quinta-feira, 16 de junho de 2022

O Mesmo Amor


“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1;12

Chamamos chover no molhado quando alguém ensina de novo o que já foi, repete uma advertência, conselho, reporta uma história já conhecida...

Mas, coisas que dependem de persuasão, conquista da vontade, excedem ao mero saber para serem aceitas, seguidas. Alguém disse que a verdade deve ser repetida diuturnamente em palavras, porque a maldade se repete em ações.

A ideia de Pedro; vocês já sabem; porém, quero lembrar-vos mais uma vez; não deixarei de fazê-lo enquanto viver.

Eventualmente fundimos saber e conhecer, como a mesma coisa, mas não são. Saber é uma posse intelectual, uma informação; conhecer, o derivado de um relacionamento, intimidade. Inclusive, escritores bíblicos usam “conhecer” como eufemismo para relações íntimas, tal a aproximação necessária.

Ouvirmos parte dos ensinos de Cristo, por exemplo, uma vez basta para que os saibamos; contudo, para conhecer precisamos viver; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13; 17 O saber desafia à prática.

O que são os hipócritas que O Senhor tanto combateu, senão, gente que sabia a receita da virtude, embora vivesse no vício? Nosso risco é incorrermos no mesmo erro.

O conhecimento requer muitos passos na mesma vereda; O Senhor chamou de “Permanecer na Minha Palavra.” ou seja: Tê-la como diretriz da vida. “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

No ensino sobre os dois fundamentos, um na areia, outro na rocha, vemos que a diferença residia nisso: Ambos os “construtores” sabiam; um praticava, o outro, não. “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha... Aquele que ouve elas e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 e 26

Na hora das chuvas e ventos que se verifica a solidez de uma edificação; a queda da “casa”, tem a ver com fracassar na fé sucumbindo ao engano. Escrevendo aos efésios Paulo elencou os meios da edificação; Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres; o alvo: “Até a Estatura Completa de Cristo”; depois, apresentou o fim: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Irônico e veraz: Quem ouve A Palavra de Cristo e não a pratica zelosamente, acabará praticando ensinos vãos de falsos mestres.
Quem se omite ao convite da Luz, fatalmente acabará seduzido pelas trevas.

A persuasão operada pelo Espírito Santo também é conhecida por convencer; ideia de uma vitória conjunta; vencer com. Por isso, sempre que ouvimos da Palavra, O Espírito opera concomitante, visando abrir o entendimento de modo a conquistar a vontade de quem ouve, rumo à obediência. Nos que obtém êxito, convence. É partícipe de uma vitória íntima rumo à salvação. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Discordo da doutrina calvinista da tal “graça irresistível”, (se não pudesse ser resistida nem seria graça, seria imposição ditatorial) aprendo que, “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”; Tg 4;6 o trabalho do Espírito visa nos afastar do orgulho que O Eterno abomina, e nos levar a humildade e dependência Dele; “Negue a si mesmo.” Nossa própria natureza caída resiste o quanto pode ao Chamado do Amor Divino; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.”

Por sua essência viva, seu poder vivificante, A Palavra de Deus, mesmo repetida à exaustão, nunca é mais do mesmo, como dizemos das cantilenas humanas. Até poderá ser mais uma investida do mesmo Amor, mas sempre chegará aos nossos entendimentos como um novo desafio, a bebermos da Água da Vida.

A queda deu-se pelo desejo de independência, autonomia, agora a regeneração demanda a morte do “deus” usurpador, o ego; a começar por seus pensamentos rasteiros. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

O Amor Divino ainda É O mesmo a chamar com igual anseio; uma vez correspondido trará a um monte de novidades. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

terça-feira, 14 de junho de 2022

Ratanabá e as pulgas


“Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, que só profetizam do engano dos seus corações?” Jr 23;26

A ideia comum de profecia, até pelos antecedentes, normalmente está atrelada ao Senhor; o que Ele disse, deveras; e o que, falsos profetas dizem que Ele disse, sem nenhuma participação Divina.

Porém, quando alguém se atreve a “prever” como serão os dias porvir, seja Elon Musk, Bill Gates, George Soros, ou outro qualquer, de certa forma, o tal, profetiza.

Pois bem, o barulho mais intenso atualmente diz respeito à descoberta do que seria, “Ratanabá” na selva amazônica. Embora, o achado pretenda ser testemunho de um passado remoto, segundo os “descobridores”, abalará à ciência, as religiões e o mundo inteiro.

Então, os que isso dizem, estão profetizando; Além do passado, pretendem conhecer o futuro.

Baseados nos seus ditos, o que “sabemos”? Que foram encontradas construções de pedras; algumas, em formato piramidal; artefatos cerâmicos também; dizem que lá existiria uma cidade maior que São Paulo, que foi capital de um mundo mui antigo, há 460 milhões de anos. Que lá teriam vivido os de uma civilização chamada “Muril”, que seria mais avançada que nós. Tal civilização teria interligação entre cidades via imensos túneis; muitos, atualmente sob o oceano... ufa!!

Quais evidências mostraram?? Imagens aéreas duma porção de floresta, onde, realmente a intervenção humana parece evidente; depressões no topo da floresta em relativa simetria, o que sugere que haviam ruas de pedra naquele lugar, o que teria atrofiado o crescimento da floresta nesses pontos. Mais ou menos isso.

Imagens de computação gráfica projetando mirabolâncias não valem nada, como provas. A cada quatro anos O PT fazia as águas do São Francisco “Chegarem ao povo” assim. Mas, pela mão deles, jamais chegaram.

Algumas questões resultam necessárias para quem se atreve a pensar: Quem aprendeu a falar “murilês” para interpretar sua escrita e saber que civilização era, em qual tempo viveu, e qual o nome da cidade?

Se, supera São Paulo em amplitude, por quê apenas aquela fotinho que não daria um bairro, como evidência? Se, tal povo teria vivido há 460 milhões de anos, o que houve com a sedimentação das rochas que seguem “originais”? Cadê a superposição de camadas de solo, necessárias em um período assim, que as árvores ainda “acusam” a rudeza do solo onde seriam as ruas? Daria tempo para carvão virar diamante milhares de vezes, mas, não deu para a regeneração do solo, de modo a apresentar uma flora uniforme? Sinceramente a Terra Plana parece menos ilógica, que as “conclusões” cronológicas dos descobridores.

Ora, quando da dispersão dos povos em Babel, por necessidade de comunicação eles fracionaram-se formaram tribos; cada grupo linguisticamente identificado seguiu um rumo, num compulsório “Multiplicai-vos e enchei a Terra” Ordem Divina que, a humanidade se recusara a cumprir.

Isso fez com que migrassem grupos em diversas direções; por que não, uns com boa capacidade arquitetônica? Talvez, arquitetos de Babel vieram para essas bandas, o que explicaria as construções Astecas, Incas e Maias; Se, Macchu Picchu fosse numa floresta, não numa montanha relativamente desprovida de vegetação, invés de ser o que conhecemos, bem poderia ser outra “Ratanabá”.

Acresça-se a esses argumentos lógicos o fato de que, Urandir Fernandes Oliveira, o dono da empresa de pesquisas que teria descoberto a coisa, além de ufólogo (estudioso de ETs) é terraplanista; em seu pretérito traz vasta lista de charlatanismos. Assim, a pulga que a mera lógica colocara atrás de nossas orelhas, acaba de arranjar um par; quiçá possa acasalar.

Ora, a maioria da humanidade não consegue lidar satisfatoriamente com o que aconteceu há dois mil anos; mas, esses seres “iluminados” conseguem uma retrovisão tão perfeita, que alcança 460 milhões de anos?

Você já parou para pensar no que significaria um milhão de anos? Por quais alterações um planeta paciente de terremotos, vulcões, inundações, maremotos, etc. passaria? Mas, para esses “cientistas” os traços de 460 milhões de anos ainda podem ser lidos, francamente!

A Palavra de Deus nada tem contra a ciência; tanto que a “Palavra da ciência” é um dom do Espírito Santo; mas, adverte contra o charlatanismo, a “ciência” que se opõe à fé; “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando, alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6;20 e 21

Que se pesquise o que tem de fato por lá. Mas, parem de viajar na maionese e vender essas viagens como “descobertas”. “O que já sucedeu é remoto, profundíssimo; quem o achará?” Ecl 7;24

“A pior insensatez do homem é manter-se vítima de sua própria mentira, e ainda mais triste: Faz outros acreditarem nela!” Joice

domingo, 12 de junho de 2022

Vida; frente e verso


“Os que comiam comidas finas agora desfalecem nas ruas; os que se criaram em carmesim abraçam monturos.” Lm 4;5 

Os outrora ricos em Jerusalém, então, jaziam cativos em Babilônia; entre ruínas, Jeremias escrevia seus lamentos.

O risco de descansar na opulência das posses é que essas podem sumir ante uma desventura; a vida que fora regalada, pode acabar miserável. Contudo, nem era mera desventura; mas, juízo Divino pela indiferença e apostasia. As Mensagens Divinas dadas mediante Jeremias foram ignoradas. Preferiram vida mansa e ímpia, corroborada por falsas profecias.

O profeta chegara a pensar que era um desatino da ralé; mas, achou apostasia em todas as classes; “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos; não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;4 e 5 A figura do “jugo” usada por Jesus, nada mais é, que submissão, obediência a Deus.

Salomão cotejara sabedoria e posses; “A sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Bens podem trazer conforto à vida; apenas a sabedoria pode preservá-la; Oséias denunciou: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei... visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me Esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

Filosoficamente é interessante conhecermos os dois lados da moeda, “No dia da prosperidade goza do bem; no dia da adversidade considera; porque Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14 do ponto-de-vista da melhor escolha, devemos buscar sabedoria sempre, independente do que temos.

Embora seja uma virtude altamente nobre, a sabedoria também habita em lugares baixos, entre pobres. “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;14 a 16

Tínhamos visto a sabedoria superar o dinheiro; agora a temos como melhor que a força. Ela mesmo diz: “Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu, a sabedoria, habito com a prudência; acho o conhecimento dos conselhos.” Prov 8;11 e 12

Se adversidade vier, alheia aos nossos feitos, paciência; mas, que não seja consequência de más escolhas, tampouco, juízo pela arrogância manifesta nos dias fartos. A rebeldia contumaz de quem desfruta proximidade com Deus, acaba fazendo de Nosso Ajudador, um adversário, como aconteceu com Israel; “Em toda angústia deles Ele foi angustiado; o anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu Amor, e pela sua compaixão os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

A “fé” que depende de facilidades materiais anexas, não é fé; é mero regozijo. A verdadeira segue inabalável, em momentos fartos e também, nos de carência. “Sei estar abatido, sei também ter abundância; em toda maneira e todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso (suportar) todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;12 e 13

Então, se alguém imagina que extremas privações materiais são as mais intensas provas de fé possíveis, não entendeu o fim da mesma; não visa proporcionar conforto, antes, salvação. “Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” I Ped 1;9

A salvação eterna, eventualmente, requer que se perca essa vida temporal; “Considerai, pois, Aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;3 e 4

Materialmente podemos conhecer os dois aspectos da vida; abastança e escassez; espiritualmente, os salvos, necessariamente conhecem os dois lados; inimigos e servos.

Quem inda está do lado de lá, deveria receber o bem que Cristo lhe fez; “Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

sábado, 11 de junho de 2022

O Santo Nome em vão


“Viram vaidade, adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; fazem que se espere o cumprimento da palavra.” Ez 13;6

Sendo O Nome do Senhor o fiador de determinada palavra, o mínimo que se espera é o cumprimento. “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria e não o faria? Ou, falaria e não confirmaria?” Nm 23;19 Deus não é homem; mas, os “profetas” são.

Quando deu quarenta dias para Nínive, e a advertência mediante Jonas ensejou um arrependimento coletivo, temor, ao não trazer o juízo prometido, O Senhor não mudou. Os ninivitas mudaram, arrependeram-se; em atenção à justiça que O Eterno Ama, susteve o juízo.

Ele ensina: “convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, procedendo com retidão e justiça, conservará sua alma em vida. Pois, reconsidera, se converte de todas suas transgressões que cometeu; certamente viverá, não morrerá.” Ez 18;27 e 28

Diferente de um vingador sádico, Deus é um Pai Amoroso, cujo prazer é perdoar, salvar; punir, eventualmente, é uma necessidade; “Vivo Eu, diz o Senhor, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...? Ez 33;11

Dentre as muitas maneiras de se tomar O Nome do Senhor em vão, a mais perniciosa é a que espalha “profecias”, tendo O Santo como fiador, sendo que a origem das mesmas é rasteira. Não se cumprirá, claro! Mas, O Eterno terá Sua Santidade maculada, pelos lábios de quem O citou de maneira temerária, fútil.

Como um abismo chama outro, uma mentira, cujo teor soe agradável, tende a atrair mais “profetas” do mesmo calibre, para “confirmarem”; “Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10 Uns “fabricavam” enganosas previsões; outros, vinham e corroboravam.

O Eterno estava prestes a julgar tais profetas; “Dize aos que a cobrem com argamassa não temperada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva, e vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis; um vento tempestuoso a fenderá. Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: Onde está a argamassa com que a cobristes?” Vs 11 e 12

Jeremias denunciara algo semelhante: “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14

Naquele caso, pois, a promessa era de paz, na iminência de invasão estrangeira, guerra.

Quando a coisa se cumpriu, o profeta compondo suas lamentações entre as ruínas da cidade destruída, sabia a quem atribuir os acontecimentos; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14

Notemos que Jeremias não disse que eram profetas do Senhor; apenas, da cidade de Jerusalém; “Teus profetas...”

Num cenário de apostasia como aquele, ser Profeta do Eterno colocou Jeremias em diversas “saias justas”; foi perseguido, caluniado, esbofeteado, preso, lançado ao calabouço. Todavia, suas palavras seguem válidas até hoje. Os outros, onde estão?

Onde o mal predomina, a honestidade é escorraçada, escarnecida, atacada, caluniada... Todas as forças das trevas se fundem em oposição a essa incômoda luz.

Nosso país passa por algo assim, como viveu Jeremias. É dura a missão de ser verdadeiro, num antro de mentiras; porém, quando o tempo der seu veredicto, o “Patinho feio” se revelará um belo cisne; as “razões” que vociferam contra apodrecerão todas no lixão da história.

Por Ser Eterno, não sofrer a ação do tempo, como nós, O Senhor permite longos períodos de proliferação do engano; mas, eventualmente intervém; limita. “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Com a tecnologia disseminada, grande súcia de falsários ganha a vida com suas profetadas “delivery”. Nada tem sido mais banalizado que O Santo Nome. O que está escrito e tem O Selo do Céu, é ignorado; invés da Palavra Inerrante, um rol de futilidades várias com sabor de carne, que “Deus manda dizer”.

Ele não me manda dizer nada; apenas traz ao meu espírito algo que Disse naqueles dias, cujo mal permanece e aumenta inda mais: “Não Mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes Falei, mas profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

“Os homens preferem geralmente o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda.” Marquês de Maricá

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Purificar para quê?


“Todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e anunciar Jesus Cristo.” At 5;42

Algumas mudanças bem significativas entre o judaísmo e o Cristianismo. Aqueles, em geral dedicavam um dia ao Senhor, o sábado, agora a nova fé era anunciada “todos os dias.” Mais; invés da exclusividade o Templo, as próprias moradas das pessoas eram “locais de cultos”.

E, pelo “desprezo” aos rituais consagrados naquela sociedade, havia grande oposição. O que fora privilégio dos escribas, doutores da Lei, se tornara acessível a todos, comum.

Quem via a religião como um fim, pessoas como propriedades, se deparava com uma mudança radical; almas foram feitas o fim, e o anúncio da Palavra de Cristo, o meio de salvação.

Profetas tinham antevisto que, dada a omissão dos pastores, O Senhor mesmo assumiria o trabalho. “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que Eu, Eu mesmo, procurarei Minhas ovelhas, as buscarei... apascentarei Minhas ovelhas, Eu as farei repousar, diz o Senhor Deus.” Ez 34;11 e 15

Desde a vinda do Sumo Pastor, todos que trabalham Nele, O representam.
A objeção dos judaístas era porque Jesus ousava ir além de Moisés; “contra até”. Dos escritos dele O Salvador lembrava: “Foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo.” Sempre uma visão mais profunda, espiritual, do que o costumeiro trato superficial, das Escrituras.

Por quê Ele podia agir assim? Não por coincidência, mas, por providência, a Epístola aos Hebreus traz a resposta: “Porque Ele é tido por Digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. Na verdade, Moisés foi fiel em toda sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre Sua Própria Casa; a qual somos nós...” Heb 3;3 a 6

O Senhor era visto como opositor a Moisés, eventualmente, por ignorância, ou rejeição voluntária. Nunca agiu como um rebelde. Apenas corrigiu superficialidades frívolas pontuando o espírito, o sentido.

Falando do futuro, disse: “Não cuideis que Vim destruir a Lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” Mat 5;17 Quando o cumprimento cabal, se deu Ele falou no presente: “Está consumado.” Jo 19;30 Lembrando do Seu Feito no Passado, disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo que de Mim estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e Salmos.” Luc 24;44

Antes: “Não Vim anular, mas cumprir;” ao morrer: “Está consumado!” Ressurreto lembrou: “Convinha que se cumprisse tudo.”

A lei demandava sacrifícios de sangue para cobrir pecados de quem errava; Cristo não tinha pecados; por isso, quando João se recusava a Batizá-lo disse: “Deixa por agora, pois, nos convém cumprir toda a justiça.” Se, a justiça no que tangia a Ele, nada tinha, no tocante a nós nos amaldiçoava pelo não cumprimento da Lei; a observância de “toda” justiça tinha um preço de sangue a ser pago por nossa causa.

Daí, “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Isso encerrou o propósito da Lei dada a Moisés; “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24 A perfeita justiça foi cumprida por, e em Cristo; nós que “morremos” com Ele, “Nascemos de novo”, estamos sob nova Lei. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Por isso, o cristianismo, no Ministério do Espírito Santo, não estava mais sujeito aos antigos rituais, ao templo, nem carece de novos sacrifícios. “... Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado eterna redenção” Heb 9;11 e 12

Se, antigos sacrifícios “purificavam” os corpos dos pecadores, Cristo ia bem mais fundo; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

“Purificados para servir;”
os que ensinam diferente, que fomos chamados a viver melhor, ainda precisam aprender a morrer melhor.

terça-feira, 7 de junho de 2022

As coroas escolhidas


“Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

O que são cãs? “Cabelos brancos, esbranquiçados, grisalhos. [Figurado] Senectude; condição da pessoa que tem uma idade avançada.”

Cabelos brancos associados à idade, nada a ver com os cabelos embranquecidos artificialmente, pois.

Como dizem poetas dos pampas, são aqueles que a geada do tempo cobriu os cabelos.

Salomão não disse que os cabelos brancos, simplesmente, são uma coroa de honra; mas, quando estão no caminho da justiça.

Envelhecer sem aprender essas veredas é muito comum, infelizmente. Inevitável lembrar uma frase de Ruy Barbosa: “Não te impressiones com os cabelos brancos, porque os canalhas também envelhecem.”

Facilmente as pessoas bradam por justiça quando se sentem merecedoras, de algo mais, que suas sortes momentâneas. Mas, quantos ousam pelejar por ela, mesmo quando sua presença significa alguma “perda”? Parece que a justiça é boa ao meu favor; senão é mera perseguição. Como nossa política; quando as urnas escolhem os vermelhos, é democracia; se, ousam optar por um conservador, aí é “Nazismo”.

Justiça traz um “efeito colateral” que a imensa maioria deseja; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 Quando pagamos uma dívida que nos incomodava, por exemplo, acaso não sentimos uma sensação de alívio, de paz, no tocante ao que antes nos afligia? Os clamores da justiça atrapalhavam nosso sono.

Essa é um caminho, um modo de ser; não precisamos ficar velhos para aprendê-la; podemos e devemos tomar seu rumo desde cedo. “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Velhice é uma chegada, justiça o desejável percurso. O jovem pode ser sábio mais que os velhos, fazendo boas escolhas; “Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque os Teus Testemunhos são minha meditação.” Sal 119;99

Alguém que entendia mais que os de cabelos brancos, porque se ocupava em meditar na Lei de Deus.

Claro que os veteranos amalgamados às coisas santas, sempre estarão em vantagem; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que o Senhor É Reto. Ele É minha Rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;13 a 15

O simples decurso de tempo não torna alguém sábio; tampouco, maduro. A negligência nas coisas espirituais, no aprendizado, enseja a anomalia dos meninos velhos. Os que, apesar do tempo e dos ensinos, se recusaram a crescer. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da Justiça, porque é menino.” Heb 5;12 e 13

Vimos meninos velhos por relapsos, mas, podemos ter velhos jovens, tomado posse da vida eterna; “Os que amam profundamente, jamais envelhecem; podem morrer de velhice, mas morrem jovens. O amor é a imagem de Deus, mas não uma imagem da vida. É, isto sim, a verdadeira essência de toda a natureza divina, que fulge em bondade.” Martinho Lutero

O corpo é refém do tempo, a alma pode viver acima dele, à luz do Espírito Eterno.

As novidades científicas fervilham; mas, a rigor, vendo as coisas no macro, nada muda; “Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;7 a 9

Os frutos da Árvore da Ciência apressam-se a deixar o mundo menor; os meios mais velozes. Mas, quem comer da Árvore da Vida, certamente vencerá à pressa, poderá trilhar como Jacó: “... eu irei como guia pouco a pouco, conforme ao passo do gado que vai adiante de mim, conforme ao passo dos meninos...” Gn 33;14

Se, a justiça enseja paz, impiedade dá azo à inquietação. “Mas os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Nossos cabelos branquearem ao tempo é inevitável; se estarão no caminho da justiça ou não, é uma escolha nossa. “A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, sabedoria... Dará à tua cabeça um diadema de graça; uma coroa de glória te entregará.” Prov 4;7 e 9

segunda-feira, 6 de junho de 2022

As Famílias


“Abençoarei os que te abençoarem, Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3

O Eterno a Abraão, prometendo isonomia de tratamento para com as pessoas em relação a ele. “Abençoarei os que te abençoarem, Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem...” Nessas pegadas andou O Salvador: “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12.

Paulo ensinou que a descendência tem a ver com a fé, não com sangue. “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.” Rom 9;8 “As promessas foram feitas a Abraão e sua descendência. Não diz: Às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: À tua descendência, que é Cristo.” Gál 3;16

Os que estão em Cristo, Judeus ou gentios, são descendência bendita de Abraão. A confiança em laços sanguíneos foi desencorajada desde João Batista; “Não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;9

Pedro ampliou a ideia das “Pedras”; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Já não há distinção de nações; judeus e gentios se igualam; “Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em Si mesmo, dos dois um novo homem, fazendo a paz; e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.” Ef 2;14 a 16

Diferente do egoísmo que grassa, o jeito Divino de abençoar é coletivo; “Em ti serão benditas todas as famílias...” Sim, a família, tão ridicularizada no cinema, novelas, teatro etc. Atacada pelo feminismo, que visa desatrelar às mulheres desses laços. Alguém como nosso presidente que esposa valores como, Deus, Pátria e Família, é “Nazista, fascista, homofóbico...” Onde já se viu defender tais coisas?

A mulher é tida por sábia ou não, dependendo de sua relação com sua “casa”; (família). “Toda mulher sábia edifica sua casa; mas, a tola derruba com as próprias mãos.” Prov 14;1

Quando Zaqueu se arrependeu, O Senhor pontuou que a salvação atingira toda a família; num tempo em que o cabeça decidia e era seguido, suas escolhas se refletiam sobre todos. “Hoje veio salvação a esta casa...” Luc 19;9

Em Filipos, Paulo disse algo semelhante ao apavorado carcereiro: “... Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa.” Atos 16;31 Não que a fé de um baste para salvar outrem; mas, onde o Pai da família é seguido, respeitado em suas decisões, essas acabam influenciando, sendo imitadas.

Há muito desse fermento destruidor de famílias, o feminismo, infiltrado nas igrejas. Se, o machismo não é bom, por quê o feminismo seria? Bom é preservarmos a ordem estabelecida pelo Criador.

Virou moda que a mulher do pastor é pastora. Baseado em quê? Pastor, embora dependa de um chamado, uma vocação, é também uma profissão. Acaso a mulher do engenheiro se torna engenheira por isso? Ou a do advogado se faz também advogada, por casar com ele? Pois é; também a adjutora do pastor não se torna pastora automaticamente.

No que é possível homem e mulher serem iguais, O Criador já fez; em dignidade, valor, arbítrio... mas, desde o advento do famigerado feminismo que a submissão feminina vem sido interpretada com sub-valor. A desejável harmonia descambou em competição.

Tanto, machismo é abjeto, quanto, feminismo; os dois visam preponderar; o plano Divino não abarca disputas. “Vós, mulheres, sujeitai-vos aos vossos maridos...” “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e se entregou por ela.” Ef 5;22 e 25

Se ambos cumprirem o ordenado, não há disputas, antes, harmonia, respeito mútuo.

Se, salvação é estritamente individual; “Cada um dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12 O propósito Divino de abençoar às famílias é tão firme, que até em casos de divisão espiritual, faz incidir o bem do convertido sobre o descrente; “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.” I Cor 7;14

“Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas sim a família.” Victor Hugo