quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Seriedade do amor


“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder; ao culpado não tem por inocente;” Naum 1:3

Três aspectos do Ser Divino: Deus É Longânime, Poderoso e Justo.

“... tardio em irar-se...” longanimidade; capacidade de esperar por muito tempo, aguardando nosso arrependimento; mudança de mentalidade, de atitude. O fato de suportar silente nossas desobediências, não significa que compactue com elas; antes, que está prorrogando nosso tempo, esperando que “caia a ficha” dos nossos erros, mediante aprendizado, consciência, consequências...

A um que, tendo feito uma série de coisas más, imaginou que o silêncio Divino significava aprovação, quiçá, tolerância, O Eterno descreveu seu andar, depois, advertiu: “Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50:18-21

O mais trágico era que, o que fazia essas coisas todas era um religioso; alguém que eventualmente citava porções da Palavra de Deus; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti.” Vs 16 e 17 Como pode alguém fazer essas coisas todas e seguir “distraído”, como se, o “remédio amargo” da correção fosse apenas para alheios paladares?

A longanimidade amorosa do Pai, que faz com que Seu juízo demore a nos alcançar, invés de ser apreciada prudentemente, muitas vezes tem sido mal interpretada, levando muitos a se perder. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11 Invés de gratos a Deus pela Sua bondade, reiteram suas maldades, pagam bem com mal.

“... Grande em poder...” O fato de que O Eterno Pode, não significa que ‘deve’ nem, que quer, fazer algo; opera todas as coisas segundo Seus desígnios, no tempo que Lhe apraz.

Os perversos urinam sobre um Bíblia, rasgam, queimam, blasfemam, deturpam À Palavra; bradam ofensas contra O Nome de Jesus, vilipendiam ao Salvador no Carnaval, como todos temos testemunhado; O Todo Poderoso resolveria tudo num sopro, se, a vingança, o juízo, tivessem Nele, apelo maior que o amor.

Os que, invés de se limitarem à impiedade em particular partem, para a profanação, vilipêndio das coisas santas, mesmo esses, recebem o favor da longanimidade Divina, no intento que encontrem ainda, lugar de arrependimento.

Que graça teria pare Ele, pelejar, “medir forças” com reles vermes como nós? “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27:4,5 Invés de pelejar conosco, anseia reconciliar; que façamos paz com Ele.

Invés de punir, deseja nos salvar; Por isso, “o Verbo se fez carne...”; “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

“... ao culpado, não tem por inocente.”
Ele prolonga o tempo em Sua longanimidade, esperando pelo arrependimento dos errados de espírito; porém, não alarga à porta estreita.

Tolera, mesmo blasfêmias, dos mais atrevidos; contudo, Sua espera deriva da força do Seu Amor misericordioso, não de uma frouxidão moral, que faria vistas grossas ao pecado, como se, pudesse fingir que o sujo está limpo, em nome do “amor.” Ele ensina e faz distinção entre o santo e o profano; “Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;” Jó 8:20

Como disse Abraão, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18:25

Paulo ensinou a sermos prudentes no nosso trato das coisas santas; “Considera a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.” Rom 11:22

Pois, quando a Santa paciência acabar, não adiantará choro nem reza, como foi nos dias de Jeremias: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem Me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7:16

Em suma, “O erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1:32,33

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Teoria da salvação

 

“... como Ele clamou e eles não ouviram, também clamaram, e Eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 7:13

Um povo que recusara a ouvir A Palavra de Deus. Quando falei, não escutastes; quando clamastes, não ouvi; fora a justa retribuição.

Esse utilitarismo sem noção, de presumir que, Deus é bom e útil, quando socorre; desnecessário, irrelevante, quando ensina, corrige, é um egoísmo insano, que tem matado muitos.

Escolher as porções prediletas da Palavra, demandar o cumprimento das promessas, enquanto se ignora as prescrições de obediência e santificação, é uma forma estúpida de trair a si mesmo. Seria O Todo Poderoso, tão ingênuo, a ponto de ser manipulável?

O capeta tentou a Jesus, com o que “está escrito”. O Salvador revidou com o que “Também está escrito”; vetando a escolha seletiva das porções convenientes; afinal, “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4:4

As pessoas que assim agem, desejam “salvação” das suas aflições, não, das suas almas.

O “negue a si mesmo” indispensável para se pertencer a Cristo, requer que confiemos na diretriz Dele, mesmo que, eventualmente nos leve por lugares ásperos, inóspitos. A fé sadia não nos coloca ao dispor, um resolvedor de problemas; antes, nos leva a níveis de renúncia, tais, que nossas vidas passam a ser problema Dele.

Devemos reiterar nossa escolha por servi-lo, em cada tentação que nos visa desviar; “andar em espírito”; mas, a diretriz não nos pertence mais. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

Quando alguém se presume um salvo, deveria agir de modo a evidenciar sua rendição incondicional ao Senhor; não, a parecer que dispõe de um socorrista Poderoso a serviço de suas vontades particulares. A mudança esperável em quem se deixa conduzir, não é no uso de determinados rótulos após sua “conversão”, enquanto, segue pelejando em demanda das mesmas coisas de antes. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17

Quem se “converteu”, mas empunha sôfrego sua “senha” na fila da aquisição de coisas, não, na vereda do abandono de maus hábitos, faria bem em duvidar, que está em Cristo. Fomos escolhidos para dar frutos, em santificação, novidade de vida, não para dar “piti”, como uma criança na gôndola dos chocolates puxando a saia da mãe.

Paulo ensina sobre a gravidade necessária; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3,4

A fé não faz acontecer, necessariamente, o que desejamos; antes, patrocina nossa confiança irrestrita, naquele em quem cremos, mesmo, nos locais e circunstâncias adversas; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

A natureza da fé requer certo curso de tempo, para que sua essência seja verificada. “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Sendo “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Quem fica clamando por alimento para os olhos em nome dela, mostra sua ausência, invés da incidência. “Bem aventurados os que não viram e creram”.

O risco de encomendarmos nossas almas a uma teórica conversão, onde apenas mudamos os meios, em busca das mesmas coisas buscadas pelos ímpios, é que, na reta final nos deparemos com uma teórica salvação, acabando na mesma perdição que aqueles.

Quando pertenço a Cristo, as coisas que me incomodam, não são relevantes mais; antes, as que incomodam a Ele. Nos é dada, paulatinamente, mediante aprendizado em santificação, a “Mente de Cristo”, para que sejamos capacitados a pensar como Ele. Assim, priorizemos os lapsos espirituais, mais que os materiais, como Ele mesmo ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6:33

A credulidade humana que equaciona amor com frouxidão moral, faz presumir um “Deus” assim; que por nos amar, tudo permite. Os falsos profetas fazem fortuna explorando isso; “profetizando” segundo carnais anseios.

Quem atina ao Reino e Sua Justiça, vive e ensina segundo os valores dele. É mais pesado ouvir um assim, que aqueloutros que, espalham facilidades em “Nome do Senhor.”

Nas filosofias de botecos, todos dizem preferir tristes verdades a alegres mentiras; porém, na hora das escolhas, a maioria perde-se após a falsidade agradável, fugindo da áspera vereda da vida.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Ardis do inimigo



“Temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11:3

O que é corromper? A estrutura da palavra traz ideia de uma ruptura conjunta; romper, com. Assim como, pilotar com; faz o copiloto; criar com; o coautor; romper com; o corrupto.

Quem é nosso “sócio” quando nos corrompemos?
O corruptor mor. Ele enganou à primeira mulher, usando uma serpente como “médium”. Semeia sua proposta realçando as “vantagens”, em busca de nossa adesão ao mesmo anseio, para que a ruptura se dê.

Se nossa cobiça ou ingenuidade não lhe abrirem as portas, para seu intento, teremos “resistido ao Diabo”, como a Palavra preceitua.

É certo que ele tem permissão para tentar a todos; não tem poder para nos forçar a fazer o que não queremos; nossa vontade é a “fortaleza” a ser conquistada; o será por Deus, mediante a iluminação amorosa do Espírito e da Palavra; ou, pelo adversário, que sempre atiçará nossas cobiças, com fito de nos associarmos a ele, para corrupção.

Uma vez aceita a sugestão maligna, a própria cobiça será uma traidora, laborando contra nossa saúde espiritual. “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1:14,15

A cobiça concebe, porque “transa” com alguém; a sugestão do corruptor. O fruto de tal concepção, invés de um novo ser vivo, é a morte do que se deixa corromper. “... o pecado, sendo consumado gera a morte.”

Para Eva, o inimigo sugeriu que Deus fora egoísta, e mentira; pois, tolhera uma árvore “mágica” que faria o primeiro casal, crescer à Estatura Dele. Mais, que a ameaça de morte em caso de desobediência era uma farsa. O resultado dela ter aceitado isso, conhecemos e sentimos.

O inimigo rompera com O Criador desde dias antigos; então, seduziu à mulher, para que também ela rompesse; assim, estreou a corrupção sobre o planeta.

Conforme sopram os ventos, o inimigo posiciona suas velas; noutras palavras: Tenta-nos, em direção às inclinações que ele vislumbra em nós. Nos que acariciam desejos lascivos, facilita acesso ao sexo; nos que sofrem anseios pela perversão, derruba cercas que a vetam; nos materialistas apegados, oferece meios escusos, para fomento desse apego, etc.

Em quem tem A Palavra Divina como algo caro, perverte à interpretação; quiçá, oferece novas “traduções” para facilitar seu ardil.

Ele labora para corromper nossos sentidos; o zelo na observância da Palavra, sem falsificações, aperfeiçoa em nós o necessário discernimento. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5:14

Lendo uma porção do Eclesiastes na “linguagem de hoje” deparei com a seguinte “tradução”: “Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá seu lucro. Aplique-o em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo.” Cap 11;1 e 2

A versão tradicional, à qual acostumei, traz: “Lança teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete e ainda com oito, porque não sabes que mal sobrevirá à terra.”

Não é o mesmo ensino em linguagens alternativas? Não. As águas, segundo o Apocalipse são os povos, multidões. Lança teu pão sobre as águas, reparte com sete, oito; pois, não sabes o mal que poderá vir, significa: Seja altruísta generoso, reparta seus bens com quem precisa, pois, não sabes se no porvir, não serás tu que vais precisar. Amor ao próximo, altruísmo, é o resumo.

Na “versão alternativa”, temos o lucro como objetivo, e diversidade de empreendimentos como método, para que o sujeito se encastele inda mais na egoísta “segurança material”.

Amor ao próximo, na “linguagem de hoje” se tornou esperteza comercial visando lucro, materialismo, egoísmo. Eis a sutileza de Satã! Imiscuído nos lugares santos, semeando seu joio enquanto dormem os que deveriam vigiar.

O trabalho dos ministros aperfeiçoados é estarem vigilantes contra esses ardis e combatê-los com devida veemência; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais mas, poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” II Cor 10:4,5

A “simplicidade que há em Cristo” não é ausência de profundidade nos ensinos; antes, prudência de se manter, no que foi ensinado, sem ceder aos anelos por novidades, nem, aos artifícios que, a pretexto de facilitar à compreensão, pervertem o sentido. “... guarda o que te foi confiado...” I Tim 6:20

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Sinais da Cruz



“Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou perseguido? Logo o escândalo da cruz está aniquilado.” Gál 5:11

Desafio ao senso lógico dos gálatas. Tendo Paulo lhes ensinado, baseado na doutrina de Cristo, não na Lei de Moisés, depois da sua saída, apareceram novos “obreiros” requerendo a prática de coisas antigas, como necessárias à salvação; entre elas, a circuncisão.

Soou como fracasso na carreira espiritual deles, desobediência; “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?” Gl 7;7

Aos judeus romanos, explicou que, mais que um ritual exterior, uma mudança de coração e espírito, importa, deveras; “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.” Rom 2:28,29

Foi após ter se rendido a Cristo, que Zaqueu foi tido como “Filho de Abraão”, embora o fosse pelo sangue. Desse, João Batista dissera ser insuficiente; “Não presumais dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3:9 Figura de linguagem mostrando que O Eterno pode pegar coisas desprezíveis e regenerar.

Rituais visíveis, pompa e circunstância da religiosidade podem fazer boa figura entre os homens, receber louvores deles, inclusive; porém, perante Deus, que sonda aos corações, essa encenação nada vale.

Aquela mistura de Lei e Graça não era Evangelho, estritamente; a tal transtorno doutrinário, o apóstolo chamou de “outro Evangelho,” e sentenciou: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Cap 1:8

Por que anjos fariam isso? Eles não. Mas, sabendo quão impressionável é a alma humana ante o que parece sobrenatural, mesmo que espúrio, o canhoto usa essa brecha para semear enganos; “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”. II Cor 11:14

Não obstantes, os reiterados ensinos sobre a incidência dos “prodígios da mentira”, a maioria segue sonolenta, equacionando qualquer coisa com nuances espirituais, como sendo derivada de Deus, necessariamente; não é assim.

Mais que mostrar “sinais”, A Palavra de Deus mostra O Caminho, Jesus Cristo. Sinais seguem como um bônus, onde o vero Evangelho é pregado. “Esses sinais seguirão aos que cerem...” Mc 16;17 Seguirão; irão após à sadia mensagem, não serão a mensagem, como fazem parecer os prodigiosos de mentira.

Quando o inimigo recebeu permissão para tocar nas posses de Jó, foi sedento ao pote e destruiu tudo, de repente; os pastores que viram o fogo do capeta queimando aos rebanhos narraram diferente: “... Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei para trazer-te a nova.” Jó 1:16

Era um fogo sobrenatural, mas não de Deus; antes, da oposição. Porém, a leitura dos apavorados pastores foi ingênua e precipitada, como ainda é a dos que dão aos “prodígios, profecias e revelações”, um peso de aferidores espirituais, coisa que eles não são.

Antes de aferir por sinais, Deus identifica aos Seus, nas paragens da santificação; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19 O caráter transformado, pois, identifica um cristão; não, a capacidade para enganar e manipular pessoas.

O fato de Paulo ser, diuturnamente, perseguido pelos judaístas, deveria bastar como evidência que sua pregação apontava para a Cruz, não para Moisés. Então, perguntou: “... se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido?” A conclusão necessária era que, sua pregação era diferente do que desejariam os judaizantes, por isso o perseguiam; pois, se pregasse da forma que eles queriam, a vergonha da cruz seria esquecida. Ou, “... o escândalo da cruz está aniquilado”. Nas palavras dele.

Certas coisas óbvias, não carecem revelação, mais do que, já está dada pela Palavra. O discernimento decorre de sermos bons ouvintes quando ela é ensinada. “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5:13,14
Isso contra uns que foram negligentes, quando A Palavra da Vida fora ensinada.

O sinal mais eloquente que Deus opera, é pegar ao ímpio perdido, no lodo do pecado; lavar, transformar, purificar e firmar sobre a Rocha; Cristo. Isso chama atenção, e desperta novas conversões. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:3

domingo, 12 de novembro de 2023

Os despenseiros e as fábulas



“Desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério. Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo.” II Tim 4;4 a 6

É uma parte da constituição humana a esfera espiritual; ninguém pode se evadir. Disse certo pensador cristão que temos dentro de nós um vazio com o formato de Deus; só Ele pode preencher. Tendo O Eterno nos criado para a comunhão consigo, é de se esperar que seja assim.

Muitas vezes nos questionam: Se, Deus é Um só, por que tantas religiões? Porque acossados por esse vazio interior, homens que não conhecem a Deus e Sua palavra tentam preenchê-lo com um simulacro qualquer; inventam ídolos, ritos, crenças.

Desse modo, a neutralidade plena como pretendem alguns é impossível. Os que se dizem ateus, sem crença, fazem disso sua crença e defendem com unhas e dentes; de modo que, se endeusam prenhes de si mesmo; precisam mais esforços para negar, que os crentes para confiar em Deus. Pois, nesses, o “encaixe” é melhor, dada a adesão perfeita entre continente e contingente. Digo; o espaço neles, reservado para Deus, é preenchido, justo, por Deus.

Logo, quando alguém abdica da fé, fatalmente colocará algo no lugar de modo a não sentir-se vazio, espiritualmente. Os denunciados por Paulo no texto inicial deixaram a verdade e passaram a crer em fábulas. Trocaram o precioso pelo vil, ficaram com algo falso no lugar.

Assim fazem todos os que abdicam da fiel interpretação da Palavra e dão espaço às conveniências humanas.

Israel no Velho Testamento, não raro, deixava de obedecer a Deus e cultuava ídolos; aliás, desde o início da relação temos essa distorção; vide, o grotesco e blasfemo bezerro de ouro.

Nos dias de Jeremias o Eterno reiterou a denúncia do “mau negócio” que insistiam em fazer. “Espantai-vos disto, ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, manancial de águas vivas; e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2; 12 e 13

Se, há alegria nos Céus por um pecador que se arrepende, causa horror, espanto, outro que, tendo conhecido ao Eterno, troca-O por algo vil.

Podemos inferir da exortação, que o apóstolo considerou esses “negociantes” como embriagados, pois, disse; “Mas, tu, sê sóbrio...” Assim como a embriagues deriva da ingestão excessiva de álcool, os sentidos espirituais entorpecem paulatinamente se ouvimos com frequência pregadores “liberais” que, com o fito de agradar aos ouvintes fazem concessões que a Palavra não faz.

Do obreiro não se espera que seja “legal”, antes, fiel. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

Claro que a fidelidade a Deus gera rejeição no mundo e até, dentro da igreja. No entanto, Paulo foi enfático. “...sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.”

O apóstolo deixou instruções graves, precisas, como que, passando o bastão a outro numa corrida de revezamento 4 x 100. Seus cem metros foram cumpridos com fidelidade, e, era a vez de Timóteo correr. “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo.” V 6
Queria ele, pois, comunicar o mesmo que recebera, sem espaço pra mistificações, inserções, fábulas...

Uma brincadeira que, acredito, muitos conhecem chamada telefone sem fio, serve para ilustrar isso. Ela consistia no que segue: Um aluno, o primeiro da fila, dizia uma palavra qualquer ao que estava atrás, de forma rápida, quase inaudível; aquele se voltava para o seguinte e dizia o que pensava ter ouvido; assim sucessivamente até ao último. As distorções eram enormes. Começava “andorinha” e terminava “martelo”.

Tal qual essa diversão são as opiniões humanas. Naquela, cada um repetia o que pensava ter ouvido; nas opiniões, cada qual defende o que pensa ter entendido, mas, nem sempre entendeu, deveras.

Se a Bíblia fosse mero livro humano, como acusam uns, aliás, já a teríamos vertido igualzinha às nossas paixões mercê do “telefone sem fio” do tempo.

Claro que, um despenseiro só pode dispor do que possui em depósito; se alguém o fizer de fábulas, será isso que servirá. Contudo, de seu discípulo Paulo esperava coisas melhores. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos; e às oposições da falsamente chamada ciência,” I Tim 6;20

Em suma, o bom depósito, tanto nos mantém sóbrios contra a sedução das fábulas, quanto, fortes em face à falsa ciência. Guardemos bem o nosso, pois!

sábado, 11 de novembro de 2023

As guerras



“Toda guerra é um sintoma do fracasso do homem, como animal pensante.” John Steinbeck

Presto, meu “animal pensante” se pôs a ruminar. Será isso mesmo? Como o autor colocou as guerras como “um sintoma” de fracasso intelectual, apenas um sintoma, não a causa, acho que posso concordar. A coisa é mesmo desinteligente.

Acontece que, inteligência é uma virtude amoral, bem como, conhecimento. Um e outro podem ser usados, tanto para salvar vidas, quanto, para destruí-las; construindo equipamentos hospitalares, ou bombas.

Se, a inteligência deveria avaliar o “porquê”, evitando a peleja; a mesma inteligência poderá estar a serviço do “como”, fazer a guerra, estando convencida que isso convém.

Assim, algo que pode estar a serviço de ambos os lados, tanto da guerra, quanto, da paz, forçosamente é neutro; não, a causa. Pois, as guerras derivam de um fracasso moral, espiritual, dos que as patrocinam. Têm a ver com a vontade, mais do que, com a inteligência.

Tiago pontuou: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos, nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para... vossos deleites.” Tiago 4:1-3

Cobiça, egoísmo, invejas, “matéria-prima” fartamente encontrável nos corações humanos, são as causas das guerras; Cristo ensinou: “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15:19

Pretextos libertários e de soberania são meros vernizes sobre as reais causas das guerras, para distração, dos opacos olhares da opinião pública.

Por isso, a conversão foi figurada como um transplante de coração: “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ez 36:26

As guerras pela Terra Prometida ordenadas por Deus têm outro escopo; O Criador deixou que Seu povo fosse escravo por 430 anos, antes de ordenar a destruição dos cananeus, até que se enchesse a “medida da iniquidade deles”; ou, que seu juízo fosse pleno de justiça.

Praticavam adultério, assassinatos, zoofilia, incesto, homossexualismo; O Dono da Terra os baniu por isso; “Com nenhuma destas coisas vos contamineis; porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que expulso de diante de vós.” Lev 18:24

Tratava-se então, de Juízo Divino; quem poderá questionar o direito do Eterno de agir assim? “Eu fiz a terra, o homem, os animais que estão sobre a face da terra, com Meu Grande Poder, e com Meu Braço estendido, e dou a quem é reto aos Meus Olhos.” Jr 27:5

Não falo disso, pois, em meu apreço das guerras. Mas, das que nascem das doenças do coração humano, como tanto acontece, infelizmente.

Em geral os “pacifistas” falam contra os conflitos bélicos como se fossem de corações dedetizados e olhassem “de fora” o desenrolar da maldade humana; em muitos casos, em seus relacionamentos particulares, também dão mostras pujantes de trazer em seus corações os mesmos insumos que depreciam alhures.

Como disse alguém, “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” É fácil acalentar o desejo pela virtude, quando, quem a deve praticar são os outros.

A propósito, coloquei na letra de um cântico que escrevi: “Eu prefiro o silêncio, a clamar pela paz, ocultando no peito, as sementes da guerra.” Silêncio Paulo Waller - YouTube

A incapacidade humana de ser feliz com o que possui, ou, de suportar que outrem seja, com as coisas que ele “não merece”, acabam patrocinando a desinteligência que, invés de buscar o que lhe convém mediante trabalho, empreendedorismo e outros meios, prefere o “atalho” da pilhagem, da imposição violenta; ou, acoroçoado pela inveja, a mera destruição basta; numa “moral”, tipo: “Se não posso ter, que ele/s também não tenha/m.

Sabemos que duas forças espirituais opostas pelejam pela conquista da vontade humana. Deus tenta a persuasão mediante ensino, iluminação, cuidados amorosos. O Canhoto vai na marra mesmo; veta, se possível, o conhecimento de Deus; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4:4 

Sem um argumento mais do que o ódio; como os terroristas saem matando quem nada deve, pois, sua “causa” justificaria tudo.

Quem decide andar segundo Deus, convencido do Seu Amor, aprende carrear suas energias para outro “front”; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12:4

Devemos combater contra o pecado, mal que está em nós, não o que está alhures. Assim, a desinteligência resulta de empreendermos esforços contra o que não podemos nem devemos, enquanto nos omitimos, sobre o que está ao nosso alcance.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A opinião dos números


“Mais de dez milhões de CDs vendidos!” Diz uma chamada publicitária que realça determinado músico. A TV exibe diariamente vídeos que tiveram milhões de acessos. Estão bombado na NET! o que os credencia a serem veiculados.

O “influencer” tal conta com x milhões de seguidores. Pouco importa em direção ao quê, o tal, influencie quem o segue. “Cinquenta milhões de pessoas não podem estar erradas.” Frase do excelente filme, “Náufrago” com Tom Hanks. No caso, em se tratando das músicas do Elvis, de fato, estavam certas. Mas, nem de perto a “aferição” dos números significa selo de qualidade, de algo.

Pois, nesse mundo de moedas como “valores”, essas, qualificam às produções “artísticas” mais estapafúrdias. O sucesso do, “caneta azul, da Ludmilla, Pablo Vittar, et caterva, não é um aferidor da qualidade da “arte” deles; antes, do emburrecimento da sua geração. Os mesmos números que podem arrolar estrelas, também servem para contar uma imensa criação de jericos.

Dia desses apareceu na TV, uma jovem “especialista” em arroto, (?) foi para um programa de auditório mostrar seu “talento” graças aos milhões de acessos que teve no youtube. Um estouro!

As produções modernas são mensuradas pelo “senso crítico” das massas. Mas, a multidão tem lá algum senso? Antes, instintos, paixões, inclinações naturais...

A multidão é uma besta acéfala, um monstro sem cabeça, segundo os gregos; quem não segue um berrante como ela, fatalmente ficará só; "Você não se sente sozinha aqui no deserto?"
"No meio da multidão também nos sentimos sozinhos."
Saint Exupéry

Em um estádio de futebol, por exemplo, assentam-se lado a lado, um advogado, um drogado, um traficante, quiçá, um policial; de repente todos se abraçam festejando um gol. Mesmo que, individualmente nada tenham em comum, quando massificados por uma paixão, igualam-se.

Nicolas Berdiaev, o filósofo, sentenciou: “Se nos estados puramente emocionais da massa, o eu, não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu, mas porque perde-se; sua consciência e vontade são abolidas.”

Nesse aspecto, o de conquistar às massas Jesus foi um fracasso. Até teve seus cinco minutos de fama quando multiplicou o pão pra galera; mas, quando falou sobre o significado de Sua obra ficaram somente doze; dúbios, quem sabe, pensando no exemplo dos que se foram. “Muitos, pois, dos seus discípulos ouvindo isso disseram: Duro é esse discurso quem o pode ouvir?” Jo 6;60

Após aquela debandada coletiva, Jesus indagou: “Quereis vós também retirar-vos? - Pedro até cogitou fazer isso, mas, tinha um problema - “para quem iremos nós? Tu tens as Palavras de vida eterna.” Vs 67 e 68

Pilatos também avaliou as coisas ao sabor da multidão; “Quereis que eu vos solte o Rei dos judeus?” Democratizou a decisão. Como a turba escolheu crucificar ao Senhor, ele lavou as suas mãos; seria inocente? Ele mesmo havia se vangloriado: “..tenho poder para te crucificar, tenho poder para te soltar.” Jo 19;10 Mas, no final, foi no conveniente embalo da massa.

A passeata de uma multidão de evangélicos, tipo, "Marcha pra Jesus" tem lá seu impacto político; mas, não maior que uma passeata do orgulho gay, por exemplo. Mostra volume à sociedade, nada além disso. É fácil nos mostrarmos “em Cristo”, basta desfilar gritando palavras de ordem; agora, mostrar Cristo em nós, demanda uma renúncia que desconsidera a aprovação humana. Quem nasceu de novo não segue aplausos, nem teme, vaias.

Essas igrejas superficiais, dos números, mais que da verdade, revelam tanto teor espiritual, quanto os acessos de tolos transformam arroto em “arte”. Jesus foi cauteloso com a quantidade. “...muitos são chamados, poucos escolhidos.”

Sabemos que é saudável a igreja buscar o crescimento; mas, se enchermos nossos campos de cabritos jamais produziremos lã.

Quando vemos as imensas catedrais do “pare de sofrer” lotadas, ou aqueloutro padre cantando com “um milhão de vozes”, percebemos de modo categórico a besta acéfala domesticada.

Todavia, basta conviver meia hora com um santo, no qual Jesus habita, para perceber claramente o que isso significa. Vida e valores, segundo Deus.

Continuarão claro, os números, “canonizando” arrotos. Entretanto, no “you tube” do Deus Provedor, desde o primeiro “nauta” Abraão, todos sabem a senha: Renúncia. Lá não são postados vídeos, “a fé é o firme fundamento do que não se vê.” Heb 11;1 mas, é possível acessar áudios de alta fidelidade. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc 2;29

Não que Deus seja de minorias, pois, diante do trono João viu uma multidão de todas as tribos, nações e línguas, que ninguém podia contar, diz na Revelação. No entanto, O Eterno não alargará um centímetro a porta, para aumentar os seus “acessos”, pois, o Seu site não tem contador de visitas; apenas, um antivírus eficaz.