quinta-feira, 9 de junho de 2022

Purificar para quê?


“Todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e anunciar Jesus Cristo.” At 5;42

Algumas mudanças bem significativas entre o judaísmo e o Cristianismo. Aqueles, em geral dedicavam um dia ao Senhor, o sábado, agora a nova fé era anunciada “todos os dias.” Mais; invés da exclusividade o Templo, as próprias moradas das pessoas eram “locais de cultos”.

E, pelo “desprezo” aos rituais consagrados naquela sociedade, havia grande oposição. O que fora privilégio dos escribas, doutores da Lei, se tornara acessível a todos, comum.

Quem via a religião como um fim, pessoas como propriedades, se deparava com uma mudança radical; almas foram feitas o fim, e o anúncio da Palavra de Cristo, o meio de salvação.

Profetas tinham antevisto que, dada a omissão dos pastores, O Senhor mesmo assumiria o trabalho. “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que Eu, Eu mesmo, procurarei Minhas ovelhas, as buscarei... apascentarei Minhas ovelhas, Eu as farei repousar, diz o Senhor Deus.” Ez 34;11 e 15

Desde a vinda do Sumo Pastor, todos que trabalham Nele, O representam.
A objeção dos judaístas era porque Jesus ousava ir além de Moisés; “contra até”. Dos escritos dele O Salvador lembrava: “Foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo.” Sempre uma visão mais profunda, espiritual, do que o costumeiro trato superficial, das Escrituras.

Por quê Ele podia agir assim? Não por coincidência, mas, por providência, a Epístola aos Hebreus traz a resposta: “Porque Ele é tido por Digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. Na verdade, Moisés foi fiel em toda sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre Sua Própria Casa; a qual somos nós...” Heb 3;3 a 6

O Senhor era visto como opositor a Moisés, eventualmente, por ignorância, ou rejeição voluntária. Nunca agiu como um rebelde. Apenas corrigiu superficialidades frívolas pontuando o espírito, o sentido.

Falando do futuro, disse: “Não cuideis que Vim destruir a Lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” Mat 5;17 Quando o cumprimento cabal, se deu Ele falou no presente: “Está consumado.” Jo 19;30 Lembrando do Seu Feito no Passado, disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo que de Mim estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e Salmos.” Luc 24;44

Antes: “Não Vim anular, mas cumprir;” ao morrer: “Está consumado!” Ressurreto lembrou: “Convinha que se cumprisse tudo.”

A lei demandava sacrifícios de sangue para cobrir pecados de quem errava; Cristo não tinha pecados; por isso, quando João se recusava a Batizá-lo disse: “Deixa por agora, pois, nos convém cumprir toda a justiça.” Se, a justiça no que tangia a Ele, nada tinha, no tocante a nós nos amaldiçoava pelo não cumprimento da Lei; a observância de “toda” justiça tinha um preço de sangue a ser pago por nossa causa.

Daí, “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Isso encerrou o propósito da Lei dada a Moisés; “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24 A perfeita justiça foi cumprida por, e em Cristo; nós que “morremos” com Ele, “Nascemos de novo”, estamos sob nova Lei. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Por isso, o cristianismo, no Ministério do Espírito Santo, não estava mais sujeito aos antigos rituais, ao templo, nem carece de novos sacrifícios. “... Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado eterna redenção” Heb 9;11 e 12

Se, antigos sacrifícios “purificavam” os corpos dos pecadores, Cristo ia bem mais fundo; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

“Purificados para servir;”
os que ensinam diferente, que fomos chamados a viver melhor, ainda precisam aprender a morrer melhor.

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