouco se comove com números; de dinheiro ou pessoas.

Nos dias de uma apostasia coletiva, onde não tinha ninguém pelejando pela pureza e verdade, O Eterno disse que pouparia a todos se achasse um só, mas estava em falta; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso derramei sobre eles minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi...” Ez 22;30 e 31

Um que Deus aceite pode livrar a uma cidade por sua intercessão; porém, nem todos os fetiches do mundo bastam para fazer O Santo suster Seu Juízo quando Ele se ira. Na verdade essas coisas acentuam a Ira Daquele que disse que busca adoradores que O adorem em “Espírito e verdade” não com os amuletos da mentira.

Ele mesmo ensina: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo coração,” não com todos os badulaques. Ele quer ser conhecido e amado, não, usado, manipulado.

O Conhecimento do Santo é melhor que a força, as riquezas e sabedoria natural, pois, dá vida. “A vida eterna é esta: que te conheçam...” Jo 17;3

“... Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me entender e conhecer...” Jr 9;23 e 24

domingo, 4 de agosto de 2019

Como Deus Se Apresenta?

“Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! (a Deus) Então me chegaria ao Seu Tribunal. Exporia ante Ele minha causa; minha boca encheria de argumentos” Jó 23;3 e 4

O infeliz Jó no auge do sofrimento suspirando pelo direito de defesa. O Mesmo Senhor testificara que ele era reto, temente, que se desviava do mal. Entretanto, pela inveja de Satanás que propôs um desafio ao Santo, Deus permitiu que aquele pusesse à prova a fidelidade dele.

Os amigos que foram inicialmente solidarizar-se, em dado momento se tornaram um peso, pois, não entendendo a razão daquilo cogitavam que derivava de pecados, e mesmo no escuro, sem ter do que o acusar estritamente exortavam-no ao arrependimento.

Cansado da clara de ovo sem sal, como definiu as palavras dos seus molestos amigos, desejava expor suas razões ante Deus, onde “encheria a boca de argumentos”.

Pois bem, em dado momento, O Juiz dos Vivos e dos Mortos concedeu-lhe audiência.

Antes de lhe dar direito a defesa leu o “Processo”; “Onde estavas quando eu fundava a Terra? Deve saber, já tens idade. Quem colocou limites ao mar, onde deveriam quebrar suas ondas? Quem lhe deu nuvens por vestes, e entesoura o gelo como arma para ocasiões oportunas? Quer saber? Pega a terra pelos quatro cantos e sacode dela os ímpios, aí reconhecerei que tua mão pode te livrar. Fostes tu que destes velocidade e privastes de inteligência ao avestruz? Destes ousadia ao cavalo que galopa excitado contra a batalha? Podes lavrar com boi selvagem, pescar o crocodilo e fazer de brinquedo para tuas crianças? Ninguém há tão corajoso que se atreva a despertá-lo, quem se atreveria a levantar diante de mim? (paráfrase livre de fragmentos dos capítulos 38 a 41)

Há muito mais basta ler; mas, invés de encher a boca de argumentos como pensava encheu de dedos; “Eis que sou vil; que te responderia? Minha mão ponho à boca.” Cap 40;4 Com meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos.” 42;5 


Não há registro que Jó tenha visto Deus estritamente; apenas ouviu-O desde um redemoinho. Quando ele diz: Agora te veem meus olhos, significa: Agora entendo melhor.

“Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis... Escuta-me, pois, e falarei; te perguntarei, e tu me ensinarás.” 40;3 e 4

Eis algo que todo servo de Deus deveria saber! Invés de argumentar às escuras sobre o que não entende, deveria perguntar humildemente a Ele e Dele aprender. Traduzindo: Meditar na Sua Palavra.

Nem era estritamente contra Jó o embate; era um duelo milenar entre O Todo Poderoso e Satanás. Ele estava no meio o infeliz; Deus o permitiu, depois repôs em dobro o que ele perdera numa luta que entrou sem querer.

Muitos confundem, pregadores inclusive, que pelo fato de Deus poder nos livrar das dores Ele nos deve isso. Tomem para si as perguntas que Ele fez a Jó. Ele promete passar conosco pela água e pelo fogo, não, secar àquela ou apagar a esse, segundo nossos devaneios doentios.

Não estamos num lugar de felicidade; esse será no além quando Deus enxugará toda a lágrima; aqui é uma “competição” onde os “classificados” ganharão ingressos para lá. Quem devaneia com as soluções de Deus imediatas, aqui e agora como deseja a carne, e como ouvi de certo ateu, ainda precisa conhecer Deus.

Como nos apresentamos a alguém que nos não conhece? Sou fulano de tal, tenho tantos anos, nasci em... e sou especializado em... Mais ou menos isso. Nome, origem, idade, profissão. Como Deus se apresentou a Jó??

O Criador. As Suas Obras deveriam falar por Ele. Paulo desenvolve: “... suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu Eterno Poder, quanto a Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Enfim, precisamos de menos ufanismos, “vitórias” de plástico para agregar adulados por meros números, e apresentarmos a gravidade bíblica como ela é, por mais almas salvas.

Pregadores que se atrevam a dizer que as coisas não vão melhorar necessariamente porque queremos apenas; antes, que Deus estará conosco e nos fará conhecer os dois lados da moeda para nos temperar. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Aos fiéis em Cristo, após aprovados Deus dará infinitamente mais que o dobro. Tínhamos setenta ou oitenta anos de vida; ganharemos vida eterna. O que passar disso é graça sobre graça; não um direito nosso; é gorjeta aos convidados pra festa.




sábado, 3 de agosto de 2019

O Desafio do Ateu

“... amei a Jacó, e odiei a Esaú...” Mal 1;2

Deparei com um vídeo de um ateu desafiando expectadores a fazer consigo 32 perguntas sobre Deus e Sua Palavra, e depois disso, convenceu-se, você se tronará ateu como eu, ou, nem fale mais em religião.

Pois bem, aceitei o desafio. Sofri sua mal educada e blasfema cantilena. Porém, depois da tortura à educação, à hermenêutica, à honestidade teológica e intelectual, não me fiz ateu nenhum milímetro; sigo escrevendo como antes.

A maioria das questões que propôs são ridículas, como uma ênfase exagerada na expressão: “Sou o Deus de Israel,” como se isso restringisse O Eterno àquela nação; cada uma poderia e deveria “criar” o seu Deus, já que é “tudo mentira” disse.

Esquece o luminoso sábio, dum texto de antes de formar a Nação de Israel que O apresenta preocupado com todo o planeta. “... em ti (Abraão) serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3
Noutra objeção ridícula diz que 95% dos políticos são corruptos, ladrões, contudo, estão ricos; portanto, Deus “gosta deles e os abençoa”; Bastaria ler o salmo 73; se fosse bem informado como pretende não traria essa tolice como argumento sólido.

Outra questão de alguma relevância: (a maioria qualquer iniciado tira de letra, pois, são ninharias de uma carnal compreensão do que é espiritual) Como seremos felizes no Céu sabendo que muitos dos nossos estão no inferno? Essa questão merece apreço. É uma boa pergunta.

Paulo ensina: “... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13

A ideia da família espiritual foi ensinada já pelo salvador, dizendo que estranhos eram seus familiares, enquanto os de seu Sangue, que, então, o queriam prender não eram.

“Quando os seus ouviram isto, saíram para prendê-lo; porque diziam: Está fora de si.” Mc 3;21” “Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar... olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.” VS 31 e 34

Os laços de sangue estão restritos à Terra, uma vez que “Carne e sangue não herdarão O Reino dos Céus”. Assim, se eu for salvo, todos os meus irmãos estarão lá; os que ficarem de fora, infelizmente, serão apenas inimigos do meu Pai. Não nos causará dor, mas, sentimento de justiça.

Mas, a questão que ele propõe com mais ênfase a ponto de blasfemar é a que inicia esse tratado: “Amei a Jacó e odiei a Esaú". “Que diabo de Deus é esse que odeia”? Atreve-se.

Ora, como se, depois do Calvário O Eterno inda tivesse que dar alguma prova do Seu Amor Imenso. Quanto a pessoas, não há distinção nenhuma, ou acepção; “Deus amou o mundo... pregai a toda criatura... Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens...” etc.

Quanto a comportamentos, o ódio é um sentimento necessário para quem ama à justiça. “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que aos teus companheiros.” Sal 45;7

Ora, Esaú considerou a bênção da primogenitura algo vil, que poderia ser trocado por um prato de lentilhas. Avaliou ao Eterno com sua ação, mais ou menos como nosso ilustre ateu em suas palavras.

Jacó por sua vez desejou tanto que além de comprar ao irmão o direito, inda trapaceou mancomunado com a mãe para que Isaque o abençoasse.

O Eterno puniu devidamente aos enganadores por seu feito, mas, ainda assim amou aquele que o quis, e odiou a quem o desprezou; qual o problema de Deus que ama desejar ser amado?

 “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?” Is 45;9 e 10

Contudo o bravo ignorante embriagado com tragos da própria estupidez se diz pronto aos debates. Acho que se sente uma espécie de resposta ao desafio de Paulo; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” I Cor 1;20

Se diz sábio sem pudor; aceita comentários discordantes desde que o respeitemos. Contudo, nos chamou de burros, idiotas, imbecis, ao Nosso Deus de mentiroso e, Diabo...

Sabe aquela foto do gatinho que olha no espelho e vê um leão? Não! É pior. Um asno adoecido olha-se e sonha com o reflexo de uma águia.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Amor em Cheque

“Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois, poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.” Rom 5;7

Paulo está cogitando a possibilidade de, um impensável gesto de altruísmo, onde alguém se sacrificaria por outrem, desde que merecesse; ou, fosse tido por justo. Assim o maluco gesto além da auto-negação seria patrocinado pelo mérito do seu alvo.

Todavia, “Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” V 8

Nosso mais ousado e hipotético sacrifício seria ridículo, pois, demandaria que seu objeto merecesse. A entrega real, histórica de Cristo por nós, ocorreu mesmo que todos nós sejamos maus; não merecemos.

O Calvário não tem a ver com o que somos no quesito mérito; aliás, por nossa falta de méritos se fez necessário; pelo que Deus É tornou-se possível; Deus É Amor.

Esse “amor” que atina a méritos ou a recompensas por “amar” é apenas o egoísmo com vestes alheias. Lembrei de Drummond: “Amor é estado de graça; com amor não se paga.” Aquilo que precisa ser pago é comércio.

Os homens-bomba que cometem atentados em nome de Alá, não o fazem por amor à causa; mas, pelas mirabolantes promessas num ilusório paraíso, aos incautos que se deixam manipular assim. O Deus da Bíblia manda amar e orar pelos inimigos; como Ele, amar a quem não merece; o tal de Alá ensina a matança de “infiéis”; portanto, essa história de “Deus como você o concebe, ou, todas as religiões são boas” está anos-luz da verdade.

Se o amor não for o motivo, o combustível dos nossos atos, mesmo os mais ousados, corajosos serão inúteis. “... ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Paulo considerou-se o campeão dos pecadores; o pior de todos, uma vez que perseguira à igreja embrionária; “Esta é uma palavra fiel, digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer Nele para a vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

Somos salvos a despeito dos nossos “méritos” pelo Amor Divino, se, tão somente o correspondermos, ninguém é tão mau que não possa ser salvo, nem tão bom que mereça.

Às vezes deparamos com tolices tipo: “Fulano matou, roubou, adulterou fez o diabo; agora foi para a igreja e está salvo. Só porque bebo umas e outras, vou a umas baladas estou perdido?” Querer a salvação por parâmetros humanos equivale a desejá-la por meios diabólicos; foi ele que disse que poderíamos agir alheios a Deus, por nossa conta.

Sem Cristo, para efeitos dos olhos espirituais estão todos mortos em delitos e pecados; não importa qual o “calibre” dos pecados cometidos. Recebê-lo equivale a passar da morte para a vida; no mais, nada muda, a morte segue seu baile. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo;” Jo 5;25 e 26

Essa balela recorrente de “sou bom para quem é bom comigo; trato bem a quem merece” está a léguas do amor ensinado pelo Salvador que disse: “Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons; a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? Se, saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito Vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48
A psicologia direciona o amor para outro lado, geralmente; invés de voltar-se aos outros, bons, ou maus, encoraja à auto-estima, auto-aceitação, auto-perdão, auto-valorização... Esse excesso de autos na garagem, o amor próprio desmedido impossibilita o perdão, muitas vezes; mágoa é como câncer; faz mal quem tem. A Bíblia adverte contra essa “raiz de amargura”.

"Por que Deus me ama? A Bíblia responde a essa profunda questão com uma palavra incomparável: graça. Deus ama em razão do que Ele É; não que eu tenha feito algo por merecer. Deus não pode deixar de amar. Pois o amor define sua natureza" Phillip Yancey

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Salvos de quê?

“Esperar dos céus O Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” I Tess 1;10

Lembro-me de um culto de ensino onde, depois de enfatizar que falava para salvos o pastor perguntou: “Jesus nos salvou de quê?” Um disse; da morte; outro, da perdição, um terceiro, do inferno. Eu que já conhecia ao pastor que costumava fugir do lugar comum fiquei só observando.

Não satisfeito com as respostas perguntou-me. Ocorreu-me esse verso, ou, outro similar: Jesus salvou-nos da ira de Deus. Ele sorriu satisfeito; era o que esperava ouvir.

Morte é consequência para quem tem o pecado como modo de vida; “O salário do pecado é a morte.” A perdição eterna a abrangência do juízo; o inferno o meio de execução da sentença; mas, o juízo procede da ira justa de Um Deus Santo que odeia ao pecado. “Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: prostituição, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência, e avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;” Col 3;5 e 6

Escrevendo aos romanos, Paulo disse que, os que vetam impiedades a terceiros e permitem a si estão armazenando ira; “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5 Afinal, além de ser Amor, “Deus é juiz justo, que se ira todos os dias.” Sal 7;11

Os falsos profetas combatidos nos dias de Jeremias eram anunciadores de facilidades ao povo que recusava emendar seus caminhos, segundo Deus. Jeremias só pra contrariar acenava com a Ira do Eterno; “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23;14 “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” V 20

Quando João Batista veio “preparar o caminho do Senhor” começou desafiando pessoas a uma postura justa e misericordiosa. Acenava com os Divinos juízos ao populacho que o ouvia, até que, de repente chegaram com seus tefilins sagrados nos braços e testas, com seus “mantos de orações” os homens religiosos.

Certamente algum observador mais simplório pensou; agora o pregador terá que mudar seus discursos ácidos; achou com quem tratar, com gente santa; só que não. “Vendo Ele muitos Fariseus e Saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;7 a 9

Nem capa religiosa, nem direito hereditário à salvação; o esperado pelo Santo são “Frutos dignos de arrependimento.” Fugir da ira, não é uma movimentação geográfica; antes, espiritual. Justo por seu Amor, Deus enviou-nos O Salvador; “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;9

O primeiro traço de arrependimento em nós, é que passamos da mentira para a verdade; “Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.” Rom 1;18 Note que o contraponto à verdade aqui não é a mentira, antes, a injustiça.

Permanecer nas Palavras de Cristo, além de conhecer à verdade nos redime das injustiças. Nele a vida, o novo nascimento; sem Ele, apenas ira. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem O rejeita não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” Jo 3;36

Quem se ocupa das coisas espirituais, se fizer as mesmas coisas ímpias que os de fora além da impiedade comete profanação; vilipêndio das coisas santas. Não sem razão, a Ira de Deus pesa mais contra os hipócritas que contra ímpios comuns.

Agora perdoa e desafia-os a perdoar setenta vezes sete; quando sua longanimidade esgotar Sua Ira será tremenda, assustadora. “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós; escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;” Apoc 6;16

O único lugar seguro é Nele. Senão, Sua Ira que se volta contra o pecado ceifará aos que se apegam a esse assassino. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” Sal 91;1 “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

quarta-feira, 31 de julho de 2019

O Estado é mesmo laico?

“Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as suas vestes, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.” Jn 3;6

A Palavra que chegara até ao rei assírio era uma mensagem de destruição da cidade dentro de 40 dias. Desceu do seu trono, humilhou-se e ordenou que todos fizessem o mesmo.

Hoje Jonas seria acusado de conspirador direitista, com esse “ranço burguês” de ética, coerência e moral, e seria tido por “persona non grata” uma vez que, “o Estado é laico”.

Em lugar nenhum A Palavra ensina que o Governo das coisas civis é do homem, das espirituais, de Deus; mais; que seja possível uma separação entre ambas; antes, dos valores espirituais adotados derivam nossas posturas em todos os aspectos da vida. “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Afinal, “Ele muda os tempos e estações; Ele remove reis e estabelece reis...” Dn 2;21

O que Adão recebera do Criador fora o Governo de toda a Terra; toda a liberdade de iniciativa e uma restrição apenas, que, uma vez observada o manteria em comunhão plena com O Senhor.

Entretanto, surgiu um “líder de esquerda” que ensinou; “Sem essa! O Estado é laico! Deixem Deus de fora e decidam vocês mesmos acerca do bem e do mal, do certo e do errado.”

O resultado todos nós conhecemos. O afastamento dos valores e princípios ensinados por Deus em Sua Palavra fatalmente deixa o homem à mercê da corrupção maligna; do “topa tudo por dinheiro”, da maratona imoral e hipócrita pela medalha dos interesses.

Os interesses mesquinhos, como vemos diuturnamente, nada têm com valores, decência, ética, probidade, coerência.

Há alguns anos o então Presidente, Lula, expulsou do País a um repórter americano porque ele escrevera que o mandatário é chegado numa pinga. Pura verdade, mas, não poderia ser dita. Lula tomou uma atitude de ditador para silenciar à verdade e nenhuma voz, das tonitruantes de hoje pela “liberdade de imprensa” se ouviu.

Agora, conversas privadas de autoridades, sem nenhuma gravidade no teor, coisas normais, são furtadas mediante espionagem editadas criminosamente e publicadas em manchetes “neônicas” por grandes veículos de Imprensa.

Acusa-se aos criminosos, o hacker e o vazador, (um meteco entre nossos cidadãos) dos seus crimes e presto esse e seus defensores se escudarão na tal “liberdade”. Ninguém é livre para cometer crimes! Não, impunemente, pelo menos.

Eis as consequências do deserto moral, cujo calor, cresta nossos poucos valores. Alguém dizer a verdade contra certo “rei” da roubalheira é tolhido; dizer mentiras contra um oponente honesto, cuja destruição lhes interessa é um “direito constitucional”.

Não que devamos constituir um Estado Teocrático, tampouco, impor a fé cristã para que alguém participe da vida pública. Até porque, muitos que professam sequer, a vivem, deveras.

Contudo, nós que somos cristãos não devemos nos envergonhar disso; balizar, sim, nossas ações em todos os aspectos da vida nos valores que, do Pai aprendemos. Como a mesma Palavra diz: “Feliz é a nação cujo Deus é O Senhor.”

Para a esquerda o Estado não é laico; é Deus. Por isso onde governam tolhem liberdades; silenciam oponentes, e em nome de sua ideologia nenhuma incoerência ou contradição soa-lhes obscena.

Seus conceitos de bem e mal são voláteis. Dependendo de suas conveniências, e interesses; a mesma atitude, ora, pode, outra, é crime. Aprenderam direitinho com o mentor da rebelião, o corrupto mor, que o poder é um bem, a qualquer custo; na mão de desafetos, um mal. José Dirceu disse: “Tomar o poder é diferente de vencer uma eleição; vamos tomar o poder.”

Ora, se o esquerdismo é o veículo da “justiça social” infinitamente superior ao capitalismo liberal, por que não permitem que um Governo assim tenha tempo para mostrar o que sabe? Aí, terão um exemplo bem perto para cotejar com seus feitos e deixarem patente a superioridade deles.

Mas, não. Ao oposto não fazem oposição permitido que trabalhe; são “resistência” e tudo fazem para boicotar e difamar.

Invés da salutar alternância de poder preceituada pela democracia, mesmo dizendo-se simpáticos a ela pelejam pela “eternância de poder”, pela sua imposição totalitária.

No fundo sabem que, qualquer um fará melhor que eles, e se não atrapalharem estarão alijados do poder, privados das chaves dos cofres que tanto amam.

Se tivesse um rei “progressista” governando Nínive nos dias do profeta Jonas e ela teria sido destruída. Afinal, darmos ouvidos ao Eterno não é o triunfo de uma ideologia; antes, da vida. “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua vida.” Prov 4;10

terça-feira, 30 de julho de 2019

Os Piores Cegos

“Será que a vara do homem que Eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.” Nm 17;5

Moisés acusado de nepotismo; de escolher aos seus para o sacerdócio e atribuir a escolha a Deus. O próprio Senhor que ordenara todos os feitos do Seu escolhido estava prestes a “assinar” que a opção fora Sua. Doze varas mortas seriam colocadas perante Ele; uma floresceria.

Vergonhoso que, depois dos sinais operados no Egito para livrá-los da servidão, da abertura do Mar Vermelho, de sanar às águas de Mara, etc. tudo usando Moisés como Seu instrumento, ainda restassem dúvidas que Deus falava e agia mediante ele.

Muitos devaneiam com fartura prometendo que, de posse dela serão fiéis; terão todo tempo para servir a Deus. Mentem para si mesmos traídos pela estupidez que envergam. Fidelidade é mais encontrável na carência do que na fartura.

Séculos de escravidão no Egito, onde, tinham apenas a ração diária e trabalho duro sob o chicote dos feitores de Faraó. Muitos deles certamente oravam por libertação fiados no relacionamento pretérito do Eterno com Abraão, Isaque e Jacó.

Não tendo tempo nem espaço para nada mais além de trabalhar e orar, de certa forma eram fiéis. Então, “alforriados” miraculosamente, com tempo, liberdade e espaço, amplos, isso já lhes não bastava. Precisavam devanear com poder também.

Invés de olharem para trás para ver como era boa a nova posição, olhavam para um porvir imaginário que fazia o bom parecer ruim.

A imensa maioria dos “problemas” humanos deriva de um olhar indevido, foco deslocado da realidade que, invés do sólido alicerce dos fatos pisa nas areias movediças da cobiça. “Melhor é a vista dos olhos que o vaguear da cobiça; também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 6;9

Se, esses fruíssem sozinhos, às aflições oriundas das suas concupiscências, “vá bene”! Mas, desgraçadamente projetam-nas sobre terceiros que não têm nada a ver com seus desarranjos de alma; no caso em apreço, sobre Aarão e Moisés. A “boa” e velha inveja que costuma ter olhos sagazes para ver frutos, posição, privilégios, sempre é míope para ver o preço, as dores, o trabalho de quem é seu alvo.

Não sem razão, pois, sua origem latina, “invídia” significa não querer ver. O dito que o pior cego é o que não quer ver, num sentido mais amplo significa que o pior cego é o invejoso.

Desses O Salvador também falou: “Se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Portanto, se, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Aos romanos que estavam em luta com suas carnalidades resilientes, ao que parece pela exortação de Paulo, ele desafiou que olhassem para trás, para a esbórnia suicida em que viveram e a comparassem com o dom recebido em Cristo. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21 Se, o passado era motivo de vergonha e o presente os tinha no dom da vida, estavam muito melhor.

Se, é pra frente que se anda como falam, há uma bagagem pretérita de experiências, dores, aprendizado que deve andar conosco para que as lições dos passos idos não sejam desperdiçadas.

Por Jeremias o Próprio Deus aconselhou o povo a olhar um tiquinho para trás; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16 Nesse caso, gente que andara bem, e se desviara.

O que muitos chamam de seguir em frente não passa se fuga da sombra de correr sem alvo, foco. Onde querem chegar? Daniel anteviu o progresso da ciência nos últimos dias, e a corrida insana também; “... muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Dn 12;4

Lembrei uma antiga canção que dizia: “A vida é de quem corre menos em busca de mais...”

Quando O Salvador acenou com “vida com abundância” estava falando de vida eterna, não de fartura terrena, facilidades. Advertiu das aflições.

Nele (como a de Aarão) somos varas mortas que recebem o dom da vida.

O agricultor não planta para o deleite das plantas, mas, para obter frutos; assim espera que frutifiquemos invés de devanearmos com coisas que não nos pertencem. “Eu sou a videira verdadeira; meu Pai é o lavrador. Toda vara em mim, que não dá fruto tira; e limpa aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2