domingo, 20 de novembro de 2022

Questão de honra


“Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca tua espada e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ela.” I Cron 10;4

A batalha estava perdida. Tendo Saul uma leitura clara da situação pediu ao seu pajem que o matasse; temia cair vivo nas mãos dos inimigos e ser escarnecido, quiçá, torturado, antes de ser morto. O Jovem se recusou; então, ele mesmo suicidou-se.

Nem sempre nossa vida é uma questão de múltipla escolha, onde, mesmo havendo uma bússola apontando o Norte, toda a “Rosa dos Ventos” sorri; no caso dele, a escolha possível era binária; morte rápida dando uma ajudazinha, ou morte lenta com escárnios e dores maiores. Escolheu a primeira.

Somos inconsequentes nos momentos de ventos favoráveis e fartura: “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.” Prov 27;7

Na abundância de bens, liberdade, espaço, tendemos e ser relapsos, nem apreciar devidamente o que temos; coisas que, se as perdêssemos, nos sentiríamos venturosos recuperado uma fração apenas.

Lembrei uma frase do filme “O Livro de Eli”; naquele cenário pós apocalíptico, sem verde nem água, Solara perguntou a Eli como era a vida antes do “Evento”, que deixara a Terra daquele modo; ele respondeu: “Jogávamos no lixo, coisas pelas quais, hoje se mataria.” “... para a alma faminta, todo amargo é doce.”

Com Saul aconteceu isso. Matou sua própria vida, para não sofrer desonra; se a honra era mesmo importante, por que a desprezara, desobedecendo mandados Divinos? Que tardia providencia, tê-la por valiosa quando, pouco serviria! Bastaria ter sido fiel, ouvido À Voz de Deus. O Eterno Teria premiado à obediência e fidelidade com Sua Proteção. Infelizmente, muitos só pensam em consertar o telhado quando está chovendo.

Não raro, agimos como se Deus Fosse Efêmero, e nós, eternos; como se a urgência fosse Dele, não nossa, no tocante à salvação. Tiago adverte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14, Portanto, “... hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Nosso país vive turbulências sociais, paralisações, protestos, com justificadas razões, ante escandalosa fraude eleitoral, que, se confirmada a vigência, colocaria a cidadania trabalhadora a serviço do crime organizado, daqui e internacional. Liberdade de crença, culto, escolha, expressão, estão ameaçadas; basta ver como a coisa “funciona” onde as nuvens já estão vermelhas.

Mesmo o “Cometa Vermelho” trazendo em sua cauda toda sorte de lixo, moral e espiritual, aborto, ideologia de gênero, liberação das drogas, corrupção, castração das liberdades, destruição da família, perseguição religiosa, perversão da educação, doutrinando invés de educar, etc. Não obstante isso tudo, surgiram em nosso meio, deploráveis “pastores” esquerdistas. Nomes que prestaram relevantes serviços a Cristo, de repente, passaram por um estranho “evento” em suas almas, das quais, também os verdes pastos e a Água da Vida sumiram.

Não fizemos o melhor uso dos Divinos bens, que até agora, têm sido fartos. Como Saul na tranquilidade do palácio não dava a devida importância à obediência.

Liberdades entre nós (os que não esquerdamos) têm sido malversadas por gente desonesta, mercenários que visam dinheiro e vida fácil invés de apascentarem às almas que O Senhor Ama. “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar às ovelhas?” Ez 34;2

Desse modo, acredito que seja O Amor do Pai, que está permitido que o dragão vermelho aperte um pouco nossas gargantas; quiçá, quando ele for forçado a soltá-las, aprendamos a ser mais parcimoniosos com nossos bens; mais prudentes com nossas ações.

Que paremos, enfim, de ser perdulários, pródigos; pois, o Temor do Senhor é nossa sabedoria; não tratemos Suas Dádivas, como se Ele, não fosse Sábio e Bom. “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26;8

Saul só ponderou o valor da honra quando pouco lhe valia. O inferno está repleto de gente que pregaria A Palavra a plenos pulmões, se tivesse outra chance.

Porém, “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, tampouco, os de lá passar para cá.” Luc 16;26

Que possamos apreciar devidamente, nosso tempo. “Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação. II Cor 6;2

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