quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Almas nuas


“... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações...” Luc 16:15

Como é fácil justificar a si mesmo! Desde a queda esse vício nasceu e foi crescendo sem parar; “a serpente me enganou... a mulher que me deste por companheira...”

Paulo, depois de ter aprendido a ouvir a voz do Espírito na consciência, ainda não se justificava; “Porque em nada me sinto culpado; mas, nem por isso me considero justificado, pois, quem me julga é O Senhor.” I Cor 4:4

Além de legislar em causa própria, os que assim agem o fazem no tribunal errado; “... diante dos homens...” O juízo que valerá, terá uma plateia melhor que apenas homens: “Digo-vos que todo aquele que Me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus.” Luc 12:8

Sempre que o homem se justifica depois de fazer algo errado, no fundo, é “justificado” por Satanás. Foi ele que sugeriu a ruptura com a Deus, a autonomia, onde o homem decidiria por si mesmo acerca do bem e do mal. Quem ousa ir de encontro ao que está escrito para defender suas predileções, sejam quais forem, age no princípio dele. Quem será que estaria inspirando aos pretensos editores da Bíblia que desejam remover porções “polêmicas”?

Não me sentir culpado de nada, por encontrar o silêncio na consciência é bom sinal; mas, ainda assim, não devemos nos achar, a última baga da vinha; como disse Paulo, “quem me julga é O Senhor.”

Pode que nossa consciência tenha tentado nos advertir de alguma falha, e, por falta da devida “sintonia fina”, inda não nos demos por avisados. Prudência é melhor que presunção. Porém, se nada que desabone, houver, com o advento da presunção, de algum mérito próprio, passará a existir o orgulho. “Aquele que pensa estar em pé, cuide-se; não caia”.

Além de silenciar a consciência por não haver dolo em nossos atos, pode também, estar cauterizada, por largo curso de tempo sem ser ouvida; há gente sem noção, que faz às coisas à sua maneira contra essa voz interior; o tal, rejeita os alertas da consciência, tanto, que ela cauteriza; não a ouve mais por falta de hábito. Nesse caso, o silêncio não tem a ver com ausência de culpa, mas, com asfixia.

Se, o juízo será diante do Eterno e Seus anjos, qual o sentido de estarmos “bem na foto” diante dos homens? Há tantos “filtros” enganosos que nos fazem parecer o que não somos. Um ilusionista com suas habilidades deixa evidente quanta coisa pode parecer o que não é, diante de nós.

No mesmo texto em que denuncia a esse fajuto “Photoshop” da alma, O Salvador apresenta a eficácia disso; “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16:15

Um homem prudente, nesse teatro de enganos que se tornou o mundo pela impostura do canhoto e a cumplicidade do homem caído, deve temer mais os elogios que as vaias.

Vaias, geralmente denunciam que nossa atuação não agradou; quem disse que seria sábio agradar gente se hábitos malsãos? Ser rechaçado por aqueles de mau proceder é um elogio oblíquo. Há elogios sinceros, raros. Os aplausos podem significar certa “simetria” com a impiedade, o que convém evitar, por desfazer nossas defesas; “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29:5

Assim, quem procura fazer boa figura perante os homens, precisará, necessariamente, alinhar-se ao que esses aprovam. A vontade Divina não entra em consideração.

Alinhar nosso viver ao querer Divino requer uma ruptura comportamental com o mundo; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:2

A vontade Divina anseia nos justificar; a partir de um coração transformado, não, de uma encenação fajuta ante mal-informados.

Enquanto, por seus meios sub-reptícios, o inimigo planta no coração degenerado o “afirme a si mesmo” dourando a pílula do orgulho com verniz de religiosidade; ou, nem isso, para os que sovem a desobediência como símbolo de independência, O Salvador é severo; “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me.” É mais difícil assim? É. Mas, como disse alguém: “O que nos está proposto é glorioso demais para ser fácil.”

Enfim, se, para efeito dos aplausos terráqueos, fazermos boa figura onde não importa, basta “certo talento e boa dose de mentira”, como disse Kirkegaard, para comparecermos perante O Eterno, a exigência é mais esmerada; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5:8

terça-feira, 17 de outubro de 2023

O tempo bom


“Gritou o rei com força, que se introduzissem astrólogos, caldeus e adivinhadores; e falou... : Qualquer que ler este escrito, e me declarar sua interpretação, será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e, no reino, será o terceiro governante.” Dan 5:7

Durante uma orgia em Babilônia, uma mão misteriosa apareceu escrevendo certas palavras enigmáticas na parede do palácio e o rei, Belsazar teve essa reação.

“... gritou com força...” estivera desperdiçando forças com mulheres e bebidas, usando-as para pecar. Manifestando gratidão a quem nada tinha a ver com elas. Usaram às taças de ouro tiradas do templo do Deus Vivo, em Jerusalém, e “... deram louvores aos deuses de ouro, prata, bronze, ferro, madeira e de pedra.” Dan 5:4

Nessas horas, quando a vida parece estar em jogo e coisas extraordinárias acontecem, mesmo os sem noção que fazem oferendas aos bibelôs vários, e, quando advertidos disso protestam: “Respeite minha religião”, nessa hora, até eles se voltam ao Deus Vivo, em busca de socorro, pois, no fundo sabem que seus espantalhos nada podem. Quando a terra treme, até o ateu grita: Meu Deus!

Por que, só nessas horas? “Devemos reparar o telhado quando o sol está brilhando.” John Kennedy

Os descuidados pensam nisso apenas quando as goteiras incomodam.

O rei, por não ter escolhido uma vida espiritual sadia, em tempos de calmaria, na iminência da tempestade, “atirou para todo lado.” “... que se introduzissem os astrólogos, caldeus e adivinhadores...” Quem não tem O Único Deus, precisa de muitos.

Como os bibelôs atuais, aqueles também só “serviam” nas horas de calmaria, onde podiam jogar com seus enganos e falcatruas; num caso de emergência, mostraram as inutilidades que eram. “Então entraram todos os sábios do rei; mas, não puderam ler o escrito, nem fazer saber sua interpretação.” V 8

Por fim, a mãe do rei lembrou-o da existência do servo de Deus, Daniel; “Há no teu reino um homem, no qual há o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai se achou nele luz, inteligência, sabedoria, como a sabedoria dos deuses...” V 11

Um rei que se ocupa mais com futilidades, bebedeiras e idolatrias, desperdiça tempo e energia nessas coisas, perde de saber o que existe sob seu domínio; embora sendo seu dever conhecer coisas importantes assim, relapso, ignora-as; carece ser informado por outro. Eram coisas “antigas”, dos dias do pai dele.

Quantos atualmente agem assim? Desperdiçam tempo e energia em futilidades pecaminosas; quando alguém tenta ensinar algo, presto se irritam contra quem quer “se meter nas suas vidas”.

Há muitos casos de pessoas que zombaram dos pastores, em seus dias de “tempo bom”; buscaram-nos depois, por ocasião dos autos fúnebres, dos que jogaram suas vidas fora, onde uma palavra de esperança parecia necessária, embora, fosse tarde demais.

“Enquanto se diz, hoje; se ouvirdes Sua Voz, (de Deus) não endureçais vossos corações".

Ante Daniel o rei acenou sua oferta: “... se puderes ler este escrito, e fazer-me saber sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço...” v 16

Quem está acostumado com ídolos inúteis que precisam de “oferendas” para trabalhar, natural pensar que seu dinheiro compre Deus, também. Muitos falam nas filosofias de botecos sobre as coisas que o dinheiro não compra. Pois, nos domínios do espírito, não compra nada. Supor isso atrai maldição; “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos 8:20

Daniel se esquivou desse ídolo da cobiça humana também. “... As tuas dádivas fiquem contigo, e dá teus prêmios a outro; contudo lerei ao rei o escrito, e far-lhe-ei saber a interpretação.” V 17

A mensagem interpretada por Daniel falava das culpas do rei; do fim do reinado dele; da divisão do reino e entrega aos medos e persas; o que se cumpriu na mesma noite, junto com a morte do profano e ímpio Belsazar.

Havia um homem santo em seu reino, por meio do qual, O Eterno falava; o que ele fazia? Se achegava aos ídolos mudos, fica mais fácil que ter que ouvir algo, que, eventualmente desagrada. “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” V 23

É mais fácil, produtivo, silenciar e ouvir, quando é o tempo oportuno, que, “gritar com força” quando for tarde. Aquele escrito não era mais de ensino; era juízo; o tempo de se aprender o rumo é agora. “Quem Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:33

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

A causa


“Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Distinção entre causa e consequência é indispensável, se, queremos ver as coisas como são; entretanto, às vezes, interesses rasos tentam confundir uma com outra.

Sabemos as causas do conflito que eclodiu em Israel, ainda, em doloroso curso. Uma facção criminosa, terrorista, apoderou-se dos destinos dos palestinos que vivem na faixa de Gaza; embora os trabalhadores de lá desejam viver em paz com Israel, de onde recebiam água, luz, território, empregos, há um ódio histórico e um plano dos radicais islâmicos, que tem como fim, a destruição de Israel.

Matar “infiéis” faz parte do Alcorão, o que inclui a nós. Viva o Papa Francisco com seu sonhado “Crislam!”

Passado o horror inicial, agora, a “imprensa” prostituta, (tem veículos sérios ainda) já começa pontuar a “violência de Israel, a resposta desproporcional.” Os bombardeios são destruidores, é óbvio. Mas, diferente dos terroristas que invadem uma festa e saem matando, mulheres, velhos e crianças, Israel visa alvos militares; avisou e deu tempo para que os civis saíssem de suas casas. Duas atenuantes, pois.

A mesma “imprensa” que mostra parcialmente as atrocidades do Hamas, se apressa em pontuar a morte de civis do outro lado, de preferência, crianças. Isso acontece? Sim. É lamentável? É. Mas, deve ser posto na conta de quem começou isso tudo, não, de quem está reagindo.

Essa “empatia” parcial que se coloca em lugar dos palestinos mortos, inocentemente, e recusa a se colocar do outro lado, não é coisa de gente altruísta, pacifista; é coisa de patifes que escolhem cores de bandeiras, não, valores. Para esses, vigora a ética do dane-se!! Se for dos “meus” está certo, faça o que fizer; se for dos deles, está errado, mesmo que esteja certo. Em tempo, serão julgados conforme julgam.

O mundo deixou de ser um lugar civilizado, lógico, coerente, cultor de valores; a barbárie recebe aplausos, manifestações de apoio, em toda parte. Os bárbaros agentes, colhem identificação, com os, eventualmente, pacientes; digo, expectadores, com as mais bárbaras expectativas, contra os alvos dos seus ódios albergados.

A Palavra de Deus alude a um amontoado de nações, que tentará destruir a Israel, nos últimos dias; cita sete, segundo os nomes daqueles dias, “e muitos povos contigo.” Basta ver Ezequiel capítulo 38.

Dependendo da evolução, pode que estejamos diante do cumprimento dessa milenar profecia já. Segundo o Texto Sagrado, não tem nada a ver com libertar a um povo “oprimido”; antes, destruir a um povo invejado, de olho nos despojos; no usufruto das suas riquezas. O resto é cortina de fumaça, conversa para boi dormir, como diz o vulgo.

Em parte, essa empresa será bem sucedida, fará estragos; porém, antes de lograr seu intento patricida, O Eterno intervirá, mostrando ao mundo, quem tem a última palavra.

Na verdade a “Terra Prometida” é infinitamente maior do que Israel ocupa atualmente. Deus mencionou a Abraão, desde o Nilo até o Eufrates, (ver Gênesis, 15;18) o que, segundo especialistas, formaria o nono maior país da terra, se fosse cumprido.

Os árabes ocupam 98% do oriente médio, e acusam a Israel de “oprimir aos palestinos” negando-lhes, terra; coisa que justificaria toda sorte de violência para os “libertar”.

E, a história de que, eles também são descendentes de Abraão, não legitima isso; Ismael foi filho de uma escrava, nascido sem a vontade de Deus; apenas, fruto da precipitação de Sara e Abraão; O Eterno fez distinção: “Em Isaque será chamada tua descendência”, assegurou. 

No entanto, se fazem questão de evidenciar o parentesco, por que, invés de convivência pacífica com os irmãos, anseiam destruí-los? “Com a medida com medirdes, voltarão a medir a vós” ensinou O Salvador.

O Altíssimo está permitindo que encham a medida da sua iniquidade, para, em tempo julgá-los de modo a sobejar justiça.

Vale tanto uma criança palestina, quanto, uma judia; a morte de qualquer uma, é trágica; igualmente, um adulto. Porém, quem incendeia uma floresta, é culpado pelo que o incêndio destruir.

Você negociaria em “igualdade de condições” com quem tem sua destruição como objetivo? Israel cedeu muitas vezes; colheu o que estamos vendo. Bem disse Aristóteles: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

Os palestinos não são terroristas; mas, os do Hamas são. Os que os apoiam mesmo daqui, por cumplicidade, também são.

Quando Deus agir, e Ele vai, não pedirá autorização da ONU, nem ao conselho dos “direitos humanos” pacto disso ou daquilo; Ele sonda aos corações, É O Todo Poderoso; não é retido pelas teias de aranha, dos insetos mal intencionados. “... ninguém há que possa fazer escapar das Minhas Mãos; agindo Eu, quem impedirá?” Is 43:13

O resgate


“Não nos tratou segundo nossos pecados, nem nos recompensou segundo nossas iniquidades.” Sal 103:10 “... Deus exige de ti menos do que merece tua iniquidade.” Jó 11:6

O fato que Deus não toma pela mão aos pecadores, nem tem ao culpado por inocente, pode ensejar uma imagem distorcida Dele, quando, apreciado de modo superficial. Se, O Eterno é rigoroso quanto a não tolerar pecados, é também leniente, misericordioso, “grandioso em perdoar” como disse Isaías, quando, o pecador se arrepende e busca perdão.

Sua aversão à iniquidade tem a ver com a impossibilidade de se achegar a Ele, quem não estiver com a alma devidamente higienizada; “Tu És tão puro de olhos, que não podes ver o mal, a opressão não podes contemplar.” Hc 1;13 Portanto, “Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mat 5;8

Deus não quer “receber até o último centavo” do que lhe devemos; apenas, deseja que reconheçamos nossos erros, confessemos arrependidos, com sincero intento de mudar.

“Pois, Ele conhece nossa estrutura; lembra-se que somos pó.” Sal 103:14 Entretanto, além da busca do perdão para nós, devemos aprender a perdoar, quando a isso rogados, por parte dos que falharam conosco. “Perdoai nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores...”

A Parábola do Filho Pródigo ilustra bem o perdão Divino: O próprio filho reconhecia que nada mais tinha de direitos na casa do pai; sequer ousaria pleitear, uma vez que, a parte que lhe caberia da herança, depois da morte dos pais, se antecipara e desperdiçara tudo. “Faze como um dos seus empregados”, seria o pedido que tencionava apresentar chegando maltrapilho à casa de onde saíra.

Se, fosse tratado como mais um dos empregados, estaria sendo feito justiça; era o que merecia. Contudo, havia um sonho, um propósito que o via como filho, não como empregado. O amor do pai, não a justiça, tinha a última palavra.

Então, contra a lógica, a justiça, a expectativa do irmão mais velho, o filho foi restaurado; pois, dele, o Pai exigia menos do que merecia sua iniquidade. Bastou arrependimento, confissão, e foi perdoado.

Nenhum de nós poderia pagar pela salvação, caso O Senhor quisesse receber; “Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. Pois a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49:6-8

Pedro seguiu nas mesmas pisadas: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado;” I Pe 1:18,19

As refinadas exigências do Eterno têm a ver com a necessária pureza para frequentarmos os lugares excelsos que preparou para nós. Por isso, “Nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7:26

A grandeza do resgate não mensura nosso valor como presumem alguns pavões sem noção. Mas, aponta pra perfeição que foi criada, e a intensidade da degeneração, que requereu tão grande preço para poder nos regenerar. Em suma, o alto preço da redenção atina a santificação necessária, e ao Amor, que desconsidera às culpas, pelo prazer de perdoar e restaurar.

Infelizmente, a imensa maioria só terá noção da seriedade e do valor que estão em jogo, quando for tarde demais. Profecias milenares se cumprindo diante dos nossos olhos; sinais preditos insistindo em avisar que o fim se aproxima; as pessoas, alienadas, numa busca suicida por prazeres efêmeros e pecaminosos, invés de rumarem ao Único que pode salvar, Jesus Cristo. Dão-se aos desejos naturais, sem rumo, alvo; quais folhas secas ao sabor do vento; como cantou o bêbado aquele, “Deixa a vida me levar, vida leva eu.”

Quando descobrirem que é a morte que os está levando, e que estão perigosamente confundindo existência, com vida, poderão estar numa distância d’onde já não haja retorno.

Deus requer muito pouco, para nos salvar; muito menos do que merecem as nossas culpas; porém, desse “pouco” não abre mão.

Ou, as pessoas tomam a cruz de Cristo, arrependidas, e vão por Ele, segundo Seus ensinos, ou, não irão. “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

Não que O Eterno seja caprichoso; além de amoroso É sábio. Como não há outro caminho, prescreve O Único possível, desejando que seus filhos, de erradas escolhas, no passado, se arrependam e voltem para casa. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6:23

domingo, 15 de outubro de 2023

O dia da ira


“Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jer 23:20

Entendermos que “Deus É Amor”, e descansarmos fiados nisso, tem sido algo recorrente nos caminhos humanos. Agora, cogitarmos que Ele possa ter motivos para estar irado, não são todos que se atrevem a isso; embora, Sua Palavra seja categórica quanto ao fato, bem como, quanto aos motivos; “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm à verdade em injustiça.” Rom 1:18

Prosperar mentira e injustiça são “combustíveis” onde arde o fogo da Divina Ira. Porque a misericórdia do Eterno inda espera arrependimentos, muitos fazem uma errônea leitura; por não terem, os atos maus, consequência imediata, muitos agem como se jamais eles jamais tivessem.
“Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

É fácil acenarmos com a “lei do retorno”, quando imaginamos que ela incida sobre a maldade alheia, apenas. Outro dia falei sobre os desvios de função da fé; quando um fanático por futebol ora para que seu time vença. Age como se, O Eterno fosse sócio nas suas paixões particulares. Assim, os que pensam que o retorno da maldade viria contra os seus desafetos, para si, apenas bênçãos.

A posse de entendimento nas questões espirituais é vital; nas coisas da vida, isso é difuso; um entende de arte, outro de engenharia, eletrônica, processamento de dados, segurança cibernética, etc. Bem podemos nos servir do talento alheio, para suprirmos nossas necessidades.

No teatro da salvação, é certo que há mestres que nos podem ajudar a ver; todavia, como, entender nesse caso, demanda agir conforme para não perder a eficácia, isso requer uma vontade submissa; há um “o quê”, um “como” e um “quando”, que são indispensáveis, para que vejamos o básico da Divina revelação.

O quê? “Todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”; precisam de salvação; como? “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” ensinou O Salvador; quando? “Hoje se ouvirdes Sua voz, não endureçais vossos corações”; é urgente, pois, o amanhã está além do nosso controle.

O Juízo Divino se avizinha, contra os que ignoram ou se opõem, ao Divino querer; quem pretende viver à sua maneira, embora não dizendo abertamente, deixa implícito que sabe como escapar do que está por vir; aos hipócritas e descuidados, dos seus dias, João Batista perguntou: “... Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mat 3:7

O conhecimento dessas coisas e uma atuação à sua luz, é indispensável para recebermos salvação; “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4:6

Ezequiel passou seus dias advertindo contra a apostasia e o consequente cativeiro; ele, como profeta, era muito “querido” por um povo que não dava a mínima para Deus; “Eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.” Ez 33:32

Os analistas de performances espirituais alheios ao conteúdo sempre existiram. Suas predileções pelo pregador A, pelo cantor B, estilo assim, ou assado, sempre ganharam as asas do vento. Ora, O Eterno não desperta eventuais mensageiros para produzir entretenimento; antes, arrependimento para salvação.

As coisas duras preditas pelo profeta viriam, e só então, tardiamente teriam noção de quem ele era. “Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33:33

Então, entendermos as coisas que movem o Coração de Deus depois que for demasiado tarde, só aumentará o peso das culpas, pela nossa postura relapsa, no presente.

O mundo coloca nas prateleiras mais altas, fama, sucesso, riquezas... quando o tempo dos famosos, ricos, sucedidos, expirar, então, tardiamente eles entenderão, quão pouco essas coisas valem.

Para efeito de bens que não são biodegradáveis, temos na salvação, no embelezamento interior mediante a santificação, coisas que têm valor superno.

Para aquisição desses bens, O Senhor legou a sabedoria espiritual; dom que Ele só faculta aos que ousam andar em retidão; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.” Prov 2:7

Por isso, a exortação: “Aceitai a minha correção, e não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8:10,11

Os que abraçam a sabedoria Divina, desde já, não carecem esperar o fim dos dias para saber quão justa é a ira do juízo que se avizinha.

sábado, 14 de outubro de 2023

A intercessão


“... é Cristo quem morreu, ou antes, ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus e intercede por nós.” Rom 8:34

A intercessão, passados mais de dois milênios dos ensinos de Cristo, ainda não é devidamente entendida.

Por ocasião do dia da “Senhora Aparecida” ouvi um sermão dum padre defendendo-a como nossa intercessora. Usou exemplos da intercessão de Moisés, para demonstrar a eficácia da mesma; depois, pontuou que alguns, (me incluo nesses) diriam que Moisés orou enquanto vivo; porém, pontuou, os que creem em Cristo, estão todos vivos, mesmo após a morte.

Fundiu a vida espiritual, salvação, com a existência terrena, como fossem a mesma coisa. Que Deus não é Deus de mortos, mas, de vivos, isso é ensino Bíblico; porém, a morte do corpo é inevitável, mesmo para os salvos; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, tampouco, terão eles, recompensa; mas sua memória fica entregue ao esquecimento. Também seu amor, ódio, e inveja já pereceram; não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Ecl 9;5 e 6

Os salvos terão seu galardão no além; “debaixo do sol”, nas coisas atinentes a essa vida, nada mais fica ao alcance deles. Depois da morte, como vimos, o juízo, não a sina de intercessores.

Enquanto vivos, podemos e devemos orar uns pelos outros. Depois da morte, nem os mais hábeis contorcionistas teológicos forjarão alguma pista de que se deva fazer isso. “... A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8:19

O problema maior com esses supostos intercessores, não é sobre eles estarem vivos ou não; os salvos estão. Mas, a blasfêmia reside em se considerá-los, como deuses. Como assim?

Imaginemos que, alguém ore a “Aparecida” aqui no Rio Grande dos Sul pela manhã; no mesmo horário outros o façam, um em Natal, outro Aracaju, outro Fortaleza, etc. Ao qual dos pedintes ela ouvirá? Se, apenas a um, será parcial, terá feito acepção de pessoas; se, a todos, terá que estar em todos os lugares ao mesmo tempo, para poder ouvi-los. Assim, teria Onipresença, que só Deus tem.

Citou ainda o criticado frei, a passagem das bodas de Caná, onde, Maria disse aos servos de Cristo: “Fazei tudo oque Ele vos disser.”

Pois, Ele disse algo também, sobre intercessão. “... Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em ‘Meu Nome’ pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” João 15:16 Notemos que, as petições devem ser no Nome Dele, diretas ao Pai, não na caixa postal de um suposto intercessor.

Porém, o vigário fez um novo contorcionismo, citou um texto clássico; “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2:5

Anexou passagens que referem a Cristo como o Cabeça e a Igreja como Seu Corpo na terra; assim, pedindo através de um santo da igreja, estaria o pedinte, rogando em Nome de Jesus, será?

De novo, fingindo mediocridade intelectual considerou iguais, coisas que são diferentes. Quando A Palavra diz que Cristo É O Cabeça, é uma metáfora, significando que É Ele quem dirige; quem tem autoridade. Quando figura a igreja como Seu corpo, além de abarcar a área de Sua influência, pressupõe que os membros do corpo farão exatamente o que A Cabeça ordena, não darão ouvidos a cabeças alternativas que ousarão trazer coisas diferentes. Os teólogos chamam a isso de “Corpo místico” de Cristo.

Como vimos acima, o Único intercessor válido é “Jesus Cristo homem,” não, místico.

Sem contar que a tal de Aparecida não tem nada a ver com Maria, a santa escolhida pelo Eterno para gerar Jesus Cristo. Trata-se de uma estatueta trazida pelos escravos africanos, usada em seus ritos, que perdida nas águas do rio Paraíba, foi casualmente pega na rede de um pescador; o que a febre humana fez com isso, tem a ver com essa febre, não com a vontade Divina.

Invés duma incursão pelas veredas da vida espiritual em busca da verdade, como faria um de alma filosófica, o seu vigário caminhou pelas calculadas raias do sofisma, evitando meticulosamente, qualquer indício que o desviasse de seu objetivo prévio; a afirmação de um dogma espúrio, coberto de artifícios tantos, de modo a se parecer com um ensino bíblico.

Aos que agem assim, vale a reprimenda do Senhor aos sofistas dos Seus dias: “Ai de vós... hipócritas! Pois, fechais aos homens o Reino dos Céus; nem vós entrais nem deixais, aos que estão entrando.” Mat 23:13

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Os pacificadores



“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” Mat 5;9

O que é um pacificador? Há diferença entre o pacífico, o pacifista, e o pacificador. O primeiro, é alguém de índole mansa, que invés de albergar no íntimo um revide imediato às ofensas, prefere dar tempo, sofrer o dano até, tendo sua paz como bem maior, que, eventualmente rechaçar uma agressão recebida.

O pacifista é o que tem uma visão de mundo, avessa ao belicismo, às guerras; se pudesse, acabaria com todas, mediante a diplomacia; patrocinaria vários acordos, tendo em vista o que julga ser o bem maior; a paz.

O pacificador, é um promotor da paz, no momento e no ambiente em que essa não existe. Não age preventivamente visando evitar conflitos; antes, intervém durante os mesmos, visando desfazê-los.

Segundo a Bíblia as guerras nascem pela cobiça incontrolável que o homem tem, de possuir o alheio; sempre colam um rótulo virtuoso, “libertação, resistência”... para efeito de opinião pública; mas, no fundo sabem que não se trata disso.

Embora um dos nomes atribuídos A Jesus Cristo, seja: “Príncipe da Paz”, Ele não veio pretendendo ser um “pacificador” nos moldes mundanos. Fez questão de afirmar que a Sua Paz era diferente; “... Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo a dá.” João 14:27

A Paz que Ele trouxe reconcilia ao homem com Deus; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Essa, invés de reflexos pacíficos nas relações interpessoais, muitas vezes traz divisão. Os próprios familiares, não raro, se revoltam quando um se entrega a Cristo; “Não cuideis que Vim trazer a paz à terra; não Vim trazer paz, mas espada; porque Eu Vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra; assim os inimigos do homem serão seus familiares.” Mat 10:34 a 36

A paz com Deus requer que deixemos nossa antiga maneira de viver, tendo, nos arrependido, e confessado nossos erros; doravante, andemos segundo O Príncipe da Paz.
Ele condicionou o descanso das nossas almas, a tomarmos Seu Jugo; submissão e obediência incondicional ao Pai; “... O Pai não Me tem deixado só, porque faço sempre o que Lhe agrada.” João 8:29

Cada vez que assoma um conflito bélico, como agora temos dois de grande monta, Rússia x Ucrânia e Israel X Hamas, os pacifistas saem das suas tocas especulando motivos e propondo soluções, sempre do lado de fora, d’onde o problema está.

O coração humano e suas perversidades decorrentes de estar ele em inimizade com Deus, pelas muitas injustiças que perpetra ou aprova, usurpando um lugar que deveria ser do “Príncipe da Paz.”

Alguns, com objetivo bem definido especulam que as religiões são as causas das guerras; assim, unificando-as, num global acordo de não discordar, (todos estariam certos) saem defendendo o ecumenismo, onde cada deturpação maligna ou humana seria colocada em pé de igualdade com Jesus Cristo, O Único, que reconcilia com o Pai.

Nada mais radical, seletivo, exclusivista, que A Palavra de Deus; “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim”. Jo 14;6

O Eterno, embora seja “O Senhor dos Exércitos”, ama paz; ordena que, vivamos nela, e oremos pela sua prevalência; todavia, não a tem como um valor supremo que abafe cobras e lagartos para estabelecer; antes, pontua: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Isaías 32:17

Então, onde a injustiça ainda campeia, malgrado o feito de Cristo para abrir caminho à salvação, muitos pretendem ser salvos por caminhos espúrios, a paz com Deus não pode encontrar assento. O mundo não convertido segue em guerra contra Ele. As guerras horizontais são consequências daquela.

Se, nos tendo reconciliado Consigo, mediante Cristo, O Eterno “pôs em nós a Palavra da reconciliação”, vivendo nós, de um modo probo, anunciando à Palavra que reconcilia, somos feitos, Nele, pacificadores; promotores da paz, onde ela inda está ausente.

Não significa que sejamos aquilatados como tais, nesse mundo egoísta, sem noção; a recompensa dos pacificadores será na eternidade; “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12:3

Todas as guerras são tristes, deletérias, lamentáveis; mas, só a que nos indispõe contra O Eterno, coloca tudo a perder. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer... temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12:4,5