sábado, 11 de junho de 2022

O Santo Nome em vão


“Viram vaidade, adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; fazem que se espere o cumprimento da palavra.” Ez 13;6

Sendo O Nome do Senhor o fiador de determinada palavra, o mínimo que se espera é o cumprimento. “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria e não o faria? Ou, falaria e não confirmaria?” Nm 23;19 Deus não é homem; mas, os “profetas” são.

Quando deu quarenta dias para Nínive, e a advertência mediante Jonas ensejou um arrependimento coletivo, temor, ao não trazer o juízo prometido, O Senhor não mudou. Os ninivitas mudaram, arrependeram-se; em atenção à justiça que O Eterno Ama, susteve o juízo.

Ele ensina: “convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, procedendo com retidão e justiça, conservará sua alma em vida. Pois, reconsidera, se converte de todas suas transgressões que cometeu; certamente viverá, não morrerá.” Ez 18;27 e 28

Diferente de um vingador sádico, Deus é um Pai Amoroso, cujo prazer é perdoar, salvar; punir, eventualmente, é uma necessidade; “Vivo Eu, diz o Senhor, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...? Ez 33;11

Dentre as muitas maneiras de se tomar O Nome do Senhor em vão, a mais perniciosa é a que espalha “profecias”, tendo O Santo como fiador, sendo que a origem das mesmas é rasteira. Não se cumprirá, claro! Mas, O Eterno terá Sua Santidade maculada, pelos lábios de quem O citou de maneira temerária, fútil.

Como um abismo chama outro, uma mentira, cujo teor soe agradável, tende a atrair mais “profetas” do mesmo calibre, para “confirmarem”; “Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10 Uns “fabricavam” enganosas previsões; outros, vinham e corroboravam.

O Eterno estava prestes a julgar tais profetas; “Dize aos que a cobrem com argamassa não temperada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva, e vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis; um vento tempestuoso a fenderá. Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: Onde está a argamassa com que a cobristes?” Vs 11 e 12

Jeremias denunciara algo semelhante: “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14

Naquele caso, pois, a promessa era de paz, na iminência de invasão estrangeira, guerra.

Quando a coisa se cumpriu, o profeta compondo suas lamentações entre as ruínas da cidade destruída, sabia a quem atribuir os acontecimentos; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14

Notemos que Jeremias não disse que eram profetas do Senhor; apenas, da cidade de Jerusalém; “Teus profetas...”

Num cenário de apostasia como aquele, ser Profeta do Eterno colocou Jeremias em diversas “saias justas”; foi perseguido, caluniado, esbofeteado, preso, lançado ao calabouço. Todavia, suas palavras seguem válidas até hoje. Os outros, onde estão?

Onde o mal predomina, a honestidade é escorraçada, escarnecida, atacada, caluniada... Todas as forças das trevas se fundem em oposição a essa incômoda luz.

Nosso país passa por algo assim, como viveu Jeremias. É dura a missão de ser verdadeiro, num antro de mentiras; porém, quando o tempo der seu veredicto, o “Patinho feio” se revelará um belo cisne; as “razões” que vociferam contra apodrecerão todas no lixão da história.

Por Ser Eterno, não sofrer a ação do tempo, como nós, O Senhor permite longos períodos de proliferação do engano; mas, eventualmente intervém; limita. “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Com a tecnologia disseminada, grande súcia de falsários ganha a vida com suas profetadas “delivery”. Nada tem sido mais banalizado que O Santo Nome. O que está escrito e tem O Selo do Céu, é ignorado; invés da Palavra Inerrante, um rol de futilidades várias com sabor de carne, que “Deus manda dizer”.

Ele não me manda dizer nada; apenas traz ao meu espírito algo que Disse naqueles dias, cujo mal permanece e aumenta inda mais: “Não Mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes Falei, mas profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

“Os homens preferem geralmente o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda.” Marquês de Maricá

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