Mostrando postagens com marcador Bíblia Inclusiva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bíblia Inclusiva. Mostrar todas as postagens

domingo, 9 de fevereiro de 2020

O Banho de Luz


“... Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi.” Atos 22;13

Paulo que ficara cego ofuscado pela Luz de Cristo, a quem perseguia; agora à palavra de Ananias, enviado do Senhor, recobrava a visão. Não que a palavra em si tenha poder; Deus o tem. Quando envia Sua Palavra vela pela mesma para que se cumpra.

Restaurar-nos a visão pela Palavra é alvo da encarnação do Verbo. “... Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem sejam cegos.” Jo 9;39

Palavras do Salvador; além de curar aos cegos Ele cegaria aos sãos? Bem, agora a cegueira em apreço é a espiritual.

Os religiosos pensavam ver, em sua religiosidade oca, indiferente e presunçosa, agindo diverso do mandado Divino; “... Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9;40 e 41

Notemos que a cegueira deles era a presunção; como O Salvador não faria o menor esforço para concordar estava gerada uma rivalidade, uma indisposição que os recrudesceria ainda mais na escuridão; malgrado, estarem diante Daquele que É A Luz do Mundo.

Quando nossa “luz” invés de iluminar como convém, falsifica à verdade torna-se trevas; “Se a luz que há em ti forem trevas, quão grandes serão tais trevas.”

Iluminação espiritual é gradual; requer inicialmente obediência, a despeito de entendimento; nos faz servos de uma Pessoa, Cristo; não, confiantes em nosso frágil intelecto; “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” aos que O temem O Senhor perdoa e justifica; a esses, O Santo acresce luz a cada dia, até que cheguem ao pleno discernimento espiritual; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Diferente de muitos ensinos, o bom andamento na vereda da fé nos adestra na Palavra e dá discernimento, invés de enriquecer; “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da justiça; é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

Quando O Senhor afirmou ter vindo cegar aos que “viam” não estava deixando patente um desejo Seu; antes, expondo as consequências do advento da Verdade diante dos humildes que a amariam, e dos presunçosos que prefeririam seguir na maldade à se converter; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz... Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Como diz uma canção: “Verdade traz confusão”; ela desnuda hipócritas; por isso não é bem vinda na maioria dos ambientes.

Então, o que cegava não era a Ação nem a Vontade do Senhor; mas, o Próprio Ser, que ao desnudar a hipocrisia ensejava ódio.

Entretanto, ter olhos abertos pela Palavra nem de longe é anseio corrente; por um lado grassa o famigerado ecumenismo com a pretensão diabólica de validar todos os credos a despeito do quê, ensinem; por outro, produziram a “Bíblia Inclusiva” da qual removeram textos onde “Deus errou”.

Essa “errata” pode parecer mui “politicamente correta” aos olhos do sistema anticristão; ante O Eterno é trabalho vão fruto de ímpia rejeição; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios; a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram à Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

O Salvador misturou saliva com pó e fez lodo para com isso curar um cego; poderia curá-lo d’outro modo, se quisesse; mas preferiu assim. Aquela rústica “pomada” figura quem somos, os mensageiros que se mantêm fiéis. O que saiu da Boca do Senhor, misturado ao pó da terra, nós, aplicado sobre os olhos dos cegos que, indo se lavar, (obedecendo) veem. “... untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, lavei-me, e vi.” Jo 9;11

Fora disso, não importa quão inclusivo, humanista, religioso seja determinado ajuntamento; A Palavra de Cristo segue incólume a dizer: “Se Eu não te lavar não tens parte comigo.” Jo 13;8

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Defeito Manada


“Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão não é porque se comunique com um “tu”, mas porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.” Nicolai Berdiaev

Seguido tomo emprestada essa frase do filósofo ucraniano por me parecer verdadeira. No prisma sociológico impera a pós verdade; narrativas falaciosas buscam se impor aos fatos, o que a maioria berra é tido por verdade mesmo que isso significa que Cuba é democrática, impeachment é “golpe”, Lula é inocente, etc.

No viés antropológico, temos o pós indivíduo, a era das ideias prontas a compartir, a preguiça mental, o clichê, o lugar comum, enfim, a massa.

Há um espírito manipulador por detrás desse sistema insano que conforme seus interesses dita as regras. Se, trata-se de um muro moral que obstrui ao vício e a degeneração, então, a palavra de ordem é “diversidade”; no entanto, em questões que não demandam valores o negócio é a inclusão, o efeito manada, onde todo o gado segue ao mesmo berrante; o diverso vai ao camarim e o comum ganha o palco.

Não sei que bicho me mordeu e transformou nessa passa rebelde, que se recusa a fazer parte da massa do Pannetone da mediocridade, mas normalmente tomo como parâmetro uma postura advogada pelo teatrólogo Irlandês George Bernard Shaw; “Quando penso nas coisas como elas são pergunto: Por quê; se as analiso como não são, questiono: Por que não?”

Esse “porquê” a ser encontrado excede em muito a arena da curiosidade filosófica; identificá-lo em tempo pode encerrar coisas vitais.

Não é cuidado materno ninar um berço para que durma certo infante num cômodo que está incendiando.

Assim o espírito desse mundo canta seus cantos de ninar, enriquecendo a eufonia da voz que disfarça a soturna mensagem do “Boi da cara preta”.

A Bíblia que recusa teimosamente a avançar para o período atual da pós verdade segue sisuda chamando as coisas ainda pelo antigos nomes. Tipo, pecado de pecado, mundanismo de mundanismo, e mortos espirituais precisamente, do que são.

Invés de ninar cadáveres que respiram Paulo deu um soco na mesa e estragou o sono. “Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá”. Ef 5;14

Natural que A Bíblia seja rejeitada pelo espírito desse mundo; tenham criado até uma “versão inclusiva” onde certos “Preconceitos” deixam de figurar. No entanto, ela insiste num “Ai” contra essas “inclusões”; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

As multidões pelejam pela dita inclusão; tomam avenidas de diversas metrópoles pelo planeta e deixam patente seu “orgulho”. Invés de reconhecer à “beleza democrática” de tais manifestações, o apreço bíblico é outro: “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Sobre multidões, aliás, lembro de uma cena do diálogo de Platão, “O Banquete,” onde, meia dúzia de amantes do saber decidiram discursar, cada um por sua vez sobre o “deus” amor.

Agatão o teatrólogo se disse tímido ante a tarefa, e alguém observou: “Ontem à noite levaste a plateia ao delírio, no teatro, agora temes praticar para uns poucos”? Ele respondeu: “A multidão é ignorante; todo homem ajuizado teme mais o escrutínio de alguns sábios que se expor antes milhares de tolos”. Assino com ele; assim é.

Dentre os muitos que foram manipulados por poucos, para gritar “Crucifica-o!” quantos que, tendo sido abençoados no convívio com Jesus, curados, ensinados, alimentados, se tivessem que falar num tete a tete com o Mestre, invés de berrar no meio da manada corariam de vergonha ante ao que estavam propondo? Desse modo chegamos à verdade das falas de Berdiaev que a multidão é uma praga que leva o “Eu” a perder-se.

No caso de perder-se em relação a Cristo, pode não ser um mero lapso eventual, uma perda pontual; tem muita chance de, ao seguir a manada alguém perder-se eternamente.

Diversidade apraz ao Criador, fato que Sua Obras gritam, e a peculiaridade dos indivíduos testifica, contudo, há um caminho comum por onde tenciona salvar todos, Jesus Cristo. “Ninguém vem ao Pai senão por mim...” Disse.

Nessas arribações de bando de onde me excluo, nem sei se a nostalgia deriva de me sentir barrado no baile, ou, pela impotência de ver tantos mortos bailando de costas para a Vida.

Pois O Eterno não julgará à massa; mas, às partículas. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12