quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Servir x servir-se


“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Se estivessem no Meu Conselho teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

A livre iniciativa motiva bem mais que a obediência. Cheias estão as Escrituras de exemplos de gente que O Senhor mandou, e relutou obedecer. Moisés temeu voltar ao Egito; Gideão careceu um monte de sinais; o próprio Jeremias se disse ainda infante; entretanto, os que fizeram profetas a si mesmos, “foram correndo.”

Uma iniciativa não se toma num vácuo; alguma motivação interna nos acoroçoa; não sendo comissão Divina, óbvio que será uma intromissão, ou, coisa pior; uma imitação da oposição.

Não que não devamos ser criativos, ousados; o problema é quando colocamos o carro adiante dos bois; de outro modo: A carne em lugar do Espírito. 

Alguns, na Ásia, que estragavam o bom trabalho de Paulo eram desses descolados que saem por conta própria; “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Os que assim agiam, à época, foram classificados de anticristos. “... muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque se fossem, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” I Jo 2;18 e 19

Circulam nos ambientes cristãos até aprenderem uns cacoetes gospels, depois, saem e “montam suas empresas” apregoando frivolidades alheias ao Divino querer, embora rotulando-as como se, do Tal, derivassem. São múltiplos; “Não mandei ‘esses’ profetas...” Jeremias estava só.

Os regenerados por Cristo são homens livres; porém, na desejável edificação vinda pelo discipulado, devem atingir uma estatura que os faça livres de si mesmos; submissos ao Senhor. A liberdade em Cristo não equivale à autonomia; antes, à capacidade fomentada pelo Espírito Santo, de pautar o viver segundo Ele. “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;8

Não que um escolhido deva ostentar títulos portentosos, ser precedido por carros de som, com pompa e circunstância. A Obra do Eterno serve-se de coisas simples; é avessa a ostentações. Não raro, um desses, habitado pelo Espírito Santo é levado a fazer a Divina Vontade, sem sequer o notar. Muitas vezes, bem depois de ter sido usado como instrumento Divino consegue perceber, que O Santo, assim o abençoou.

Como na vida cristã, “Pelos frutos se conhece as árvores”, igualmente, em se tratando de ministérios. Os frutos de um profeta idôneo o Próprio Senhor arrolou: “Se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.”

Um profeta veraz confrontaria aos errados de espírito, mediante À Palavra e os desafiaria a voltarem pro bom caminho. Num cenário onde “curtidas, compartilhamentos e coraçõezinhos” valem mais que a verdade, fica fácil perceber de qual calibre são os “profetas” que pululam latindo “bênçãos” incondicionais. Basta “receber, curtir, compartilhar.”

Não se atrevem articular um escrito assim; afinal, são os depreciáveis “textões” que a galera não gosta; ora, a maioria não gosta da Palavra de Deus nem em drágeas; nosso trabalho é expor como ela é; o que cada um fará com isso é decisão particular.

A Obra do Eterno é séria demais, para soar atrativa à carne; ela deriva da Vontade de Deus, e, “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, geralmente os que têm chamada relutam, sabendo a seriedade do que está em jogo; o confronto para o qual estão designados não enseja aplausos, aceitação, honrarias; antes, tanto quanto mais fiéis forem, mais rejeitados e perseguidos serão; “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Sim, não bastou aos falsos daqueles dias se fazerem “alternativos” a Jeremias; perseguiram-no, prenderam, esbofetearam; quando o Jugo de setenta anos foi predito pelo profeta, um dos oponentes assegurou que seriam dois anos apenas. Era mais agradável essa predição do que aquela. Entretanto, era Jeremias que falava segundo O Senhor.

Preferir o fácil ao verdadeiro é uma doença que todos padecemos; todavia, quando as consequências vierem, e virão, as “espertezas” de agora se revelarão pecaminosas; “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

A Palavra do Eterno prescinde de luzes, curtidas, coraçõezinhos; bastam ouvidos atentos; “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc 3;6

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Verdade; a ilha


“... amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” Deut 10;19

O amor como mandamento elimina a ideia vulgar de que seja um sentimento. Antes, é uma decisão que, eventualmente, contraria sentimentos, até.

O precedente que demandava que os judeus amassem aos estrangeiros fora terem sido, eles, estrangeiros no Egito. Acaso foram amados, lá? Não. Antes, escravizados, humilhados, explorados. Então, por quê?

Porque tendo provado tais amarguras deveriam ter aprendido que são inconvenientes; e, aquilo que não convém a nós, igualmente é indesejável aos semelhantes; se devemos amar ao próximo como a nós mesmos, óbvio, devemos querer para ele as mesmas coisas que para nós.

Como ensinou a história do bom samaritano, nosso próximo não é aquele que tem comuns laços religiosos, ou, étnicos; mas, o que se aproxima durante as necessidades, para ajudar.

Assim, bem pode ser alguém que vive distante; quiçá, um estrangeiro. Ou, à luz do mandamento em apreço, nós devemos ser o próximo, deles.

A ideia rasteira de “Pagar na mesma moeda” nem de longe é um ato preceituado para nós. Nossas carências e sofrimentos devem fomentar empatia para com as agruras do semelhante, não, ensejar um endurecimento de coração de modo a desejar que ele “coma do ruim” que comemos.

Mais de uma vez depreciei o uso por presumidos cristãos, da frase: “Que Deus te dê em dobro tudo o que desejares para mim.” Ora, isso pode parecer um “fechamento de corpo” estilo macumba; uma ameaça de vingança; uma esperteza comercial; mas, em nada se parece com o amor cristão, ao qual somos desafiados.

Esse, invés de uma igualdade no amargo, nos desafia a cobrir o mal com algo mais doce; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Quantas vezes somos convidados para os tais “Cultos da vitória”? O que será que o cristão comum conceitua como vitória? Para a Bíblia, cobrir uma ofensa com um gesto de amor é vencer o mal. Será que fazem ou, ensinam essas coisas nos referidos cultos?

Infelizmente, sabemos que não é assim. Um desejo mui acalentado no coração, a despeito de ser a Vontade Divina ou, não; alcançar esse, na maioria dos casos é a “vitória” cantada em prosa e verso.

Não obstante, lermos e ensaiarmos uma teatralidade conveniente, sobre o preceito: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará.” usualmente entregamos a Ele nossos “boletos” aos quais clamamos que pague. Nesses casos, embora tenhamos nossas Bíblias conosco, o ensino que está moldando-nos é o do inimigo que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Ora, a vitória que O Eterno anseia nos dar, vence aos maus hábitos mundanos, os quais, somos relutantes em abandonar. Vem da confiança irrestrita na Palavra Dele, não, dos sopros da oposição. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Mas, se temos dificuldade de convívio com certos “irmãos”, não seríamos hipócritas escrevendo algo assim, que preceitua amar aos inimigos, aos estrangeiros? Recordei ao acaso uma frase de Voltaire; “Deus me livre dos meus amigos; dos inimigos eu me cuido.”

A mesma Palavra que manda amar aos inimigos, ordena que se mantenha distância dos falsos irmãos; “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Necessária a conclusão que a falsidade é mais perniciosa que a inimizade. Pois, a inimizade mesmo montada num sentimento avesso é honesta; enquanto a falsidade nos pode fazer danos maiores, por ter o presumido amigo/irmão, acesso a espaços que inimigos não teriam.

Na inversão de valores que grassa, e apostasia da igreja que, cada vez mais busca ser aceita pelo mundo, invés de confrontar pela Palavra, a insensatez suicida desse, tendem, os que amam à verdade, a um isolamento e rejeição cada vez maiores.

Contudo, aos judeus foi ordenado que amassem aos estrangeiros, por terem conhecido as dificuldades deles, sendo tais; a nós que vivemos a escravidão da mentira e fomos libertos pela verdade, se ordena que amemos à verdade, mesmo que isso nos isole. Afinal, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Cristianismo sem sal


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Aos olhos Divinos, essa “filosofia” tipo; “Quem não tem cão caça com gato”, ou, na versão gaiata, “Não tem tu, vai tu mesmo”, não funciona. Ante a possibilidade da degeneração do sal, não cogita um “plano B”; mas, faz uma pergunta retórica que visa acentuar um vácuo, uma impossibilidade; “... com que, se há de salgar?”

Aos que chamou para seguidores, O Salvador declarou como sendo esse elemento; “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

A degeneração ampliada com uma descrição; tornar-se insípido, ou, perder o sabor. Alguém que foi chamado com esse fim, caso fracasse, acaba num lugar inferior ao que, antes estava. Invés de ser um dos “homens” como fora antes do chamado, torna-se um rejeito; é laçado fora e pisado por aqueles.

A apostasia é tida como estágio pior que alienação espiritual; “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Nessa breve descrição amplia-se a ideia do que seja a degeneração. Escapar da corrupção do mundo pelo Conhecimento de Jesus Cristo, e depois voltar atrás se deixando novamente envolver.

Então, necessária a conclusão de que o “elemento químico” que evita a degeneração do sal é a perseverança. Assim como usamos um guarda-chuva apenas quando chove, perseverança é um “utensílio” necessário para quando as coisas vão mal; quando nossas expectativas falham.

Aliás, o sal existe não como um fim em si mesmo; antes, como algo a se gastar em proveito dos outros; um “cristianismo” cheio de projetos de sucesso, aplausos, aceitação humana já traz indícios de que o sal começa perder sua eficácia.

Pois, os que preservam o sabor recebido de Cristo devem esperar coisas diversas dessas; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Vivemos um cristianismo raso demais. Imitamos o mundo em quase tudo, para parecermos “legais, descolados”; se possível, atrairmos o mundo para “Cristo”. Ora, o chamado do Salvador não traz um, “viu como somos parecidos?” Antes, um sonoro “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!” Mais: Quem não nascer de novo, da Água (Palavra) e do Espírito (Santo), não pode ver nem entrar no Reino.

No sul temos a “Semana Farroupilha” que muitos imitadores do mundo tentam fazer a versão “Gospel”; as “festas juninas” idem; e, pasmem! Já há até “Carnaval gospel”. Mais; muitos artistas que cantam louvores ao adultério, aos vícios, e desfilam figurinos sensuais em seus trabalhos, eventualmente também tentam se abrigar à sombra de uma árvore, cujas raízes desconhecem. Devem inflar a carnal confiança no sal degenerado, nunca na Palavra de Deus.

Até a Páscoa, embora seja uma ordenança Bíblica, é algo superado pela Nova Aliança, na qual, o memorial ordenado é a Santa Ceia. Todavia, muitos “cristãos” exibem airosos seus “ovos de páscoa” nas redes sociais. 

Agora o Natal. Muitos “descolados” com seus gorrinhos de Noel, (coisa que putas usam nos cabarés, tal o teor de sal) exibem suas árvores enfeitadas, mostram a doentia preocupação em ser parecidos com os ímpios, malgrado, nosso chamado vise nos fazer parecidos com O Salvador.

Então, como que constrangidos pela mundanização adjacente aos seus ministérios, muitos se esforçam em explicar o “sentido do Natal”. Não faz sentido nenhum cultuar um bebê, cujos ensinos, de quando Adulto, se ignora; furtando seu lugar temos um fantoche ignóbil, um ídolo da mentira.

Ora, o sentido para aquele no qual Cristo Nasceu deveras, e Nele Persevera, é que ele foi feito sal a Terra em tempo integral, não um “adorador” numa data específica, como se, O Eterno fosse refém do tempo.

Que difícil entender o óbvio!! Cristo é separação, não comunhão com os meios ímpios. “Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei.” II Cor 6;17

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Divino "Filho do Homem"


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Mesmo O Salvador tendo sido concebido sem participação humana, sempre se chamava de “Filho do homem”; posição que, para assumir, precisou descer muito. Pois, Ele “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7 Semelhante nas limitações físicas; todavia, Santo, Imaculado, avesso ao pecado.

Sua humanidade foi um arranjo circunstancial da Sabedoria e Amor do Eterno, para cumprir o juízo com o qual sentenciara à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e sua semente; Esta te ferirá a cabeça, tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15 Agora, o “Filho do Homem” figura como semente da mulher. A Bíblia não se perde nessas picuinhas sexistas de gente rasa; quando O chama de “Filho do Homem” alude à Sua humanidade, Seu esvaziamento.

Como o domínio fora entregue ao homem, “... dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28 Governo sobre a criação, não sobre o semelhante, coisa que não fazia parte do Plano. Pois, “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

O estado de graça colocava o homem em comunhão, sob domínio do Criador; após a regeneração, tenciona submeter todos, igualmente Ao Altíssimo, sem o concurso do insano desejo de poder, tão comum na Terra dos homens.

Por isso, aos que O Eterno escolheu para que O representem aqui, ordenou que fossem luzes, não, feitores; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Os dons de Deus são irrevogáveis; Ele dera o domínio ao homem, somente um representante humano poderia, (as Olhos da Divina Justiça) resgatar o domínio perdido. Os indícios da posse vêm da submissão. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

Adão desobedecera a Deus ouvindo o inimigo; só a total “desobediência” ao tal, em submissão a Deus, poderia redimir o domínio. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e Feito Mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Por isso, invés de afirmar Sua Autoridade por ser Ele Deus, Jesus Cristo disse tê-la, por ter se tornado homem; “... O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe Poder de exercer juízo, porque é o Filho do homem” Jo 5;22 e 27

Sendo UM com O Pai, tinha Poder nos Céus, tendo resgatado o que fora perdido passou a ter pleno domínio por aqui também. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18 Por isso só Ele Pode dizer: “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6

Contudo, a ideia de estar perdido não soa bem ao ímpio. Normalmente enche-se de justiça própria, não faço isso, aquilo; ademais, faço tais e quais coisas, de modo que Deus seria “injusto” se me condenasse.

A condenação se deu na exclusão do Paraíso. O Senhor não veio em forma humana como examinador, para ver quem poderia ser salvo como estava; antes, veio como Salvador, porque todos estávamos perdidos. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Notemos que, cumprida a missão de Filho do Homem, agora reassume Sua Autoridade como Filho de Deus.

Deixou claro que falava aos mortos. “... os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que ouvirem viverão.” Jo 5;25

O Eterno não entra no mérito das obras. Estando nós espiritualmente mortos, nossas obras, boas ou más, serão mortas também. Mortos, sabemos, não importa a elegância com que forem vestidos, logo cheiram mal. “todos nós somos como o imundo e nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

Depois de regenerados, aí sim, espera de nós obras concernentes à nova filiação; “De vós, amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação ...” Heb 6;9 “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

A queda se deu deixando de ouvir Deus pela voz perversa da oposição; o caminho inverso demanda deixar o príncipe desse mundo, nascer de novo em Cristo e Nele perseverar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Mestres do Engano


“De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

A relação do Sumo Pastor e as ovelhas, de uma intimidade tal, que tolhe a possibilidade de estranhos.

Entretanto, nem tudo o que se esforça por balir é ovelha. Infelizmente, vivemos a apostasia; há uma grande leva de gente que “quer Deus”, desprezando-O. Como assim?

Quer o status cristão, reputação, para não ser “incomodado” pelos que ainda pregam retamente A Palavra; daí, muitos para se locupletam dos bens de incautos que drogam as próprias consciências assalariam sobejamente aos que traficam segundo seus vícios. Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Notemos que a Santa Vontade passa ao largo, enquanto as cobiças humanas, (concupiscências) são as “pedras de toque” que “qualificam” tais “doutores”. Se o gato orar pedirá ratos; o cão rogará por ossos; o rato por queijo... cada um fará de sua vontade natural, motivo da “relação com Deus.”

Conversão não é adaptar O Eterno às minhas comichões; antes, é o oposto; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

Um pregador desonesto não precisará muito para fazer a Bíblia “dizer” o que ele quer. Pegará algo que está escrito, ignorará contexto, alvo, linguagem, etc. Sobretudo, o que “também está escrito” e sairá vendendo seu peixe, criando “Base Bíblica” para tudo.

Por exemplo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Bordão que muitos utilizam para encerrar cultos. Ora, essa é uma pergunta retórica que visa demonstrar que, os que se opõem, sejam quais forem, terão contra si um adversário imbatível, O Todo Poderoso; mas, não significa ausência de oposição. A Mesma Palavra mostra quem costuma se opor.

Inicialmente, nossa própria natureza caída; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Depois, muitas vezes, nossos próprios chegados; “assim os inimigos do homem serão seus familiares.” Por fim, as forças espirituais da oposição; lutamos contra, “... potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

Portanto, em obediência submissa Deus é por nós; isso tudo, com miríades de desdobramentos possíveis é contra nós.

Outra pergunta bastante usada por gente que defende erros “biblicamente” é: “Quem nos separará do Amor de Cristo?” Rom 8;35

Primeiro: O fato de Cristo Amar a todos não significa que aceitará todos, façam o que fizerem; certamente o pai do pródigo o amava; mas, apenas quando ele voltou para casa arrependido dos seus erros foi readmitido; no mau uso de sua liberdade era ele só.

Pois, o amor costuma anexar alguns cuidados; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

Segundo: as coisas que não poderiam nos separar desse Amor estão escritas no argumento; o contexto imediato as expõe; todavia, o que “Também está escrito”, responde a questão sobre quem, ou, o quê, nos pode separar. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça. Porque vossas mãos estão contaminadas de sangue, vossos dedos de iniquidade; vossos lábios falam falsidade e vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;2 e 3

Um dos fatores que separam é o que a língua perversa pronuncia. Esse pequeno fogo capaz de consumir um bosque, como disse Tiago.

Pregadores desonestos conduzem ao inferno quem lhes dá ouvidos. Óbvio que não são ovelhas; são cegos guiando a outros tais, como disse O Salvador.

Todos somos ovelhas em potencial, apenas quem a Voz do Bom Pastor e O Segue, é ovelha real. Sua Voz Santa É Tão Verdade, que nos compromete a sermos verdadeiros também; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Em suma, não somos chamados e redefinir, ressignificar nada. O Criador já definiu o que é santo e o que é profano; ou nos adequamos a isso ajudados pelo Espírito Santo, para salvação; ou, o inimigo trará um mestre dos seus, para mudar as placas a fazer parecer Céu, a avenida que conduz à perdição.

domingo, 19 de dezembro de 2021

O Caminho de Deus

"Dá-me, filho meu, o teu coração; teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Um pedido afetivo e um desafio. Deveria ser natural o filho amar ao pai, desnecessário o rogo: “Dá-me teu coração.” Mas, desde a queda, o natural acabou desnaturado; o que o inimigo seduzindo estragou, A Palavra de Deus opera por regenerar.

Ignoramos se, os profetas antigos tinham o “sensus plênior”. Isto é: Se sabiam o sentido exato do que escreviam, ou, apenas entendiam o que deveriam escrever, mesmo que, eventualmente alheios ao pleno significado. Nesse caso, escreveriam “no escuro” a Vontade do Eterno.

Assim, Salomão estaria escrevendo um manual de comportamento para seus filhos, ou, teria em mente que o escrito comportava a Vontade de Deus para os Dele?

Embora, no aspecto afetivo o pedido faça sentido em ambos os casos, tanto o pai humano, quanto O Pai dos Espíritos, correm risco de perder o afeto dos filhos, no prisma do desafio comportamental, “... teus olhos observem meus caminhos.” a coisa faz mais sentido em se tratando Do Santo, do que, de Salomão; cujos caminhos, infelizmente, não foram os mais exemplares; comportaram infidelidade, idolatria; “negócios dessa vida” o embaraçaram, prejudicando a relação com Deus.

Paulo ensina: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Entretanto, como dizia Oswaldo Cruz, “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige aos seus.” Observarmos Salomão deveria nos ensinar, em grande parte, o que não fazer; embora, também haja muito do que imitar. Sobretudo, sua humildade inicial e devoção.

Não há como observar o “Caminho de Deus”, senão, através da Sua Palavra. Isso está em trágico desuso, infelizmente; para tal, deveremos romper com uma série de coisas que a natureza caída deseja; não obstante ser proverbial o “antes só do que mal acompanhado”, a maioria prefere a agitação social à solidão, mesmo que ela compactue com os maus.

O “Porteiro no vale da adoração” traz as condições para o ingresso: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Só após o separar-se dos tais, poderemos observar a vida pelo Único Prisma que salva; “Antes, tem o seu prazer na Lei do Senhor, na sua lei medita dia e noite.” v2

Não alude À ‘Lei de Moisés’, como meio de salvação; A Palavra a coloca como algo bom, a serviço da salvação, não em si mesma; “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Então, quando os discípulos rogaram: “Mostra-nos o caminho”, adiante Jesus respondeu: “Eu Sou O Caminho...” Necessária a conclusão, pois, que “Observar Os Caminhos de Deus” demanda observarmos os passos e Ensinos de Jesus.

Esse negócio tão em voga do “sou mais eu”, “cuide da sua vida”, “palpite na minha só depois que pagares minhas contas”, isso e demais farpas de Egolândia, não são encontráveis no caminho do “Manso e Humilde de coração.”

Somos desafiados a formar um corpo, onde interação, mais que possível; é necessária. “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

A ideia que alguém sai da Igreja porque olha para os outros, invés de olhar para Jesus é órfã de significado. Eu preciso ver Jesus em meu semelhante. Paulo vivia Cristo de tal forma, que desafiou: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.” I Cor 4;16 Como posso imitar outrem sem observar como ele anda??

Quem vive bom testemunho pode dizer como Pedro e os demais ao paralítico da Porta formosa: “Olha para nós!” Não tendo prata nem ouro tinham Cristo.

Ouvi à exaustão que Pedro fracassou em andar sobre as águas, porque olhou para as ondas invés de olhar para Jesus. Ora, ondas para que anda sobre as águas não passam de imperfeições do “terreno”. O Senhor disse que ele afundou pela dúvida. Essa manifestou quando colocou um “se” após A Palavra do Senhor que dissera: “Sou Eu.”

Quem duvida da Divina Palavra descrê dos Seus Caminhos. Essas “ondas” fazem afundar; “Conservando a fé, e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Observemos Os Caminhos do Senhor conforme A Palavra Revelada, tendo horror aos acréscimos “inclusivos”; pois, a “inclusão” profana se revelará mortal ao seu tempo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A "Pastora" e o casamento lésbico


“No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

Circula que, uma “Pastora Batista” celebrou o “casamento” entre duas mulheres. Junto às muitas coisas ditas, tivemos a citação do verso supra.

Elas se amam, e o amor lança fora todo temor, por quê não? Tudo seria permitido, em nome do “amor”.

É assim que se interpreta A Palavra de Deus? Figurando o silêncio de uma consciência em paz, o apóstolo usou, “... nosso coração não nos condena...” No contexto imediato disse em qual situação; “Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, Dele receberemos, porque guardamos Seus Mandamentos, e fazemos o que é agradável à Sua Vista.” Cap 3;21 e 22

Ensinou O Salvador: “Se me amais, guardai Meus Mandamentos.” Jo 14;15

O amor obediente Ao Eterno lança fora o medo por absoluta paz de consciência; “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

Sabemos da excelência do amor. Todavia, o Amor de Deus não veio sozinho; “Certamente que a salvação está perto daqueles que O temem, para que a glória habite na nossa terra. Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da Terra, a justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;9 a 11

Se, o temor do Senhor nos aproxima da salvação, natural a conclusão que o “temor” que o perfeito amor lança fora não é esse; a devida reverência ao Altíssimo; é antes, o mero medo da punição por consciência de ter falhado, como Adão que se escondeu ao ouvir O Criador.

O perfeito amor gera obediência perfeita; essa enseja uma paz interior que desconhece o medo; goza comunhão com O Pai.

Usar um texto assim como “fiador” da prática que A Palavra chama de infame, abominável, erro etc. É desonestidade ou ignorância; grave em ambos os casos.

Lulu Santos cantou: “Consideramos justa, toda forma de amor.” Parece que ele também é adepto das práticas alternativas. Primeiro: A Bíblia não chama paixões doentias e antinaturais de amor; o mundo faz. Segundo: O que consideramos justo não terá valor nenhum no dia do juízo. Seremos réus não legisladores.

A Bíblia apresenta as bases do Juízo; “Quem me rejeitar, e não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Porque não Tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Ele me deu mandamento sobre o que Hei de dizer e sobre o que Hei de falar.” Jo 12;48 e 49

Quanto ao casamento O Salvador foi categórico: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher; serão dois numa só carne?” Mat 19;4 e 5

São graves os descaminhos do mundo que não apenas rejeita ao Santo, invertendo valores; manifesta aversão até, tolhendo Sua Palavra; todavia, quando alguém, se dizendo ministro/a, condescende com as doenças morais e espirituais do mundo, pouca esperança resta.

Desde o Velho Testamento os Ministros tinham a incumbência de ensinar A Lei de Deus, nua e crua; não, de pelejar pelas mundanas “pautas progressistas” com tantos fazem. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Uma pitadinha de desonestidade, um lapso suicida onde deveria estar O Temor do Senhor, alguma habilidade na lábia, e pronto. Os ministros moderninhos encontrarão “base bíblica” para tudo.

Invés de beberem da pura Água da Vida, parecem deglutir um raciocínio de Kierkegaard: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.”

Entretanto, o serviço aceitável ao Santo é em espírito e verdade; o que exclui paixões naturais, antinaturais, e com mais veemência ainda, à mentira.

Em cada esquina temos um pastor ou pastora ao gosto do freguês. Eventualmente, alguns que negam-se, e se fazem ministros da Vontade de Deus. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista...” II Tim 4;3 a 5

Pois, “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os Seus Mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.” I Jo 2;4