terça-feira, 24 de agosto de 2021

O Santo Ourives


“Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4

A figura é de algo valioso maculado por imperfeições; as escórias. Como essas podem ser removidas no processo de depuração da prata, também o coração humano de vícios e culpas, pode ser purificado, aperfeiçoado.

O Eterno menciona Sua intenção de fazer isso, nos últimos livros do Velho Testamento: “Farei passar esta terceira parte pelo fogo; a purificarei, como se purifica prata, e provarei, como se prova o ouro. Ela invocará Meu nome, Eu a ouvirei; direi: É Meu povo; ela dirá: O Senhor é o meu Deus.” Zac 13;9

Em Malaquias, alude ao “modus operandi” do “Anjo do concerto;" “Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão ofertas em justiça.” Mal 3;3

A predição feita por Zacarias é genérica; refere-se à santificação de todo aquele que pretende ser tido como povo de Deus. A de Malaquias é pontual; atina aos ministros do Santuário; então, “filhos de Levi”; hoje, obreiros na Casa de Deus.

A meta Divina é santificar todos os que Lhe pertencem; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14 Ou, “Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16 Porém, a santificação começa pelos que escolhe como instrumentos para difusão da Sua vontade, os obreiros.

Paulo, aliás, condiciona a aplicação de eventual disciplina somente a pessoas que têm intimidade com ela, conhecendo e vivenciando os seus benefícios. Noutras palavras, que desafiem ouvintes à purificação, estando vivendo nessa. “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Quando o Senhor pôs em relevo a vigilância, Pedro cogitou estarem, os discípulos, acima disso; que tais coisas se refeririam apenas ao povo comum. “Disse-lhe Pedro: Senhor, Dizes essa parábola a nós, ou também a todos? E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem O Senhor pôs sobre os Seus Servos, para lhes dar, a tempo, a ração?” Luc 12;41 e 42

Claro que cada um é responsável ante Deus por suas escolhas. Entretanto, quem foi posto na condição de atalaia, leva responsabilidades extras; a segurança de muitos está atrelada a si. Carece o tal, advertir de modo inequívoco sobre a aproximação do inimigo. 

Cabe emprestada uma figura que Paulo usou noutro contexto: “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.” I Cor 14;8 e 9

Ele aludia ao uso disciplinado do dom de línguas; mas, o que disse resulta veraz também no que tange à exortação contra infiltrações malignas na Doutrina da Salvação.

Então, as palavras inteligíveis e inequívocas advertirão conta ventos de doutrinas soprando; e só elas não bastam. Carece todo o líder espiritual o aval do testemunho coerente, que resulta sempre mais loquaz que palavras.

Infelizmente, muitos acenam com “prata” nos lábios mesmo cheios de escórias no coração. Esse é o modo de ser dos hipócritas que tanto vicejam por aí.

O pai de todos os hipócritas, aliás, é assim descrito: “As palavras do intrigante são como doces bocados; elas descem ao mais íntimo do ventre. Como o caco de vaso coberto de escórias de prata, assim são os lábios ardentes com o coração maligno. Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano; quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração, seu ódio se encobre com engano; mas, sua maldade será exposta perante a congregação.” Prov 26; 22 a 26

A exposição da maldade não é outra coisa senão a pregação fiel da verdade; A Palavra de Deus. Ela é pura em si mesma. A prata é que precisa ser reiteradamente refinada, para, enfim, assemelhar-se a Ela: “As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12;6

Em suma, para comungar ritualmente com o “Corpo de Cristo” somos exortados a um exame de consciência; “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” I Cor 11;28 e 29

De igual modo devemos, ao ensinar ministerialmente, avaliar a fundo os nossos motivos, bem como a coerência entre vida e mensagem. Se ainda restam escórias em nossos caracteres, que a sã doutrina nos derreta primeiro.

domingo, 22 de agosto de 2021

Rejeição Camuflada


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Estranha doença! Recebe com honras ao estranho, enquanto busca diminuir os méritos do conhecido. Foi assim nos dias dos profetas; Elias e Eliseu. Ambos sofriam perseguições entre os de seu povo, enquanto estrangeiros vinham a eles. Hamã o general siro buscou Eliseu; uma viúva sidônia dividiu sua casa temporariamente com Elias.

O Salvador Era conhecido, tinha crescido entre eles, isso se revelava uma “Barreira”; “Não é este o filho do carpinteiro? Não estão entre nós seus irmãos e irmãs? De onde lhe vem essas palavras?”

O fato de alguém ser conhecido e viver de forma tal, que nada se possa dizer em desabono ao seu caráter deveria ser uma credencial.

Porém, se convinha negar que o conheciam, facilmente faziam isso; logo após a cura do cego de nascença, por exemplo, disseram: “Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.” Jo 9;29

Incredulidade pode usar muitas máscaras, uma hora O Senhor não servia porque era conhecido; outra, porque Era estranho. Os pretextos mudam diametralmente se “necessário” mas a dureza dos corações segue.

A cegueira de entendimentos, não apenas nos indispõe à Vontade de Deus, como leva suas vítimas a fazerem a da oposição; “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Seu campo de atuação é o mundo. Aqueles que são chamados a reencontrarem a Divina Vontade, precisam se indispor com isso; renunciar seus métodos, ensinos, inclinações, o tal de “novo normal”; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Rejeitarmos à luz que nos confronta mostra nossa dificuldade de olharmos honestamente dentro de nós. Ao vermos o menor traço de sujeira, presto nos armamos de desculpas esfarrapadas; mesmo cheios de erros, desejamos ser paparicados, agradados, invés de confrontados.

No episódio da mulher adúltera, quando O Senhor autorizou que atirassem pedras os que estivessem sem pecados, dada a condição, cada um se viu forçado a se autoanalisar. Naquele caso, não era possível colocar a culpa do lado de fora; senão, colocariam.

A hipocrisia finge que confia mais no desconhecido, se isso permitir “fugir” dos próprios descaminhos que bem conhece. Essa é a “ameaça” da Luz, e motivo da Sua rejeição. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Ocorre o duelo de ideias entre o findo Stephen Howkins, físico famoso, ateu, e um pregador. Ele disse: “A fé é só um brinquedo de crianças com medo do escuro.” Ao que, o pastor replicou: “Ateísmo é só um brinquedo de adultos com medo da Luz.”

Muitos incrédulos não têm a coragem de se dizerem ateus, isso fazem para fugir ao desconforto de defender uma posição difícil.

Preferem desqualificar ao portador da Luz que lhes chega, como se, mediante outro aceitassem; o que nunca se verifica.

A problema não é intelectual, a incapacidade de entender os postulados da fé; antes, é moral; porque bem entendem; estão indispostos a se submeter aos tais, preferem as máscaras que a honestidade de assumir os motivos ímpios que os tomam.

Como o homem foi “programado” para bons valores, quando escolhe os maus, pelas suas ímpias conveniências precisa pintá-los com as cores do bem, para que a suja escolha não salte aos olhos. 

Então, o mundo não está legitimando à imundície sexual; antes, “incluindo;” não está se escondendo da verdade, mas, denunciando “fake News”; não estão vetando que expressemos nosso amor a Deus; antes, tolhendo “discursos de ódio.”

Se rejeitam o falso, o odioso, natural concluir que se baseiam na verdade e amor.

Cristo É A Verdade, ninguém tem maior amor que Ele, por quê é rejeitado? Por conhecido ou desconhecido? “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é Imagem de Deus.” II Cor 4;4

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Por quê Deus Se Esconde?


“Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de angústia?” Sal 10;1

Forma humana de falar; do homem expor as coisas como lhe parecem; não, como são, necessariamente.

Onipresença Divina é conhecida; “Se subir ao Céu, lá Tu Estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali Estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará, Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz ao redor de mim.” Sal 139;8 a 11

A queixa quanto ao “esconderijo” em horas de angústia não deve ser entendida em sentido estrito, literal.

Invés de um “Por quê te escondes?” Talvez, a pergunta seja: Por quê permites? Por quê, não intervéns?

Como Jesus dormindo no barco; os discípulos gastaram suas forças antes de clamarem a Ele. Também O Poderoso permite que se gastem nossas vãs presunções se, no final puder mostrar “... quem é Esse, que até os ventos e o mar obedecem.” Propõe: “Invoca-me no dia da angústia; Eu te Livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

Nossas forças precisam revelar sua inutilidade, antes de vermos claramente que somos totalmente dependentes do Senhor. “Maldito o homem que confia no homem! Faz da carne mortal seu braço, e aparta seu coração do Senhor.” Jr 17;5

“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Estar perto como se, não estando, é o “esconderijo” possível de um Ser Onipresente. Tanto é impossível Ele se esconder, quanto, qualquer de nós ocultar-se; Ele mesmo questiona: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho Eu os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Todos nós já passamos por isso, ou, quiçá, ainda estejamos passando. Dores angustiosas que testaram nossa fé e até inteligência, ao tentar entender por que O Santo as permite.

Em nossa concepção imediatista e sentimentalóide, imaginamos que, se nosso Pai pode, Ele ‘deve’ nos livrar das dores, uma vez que nos ama. Entretanto, talvez não nos livre do modo que gostaríamos, justamente por isso.

Seu Amor É Eterno; sabedor das coisas que enfrentaremos logo ali, permite que soframos, se, puder usar o sofrimento como consorte na arte de nos infundir a devida têmpera, (e Ele Pode) para atingirmos a estatura que Ele, Sábio Arquiteto, planejou pra nós. Sabedor disso Paulo assegura que “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus ...” Rm 8;28

Mirando nosso crescimento, prefere dividir conosco nossas dores, a nos fazer pairar sobre elas. “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Sal 43;2

Alguém disse com propriedade que, quando as tribulações da vida nos levam a orar, nos aproximarmos de Deus, elas já estão fazendo mais bem que mal; “Na angústia invoquei ao Senhor, clamei ao meu Deus; desde Seu Templo ouviu minha voz, aos Seus Ouvidos chegou o meu clamor perante Sua Face.” Sal 18;6

Assim, se pode o Eterno fazer das angústias uma travessia que nos aproxime Dele como deseja, por quê explodiria essa ponte estreita, invés de nos ensinar como passar por ela?

Davi bem sabia disso; seu estreitamento emocional se converteu em maior amplitude espiritual; “Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve minha oração.” Sal 4;1

Ele mesmo aprendera, que muito de nossas dores deriva de nossas percepções errôneas, precipitações; nos angustiamos porque as coisas não acontecem no nosso tempo, invés de aprendermos a esperar confiadamente; “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face e meu Deus.” Sal 42;11

Antes de concluirmos que Deus se escondeu, que tal nos aproximarmos inda mais, para podermos ver a preciosa operação da Sua Mão ao nosso favor? Dos ímpios diz: “Senhor, Tua mão está exaltada, nem por isso a veem; vê-la-ão, porém, confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo ...” Is 26;11

Por fim, resta analisarmos se o “esconderijo” não deriva de uma barreira nossa; “... vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus ...” Is 59;2

Enquanto atua em nosso favor Aquele que perdoa pecados, Nele, Cristo, Deus pode ser encontrado; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar ...” Is 55;6

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Limitando Deus


“... Poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.” Ef 3;20

Alusão às ilimitadas possibilidades do Senhor; porém, trazendo uma condição, que, pela origem humana põe limites; “... segundo o poder que em nós opera.”

Quando diz: “Tudo é possível ao que crê.” Não está patenteando à fé como um poder ilimitado e independente; antes, como antídoto à incredulidade que limitaria a atuação Divina. “... aos que Me honram Honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

“Correntes e orações fortes” circulam como se, a Operação Divina fosse manipulável mediante certas “fórmulas infalíveis”.

Deus É Todo Poderoso; “Operando Eu, quem impedirá?” Desafia. Todavia, “não pode” tratar ao justo como o ímpio; É Santo. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça O Juiz de toda Terra?” Gn 18;25

Se, superficialmente parecem todos iguais, (às vezes o ímpio parece levar vantagens) chegará um momento em que as diferenças serão notórias; se, não antes, no juízo. “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, o que não serve.” Ml 3;18

Eventualmente, O Eterno desnuda erros; amostras grátis de juízo ainda na Terra; “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; noutros manifestam-se depois.” I Tim 5;24

Não há um justo sequer; O Eterno justifica aos que se arrependem e submetem a Cristo. Nesses, A Sua Palavra opera e lega poder; não para subjugar desafetos, mas para agir segundo Suas diretrizes. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A ideia vulgar do Poder espiritual é “pisar serpentes e escorpiões e toda obra do maligno.” Esses bichos, ao olhar do simplório estão nos outros, não em si mesmo. Ora, se o poder da Palavra atua para purificar meu caminho, então, seus alvos primeiramente estão em mim. “Com que purificará o jovem (o Homem) seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Na Palavra aprendemos que o Nome “Jesus”, foi determinado por Deus, por um propósito específico: “... chamarás Seu Nome Jesus; porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.” Mat 1;21

O Nome que, no original significa: “Deus é Salvação” foi escolhido por dois motivos, ao menos; Porque Jesus Cristo É Deus, e também É O Salvador.

Então, quando alguém roga por coisas várias em “Nome de Jesus” pressupõe-se uma operação do Poder Dele nesses dois âmbitos; o tal está convencido que Jesus é Deus, e por Ele foi Salvo. Orar em Nome do Senhor demanda viver do modo que esse Nome Excelso significa; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tm 2;19

As “serpentes e escorpiões” que muitos incautos presumem enfrentar em jactâncias frívolas atuam para esconder o real significado desse Nome e Seu Feito. A revelação necessária é de entendimento, não de qual porta espera pelo João, ou de quem fez macumba contra qual; “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento ...” Ef 1;17 e 18

Pois, a oposição faz seu trabalho sujo na contramão; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Embora O Poder Regenerador nos seja franqueado mediante À Palavra, ele não se manifesta por meras palavras, mas após a obediência. Caso contrário seremos como aqueles que, “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Erram os ministros que aconselham que se “busque poder.” Devemos buscar a obediência; pois, uma vez alcançada essa ... de outra forma: Se, o Poder regenerador da Palavra operar em nós, as transformações desejadas pelo Eterno se verificarão também; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os dos dois fundamentos, um na areia, outro na rocha. Ambos tinham o Poder da Palavra ao dispor; mas só operou num; o que ouviu e praticou.

Alguns saudosistas perguntam: “Por quê não acontecem mais milagres como antigamente?" A Mão do Senhor segue Poderosa. Nossos ouvidos estão agravados, escolhemos o que queremos ouvir, refratários ao que precisamos.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Super-heróis de plástico


“Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Seria óbvio que só corrigisse à desobediência um obediente. Entretanto, às vezes o óbvio não é tão cristalino assim.

O Faça o que eu digo, não o que faço, vira “versículo bíblico” pra obreiros hipócritas que, são severos com terceiros e cegos com os próprios erros.

Oportuno o exemplo de Esdras; “Porque Esdras tinha preparado seu coração para buscar a Lei do Senhor, para cumpri-la e ensinar em Israel Seus Estatutos e juízos.” Ed 7;10

Buscar e cumprir à Lei do Senhor, para só então, ensiná-la. Nossa relação com a autoridade inicia de baixo para cima; somos chamados pra servir.

Como o centurião que rogou ao Senhor e disse; “Sou homem sujeito à autoridade e tenho solados às minhas ordens.” Quando somos investidos de autoridade na Obra de Deus, jamais devemos esquecer que, antes de tudo, estamos sujeitos à Autoridade do Pai.

Mais que ordenar, um líder atrai pela sua luz, como ensinou Pedro: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo.” I Ped 5;2 e 3

Quando a disciplina se faz necessária, se, a mesma for embasada na Palavra, deixa de ser do pastor, da igreja, e, como convém, é a Disciplina do Senhor. “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Como O senhor me olharia se, representando-O eu aplicasse Sua disciplina contra terceiros e a mesma não valesse para mim? “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 2;3

O simples ensinar se nos torna um peso, uma vez que as verdades que ensinamos se nos aplicam antes, que a terceiros. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

Houvesse devida ciência disso, e seriam bem menos as “cátedras virtuais”, de onde analfabetos bíblicos se pavoneiam com coloridas penas de mestres.

Com a mesma lógica segundo a qual, só podem punir à desobediência os obedientes, também, só podem ensinar as doutrinas da Vida, aqueles que vivem-nas. Vulgarmente se diz que uns, “pregam moral de cuecas”.

Somos chamados a nos revestirmos de Cristo; na igreja e sobretudo, fora, onde as tentações mais campeiam.

Muitos, infelizmente, vivem vidas tão ordinárias que, exceto o sotaque evangeliquês, que eventualmente assoma, no mais em nada diferem dos ímpios; todavia, chame-se os tais ao púlpito; logo, mercê de alguma palavra mágica “vestem uma personagem” e o super-herói “gospel” destila seus “superpoderes.”

Carecemos urgentemente mais verdade e menos teatralidade; obreiros que não se preocupem com performance (Preocupe-se mais com a pessoa para a qual olhas, que com seu modo de olhar - Spurgeon) mestres que tenham ojeriza à ideia de soarem falsos; invés de avivamento, como tantos, eu oro por mais verdade e menos artifícios. Por pastores que saibam mais de ovelhas que de números, que edifiquem almas, mais que templos.

Esses dos cifrões nos olhos deveriam ler com mais atenção algumas passagens; “Os que querem ser ricos caem em tentação, e laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Para “Pastores” assim, a única desobediência que incomoda é a infidelidade nos dízimos; evitada essa, o demais, tá valendo; passam batidos os atropelos éticos, as ofensas, calúnias, mentiras, e pecados sexuais até. 

Não estão prontos para demandar obediência nisto, pois nem mesmo eles o são. Para fruir dinheiro fácil são capazes de mentir e torcer textos bíblicos, se, isso resultar em mai$ Di$ciplina.

Mencionam eventualmente entradas financeiras; a devida prestação de contas das saídas, raramente acontece. Mesmo se agirem honestamente dão margem a dúvidas; pintam a “aparência do mal”, assim.

Invés de avivamento como devaneiam, os últimos dias serão de apostasia; “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.”

Não apenas em relação aos semelhantes, mas sobretudo o tocante à verdade, pois vivem bem à sombra da mentira. Esses “... perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;10

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Nossa obras, de Deus


“Senhor, Tu nos darás paz; porque Tu És que fizeste em nós todas as nossas obras.” Is 26;12

Aparenta ambiguidade, “Tu És que fizeste... nossas obras.” Porém, é assim mesmo. Notemos que as obras em apreço são feitas “em nós”; não, por nós. Então, são “nossas” porque somos pacientes delas; mas, operadas por Deus, O Agente. Paulo assegurou: “... Aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Fp 1;6 Noutra parte disse: O Senhor é que opera tanto o querer, quanto o efetuar.

Jeremias assemelhou-se, com outras palavras: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir seus passos.” Cap 10;23

O caminho do homem é “seu” porque não é de outro homem; mas, não tão seu que possa fazer o que der na telha; antes, deve ouvir ao Espírito Santo, ser por Ele dirigido. “Os teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Quando aprendermos isto, que, andar em Espírito é o caminho proposto pelo Eterno, e praticarmos, já não haverá resquícios de condenação para nós. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

A certeza que as obras operadas em nós, são, por Deus, nos dá paz. “A Paz de Cristo seja árbitro em vossos corações.”

Moisés, quando por iniciativa própria tencionou matar um egípcio olhou ao redor para ver se havia testemunhas, desejou que ficasse oculto. "Olhou um lado e outro; vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Ex 2;12 Foi descoberto, teve que fugir.

Entretanto, quando, sob ordens Divinas “fechou” o mar vermelho e milhares de egípcios morreram, não há registros de que tenha se preocupado olhando furtivo para os lados.

Tudo que fazemos em obediência a Ele, nos deixa em Paz com O Eterno; seja, algo grandioso, como então, ou mesmo pequeno. Como disse o salmista, “Meditarei nos Teus Preceitos, e terei respeito aos Teus Caminhos.” Sal 119;15

As Obras Divinas em nós não acontecem na marra; são derivadas de um consórcio, onde nosso querer conta também; não existe uma “possessão benigna” que nos force a fazer o que não queremos.

Patenteamos nosso querer meditando na Palavra Santa e obedecendo-a; só assim, a libertação que Ele tenciona para nós se verifica. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O venturoso do Salmo primeiro, além de evitar o contágio da “banda podre”, “Tem seu prazer na Lei do Senhor, nela medita dia e noite.”

As Obras de Deus em nós também acontecem no escopo ministerial; quando Ele nos escolhe e capacita para que façamos algo para Si; obtida nossa anuência, é Ele que faz mediante nossas vidas, o que nos ordena, como fez com Ezequiel; “Disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Aqueles que, escolhidos por Ele, se identificam com Seu querer, serão rejeitados tanto quanto Ele é; “A casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim; pois, toda casa de Israel é de fronte obstinada, dura de coração.” Ez 3;7

A rejeição pode vir camuflada. Como no caso de Ezequiel, trataram seu ministério como um fim em si mesmo, como se fosse um dom para o brilho do profeta, não para fazer manifesta a Divina Vontade.

Aplaudiam hipocritamente o desempenho dele e recusavam a cumprir o que Deus ordenava. “Tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave, e tange bem; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra.” Ez 33;32

Temendo essa rejeição, muitos “obreiros” criam mensagens alternativas, passam panos para iniquidade, invés de denunciá-la; Desses O Santo diz: “Não Mandei esses profetas, mas eles foram correndo; não lhes Falei, contudo, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras...” Jr 23;21 e 22

Se, como disse Jeremias, “Não é do homem seu caminho ...” tampouco, é do pregador a escolha das mensagens que deverá pregar. Todo o ministro idôneo deveria poder dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei...” I Cor 11;23

domingo, 15 de agosto de 2021

Os "Negacionistas"


“Agora, porém, completai também o já começado...” II Cor 8;11

Abstraiamos o contexto; sirva-nos de base para meditarmos sobre isso; o hábito de começar algo e o não terminar.

O Salvador ensinou-nos a calcularmos as possibilidades de vitória antes duma batalha; ou, mensurar devidamente os custos, antes de começar uma torre sob pena de, não a podendo acabar, servirmos de escárnio pelo passo maior que a perna.

Em se tratando do “edifício” da salvação, na Parábola do Semeador O Salvador advertiu do concurso das “aves dos céus” (demônios); os projetos fundados no calor emocional, imprudência; por fim, os “espinhos” das aflições que fazem o pretenso peregrino abandonar o caminho.

Jesus Cristo nunca iludiu a ninguém sobre o que esperar ao intentar segui-lo: “Entrai pela porta estreita ... no mundo tereis aflições ... sofrereis perseguições por causa do Meu Nome ... quem quiser salvar sua vida perdê-la-á ...” etc.

Jamais prometeu “avivamento” para os últimos dias, como apregoam alguns sonhadores; ensinou: “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” O amor Ágape só convive em ambientes de equidade; igualdade.

No entanto, a simples ideia de interdependência já soa como ameaça, atualmente. O mero aconselhar algo da parte do Senhor, ensinar tencionando a salvação é lido por muitos como intromissão.

Presto surgem peles de porcos-espinhos; “Só dê palpites em minha vida quando pagares minhas contas... se há algo que nunca pedi foi sua opinião...” alguns chegam ao extremo de forjar postagens dum com a Bíblia aberta perguntando onde estão escritas tais coisas que devem dar contas de seus atos a terceiros.

Bem, na tentação no deserto o Capeta usou à Bíblia para testar a Jesus. Essa pose “bereana” do onde está escrito poderia significar que, o que está escrito vale; contudo, não é assim.

A Palavra apesenta o conjunto dos salvos, como “O Corpo de Cristo”; cada um em particular como membro, de modo que a interação, mais que desejável é necessária. “O olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;21, 22 e 25

Não é isto que temos visto atualmente. Um “cristianismo” avesso à correção, todos são arte-final; refratários ao ensino, donos da verdade; incapazes de suportar o talento alheio, narcisitas; avessos a abrir mão de um triz em proveito de terceiros, egoístas; pregoeiros das coisas celestes agarrados às da terra, materialistas ...

Contra as esperanças dos “avivacionistas” A Palavra mostra que outrora foi assim, apostasia; “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

E adverte que seria assim novamente; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. 

Todos os que professam ser cristãos, bem ou mal começaram a edificar a aludida “torre.”

Entretanto, a maioria deles, sobre O Fundamento Precioso de Cristo, está usando material de construção ordinário; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo; se alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia declarará, pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;11 a 13

O fogo da prova nunca esteve tão perto como agora. Frivolidades como métodos, ritos, usos e costumes, guarda de dias, dispensação disso, daquilo, deixarão de ter peso, e a renúncia do conforto e aceitação, para obtenção da vida vai ser muito estreita; talvez, jamais tenha sido igual.

Assanha-se no horizonte, já vige o ensaio global, do zelo com a “saúde”; obrigatoriedade de “se cuidar”, para cada um, como pretexto de Satã para marcar a todos.

Os “Maus cidadãos” que ficarem de fora, “negacionistas” serão perseguidos e mortos.

Somos, os salvos, “negacionistas” de larga data. Foi o primeiro passo nos requerido para ingressarmos no CAMINHO. “Negue a si mesmo.”

Então, todos os pretensos edificadores serão testados à morte, e só ali veremos, quais, começaram e terminaram à boa obra.

Todo “Material de construção” espúrio se queimará; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam ...” Sal 127;1