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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Defeito Manada


“Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão não é porque se comunique com um “tu”, mas porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.” Nicolai Berdiaev

Seguido tomo emprestada essa frase do filósofo ucraniano por me parecer verdadeira. No prisma sociológico impera a pós verdade; narrativas falaciosas buscam se impor aos fatos, o que a maioria berra é tido por verdade mesmo que isso significa que Cuba é democrática, impeachment é “golpe”, Lula é inocente, etc.

No viés antropológico, temos o pós indivíduo, a era das ideias prontas a compartir, a preguiça mental, o clichê, o lugar comum, enfim, a massa.

Há um espírito manipulador por detrás desse sistema insano que conforme seus interesses dita as regras. Se, trata-se de um muro moral que obstrui ao vício e a degeneração, então, a palavra de ordem é “diversidade”; no entanto, em questões que não demandam valores o negócio é a inclusão, o efeito manada, onde todo o gado segue ao mesmo berrante; o diverso vai ao camarim e o comum ganha o palco.

Não sei que bicho me mordeu e transformou nessa passa rebelde, que se recusa a fazer parte da massa do Pannetone da mediocridade, mas normalmente tomo como parâmetro uma postura advogada pelo teatrólogo Irlandês George Bernard Shaw; “Quando penso nas coisas como elas são pergunto: Por quê; se as analiso como não são, questiono: Por que não?”

Esse “porquê” a ser encontrado excede em muito a arena da curiosidade filosófica; identificá-lo em tempo pode encerrar coisas vitais.

Não é cuidado materno ninar um berço para que durma certo infante num cômodo que está incendiando.

Assim o espírito desse mundo canta seus cantos de ninar, enriquecendo a eufonia da voz que disfarça a soturna mensagem do “Boi da cara preta”.

A Bíblia que recusa teimosamente a avançar para o período atual da pós verdade segue sisuda chamando as coisas ainda pelo antigos nomes. Tipo, pecado de pecado, mundanismo de mundanismo, e mortos espirituais precisamente, do que são.

Invés de ninar cadáveres que respiram Paulo deu um soco na mesa e estragou o sono. “Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá”. Ef 5;14

Natural que A Bíblia seja rejeitada pelo espírito desse mundo; tenham criado até uma “versão inclusiva” onde certos “Preconceitos” deixam de figurar. No entanto, ela insiste num “Ai” contra essas “inclusões”; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

As multidões pelejam pela dita inclusão; tomam avenidas de diversas metrópoles pelo planeta e deixam patente seu “orgulho”. Invés de reconhecer à “beleza democrática” de tais manifestações, o apreço bíblico é outro: “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Sobre multidões, aliás, lembro de uma cena do diálogo de Platão, “O Banquete,” onde, meia dúzia de amantes do saber decidiram discursar, cada um por sua vez sobre o “deus” amor.

Agatão o teatrólogo se disse tímido ante a tarefa, e alguém observou: “Ontem à noite levaste a plateia ao delírio, no teatro, agora temes praticar para uns poucos”? Ele respondeu: “A multidão é ignorante; todo homem ajuizado teme mais o escrutínio de alguns sábios que se expor antes milhares de tolos”. Assino com ele; assim é.

Dentre os muitos que foram manipulados por poucos, para gritar “Crucifica-o!” quantos que, tendo sido abençoados no convívio com Jesus, curados, ensinados, alimentados, se tivessem que falar num tete a tete com o Mestre, invés de berrar no meio da manada corariam de vergonha ante ao que estavam propondo? Desse modo chegamos à verdade das falas de Berdiaev que a multidão é uma praga que leva o “Eu” a perder-se.

No caso de perder-se em relação a Cristo, pode não ser um mero lapso eventual, uma perda pontual; tem muita chance de, ao seguir a manada alguém perder-se eternamente.

Diversidade apraz ao Criador, fato que Sua Obras gritam, e a peculiaridade dos indivíduos testifica, contudo, há um caminho comum por onde tenciona salvar todos, Jesus Cristo. “Ninguém vem ao Pai senão por mim...” Disse.

Nessas arribações de bando de onde me excluo, nem sei se a nostalgia deriva de me sentir barrado no baile, ou, pela impotência de ver tantos mortos bailando de costas para a Vida.

Pois O Eterno não julgará à massa; mas, às partículas. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A Liberdade e os cegos

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36

Esse “verdadeiramente” implica a existência do falso conceito de liberdade; os interlocutores do Senhor eram servos do Império Romano, reféns de tradições religiosas ocas, e, espiritualmente, presas do inimigo; todavia, diziam-se livres. Seu conceito de liberdade era falso.

Sendo possível estarmos de alguma forma presos sem perceber, parece que o aspecto mais nocivo ao ser humano é a ignorância; pois, essa o faz “dormir com o inimigo” sem divisar, pela escuridão intelecto-espiritual em que se encontra. Aí, sua alforria derivaria inicialmente da Luz, antes que, de outro libertador qualquer.

Por um lado, pensadores antigos diziam que somos “condenados a ser livres”, por outro, que somos meros títeres da vontade sobre a qual, nos falta controle, como pensava Schopenhauer, que negava que tenhamos livre arbítrio; ainda outros nos viam como fugitivos homiziados às sombras de ideologias, para que o “eu” não seja responsável; certa concepção de mundo pré-fabricada alhures pensaria por mim, que apenas seguiria a manada.

Falando nisso o russo Nikolai Berdiaev tido como cristão ortodoxo existencialista, era contra a abolição do indivíduo, a massificação; a "coletivização e mecanização da sociedade;” entretanto, ele era Marxista. Resta-nos imaginar que o marxismo inicial, ou, pelo menos teórico, era bem diverso do que se tornou, ou, que o dito pensador o via de modo diverso.

Na verdade o conceito vulgar de liberdade é apenas inconsequência. Fazer o que quiser sem responder por isso é o “sonho de consumo” de muitos “libertários” que, por ignorantes, sequer percebem que se isso fosse levado às últimas consequências, digo, estendido a todos, deixaríamos de ser uma sociedade organizada e volveríamos à barbárie. Aliás, todos os dias ouço músicas que não gosto, em horários que preciso do silêncio para pensar; pois, meus vizinhos estão usufruindo suas “liberdades”.

Então, as leis, a ética, as instituições são limites que colocamos às nossas liberdades, para não acontecer, que, embriagados nelas, venhamos a invadir às alheias. Somos livres dentro de certos parâmetros, e, forçoso nos é concluir que usufruímos liberdade relativa.

Aliás, existe liberdade absoluta? Deus a desfruta diria alguém; será? Quem ama é totalmente livre, ou, de certa forma refém do objeto do Seu amor? Ademais, Ele diz que vela por Sua Palavra para cumpri-la; assim, torna-se servo de Sua Própria Integridade.

Paulo descreveu a natureza humana pecaminosa como que possuída por um invasor mais forte que a domina, o pecado; “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero, faço. Ora, se faço o que não quero já o não faço eu, mas, o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;18 a 21

Claramente refere-se à prisão da vontade justa aos caprichos de outra, que no âmago do homem natural se revela mais forte. Esse é o famigerado “si mesmo” que deve ser mortificado na cruz para que sejamos livres; aí poderemos praticar aquela vontade justa que chamamos “bem”. Cristo nos faz livres desse feitor; mas, inda seguimos servos, agora, de Deus.

Isso não se dá num passe de mágica, é um aprendizado diário, onde somos desafiados à prática da Palavra e suas consequências, que pouco a pouco vai desfazendo em nós os resquícios da mentira em que vivíamos. O Salvador desafiou: “...Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

A liberdade possível, pois, é para, regenerados podermos agir conforme o “programa original” do Criador, cuja paz na consciência testifica no íntimo que estamos “funcionando bem.”

Muitos “libertários” políticos surgiram na Terra com discursos bonitos, utópicas promessas; os que governaram, sem exceção, revelaram-se déspotas, enriqueceram a si e alguns asseclas e oprimiram ao povo que lhes deu ouvidos. Podem até ter sido honestos nas proposições iniciais, o “quero fazer o bem” de Paulo; contudo, de posse dos meios, e ainda servos das paixões pecaminosas, suas boas vontades sumiram; o mal que incidia sobre seu hospedeiro apenas, propagou-se a todo seu domínio.

Ninguém pode dar o que não tem; e os homens verdadeiramente livres o são também da pretensão de poder libertar a outrem; apenas apontam para O Único, Jesus Cristo. Os demais não passam de fraudes, cegos com pretensões de guias.

Há em suas longínquas consciências certo lampejo, um “Braille” pra leitura da alma, que seu orgulho entronizado se ocupa de anular a sensibilidade táctil, e seguem presos imaginando-se livres. Os veros livres são servos do Senhor.

domingo, 2 de outubro de 2016

Efeito manada

“Toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando ele no barco, voltou. Aquele homem, de quem haviam saído os demônios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele;” Luc 8;37 e 38

Duas situações antagônicas. A multidão pedindo que O Senhor se afastasse, o liberto desejando manter-se perto Dele.

Os gregos definiram a multidão como um “monstro acéfalo”, ( sem cérebro ) na maioria dos casos isso se verifica. Basta que uma voz de comando dê o primeiro grito, tanto faz, “herói”, “crucifica-o”, “não vai ter golpe”, “grande é a deusa Diana”, “fora daqui”, presto, o efeito manada, acaba unificando os anseios do “monstro”.

Pouco importava se, o recém liberto fora um alijado social, que vivia entre sepulcros autoflagelando-se, e, agora estava livre. Alguém viu mais valor numa vara de porcos, e, tal, deve ter dado a voz de comando à manada; O Senhor se retirou. Contudo, quem peregrina pelo deserto sabe, como ninguém, apreciar o valor da água; digo, um que fora cativo de uma legião de demônios, sabe bem, quanto vale, ser, enfim, livre. Por isso, grato ao Libertador, tencionou permanecer com Ele.

Não obstante se “filosofeie” a primazia da qualidade sobre a quantidade, grosso modo, essa tem sobrepujado àquela. Lembro de um texto que enviei certa vez a um editor esperando que me ajudasse a publicar um pequeno livro. O material era de cunho teológico, e, a editora, especializada em publicações desse viés. Devolveram-me com muitos elogios ao conteúdo sadio, mas, escusaram-se dizendo não ser do seu perfil; noutras palavras, um livro como aquele, tinha pouco apelo comercial, não venderia. Na apreciação deles, pois, tinha qualidade, mas, por isso, prejudicava à quantidade.

Basta que entremos numa livraria “Evangélica” aliás, para ver em destaque um monte de esterco, doutrinariamente falando, e eventuais obras de sadio conteúdo, esquecidas em prateleiras dos fundos. Autores como Benny Him, Kennet Hagin, Napoleon Hill, e, outros tantos, menos votados, cujos ensinos desafinam da boa hermenêutica Bíblica, vendem muito, dão lucro, portanto, fazem sucesso. De novo, a multidão, cujo apelo deveria ser evitado, ensino que vem desde Moisés. “Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem, numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2

Cheia está a Internet desse lixo de jogar com a curiosidade em busca de números, visitas. Certos sites são especialistas em manchetes bombásticas, para atrair; aí a gente vai ler e não passa de um traque; ou, seria um truque? Nesses, depois de uma ou duas, considero-os sinônimos de fraude; não  leio mais, mesmo que, eventualmente, tenham algo de valor. Seu histórico desqualifica.

De igual modo trato ministros cujos ensinos em parte são corretos, noutra, hereges. Toda heresia precisa certo, quê, de verdade para ser palatável, pois, em seu estado “puro” não é. Assim, o que de correto esses histriões ensinam serve de “farinha” entre a qual dissolvem seu “princípio ativo”.

Então, quem se impressiona com números, multidão, coisas que “viralizam”, certamente se manterá afastado do Salvador, pois, aos olhos naturais será como foi aos seus coevos, quer, gadarenos, quer, judeus. Isaías anteviu tal desprezo: “...olhando nós para ele, não havia boa aparência, para que o desejássemos. Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos; como um de quem escondiam o rosto, era desprezado, não fizemos dele caso algum.” Is 53;2 e 3

Desgraçadamente, os demônios que possuíam ao infeliz, identificando O Senhor, pediram misericórdia; homens que viram isso tudo, pediram distância. Um pecador de coração endurecido consegue ser pior que o diabo.

Não sem razão, pois, O Senhor figura a mudança que faria nos convertidos com um transplante de órgãos. “Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos, os observeis.” Ez 36;26 e 27


Essa sociedade apodrecida, alienada de Deus, no prisma político faz moda da opção das minorias, por imoral que seja; no aspecto filosófico, a onda é o “politicamente correto”, marchar com a maioria. 

O Eterno não se impressiona com números, quer módicos, quer, astronômicos; Ele criou os astros. O que impressiona ao Santo é caráter, fidelidade, integridade, como tinha Jó.

Assim, Sua ceifa será qualitativa, seletiva, pouco importando quantos serão. Quem usufrui a libertação de Cristo quer ficar perto dele; e, a Seu tempo, ficará, O verá pessoalmente. “Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O racismo e a massa



"Você não se sente sozinha aqui no deserto?
No meio da multidão também nos sentimos sozinhos.”
( Saint-Exupéry )
  
A brilhante definição do poeta francês expõe que, mesmo a solidão tendo sua faceta exterior, quando, em isolamento; também teu seu aguilhão interior que, pode ferir até em circunstâncias impensáveis, como, entre uma multidão. 

A massa nem sempre é encontro; na maioria das vezes é perda, anulação. O eu deixa de existir e “gruda” numa coisa acéfala, amorfa, estúpida, divorciada dos valores individuais.

Por exemplo: Torço para o Grêmio, embora, não frequente o estádio há muitos anos. Mas, quando ia, deixava de ser eu entre a massa. Vibrava, aplaudia, gritava com; abraçava desconhecidos, graças um fato comum simbolizado por três cores; Grêmio.  

Uma multidão sempre é heterogênea, composta de honestos e safados, corajosos e covardes; fortes e fracos; inteligentes e parvos; civilizados e bárbaros; etc.  Assim, a massificação nivela o que, absolutamente não está no nível. 

Outro dia, torcedores do grêmio cantaram frases aludindo à morte de Fernandão, ídolo colorado, provocando rivais, durante um Grenal. Ora, mesmo rivalidade acirrada deve ter limite, que paire acima de coisas abjetas como essa. A imensa maioria discorda daquilo, mas, foi a torcida do Grêmio, a massa. 

Agora, o clube será julgado por ofensas racistas que alguns imbecis dirigiram contra o jogador Aranha, goleiro do Santos. Na condição de gremista me envergonho uma vez mais. Como ser humano folgo, porque não estava lá; senão, a vergonha seria maior. 

O ridículo disso é que grande parte do elenco do Grêmio tem negros ou descendentes; a torcida os aplaude. Nem é racismo no sentido estrito do termo, mas, estupidez mesmo. Estou advogando-os? Não. Que respondam pelo que fizeram. Talvez, o Grêmio seja desclassificado no julgamento de hoje. Se for, nada a reclamar. Acharia justo se fosse outro time; acho também, sendo o meu. 

Somos sete bilhões de biografias sendo escritas, concomitantemente, cada uma com suas peculiaridades; mas, a bosta do “efeito manada” teima em tentar anular indivíduos. A ideia é fazer o que outros fazem; cantar o que cantam; pensar o que pensam; enfim, reitero; anular o eu. 

Deus não planejou assim, nem tratará com a massa. “...cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14; 12 Quando Pedro tentou “diluir” um toque especial na multidão Jesus não aceitou. “E disse Jesus: Quem é que me tocou? Negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta, te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude.” Luc 8; 45 e 46 A mulher do fluxo de sangue foi exposta, mas, abençoada, curada. 

Se, por um lado, os mandamentos são os mesmos para todos quantos pretenderem agradar a Deus, por outro a diversidade cultural, a individualidade são respeitadas. 

Basta ler com atenção a epístola aos Romanos para perceber isso. O que é individual, pois, é indivisível. Ao receber instruções pessoais Pedro quis saber também da sorte de João. “Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que  importa a ti? Segue-me tu.” Jo 21; 22  

No âmbito funcional da igreja, também, as diferenças são respeitadas. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?” I Cor 12; 12 a 17

Então, a unidade espiritual e a diversidade funcional ficam estabelecidas na “massa” dos salvos. Assim como é possível estar só na multidão para efeito de conforto pessoal; também  é no sentido de não ser absorvido pelos “valores” que a massa professa, caso discorde. Estar na massa sem massificar; preservar a identidade como as passas do panetone. 

Isso, tanto para efeitos positivos; andar entre os maus sem se tornar um; quanto negativos; congregar com os salvos mantendo-se ímpio. 

Se, é sábio que os pinguins se aglomerem durante uma nevasca aquecendo-se mutuamente, no prisma humano a sabedoria costuma andar meio solitária. “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos.” Ecl 9; 17