sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Coragem de crer

 “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Diferente do que possa parecer, a fé não é algo mais, que podemos ter, ou não. Antes, a sadia, calcada em Cristo e Sua Obra é nosso passaporte para a vida. “O justo viverá da fé.”

O Salvador ensinou: “Na verdade, na verdade vos Digo que, quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que, O Senhor, mesmo Sendo Deus, transferiu a origem da Sua Palavra ao Pai. “Ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me Enviou...” Se, o “produto” que temos para crer é Sua Palavra, e isso significa crer em Deus, Sua Palavra É A Palavra de Deus. “Porque Eu não Tenho Falado de Mim mesmo; mas O Pai, que Me Enviou, Ele Me Deu mandamento sobre o que Hei de Dizer e sobre o que Hei de Falar.” Jo 12;49

Maravilhosa lição de renúncia, esvaziamento, Daquele que pôde dizer com verdade, “Sou Manso e Humilde de coração...”
“O Justo viverá da fé”, não significa que esse dom seja dado a uma elite, que seja considerada justa de antemão, recebendo por isso, a fé como “prêmio.”
Antes, que todo aquele que crê, é justificado, reputado justo por reconhecer suas injustiças e buscar sua salvação estritamente nos méritos de Cristo. “... haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” I Cor 6;11

“Se ele recuar...” Para os que defendem a doutrina da “eleição incondicional”, a hipótese de um “eleito” recuar soa impossível.

Porém, se assim fosse, tal advertência perderia o sentido, bem como, a condicionante da salvação à perseverança; “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Mat 24;13 Dizer, depois das favas contadas, que um perseverou porque era eleito, outro recuou porque não era, não é argumento. É apenas um capcioso raciocínio circular de quem não tem argumentos.
A eleição bíblica é em Cristo, o que demanda renúncia, entrega, submissão. Predestinação não significa pré-escolha; antes, a preparação antecipada de um destino.
Pedro denunciou a alguns que recuaram, de modo bastante incisivo; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22
O Salvador figurou como sementes sobre pedras, Suas Palavras, aos ouvidos de gente superficial, que até acredita inicialmente; mas, ao preço de seguir crendo se assusta e recua.
O risco de recuar é bem presente, dada nossa fraqueza, e postura relapsa em buscar o conhecimento de Deus. “O coração do entendido adquire o conhecimento, o ouvido dos sábios busca sabedoria.” Prov 18;15

“... Minha Alma não tem prazer nele.” O relacionamento que O Eterno anseia conosco envolve prazer, alegria. Uma relação baseada no amor, que, “Não se porta com indecência, não busca seus interesses...” I Cor 13;5
Aos obedientes faculta alegria espiritual; “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17
De nossa parte anseia que escolhamos as coisas e valores que Ele Aprova; nisto estará Seu Prazer. Dos rebeldes denunciou: “Também Escolherei suas calamidades, Farei vir sobre eles seus temores; porquanto Clamei e ninguém respondeu, Falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4
Os hebreus estavam impacientes, na iminência de recuar, depois de terem tido um começo promissor.
Geralmente as coisas não saem como esperamos, não por culpa das coisas em si; antes, das nossas expectativas desorientadas. A Palavra adverte das aflições; esperamos alegria; ensina sobre apostasia, esperamos avivamentos; apregoa tempos trabalhosos na reta final, e reclamamos quando nos vemos neles; ansiamos diferente do que foi prometido.
“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta; Heb 6;18
A Integridade Divina é fiadora tanto das advertências da vida aqui, quanto, é fiel guardiã das promessas reservados ao além.

Paulo ensina: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2;9
Nenhuma de recompensa está preparada para fujões; apenas para fiéis; “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

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