segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Sê sábio, filho meu!


“O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios ficará transtornado.” Prov 10:8

“O sábio...”
Salomão foi feito o mais sábio de todos os homens; foi ele quem escreveu: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1:7 Antes da sabedoria ser um contingente, pois, é um princípio, que nos permite contato com Sua Fonte.

Um sábio, não deve prezar circunstâncias, tampouco, o aplauso humano. Deve buscar aprender de Deus; seu patrimônio é oculto, como a energia elétrica, que, se faz visível pela luz que irradia. Sua busca será mais, pelo sentido, o ser das coisas, que, por reconhecimento, posses, seu tesouro reside além da matéria.

Vejamos o incidente de um sábio esquecido, ignorado por todos, que, numa situação de emergência fez valer seus predicados; “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, cercou-a e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; mas, ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força...” Ecl 9:14-16

Se, possuía algo melhor que a força, capaz de livrar uma cidade, o “pobre homem” não era tão pobre; apenas sua riqueza não saltava aos olhos.

“O sábio de coração...” A “sabedoria” do que usa seus meios para arrombar alheias defesas, seja, manipulando, trapaceando, mentindo, até pode vir dum “sábio de coração”; porém, com um coração ainda atrelado às coisas do inimigo. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso...” Jr 17:9

Esse “saber”, pelos frutos que produz, não passa de astúcia, esperteza natural, velhacaria. Tiago adjetivou à sabedoria que não purga os vícios de nossas almas, de modo nada elogioso; “Se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Tg 3:14 e 15

Paulo também separou a Sabedoria, dessas espertezas ímpias, rasteiras. “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2:7,8

O sábio de coração é um que recebeu novo coração, de Deus, na conversão. “... dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo...” Ez 36:26

“... aceita os mandamentos...”
um aspecto mui relevante da sabedoria é conhecer os próprios lapsos, a própria ignorância. “Tudo o que sei é que, nada sei”; dizia Sócrates, o mais sábio de Atenas.

Antes que, presunção buscando aplausos, o sábio em princípio, busca preencher suas lacunas mediante mais conhecimento. Invés de refratário ao aprendizado, se faz dócil, deseja-o; “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em entendimento.” Prov 9:9 “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento... Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.” Prov 2:6 e 7 Assim, a necessidade dum coração transformado.

Ele aceita os mandamentos porque, consegue vê-los como são; cercas de proteção, não a castração dos direitos, como pensa o ímpio, avesso à obediência.

Certa vez O Eterno lamentou a desobediência de Israel, acenando com as consequências que a obediência teria trazido: “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, tua justiça como as ondas do mar!” Is 48:18

“... mas o de insensatos lábios...”
Se, a sabedoria é peixe de águas profundas, do coração, só identificável quando as demandas requerem-na, a insensatez é gratuita, superficial, paroleira; saltita nos lábios.

Acaso os que rejeitam aos apelos de Sophia, o fazem depois de uma profunda reflexão, pesando com honestidade seus argumentos? Não. Presto se “defendem” com o que trazem nos lábios; incredulidade, escárnio, zombarias...

Enquanto a sabedoria nos convida a confiarmos em Deus, a presunção carnal arroga para si o direito de versar, mesmo sobre o que não entende. Se dissermos que isso atrai maldição, logo zombará, todavia, é fato; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço; aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5

“... ficará transtornado.”
As palavras fúteis que o insensato lança ao vento, costumam se voltar contra ele. “Porque semearam vento, segarão tormenta...” Os 8:7

Quem, invés de se aliar com O Senhor, Dele buscar sabedoria, prefere buscar às fontes espúrias, faz aliança com a morte, acordo com o inferno; no juízo se verá a inutilidade disso; “Vossa aliança com a morte se anulará; vosso acordo com o inferno não subsistirá; quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.” Is 28:18

O Juízo


“Bem-aventurados os que guardam o juízo, o que pratica justiça em todos os tempos.” Sal 106:3

Contrário aos que defendem a ideia da eleição incondicional, Deus “elege” quem opta por obedecê-lo. “muitos são chamados, poucos, escolhidos;” A esses predestinou. Predestinar é preparar de antemão um destino; para onde irão os que fizerem determinada escolha; não significa escolher antecipadamente, nos fazer títeres.

Embora, ninguém será salvo pelas obras, todas as escolhas trarão a devida colheita, como ensina Paulo: “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6:7 e 8

A diferença entre um e outro, o que semeia na carne e o que o faz, no espírito, é que a um restará a corrupção, a outro a vida eterna; mesmo as escolhas atinentes à salvação, também são nossas, e terão consequências.

A Graça fez o que não poderíamos, nem merecemos; agora somos convidados a aderir a ela. “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11:28 e 29

“Bem aventurados os que guardam o juízo...”
claramente uma ventura prometida aos que fazem certa escolha. Mas, o juízo não será um tribunal universal que julgará todas as coisas no fim? Também. A cada escolha que fazemos em nosso cotidiano, exercemos um juízo, quer aprovando algo, quer, rejeitando-o. Devemos cotejá-las com os ensinos da Palavra de Deus, para que tenhamos a “Mente de Cristo”.

Quem pauta as ações diárias, segundo os valores do Eterno, esse guarda o juízo; se alguém pensa que a Doutrina de Cristo é apenas um ensino, um manual de conselhos práticos para que vivamos melhor, não a conhece deveras. Além de um convite a passarmos da morte pra vida, por ela o juízo será aplicado.

Como um tribunal humano julga a partir de seus códigos, A Palavra do Senhor será o parâmetro pelo qual seremos julgados. “Quem me rejeitar, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; a Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12:48

“... o que pratica a justiça...”
somos justificados pela fé; mas a fé traz anexas responsabilidades de agirmos conforme cremos. “Porque, assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras é morta.” Tg 2:26

Minhas boas obras não me salvam; mas, são necessárias como testemunho de que a salvação me alcançou. Se creio em Cristo, doravante convém que eu atue como Ele ensinou; essa atuação testificará da fé, através da qual, O Sangue de Cristo me salvou.

Praticar a justiça no escopo espiritual, em muito excede às demandas humanas, que se contentam com aparências, verossimilhanças.

Quem, após crer, teve vivificada a consciência, nela e por ela, a justiça de Deus atua; seja, acusando suas faltas, seja, aprovando suas escolhas. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1:19

“... pratica a justiça em todos os tempos.”
Estamos acostumados, infelizmente, em nosso país, com o “duplo padrão”. A grande maioria da imprensa, que deveria fazer jornalismo faz militância, vive obscena venalidade, por cumplicidade com crimes governamentais. Esse zelo seletivo, que se for dos “nossos” não erra; e dos “deles” não acerta nunca, tão comum em nosso nebuloso horizonte, não combina com o paladar de quem foi chamado a ser justo em Cristo.

A justiça nem sempre estará ao meu favor. Eventualmente precisará me privar de algo para se estabelecer. Quão fácil é organizar passeatas, sair a turba pelas ruas aos berros demandando justiça, quando sua causa os faz parecer “injustiçados.”

Num homem justo, que mede seus direitos com a régua dos seus deveres, a justiça cobra-o, quanto à palavra que empenha, obedecer ao que deve; eventualmente também pleiteia contra alguma omissão.

Pois, a justiça não é um aguilhão treinado para cutucar as ancas desafetas segundo rasos interesses; antes, uma lei moral interna, como disse Kant, que “força-o” a ser decente, mesmo, quando a decência não lhe traz nenhuma vantagem, exceto, o silêncio da consciência.

Aquilo que aprovamos contra nossos opositores, será a “jurisprudência” pela qual seremos julgados, pois. 

Mas, não seríamos julgados segundo A Palavra de Cristo? Sim. Foi Ele que disse: “Como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei, também.” Luc 6:31

A Palavra Dele ensina que as nossas sentenças pesarão no dia do juízo; “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12:37

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Alvorecer


“A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4:18

“A vereda...”
não é a escolha natural. Tendo um caminho amplo como possibilidade, outro estreito, improvável que esse último seja escolhido. Tendemos às facilidades, como a água aos lugares mais baixos, e os ar quente, aos mais altos.

Cristo desafiou os que quisessem segui-lo, a fazerem isso por uma vereda. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7:13 e 14

O que a fé tem de belo é que seus hospedeiros “apostam todas as fichas” no que não veem, fiados “apenas” na Palavra de Deus. Acusação veemente do catolicismo contra nós, como se, devêssemos nos envergonhar disso.

Ontem ouvi um “especialista” dizendo que o protestantismo é a religião dos homens; o catolicismo, de Deus. Mas, quem acrescenta coisas além da Palavra, malgrado, seu veto? “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30:5,6

Ante os estreitamentos necessários por viver num mundo que jaz no maligno, os crentes seguem firmes, como Moisés ao deixar o Egito, sem carecer dogmas, tradições, canonizações... “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11:27

“A vereda dos justos”
; equivale a atribuir justiça a Deus, crer incondicionalmente no que Ele diz, em submissão a Cristo; isso justifica todos os que creem, malgrado, seus pecados pretéritos; “Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.” Gál 3:6 Uma justiça imputada, a justificação de quem agia de modo injusto.

Ademais, o descrer é blasfemo, por trazer em seu bojo a implicação de que Deus seria mentiroso; longe, algo assim, de todo o justo. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

Não podemos pretender ser filhos da sabedoria, duvidando do que a “mãe” diz: “a sabedoria é justificada por todos seus filhos.” Lc 7:35

“... é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais...”
a iluminação progressiva, no âmbito espiritual.

Platão dizia que a filosofia é um meio termo entre a ignorância e a sabedoria. O ignorante não filosofa porque não sabe; o sábio, porque não precisa. Assim, o que identifica sua necessidade de aprender, vai à escola; como tal, deve estar aberto ao aprendizado, bem como, a descartar o que pensava saber, se, convencido que a verdade reside noutro endereço.

Nesse mundo dual, parece que as pessoas já vêm prontas de fábrica; não precisam crescer. Nas redes sociais, ou você é seguidor, ou é hater. (aquele que odeia) Será que posso gostar de alguém, concordar com algo, sem me tornar, necessariamente, um seguidor? Ou, discordar de um ensino de certas práticas sem me transformar, por isso, um odiador? Dá licença!

Outro dia vimos certo “Plano de Educação” lançado e debatido “democraticamente” por umas quinze instituições, todas de esquerda. Assim, para a ditadura do pensamento único, não há um conhecimento a se buscar, tampouco cérebros a serem capacitados para pensar livremente conforme bem parecer; antes, a educação se faz arma de “Revolución” comunista; lavam os cérebros aos quais dominam, implantando uma ideologia perversa, que cega, invés de iluminar.

Para quem se contenta com autômatos a seu serviço, essa estratégia pode funcionar. Deus não vilipendia Seus filhos dessa forma.

Ilumina-os e confia neles responsabilizando-os a agir de acordo com a luz recebida.
Invés de vetar esse ou aquele livro, recusar contato com o contraditório, a Palavra desafia a escolhermos entre tudo isso, aquilo que a luz nos mostrou como o melhor. “Examinai tudo. Retende o bem.” I Tess 5:21 Li o Alcorão, Livro de Mórmon, O Grande Conflito, o Evangelho Segundo o Espiritismo... Nada disso apagou a Luz da Palavra implantada em mim.

“... até ser dia perfeito”. Metáfora para o pleno discernimento; capacidade de valorar as coisas como o nosso Pai as valora; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

Paulo usou a mesma figura desafiando os cristãos romanos, às escolhas virtuosas dali em diante: “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos as obras das trevas, vistamo-nos das armas da luz.” Rom 13:12

A Glória de Deus


“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer.” Jo 17:4

Fragmento da oração de Jesus. Muitos têm uma ideia diferente do que seja, glorificar a Deus. Pensam que é a mera expressão das palavras. Não que seja errado falar assim, desde que verta do coração.

Muitos pregadores inseguros, inclusive, constrangem quem os ouve a falar isso, mais como um selo de aprovação à sua mensagem, que um desejo veraz, que Deus seja glorificado.

Foi por não se mover dentro dos limites que lhes foi permitido, que o primeiro casal honrou mais ao inimigo que Deus, dando ouvidos a ele; assim, no outro lado da moeda, quem se restringe a andar dentro do que foi prescrito aos filhos de Deus, sem palavras, glorifica ao Senhor, pela obediência.

Quem andar sempre com um bom porte, segundo A Palavra, certamente, ao chegar no fim, poderá também falar como O Salvador: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste para fazer.”

Ainda, há uma “glória passiva”, um efeito colateral nos que observam o bom andar dos que são de Cristo; a admissão desses, também repercute no alto. “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5:15 e 16

Quando a mudança é radical, o convertido sai das masmorras morais, onde errava em vícios vários, a “mensagem” que a conversão transmite se faz mais eloquente ainda. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:2 e 3

Além de glorificar a Deus com os lábios, é possível fazê-lo pela obediência e pelo testemunho.

A respeito de testemunho, as próprias obras da criação se encarregam de glorificar a Deus, diante de quem consegue ver, os evidentes apontamentos de sabedoria, amor e poder, contidos nelas. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...” Rom 1:20 e 21

Não havia um lapso cognitivo impedindo de ver o evidente; “claramente se vê...” A barreira dos ímpios para tributarem louvores a Deus pelas Sua maravilhas observáveis, foi uma vontade perversa; “... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus.”

O salmista tinha olhos melhores. Observando as obras criadas foi direto ao ponto. “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala; mas onde não se ouve sua voz? Sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo.” Sal 19:1 a 4

A Glória de Deus, pois, vai muito além da articulação de meia dúzia de fonemas, como se fosse um mantra.

Paulo, ao terminar sua brilhante carreira, de certo modo, parafraseou O Salvador, dizendo que glorificou ao Senhor, pela obediência. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4:7 “Glorifiquei-te na terra tendo consumado a obra que me deste para fazer.”

Quem conhece a disputa do inimigo contra O Eterno, sobre as razões da fidelidade de Jó, entende, o que glorifica a Deus, deveras; não há nenhum registro que Jó vivesse dizendo, “glória a Deus!” antes, que ele era um homem “reto, temente a Deus e que se desviava do mal.” Permaneceu assim até o fim, malgrado a severa tempestade que suportou; foi, por isso, grandemente recompensado, ainda sobre a terra.

O Salvador ensinou em quê, consiste, a desejada glória: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; assim sereis Meus discípulos.” Jo 15:8

O mesmo que O Criador desejou de uma “vinha” antiga que degenerou, espera agora da “Videira Verdadeira;” Daquela disse: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui, opressão; justiça, eis aqui, clamor.” 5:7

Jesus falou sobre a mudança que ocorria então, quando da Sua rejeição. O Dono da vinha “Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos.” Mat 21:41

Se, os relapsos de então, que não frutificaram foram rejeitados, como seremos aceitos, se não fizermos melhor?

sábado, 3 de fevereiro de 2024

A boa velha


“... não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1:12

Eventualmente, achamos enfadonho quando alguém decide “chover no molhado”; reiterar, lembrar coisas que bem sabemos.

Entretanto, em se tratando de valores eternos como o são os espirituais, é indispensável que o mensageiro seja "monótono", e diga sempre as mesmas coisas. Ainda que possa ser atual na forma de comunicar, tem que ser “antiquado” no teor do que comunica.

Desde dias idos foi assim: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16

Então, já havia quem não queria mais do mesmo. As veredas antigas lhes soavam muito “demodês;” eles desejavam novos caminhos.

O grande problema de muitos pregadores que um dia admiramos, e com os quais aprendemos, é que, hoje não dizem mais as mesmas coisas que outrora. Aí poderia assomar lídima dúvida em nossas mentes; qual fala a verdade? Esse, “atualizado, politicamente correto” alinhado às demandas da sociedade atual, ou, aqueloutro, apenas bíblico, inclinado a ser fiel ao Senhor? A resposta parece óbvia.

O constante progresso, os avanços tecnológicos, fazem com que, mudanças nos meios, nos métodos, ocorram todo o tempo, como incidentes inevitáveis. Porém, o canhoto aproveita esses “movimentos” necessários, para colar neles, alterações espúrias. Câmbios nos valores, na essência, nos fins, como se fossem necessidades a concorrer com as mudanças aquelas.

A ideia que “os tempos são outros” tem servido de cretina camuflagem, para o fato que os homens são outros, muito piores que os de antes.

Quanto à perenidade da Palavra, temos coisas grandes empenhadas, que passariam primeiro do que ela: “Passará o céu e a terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Luc 21:33

Por, no Eterno não haver “mudança nem sombra de variação”, Tg 1;17 Sua Palavra não é biodegradável; não sofre a ação do tempo, de modo a ficar obsoleta, superada, ultrapassada.

Malgrado, Evangelho seja o aportuguesamento de “boas novas” em grego, sua mensagem só é nova no âmbito daquele que a desconhece. A comichão dos atenienses, (Todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade) Atos 17:21 deve ser contida, no espectro dos que conhecem à Palavra de Deus.

Ainda que faculte andar em novidade de vida, àqueles que a obedecem, A Palavra é soturna, perene, imutável. Embora textualmente seja sempre, mais do mesmo, espiritualmente se renova cada vez que a lemos, dadas as novas nuances de compreensão que O Espírito Santo descortina para nós.

Portanto, quem erra no arraial dos salvos, em busca de facilidades, só terá sua sede suprida, se, lhe forem servidas “novidades”; pois, reitero, a Palavra insiste em se manter imutável, terrivelmente sóbria. “Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos Teus Estatutos e guardá-lo-ei até o fim.” Sal 119:33

Paulo advertiu do surgimento dos novos atenienses; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3 e 4

Há muito, “Evangelho” deixou de ser um adjetivo qualificando um substantivo; “boa notícia;” tornou-se nome próprio, para a Doutrina de Cristo. Só é digno de usar esse nome, pregador do Evangelho, quem preserva sua pureza, ensinando à Santa Palavra como é; não, deturpando-a ao gosto do freguês.

No mundo atual não é mais, novidade, a vinda e o feito de Cristo em nosso favor. A reiteração da sua mensagem desafia a uma nova resposta, aqueles tantos que, tendo ouvido, não o fizeram com a devida seriedade.

Mesmo nos dias em foi anunciado, já mesclava seus ensinos com coisas antigas, dadas desde Moisés; “... Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13:52

Certos itens são insubstituíveis; para matar a sede, ainda usamos água. Coisas perfeitas não comportam melhoramentos, nem carecem rasuras.

Alguns “teólogos” falam em “atualizar” À Palavra de Deus. Uma proeza que desafia os confins da lógica; o efêmero “aperfeiçoando” ao Eterno. “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou à tua obra: Não tens mãos?” Is 45:9

Embora possam chamar de atualização, modernização ou outra blasfêmia afim, no fundo, é contenda contra Deus, desobediência.

A “chatice” Dele não mudar, que permite que ainda vivamos, embora, dignos de morte. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós... não sois consumidos.” Ml 3:6

O alvo, no tempo


“Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e de morrer...” Ecl 3:1 e 2

A um apreço superficial, estará ensinado o fatalismo. Cada um tem um tempo certo para morrer; quando chega sua hora, “maktub”, estava escrito, tinha que acontecer; será?

A Palavra advoga que cada coisa tem seu tempo determinado. Todavia, não é sábio levarmos isso às últimas consequências sem pesquisar a existência de possíveis variáveis.

Ontem ouvi, acerca da jovem que faleceu em São Paulo, durante uma relação sexual; “chegou a hora dela.” Assim pensa o fatalismo. Embora arbitrários, seríamos meros títeres dos deuses, de Deus, da Providência, do Fado, da Sorte...

Começa por aí; o arbítrio perderia o sentido se, não nos coubesse sermos consequentes. Se, nossas escolhas não fossem como semeaduras, das quais, é lógico esperar o fruto de uma colheita correspondente.

O mesmo Eclesiastes traz: “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” Ecl 7:17 De novo a ideia que há um tempo para morrer; porém, agora anexo o aviso que podemos abreviar esse.

Os homens antediluvianos vivam na casa dos 900 anos; à medida que os efeitos do pecado foram incidindo, a coisa foi diminuindo.

Naqueles dias, O Eterno lamentou a situação; o homem que fora criado para a comunhão com O Criador, após a queda, se fizera inimigo, dado a contendas, avesso à obediência. Cansado desse indesejável pleito, O Senhor decretou, quando preparava o juízo pela água: “... Não contenderá Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” 6:3

Os dias da humanidade, antes do juízo, de então. Porém, após o dilúvio, a expectativa de vida caiu bruscamente. Em geral os mais longevos ficaram aquém dos 150 anos. Para quem vivia 900, “nem chegaram a se criar” como diria o humorista.

O limite de tempo é um plano genérico de Deus, que, se dentro dele não fizermos escolhas deletérias, que abreviem nossos dias, chegaremos a ele. Aquele que vive em obediência aos mandamentos Divinos, em comunhão com o pai, cuida da saúde, não se expõe a riscos desnecessários, frui de todo o tempo que foi dado a ele sobre a terra; “Na velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.” Jó 5:26

Diz mais: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que O Senhor É Reto.” Sal 92:14 e 15

Alguns têm encurtados seus dias por escolhas meritórias; os mártires. Os que preferem morrer a negar a Cristo. Certamente a eternidade mostrará esses com recompensas acima da média, por tão grande e santa ousadia.

Uma coisa elementar, não tanto em voga atualmente, que, se observada prolongará os dias das nossas vidas é honrar pai e mãe; “Honra a teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” Ef 6:2 e 3

Voltemos ao texto já visto: “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” se, formos tão ímpios que a coisa soe a loucura, abreviaremos os nossos dias, morrendo antes do tempo.

Mais que uma duração, estritamente, nossa redoma de tempo e espaço tem um objetivo a ser alcançado, enquanto estivermos nela; “De um só sangue (Deus) fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17:26 e 27

O tempo que deveria ser bem usado buscando ao Senhor, e vivendo em comunhão com Ele, a maioria desperdiça em pecados, chamando de “curtir a vida”. Maneira tosca pela qual entendem suas sinas “Walking Dead.”

Antes de supor fazer algo com a vida, é preciso ter uma; maioria apenas existe, estando espiritualmente morta. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Não significa, porque é desejo do Eterno que o encontremos em tempo, para salvação, que Ele anulará as consequências das nossas escolhas, como tardiamente entenderam alguns; “Passou a sega, findou o verão, e não estamos salvos.” Jr 8:20

Malgrado, o tempo que resta antes do juízo, a Palavra da Vida sempre é apresentada em regime urgência, pois, a morte está à solta, com muita fome; “Hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação.” Heb 3:15

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Os princípios


“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3:11

No caso do cristianismo, a Doutrina de Cristo, Seus ensinos são os princípios que devem reger nossa fé, os valores que a pautam; figuradamente, o fundamento da nossa casa espiritual.

Entretanto, mesmo adotando, alguém, os princípios corretos como normas, ainda assim, pode se conduzir de modo indevido.

Paulo ilustrou pecados de conduta, como edificar sobre o devido fundamento, porém, com “material de construção” ordinário, incapaz de suportar os testes necessários. “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:12 e 13 Se devem resistir ao “fogo”, apenas coisas não combustíveis estão à altura da necessidade.

Tanto podemos errar escolhendo um fundamento espúrio; quanto, estando no correto, conduzir-nos de modo inadequado. Há pecados de princípio, e de conduta.

Muitas vezes vi, gente usando lapsos de conduta de uns, para “justificar” erros de princípios de outros. Quem jamais viu fotos de “casais” gays, por exemplo num suposto tratado amoroso com filhos adotivos, e a legenda: “melhor que aquele que faz filhos e os abandona, são os que, mesmo não gerando-os lhes dão amor e carinho.” A atitude relapsa dos pais biológicos usada como “apoio” ao homossexualismo, um grave erro de princípio. Quem tenta se lavar com lama, suja-se ainda mais.

Ou um cristão que, num momento de fraqueza, tropeça falando o que não deve, fazendo até; quem vê de fora, porque nunca ousou se aproximar de Cristo, logo usa esse tropeço como atenuante da sua incredulidade; “que adianta ir na igreja e fazer isso; por isso que não vou.”

Há inúmeros cristãos maduros que não cometem mais erros grosseiros, e nenhum desses, observando-os diz: Se pertencer a Cristo transforma em seres probos assim, então eu quero também. A virtude alheia desconforta quem anda errado; o erro “justifica”, por isso precisam desses mais do que, daquela.

O que os princípios têm de bom, além da essência é a abrangência. Em Efésios por exemplo, traz: “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;” Ef 5:18

Um ébrio amante da embriaguez poderia defender que só o vinho foi vetado; whisky, cerveja, cachaça, conhaque... estão liberados. Não. O que o texto ensina é o princípio da não embriaguez; isso inclui todo tipo de bebida embriagante, inclusive drogas, cujo torpor é semelhante ou pior.

Também não há um texto que proíba de passar no sinal vermelho, desobedecer a sinalização de trânsito; nem poderia. Como fica então? Podemos dirigir de qualquer maneira? Está tudo liberado? Não.

Embora os meandros do trânsito não tenham sido abordados nas Escrituras, há nelas princípios que devem nortear nossas vidas em todas as áreas. “Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que há foram ordenadas por Deus... Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, terás louvor dela.” Rom 13:1 e 3

O princípio da obediência às autoridades, disciplina-nos quanto ao trânsito, mundo virtual, direito autoral e outras coisas não mencionadas diretamente nas Escrituras.

As igrejas “inclusivas” que se dizem de Cristo, mas advogam como lídimo o comportamento homossexual, tentam edificar com palha, pela rejeição à Palavra, no que concerne ao comportamento deles.

O Eterno mesmo figurou assim, as leviandades humanas guindadas a indevida comparação com Sua Palavra; “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23:28

No caso de então, eram sonhos humanos equiparados à revelação Divina; o que dizer da tentativa de legitimar posturas espúrias que a mesma Palavra veta?

Todo o cristão peca. A ideia é ser aperfeiçoado, de modo a pecar cada vez menos; santificar-se. Porém seus pecados “aceitáveis” são todos na área da conduta. Seus princípios estão, necessariamente, explícitos na Palavra Divina. Peca por ficar aquém das demandas deles, não, por pervertê-las.

Os que pegam sabidos frascos de veneno e colocam rótulos de mel, primeiro traem a si mesmos, cientes do que estão fazendo; depois, matam aos que haurem suas “doçuras” nocivas, pois, esses, como os fariseus, não entram nem deixam entrar, no Reino de Deus, pela resiliência na maldade.

“Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! que fechais aos homens o Reino dos Céus; nem vós entrais nem deixais, aos que estão entrando.” Mat 23:13

Ventos de doutrinas costumam botar abaixo, as casas dos relapsos, feitas sem fundamento.