“Naqueles
dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio a ele o profeta Isaías,
filho de Amós e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque
morrerás, não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede e orou ao
Senhor. E disse: Ah, Senhor! Peço,
lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade, com coração perfeito; fiz o que era reto aos
teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.” Is 38; 1 a 3
Temos uma aparente
discrepância entre o dito de Isaías e a oração de rei moribundo. O profeta
exortara a por em ordem sua casa; ele disse que andara diante de Deus em
verdade e com coração perfeito, em sua oração.
Como O Eterno atendeu à sua
humilde súplica, acrescentando-lhe mais quinze anos de vida é de se supor que
foi verdadeiro o que disse do próprio caráter. Entretanto, sua casa estava em
desordem? É. Foi o que denunciou o enviado de Senhor.
Posso ser reto em minhas
decisões pessoais, meu caráter e, apesar
disso, ainda estar em falta. Integridade
pessoal não equivale, necessariamente, à competência, tato, prudência
administrativa. No caso dele, que era rei, certamente a “sombra” de sua casa
abrigava muitas pessoas.
Quando o Eterno o exortou a bem ordenar sua casa,
requeria ações administrativas, como rei, marido, pai, talvez; tudo o que estava
aos cuidados dele.
Um pai omisso permite que seus filhos se percam; acaba perdendo
até ofício para o qual foi comissionado, como foi no caso de Eli. Um marido
fraco delega implicitamente o comando à esposa; herda como seus, erros
eventuais, cometidos por ela; como fez Acabe, quando se fez mero fantoche da
esposa ímpia, Jezabel. Um rei descuidado, negligente, torna-se culpado de
muitas mortes; dana, quando não, perde o
próprio trono, como o insubmisso Saul.
Muitos exemplos mais são encontráveis em
quê, a má administração de uma “casa” fez com que ela ruísse. Os exemplos
alistados trazem anexos à má condução, lapsos de caráter; o que, não era o caso
de Ezequias.
No exemplo de Jezabel, se, o fato de ser mais ativa, líder que seu
marido pôs tudo a perder, não se deu por ser ela mulher; antes, por ser ímpia,
idólatra, assassina.
Das mulheres íntegras, a Palavra versa de modo
encorajador, leiamos: “Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a
derruba com as próprias mãos.” Prov 14; 1
O Capítulo final de Provérbios alista
uma série de feitos dessa sábia, enquanto, seu marido, ao que tudo indica era
um juiz na cidade. “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o
fruto de suas mãos.” Prov 31; 16. Administra
mesmo as finanças da casa, enquanto seu cônjuge ocupa-se da justiça. “Seu marido
é conhecido nas portas, assenta-se entre os anciãos da terra.” V 23 .
Se, por
um lado, “Cada um dará contas de si mesmo a Deus.” Rom 14; 12 Por outro, quem
administra vidas, instituições, dará conta disso tudo; como o mordomo infiel
que foi chamado a prestar contas em determinada ocasião.
Certa vez, Pedro chegou
a cogitar que certas exortações eram apenas para a plebe; os discípulos
estariam num patamar superior; O Senhor tratou de desfazer o engano; “E disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parábola a nós, ou,
também a todos? E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a
quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem aventurado
aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.” Luc 12; 41
a 43
O assunto imediatamente anterior era vigilância. Então, devem os mordomos
espirituais estar atentos; manter do mesmo modo toda a casa; ou seja: Sua área
de influência.
Na verdade, a exortação de Isaías aplica-se a cada um de nós. “Põe em ordem a tua casa porque morrerás!” Se, a ameaça de morte não é tão imediata como
foi naquele caso, a Bíblia nos ensina a viver “Cada dia seu mal”; não presumir do dia de amanhã como uma posse. “...não
sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é vossa vida? É um vapor que
aparece por um pouco, depois se desvanece... devíeis dizer: Se o Senhor quiser,
se vivermos, faremos isto ou aquilo.” Tg 4; 14 e 15
Assim, se as individualidades, o arbítrio devem ser respeitados, eventual má
gestão do que nos cabe incidirá sobre nós.
O mundo chama altos cargos
administrativos de poder; Deus comissiona aos que escolhe, para o dever; Qualquer
que seja o tamanho de nossa “casa”; nossas qualidades ou defeitos
refletir-se-ão nela. “A casa dos ímpios
se desfará, mas a tenda dos retos florescerá.” Prov 14; 11