“Ora,
o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece
loucura; não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente. Mas o que é
espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2; 14 e 15
Interessante figura do homem espiritual! Uma espécie de “Homem invisível”; está em
determinado ambiente, vê e não é visto.
Claro que esse “ambiente” é espiritual, pois, no prisma físico ninguém é
mais visto que ele. Tanto que, às vezes, até o que não faz, os binóculos da
calúnia “Veem”.
Sem pretender ser superior a ninguém, pois, o homem espiritual
está nesse “mirante” pela graça de Deus que o guindou acima da natureza.
Assim,
objeções de ateus, e ramos científicos igualmente gerados por incréus não
estão em pé de igualdade. “O homem natural não compreende...” Isso vai ferir seu orgulho? Possivelmente. Se
tivessem nascido de novo o orgulho teria morrido. Como não conseguem ascender
ao domínio do Espírito, tais, tentam nos trazer para o nível natural.
Os atos do
Salvador mostram algumas discrepâncias da visão natural e da espiritual. Quando
falou do novo nascimento, espiritual, por exemplo, o príncipe Nicodemos
interpretou com a ótica da Terra; “...Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode,
porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” Jo 3; 4
Ou, noutra parte, quando o Mestre falou que
seria entregue aos gentios e morto, Pedro apressou-se: “De maneira nenhuma te
acontecerá isso.” O Senhor foi enérgico e identificou presto a fonte da
inspiração de Pedro; disse: “Afasta-te satanás, pois, não cogitas das coisas de
Deus, senão, dos homens.”
Aqui, a diferença crucial entre homem espiritual, e
natural. Enquanto esse não consegue elevar suas cogitações acima das
conveniências terrenas, aquele é capacitado pelo Espírito Santo a entender
coisas de Deus. “como está escrito: As coisas que o olho não viu, o ouvido não
ouviu, não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o
amam. Mas Deus no-las revelou, pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.” I Cor 2; 9 e 10
Acontece que a
sabedoria espiritual tem um “plus” especial mui além dum intelecto
desenvolvido. Retidão. Isso aos olhos de Deus é mais que moralismo raso, antes,
submissão a Ele.
Deus não revela Suas coisas para ímpios, pois, certamente
fariam mau uso disso; então: “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.
Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2; 7
A Palavra de Deus é completa, tem remédio para a
plenitude do ser que criou; Pedro ensina: “Visto como o seu divino poder nos
deu tudo o que diz respeito à vida e piedade...” II Ped 1; 3 Assim, à revelação
não cabem complementaridades oriundas de homens não renascidos. A Palavra se
basta.
Tiago também expressa claramente a distinção entre sabedoria espiritual
e terrena. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as
suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, sentimento
faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa
não é sabedoria que vem do alto; é terrena, animal e diabólica. Porque onde há
inveja espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas, a
sabedoria que do alto vem é; primeiramente, pura; depois, pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia de bons frutos, sem parcialidade, sem hipocrisia.” Tg 3; 13
a 17
A suma do que estou dizendo é: Acho uma
tremenda insensatez tentarem, alguns, “ler” a Palavra à “luz” de Darwin, Freud
e assemelhados; pois, aos olhos de Deus, ateus não possuem luz espiritual
nenhuma.
Todo homem, por sábio que seja em seu meio, para entrar no Reino,
necessita passar pela cruz; lá seu ego é crucificado, morto. O novo homem
nascerá despido de pretensões do antigo. “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, fingimentos,
invejas, todas as murmurações, desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 1 e 2
Claro que, se o
preceito para todos os postulantes ao Reino é o mesmo, “Negue a si mesmo”,
quanto maior for esse “si”, maiores os obstáculos à conversão. Mas, como o
Eterno não usará nada da velha natureza, antes, fará tudo novo, qualquer um,
entendido, ou, simplório, serve.
Até prefere aos ruins, aliás. “Mas Deus escolheu as
coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas
fracas deste mundo para confundir as fortes;” I Cor 1; 27
Enfim, sabedoria
espiritual não se adquire nos bancos universitários; se busca na faculdade do
Espírito; a matrícula é a cruz. Mãos à obra!