quinta-feira, 16 de junho de 2022

O Mesmo Amor


“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1;12

Chamamos chover no molhado quando alguém ensina de novo o que já foi, repete uma advertência, conselho, reporta uma história já conhecida...

Mas, coisas que dependem de persuasão, conquista da vontade, excedem ao mero saber para serem aceitas, seguidas. Alguém disse que a verdade deve ser repetida diuturnamente em palavras, porque a maldade se repete em ações.

A ideia de Pedro; vocês já sabem; porém, quero lembrar-vos mais uma vez; não deixarei de fazê-lo enquanto viver.

Eventualmente fundimos saber e conhecer, como a mesma coisa, mas não são. Saber é uma posse intelectual, uma informação; conhecer, o derivado de um relacionamento, intimidade. Inclusive, escritores bíblicos usam “conhecer” como eufemismo para relações íntimas, tal a aproximação necessária.

Ouvirmos parte dos ensinos de Cristo, por exemplo, uma vez basta para que os saibamos; contudo, para conhecer precisamos viver; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13; 17 O saber desafia à prática.

O que são os hipócritas que O Senhor tanto combateu, senão, gente que sabia a receita da virtude, embora vivesse no vício? Nosso risco é incorrermos no mesmo erro.

O conhecimento requer muitos passos na mesma vereda; O Senhor chamou de “Permanecer na Minha Palavra.” ou seja: Tê-la como diretriz da vida. “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

No ensino sobre os dois fundamentos, um na areia, outro na rocha, vemos que a diferença residia nisso: Ambos os “construtores” sabiam; um praticava, o outro, não. “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha... Aquele que ouve elas e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 e 26

Na hora das chuvas e ventos que se verifica a solidez de uma edificação; a queda da “casa”, tem a ver com fracassar na fé sucumbindo ao engano. Escrevendo aos efésios Paulo elencou os meios da edificação; Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres; o alvo: “Até a Estatura Completa de Cristo”; depois, apresentou o fim: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Irônico e veraz: Quem ouve A Palavra de Cristo e não a pratica zelosamente, acabará praticando ensinos vãos de falsos mestres.
Quem se omite ao convite da Luz, fatalmente acabará seduzido pelas trevas.

A persuasão operada pelo Espírito Santo também é conhecida por convencer; ideia de uma vitória conjunta; vencer com. Por isso, sempre que ouvimos da Palavra, O Espírito opera concomitante, visando abrir o entendimento de modo a conquistar a vontade de quem ouve, rumo à obediência. Nos que obtém êxito, convence. É partícipe de uma vitória íntima rumo à salvação. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Discordo da doutrina calvinista da tal “graça irresistível”, (se não pudesse ser resistida nem seria graça, seria imposição ditatorial) aprendo que, “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”; Tg 4;6 o trabalho do Espírito visa nos afastar do orgulho que O Eterno abomina, e nos levar a humildade e dependência Dele; “Negue a si mesmo.” Nossa própria natureza caída resiste o quanto pode ao Chamado do Amor Divino; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.”

Por sua essência viva, seu poder vivificante, A Palavra de Deus, mesmo repetida à exaustão, nunca é mais do mesmo, como dizemos das cantilenas humanas. Até poderá ser mais uma investida do mesmo Amor, mas sempre chegará aos nossos entendimentos como um novo desafio, a bebermos da Água da Vida.

A queda deu-se pelo desejo de independência, autonomia, agora a regeneração demanda a morte do “deus” usurpador, o ego; a começar por seus pensamentos rasteiros. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

O Amor Divino ainda É O mesmo a chamar com igual anseio; uma vez correspondido trará a um monte de novidades. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

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