quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Ilha da Fantasia


“O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.”

“O mais moço... o filho mais novo”.
Às vezes passamos por alto a esse detalhe. Era o mais jovem dos irmãos que acalentava desejos de aventuras, concomitantes com a aversão às responsabilidades do trabalho rotineiro.

“O sangue jovem não obedece a um velho mandado.” Shakespeare.

O tempo imprime em nossas almas, lições que recebemos na escola da vida, a experiência; o método mais doloroso de aprendizado, porém o mais eficaz.

Um jovem ainda vê a experiência pelo lado teórico, da fantasia. Essa costuma sonegar percalços, desacreditar na possibilidade de falhas, vislumbrar finais felizes para todos os incidentes, superestimar os próprios feitos, acondicionar estreitamentos futuros no vasto estado de ânimo presente, que não estará, quando o futuro vier; enfim, esperar uma cumplicidade com a sorte que nem a sorte acredita. Isso tudo devidamente fervido no caldeirão da ousadia culminará, inevitavelmente, na poção das decepções.

A precipitação do pródigo é uma “Ilha da Fantasia”, na qual, todos atracaram seus barcos. Exceto, os que ainda atracarão.

O que significa pródigo? Que dissipa seus bens, que gasta mais que o necessário; gastador, esbanjador, perdulário. Muitos, pelo uso que fazem, parecem pensar que, pródigo significa perdido, arrependido. Ele arrependeu-se quando se viu perdido, voltou; mas, não foi daí que herdou sua alcunha.

Melhor avalia os bens, quem já sofreu sua privação; um jovem, bem nascido, que de nada teve falta, não raro, despreza às águas limpas sentindo anseios por cisternas rotas.

Foi no fundo do poço, no ponto mais “alto” da sua derrocada, que viu como boas as sinas dos empregados da casa paterna; ele que vira como ruim, à própria. “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome!” V 17 Se é preciso tornar a si pra recuperar a sensatez, quem a deixa, necessariamente está fora de si.

Já ouvi questionamentos sobre, onde a fidelidade é mais difícil; na carência, ou, na fartura? Experiências pretéritas de fartura, plenitude, culminaram em fracassos; um terço dos anjos, criaturas perfeitas, sem falta de nada, caíram após as seduções do inimigo; o primeiro casal, num jardim de delícias, em plena comunhão com O Criador, também sucumbiu ao comício do canhoto.

Esses eram inferiores aos anjos. Assim foram criados, sabendo a Presciência Divina que cairiam; por isso diz que “O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo.” Ou seja: O Resgate foi decidido e aceito, antes da queda.

Natural concluirmos que, tendo fracassado a desejada fidelidade em âmbito de fartura, de plenitude, aprouve ao Criador, produzir os caracteres desejados, a partir de um cenário de carências.

Mesmo eventuais abastados, materialmente, nas coisas que contam para a vida eterna, as espirituais, nascem indigentes, pobres; “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus;” Mat 5;3

Os vencedores daqui lidam com o mínimo necessário aos Olhos Divinos, para, aprendendo apreciar o básico, não devanear com fantasias, como o jovem mencionado. 

Por isso, independente das circunstâncias materiais nas quais vivamos, a todos os salvos O Senhor poderá dizer o mesmo: “... Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te Colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” Mat 25;23

A fidelidade no pouco requer o despejo de um intruso que nos invadiu; amalgamou-se às nossas almas, como se, parte delas fosse; o pecado. “Se faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;20 e 21

O “negue a si mesmo” requerido por Cristo significa crucificarmos, via renúncia, esse “eu” que não sou eu; mas, um intruso que me escraviza, para que novo ente seja gerado, não mais escravo; liberto e regenerado, segundo O Salvador.

Quem se desgarra da casa do Pai, não carece tornar a si; antes, tornar a Cristo. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Anjos perfeitos, sem carência de nada caíram; não poucos salvos, imperfeitos, frágeis, limitados, fazem proezas, perdem vidas terrenas até, sem duvidar da Integridade Divina.

Essa ousada entrega das “coisas loucas desse mundo”, empresta sua didática até aos Céus; “Para que agora, pela igreja, a multiforme Sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Tumor


“Ninguém hoje gosta da verdade: a utilidade e o interesse próprio há muito tempo foram substituídos pela verdade.” Nikolai Berdiaev

Essa frase do filósofo ucraniano foi escrita por volta do ano 1900; portanto, o “hoje” a que ele se referiu é bem antigo, se, cotejado com o nosso.

Mais ou menos na mesma época, o multifuncional Ruy Barbosa, (político, advogado, jornalista, escritor, diplomata, tradutor, orador, etc.) mencionou o “triunfo das nulidades”, grandes poderes nas mãos dos maus, crescimento das injustiças... e cunhou sua célebre ironia sobre “sentir vergonha de ser honesto.”

O apodrecimento moral da humanidade é algo que rasga muitos céus, nas asas do tempo; embora, nunca tenha cheirado tão mal, quanto agora.

Nossa mais alta corte em termos de autoridade, embora padeça de nanismo, seja baixa, em saber e honestidade, tem dado azo a toda sorte de aberrações. 

Parcialidades, militância política, atropelo dos preceitos constitucionais, aos quais, deveria defender; e pasmem! depois de uma leva de medidas autoritárias, tolhendo direitos de livre expressão aos cidadãos que lhes pagam os altos salários, enfim, depois de terem implantado a censura contra um lado da nossa política, os conservadores, “em defesa da democracia”, claro!
Agora, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmem Lúcia, Lewandowski, e o famigerado imperador do Xandaquistão, Alexandre de Morais, (outras fezes com os mesmos vermes, Temer e Dória, também estavam por lá) foram palestrar em Nova Iorque, sobre “Democracia e liberdade”! Put@ k p4r1w!! Que gente sem noção, sem caráter, sem vergonha!!!

Não basta todo autoritarismo difuso, país em polvorosa, cidadãos indignados, tolhidos nos direitos elementares, depois de uma “eleição” extremamente irregular, não bastando isso tudo, digo, ainda precisam do escárnio como cereja na torta. Será que foram às suas custas, ou temos que pagar essa nojeira também?

Cidadãos brasileiros que vivem nos States os “receberam” com muitos adjetivos, aos quais eles fizeram jus; mas, exigem respeito; uma ova!! Respeito se conquista, não se impõe.

Quem atua de modo desprezível como têm feito, apenas está colhendo o que plantou; os impropérios que ouviram por lá permeiam o imaginário da maioria da nação; outros, se pudessem chegar à mesma distância que aqueles, repetiriam a dose.

Por muitos anos fomos drogados por futebol, novelas e carnaval. Agora, acabaram o Brasileirão, a Libertadores, e quase passaram despercebidos; estamos a menos de uma semana da Copa do Mundo e o povo nem aí.

Finalmente o brasileiro despertou! Percebeu que está em jogo sua liberdade, seus direitos civis; não está disposto mais, a emprestar seu labor para usufruto do crime organizado, com seus dois braços; o armado de fuzis, e o de sofismas, mentiras e corrupção, que desfila nos corredores dos três poderes. (às vezes excursiona a New York também).

Pena que tenhamos demorado tanto para percebermos o que importa; mas, “libertas quae sera tamen” como diz na bandeira de Minas Gerais.

Não se faz uma faxina como a que estamos precisando com medidas simpáticas, nem com o anestésico dos eufemismos a tontear verdades duras, para que essas sejam ditas de modo brando. Não se cura câncer com Dipirona! O tumor é maligno, está espalhado; a cirurgia é urgente.

Não raro, as virtudes dos conservadores são usadas contra eles. Sua estrita e ciosa observância da lei, às vezes irrita. Do outro lado vale tudo; golpe baixo, dedo no olho, areia nos olhos, mordidas, soco inglês, doping... de nossa parte, ai de que, não “joguemos dentro das quatro linhas.

Ora, mesmo jogando segundo as leis, no constitucional impeachment da Dilmanta, foi “Górpi”; agora, manifestações lídimas, democráticas, justas, ordeiras, são “atos criminosos”, “levantes golpistas”, “manifestações antidemocráticas” e o escambau!!

Gastar palavras com essa gente que não tem limites, não está nem aí para valores, coerência, fatos, lógica, verdade, etc. é ridículo e inútil como oferecer pastagem aos predadores. O único “argumento” que esses “ouviriam” seria a força.

Por não confiar no Judiciário nem no Congresso, com justificadas razões, o povo decente do país aglomera-se em torno dos quartéis em busca de socorro junto às forças armadas.

Não faço ideia de qual será o desfecho disso; qualquer pessoa com dois neurônios inda ativos, com a honestidade intelectual sem vírus, notou que se protagonizou na “Ilha de Vera Cruz” a maior e mais vexatória fraude de todos os tempos. Uma vitória sem festa, sem carreatas, buzinaços, por estrita falta de vencedores.

Dezenas de urnas com zero votos para Bolsonaro, onde seus proporcionais fizeram bastante, no primeiro turno. Censuras de um lado, porta aberta do outro; inserções radiofônicas tolhidas, etc. Mas temos que aceitar calados. Desconfio que não.

"O segredo do relacionamento saudável não está na omissão dos fatos nocivos, mas sim em não se ter fatos desta natureza a se omitir." Ulisses Drago de Campos

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Pra onde olhar?


“Os olhos dos que veem não olharão para trás; os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.” Is 32;3

À vinda do Rei da Justiça, os capazes de ver distintamente não olhariam para trás. Uma figura de linguagem que significa retroceder; desejar voltar para onde se estava; postura desaconselhada pelo Salvador. “... Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62

Quando anjos retiraram apressados à família de Ló da condenada Sodoma, ordenaram que eles fugissem sem olhar para trás; coisa que a mulher desobedeceu; “A mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.” Gen 19;26 Era a estrita salvação da vida que estava em jogo; ela tinha consigo a preciosidade a salvar; porém, quem coloca o coração em predileções doentias corre o risco de sacrificar ao precioso por apego ao vil.

Eventualmente não calculamos os custos de uma empresa. Vendo essa se revelar mais difícil do que o sonhado, muitas vezes tendemos a recuar, achar melhor a rotina antiga que a luta presente.

O Senhor ensinou: “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

“Assim, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33
Se, presumimos seguir a Cristo preservando conforto, aceitação, vida mansa, quiçá, aplausos humanos até, ainda não entendemos o que está em jogo. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, odiou a Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes, Eu vos Escolhi do mundo, por isso, o mundo vos odeia.” Jo 15;18 e 19

Usamos tomar decisões no calor das emoções, sem um aprofundamento devido; quando o calor arrefece, tendemos a não querer mais, o que quisemos acossados pelo instante. O Senhor comparou esse modo de agir, ao cair de sementes sobre pedras. “Da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo A Palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” Mc 4;16 e 17

Embora pareça escolha ordinária, aos olhos menos avisados, a conversão é extremamente radical. Desafia-me a perder a vida como estava acostumado, para ganhar uma nova, eterna, como Cristo Quer que eu viva; “Quem achar sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39

Apenas os que conseguem ver no âmbito espiritual, não recuam às dificuldades do caminho; “Os olhos dos que veem não olharão para trás...”

Quem compreende deveras, o que significa Jesus Cristo, mesmo que, eventualmente olhe para trás, acossado por suas fraquezas, não voltará atrás; sabe para onde vai, em ambos os casos; prosseguindo, ou voltando. “O Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” Mat 13;45 e 46

O voltar atrás significa que, para nós, as promessas Divinas não são tão preciosas assim; que valham sofrermos em demanda delas. Todavia, quem possui olhos espirituais, apenas pelo que recebe aqui, (perdão, justificação, O Espírito Santo, dons, paz de espírito, distância do medo da morte, etc.) sabe o quanto vale a pena ser fiel.

Nossa dupla natureza, espiritual, depois do Novo Nascimento, mas, ainda carnal, nos tenta às inquietações; ao anseio pelas coisas no nosso tempo, quiçá, da nossa maneira; “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa... o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;36 e 38

Se, ele olhar para trás, voltar, estará por sua conta. O Criador não manda ninguém pro inferno; as pessoas vão para lá com suas próprias pernas. Preferem planícies da comodidade, prazeres irresponsáveis rumo ao abismo da perdição, a escalar a encosta das renúncias, em cujo topo, espera a vida eterna.

Como num automóvel, as luzes potentes apontam pra frente, pra iluminar o caminho; as traseiras são tênues, para que sejamos vistos, não para vermos. Os carros, embora precisem manobras retroativas, não foram feitos pra andar pra trás.

Assim nossas almas; quem olha para trás não pode ver muito longe; “Teus olhos olhem para a frente; tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 4;25

domingo, 13 de novembro de 2022

A "vitória" do PT


“Jamais diga uma mentira que não possa provar.” Millôr Fernandes

Pois, o TSE contou uma das grandes, que determinado candidato fez 60 milhões de votos sendo assim, eleito; porém, a coisa não colou, nem vai.

A mesma está eivada de irregularidades, de tal forma, que num país minimamente justo, três vezes o “vencedor” teria perdido.

Primeiro: Não poderia concorrer tendo diversos crimes seus julgados e condenados em três instâncias. A canetada do Fachin mostrou que ele também não poderia ter sido guindado ao STF, por falta das duas credenciais básicas; reputação ilibada (para pretenso jurista militância política pretérita estraga a reputação) e notável saber. Seu tribunal corroborara a condenação do larápio; mas em tempo “oportuno” ele “descobriu” que o CEP estava errado!? Não sabe ler?

Segundo: Falta de isonomia na campanha. Censura, restrições, prisões, bloqueios de toda sorte aconteceram apenas do lado dos conservadores, (O TSE agiu como sendo parte da equipe de campanha petista) enquanto, a esquerda podia e fazia tudo, com estrondoso silêncio da corte. 

Apenas no Nordeste, foi provado que 154 mil inserções radiofônicas foram sonegadas à campanha de Bolsonaro; denunciada a roubalheira com robustas provas, invés de adiar a eleição, investigar e reparar as injustiças como faria qualquer tribunal decente, O Xandão ameaçou aos denunciantes, como se, o grave fosse a descoberta, não o roubo.

Terceiro; invés de uma apuração transparente que permitisse ser conferida e auditada, se fosse o caso, tivemos um segredo de Estado ao qual apenas o Xandão e asseclas tiveram acesso.

Um estranho gráfico retilíneo repetiu-se no primeiro e no segundo turnos; evidência de fraude. Uma apuração limpa traria oscilações várias em ambos os sentidos. Mesmo os militares que foram convidados a conferir a aludida transparência, foram mantidos à distância dos meios de fiscalização.

Três irregularidades gigantescas, bastantes para desqualificar ao “presidente eleito”; poderia pedir música no Fantástico. Será que existe alguma, cuja letra exalte a um ladrão movido a fraude?

Para poder “provar a mentira” como disse o Millôr, seria necessário um mínimo de verossimilhança. Quem apoiava ao Lula? Falou mal dos religiosos; dos militares; dos policiais; do agro; dos enfermeiros; chamou aos patriotas de Ku Klux Klan... ah, mas falou bem do COVID.

Para encher uma praça precisava lotar ônibus de lugares distantes, pra amontoar alguns “Cumpanhêros”; nunca pode sair às ruas. Por outro lado, no Sete de Setembro milhões de patriotas fizeram estrondosas “manifestações antidemocráticas”. Coerente, aliás, para quem acha Venezuela, Nicarágua e Cuba, nações democráticas.

Após o “resultado” invés de passeatas nas ruas de todo o país, foguetórios e festas dos presumidos sessenta milhões de “vencedores”, um tímido e breve arranjo na Paulista e nada mais. Por que essa gente não mostra sua força? Porque não tem. Numa eleição honesta com apurações limpas, o petismo não faz trinta por cento dos votos.

Agora temos dois cenários desoladores. De um lado, a escória moral da nação sujando lugares altos assanha-se na divisão sôfrega e precipitada do butim, dada a “honestidade” forçada de quatro anos. Nomes baixos de gente abjeta são cogitados para lugares altos.

A cidadania deveria trabalhar para o crime organizado. Pautas como soltura de bandidos e destruição dos valores da família e perseguição “estratégica” aos cristãos já são expostas sem pudor nenhum.

Nem assumiram ainda, (nem sei se o farão) e já começam a desmentir promessas de campanha, acenar com gastos descontrolados; afinal, tem muitas aves de rapina e predadores do erário famintos; quatro anos de abstinência! haja grana!!

Sem contar os expoentes do lixo internacional, como Maduro e Fernandes que já trouxeram seus pires socialistas, sonhando com grana daqui, para cobrir roubos e incompetências de lá.

Do outro lado, imensa leva de patriotas inconformados com a roubalheira que grita diante dos quarteis, pedindo aos militares a devida faxina; auditoria nas urnas eletrônicas para que, o vero resultado seja conhecido.

Não sei qual será o fim disto, mas temo que termine em banho de sangue. Os militares foram ameaçados pelo “eleito” que fala em desmilitarizar à polícia e criar uma “Guarda Nacional” estilo bolivarianos, que estaria a serviço (sabemos) do comunismo, não do Estado, como estão as Forças Armadas.

Além desse desprezo do possível “Comandante”, pesa contra os militares e necessidade de prestarem continência, homens de reputação ilibada, diante de um ladrão. Não acredito que a “vitória” do sistema cole tão fácil assim.

Pois, voltando ao Millôr, contaram uma grotesca mentira que não podem provar.

Mesmo que o ladrão assumisse, como seria a país, que pela primeira vez na história começaria um governo tendo o povo nas ruas em indignada oposição? O Mecanismo poderá pagar para ver, dobrar a aposta.

Agora falam em “defesa das instituições democráticas” os canalhas que sempre rasgaram à Constituição.

Templos de Deus


“Não darei sono aos meus olhos, repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.” Sal 132;4 e 5

A “morada do Senhor” naqueles dias era um pouco diferente do ensinado no Novo Testamento. Embora se mencionasse a inadequação das obras humanas, no fundo, se cria que O Tabernáculo, depois o Templo, eram locais da habitação Divina; a Arca, com as Tábuas da Lei, o Maná, e a vara de Aarão, “utensílios” da Casa Santa.

Salomão sabia que a tal era pequena demais; “Habitará Deus com os homens na terra? Eis que os Céus, o Céu dos Céus, não Te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado?” II Cron 6;18

O que O Senhor fez foi santificar a casa, se dispor a atender aos arrependidos que O buscassem nela, ou, mesmo em lugares distantes, voltados para ela, em sinal de identificação. “Porque agora Escolhi e Santifiquei esta casa, para que Meu Nome esteja nela perpetuamente; nela estarão fixos os Meus Olhos e Meu Coração todos os dias.” II Cron 7;16

O Nome do Senhor estaria ligado à casa; não, a habitação, estritamente.

O desejo do Santo sempre foi comunhão mediante obediência, fidelidade. Sem essas, o templo perderia sentido. “Porém se vos desviardes, deixardes Meus Estatutos e Meus Mandamentos, que vos tenho proposto, fordes e servirdes a outros deuses, vos prostrardes a eles, então os Arrancarei da Minha Terra que lhes Dei, e Lançarei da Minha Presença esta casa que consagrei ao Meu Nome; Farei com que seja por provérbio e motejo entre todos os povos. Desta casa, que é tão exaltada, qualquer que passar por ela se espantará e dirá: Por que Fez O Senhor assim com esta terra e com esta casa? E dirão: Porque deixaram Ao Senhor Deus...” II Cron 7;19 a 22

Tanto que, duas vezes o templo foi destruído; parte das ruínas permanece até hoje.

O que se disse a Saul sobre sacrifícios; “Porventura tem tanto prazer O Senhor em sacrifícios, quanto, em que se obedeça à Sua Palavra?” Também pode ser dito, no tocante a templos.

Deus não habita em templos de humana feitura; mas, no imaginário popular ficou essa ideia. Chegaram a pensar que a existência da “Casa de Deus” entre eles seriam um salvo conduto, contra, ataques externos, mesmo vivendo eles alienados do Eterno.

Jeremias denunciou-os: “Porventura furtareis, matareis, adulterareis, jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal, andareis após outros deuses que não conhecestes, então vireis, vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu Nome, e direis: Fomos libertados para fazermos todas estas abominações? É esta casa, que se chama pelo Meu Nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que Eu, Eu mesmo, vi isto, diz O Senhor. Mas, ide agora ao Meu Lugar, que estava em Siló, onde, ao princípio, Fiz habitar O Meu Nome e vede o que lhe Fiz, por causa da maldade do Meu povo Israel. Agora, pois, porquanto fazeis todas estas obras, diz o Senhor, vos Falei, madrugando e não ouvistes, chamei-vos e não respondestes, Farei também a esta casa, que se chama pelo Meu Nome, na qual confiais, a este lugar que vos dei e a vossos pais, como Fiz a Siló.” Jr 7;9 a 14

O templo deveria ser consequência do relacionamento, jamais, a causa.

Hoje aprendemos que os “templos” de Deus são outros; “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” I Cor 3;17

A samaritana cogitou lugares para o culto, O Salvador acenou com “endereço” espiritual. “Deus é Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Mais que uma construção suntuosa, um coração com o devido afeto conta. “Jesus respondeu: Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; Viremos para ele, e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Poderemos dizer como Davi, que não daremos descanso às nossas pálpebras até “construirmos” um lugar adequado ao Senhor. A “matéria-prima” vem toda do Santo; cumpre-nos o descarte do profano.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Serei Seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor! não toqueis nada imundo, e vos Receberei;” II Cor 6;14 a 17

sábado, 12 de novembro de 2022

Faces da justiça


“... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Certamente, verdade e equidade são coisas boas, atinentes à justiça. Plantas para cuja colheita, estamos sempre prontos, embora, nem sempre estejamos para o plantio. De outra forma: Gostamos que a justiça nos sirva, quando somos comensais; nem sempre a servimos, quando, garçons.

Naquele contexto em que a equidade nem podia entrar, havia uma semeadura que justificava tal colheita; “Porque nossas transgressões se multiplicaram perante Ti; nossos pecados testificam contra nós; as nossas transgressões estão conosco, conhecemos nossas iniquidades;” v 12 Confissões ouvidas dos lábios do profeta, não necessariamente, do povo.

As injustiças nem eram tão injustas; a rigor, eram consequências de maus atos pretéritos que estavam maduras.

“O homem prudente, observando aos erros alheios corrige os seus”. Oswaldo Cruz. Observando a ceifa dos próprios, acrescento, bem que podemos nos arrepender e melhorar; se, não por escrúpulos morais, pelo menos, por esperteza; para não fazermos mal contra nós mesmos.

Se outro bem não nos faz, sofrermos injustiças, pelo menos faz a gente apreciar melhor o valor da justiça. O homem verdadeiramente cioso dela, preferirá arcar com prejuízos materiais, a sofrer tal lapso na consciência. Sócrates dizia muito bem, que é mais infeliz quem comete uma injustiça, do que, quem a sofre.

A Palavra do Senhor descreve o cidadão dos Céus como aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4 Sofre dano em atenção à palavra empenhada, mas não dana à própria alma, descumprindo-a.

Atualmente não sentimos “vergonha de ser honestos” como ironizou Ruy Barbosa, mas sofremos a vergonha alheia, vendo tanta desonestidade incensada, tanta aversão à probidade, tanta gente de nome e funções nobres, assessoradas por caracteres vis; merecedores de masmorras sujando tronos.

O mesmo Isaías anteviu esses dias. “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Essa inversão, onde os pedregulhos figuram como joias e vice-versa também foi pontuada por Salomão: “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

O nanismo moral dos que deveriam preservar à justiça, deforma as estruturas da sociedade; deturpam valores, movidos por interesses rasos.

“Os seus chefes dão as sentenças por suborno, seus sacerdotes ensinam por interesse, seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” Miq 3;11 “Por esta causa a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo e a justiça se manifesta distorcida.” Hc 1;4

Tanto no âmbito religioso, quanto, civil, as distorções e injustiças campeiam, onde o amor pela verdade erra no desterro. Até “servos de Deus” se esforçam em defesa de ladrões; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele?” Sal 50;16 a 18

Tal opção suicida, necessariamente nos lançará nas paragens da injustiça; O Juízo Divino fará isso; “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; então será revelado o iníquo, a quem o Senhor Desfará pelo assopro da Sua Boca, e aniquilará pelo esplendor da Sua Vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;7 a 12

Para que nossa veemência contra injustiças soe verdadeira, sejamos cuidadosos com nossos passos, escolhas, decisões. Eventual injustiça tolerada ao meu favor, frutificará em meu prejuízo. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22

Nossa caminhada não é um fim; antes, um meio, cujo proveito se verificará na chegada; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Muito se fala em injustiça social, essa abstração que culpa aos outros. Somos mordomos das nossas almas, porém. “Examine, pois, o homem a si mesmo...” I Cor 11;28

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Coragem de crer

 “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Diferente do que possa parecer, a fé não é algo mais, que podemos ter, ou não. Antes, a sadia, calcada em Cristo e Sua Obra é nosso passaporte para a vida. “O justo viverá da fé.”

O Salvador ensinou: “Na verdade, na verdade vos Digo que, quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que, O Senhor, mesmo Sendo Deus, transferiu a origem da Sua Palavra ao Pai. “Ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me Enviou...” Se, o “produto” que temos para crer é Sua Palavra, e isso significa crer em Deus, Sua Palavra É A Palavra de Deus. “Porque Eu não Tenho Falado de Mim mesmo; mas O Pai, que Me Enviou, Ele Me Deu mandamento sobre o que Hei de Dizer e sobre o que Hei de Falar.” Jo 12;49

Maravilhosa lição de renúncia, esvaziamento, Daquele que pôde dizer com verdade, “Sou Manso e Humilde de coração...”
“O Justo viverá da fé”, não significa que esse dom seja dado a uma elite, que seja considerada justa de antemão, recebendo por isso, a fé como “prêmio.”
Antes, que todo aquele que crê, é justificado, reputado justo por reconhecer suas injustiças e buscar sua salvação estritamente nos méritos de Cristo. “... haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” I Cor 6;11

“Se ele recuar...” Para os que defendem a doutrina da “eleição incondicional”, a hipótese de um “eleito” recuar soa impossível.

Porém, se assim fosse, tal advertência perderia o sentido, bem como, a condicionante da salvação à perseverança; “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Mat 24;13 Dizer, depois das favas contadas, que um perseverou porque era eleito, outro recuou porque não era, não é argumento. É apenas um capcioso raciocínio circular de quem não tem argumentos.
A eleição bíblica é em Cristo, o que demanda renúncia, entrega, submissão. Predestinação não significa pré-escolha; antes, a preparação antecipada de um destino.
Pedro denunciou a alguns que recuaram, de modo bastante incisivo; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22
O Salvador figurou como sementes sobre pedras, Suas Palavras, aos ouvidos de gente superficial, que até acredita inicialmente; mas, ao preço de seguir crendo se assusta e recua.
O risco de recuar é bem presente, dada nossa fraqueza, e postura relapsa em buscar o conhecimento de Deus. “O coração do entendido adquire o conhecimento, o ouvido dos sábios busca sabedoria.” Prov 18;15

“... Minha Alma não tem prazer nele.” O relacionamento que O Eterno anseia conosco envolve prazer, alegria. Uma relação baseada no amor, que, “Não se porta com indecência, não busca seus interesses...” I Cor 13;5
Aos obedientes faculta alegria espiritual; “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17
De nossa parte anseia que escolhamos as coisas e valores que Ele Aprova; nisto estará Seu Prazer. Dos rebeldes denunciou: “Também Escolherei suas calamidades, Farei vir sobre eles seus temores; porquanto Clamei e ninguém respondeu, Falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4
Os hebreus estavam impacientes, na iminência de recuar, depois de terem tido um começo promissor.
Geralmente as coisas não saem como esperamos, não por culpa das coisas em si; antes, das nossas expectativas desorientadas. A Palavra adverte das aflições; esperamos alegria; ensina sobre apostasia, esperamos avivamentos; apregoa tempos trabalhosos na reta final, e reclamamos quando nos vemos neles; ansiamos diferente do que foi prometido.
“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta; Heb 6;18
A Integridade Divina é fiadora tanto das advertências da vida aqui, quanto, é fiel guardiã das promessas reservados ao além.

Paulo ensina: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2;9
Nenhuma de recompensa está preparada para fujões; apenas para fiéis; “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10