quarta-feira, 26 de março de 2025

Maçãs nos vasos


“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Prov 25;11

Nunca vi maçãs de ouro em bandejas de prata. Possivelmente fosse adorno encontrável, naquela época, nas mesas dos reis ou, de homens muito ricos. Ainda hoje se faz arranjos de “frutas”, para decoração de ambientes; os que possuíam meios faziam de metais preciosos, não de plástico, como os atuais.

Seja como for, a ideia da figura é que é algo precioso, admirável, lindo, quando a palavra é dita em seu tempo oportuno. Algo que não está dito, mas implícito na sentença, é que se trata da palavra certa, no tempo certo. Ouro e prata devem estar presentes no “arranjo”. Qual o sentido de se dizer no momento certo, a coisa errada? Assim, além de saber o quê, devemos saber ainda, quando, falar.

No Ministério do Salvador, O encontraremos por mais de três anos, falando sobre tudo, a todos que O buscavam; porém, ante o ímpio Herodes, que esperava se divertir com algum motivo para zombar, Ele não falou nada, tampouco, operou algum sinal, segundo a tola expectativa.
Achou mais oportuno o silêncio, que gastar Aramaico buscando empatia que não desejava; ainda mais, de quem era irrelevante.

Mesmo com Pilatos que governava a Judeia então, O Salvador foi parcimonioso nas falas; em dado momento o regente disse: “... não falas a mim? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e para te soltar?” Jo 19;10

O Senhor bem sabia. Apenas, não achou que o fato de estar diante da autoridade de então, fosse ocasião para pedir socorro, fugindo da missão, que, ousadamente enfrentava.

Reconheceu o poder do monarca, advertindo que o mesmo fora delegado do alto; porém, pontuou que as autoridades espirituais que o rejeitaram, pecavam em mais alto grau, do que ele estava para fazer, ao condenar um inocente. “... Nenhum poder terias contra Mim se, de cima não te fosse dado; mas aquele que Me entregou a ti, maior pecado tem.” V 20

Poderes espirituais têm maior relevância, por lidarem com coisas eternas; enquanto, os civis, lidam com as efêmeras.
Cotejando a importância dos ministros do Evangelho em relação às autoridades terrenas Spurgeon disse: “Não trocamos de lugar com reis em seus palácios; a menos que, eles também conheçam ao Senhor.”

Assim, Jesus falou o estritamente necessário, no momento oportuno; no mais, “... como um cordeiro mudo foi levado ao matadouro...” Is 53;7

“Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto a ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” Tg 1;19

Salomão esposara a ideia em dias idos: “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos Céus, tu está sobre a terra; assim, sejam poucas as tuas palavras; porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras.” Ecl 5;2 e 3

Foi ele que usou as figuras aquelas, da maçã e da bandeja, coisas que, possivelmente havia em seus domínios; seu reino foi riquíssimo.

Nem sempre a fala é fala, estritamente. Quando desfila por hipócritas, nada mais é que um disfarce, um esconderijo; nos mentirosos, armadilha; não poucos fugazes temendo o que irão ouvir, também usam-na como biombo para se esconder; presto respondem o que não sabem, cuspindo platitudes, clichês, recusando-se a ruminar o que ouvem.

Todos sabemos, infelizmente, que há vozes demais falando de Cristo, vidas de menos, seguindo-o. Segundo a Divina receita, o falar e o agir devem estar juntos, como a maçã e a bandeja aquelas; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Conhecemos ditos alusivos à seriedade disso, nos pregadores antigos. “O que és, fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.” “Pregues O Evangelho, use até palavras, se necessário.” Advertências sobre a importância de viver consoante ao que se ensina.

A transformação de quem leva Jesus Cristo a sério se torna uma mensagem, para quem vê o antes e o depois do salvo; o que fora tirado do lodo e firmado na rocha disse: “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Assim, se a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, o ver, as transformações que ela opera naqueles que ouvem, é um testemunho imprescindível, acerca da eficácia de Cristo, O Salvador.

O vaso pode ser frágil, de barro; mas, se deixando limpar, O Senhor acondicionará preciosidades nele; “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

terça-feira, 25 de março de 2025

A perversão



“A estultícia do homem perverterá seu caminho; seu coração se irará contra O Senhor.” Prov 19;3

Embora estultícia seja sinônimo de estupidez, tolice, parvoíce, não é, necessariamente, de ignorância. Pode o homem saber a boa diretriz, e por estúpido preferir outra, temerária, apenas por lhe parecer mais fácil; ou, por mera rejeição à disciplina, que, a vereda sábia demanda, para se andar por ela.

Os dois ladrões crucificados ao lado do Senhor, por exemplo: um deles se revelou sem noção, achando que, a despeito das escolhas que fizera, O Salvador lhe deveria livrar daquela pena, “se” Ele de fato, podia. O outro, na mesma sina, mostrou-se apto, a separar os cascalhos dos diamantes. Reconheceu que eles mereciam a morte, enquanto, O Senhor era inocente.

O sem noção bem sabia o que tinha feito; não era ignorante, quanto a isso; mas, esperava uma colheita totalmente diversa do plantio. Assim, acredito que podemos diferir estultícia da ignorância. A ignorância é a privação do conhecimento por fatores alheios; a estultícia, o abandono do bom siso, refém dos apontes enganosos da própria vontade.

Quando diz que a estultícia do homem perverterá seu caminho, aponta para a temeridade de se deixar algo sabidamente probo, em favor de uma aventura que soa aprazível apenas ao inconsequente que a deseja. “O caminho do insensato é reto aos próprios olhos, mas o que dá ouvidos aos conselhos é sábio.” Prov 12;15 Caso alguém tenha pensado na sina do filho pródigo, evocou um bom exemplo.

“Perverter” não é criar algo novo; antes, distorcer um conceito, doutrina, ensino que existe; corromper, alterar a natureza original, adulterar; a ignorância não pode fazer isso. Para tanto, é necessária uma escolha arbitrária na contramão da sapiência estabelecida. Diferente de errar por desconhecer o caminho, que, seria derivado daquela.

Por que, mesmo sabendo que determinada empresa será deletéria no final, o ser humano se aventura nela? Tipo consumir drogas, roubar, corromper-se, prostituir-se, adulterar, mentir... A Bíblia apresenta algumas razões: A primeira; abusar da Bondade Divina. “Porque não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11 Uma vez que, a consequência não é imediata e o prazer costuma ser, muitos brincam com a morte como se fosse um adorno da vida.

A segunda é que o homem, refém da carne, queda impotente ante o desejo do pecado; “De maneira que, agora já não seu eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 Dois “eus” pelejam; o que não quer errar, segundo o fragmento original que restou, e o que leva tudo de roldão segundo os ditames apaixonados do pecado; mesmo tendo noções sobre o que Deus aprova e o que rejeita, esse escravo acaba escolhendo as coisas erradas, pela sua servidão ao pecado.

Por fim, a ação do canhoto que veda, tanto quanto pode, a luz espiritual, para que esses reféns não vislumbrem a saída que há em Cristo. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a Luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4 Cada escândalo que ele mesmo patrocina, acaba sendo sua matéria-prima, com a qual semeia a aversão ao cristianismo, cegando aquele que, já se inclina a isso pela incredulidade.

A necessidade de nos deixarmos guiar pelo Eterno, não é uma novidade, algo que seja desconhecido. Desde dias idos foi ensinada; reiterada pelos profetas. Jeremias disse: “Eu sei ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem daquele que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

Nos provérbios temos: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Cap 3;7

Por fim, os que erram tendo pervertido seus caminhos, se irarão contra O Senhor. Eis uma consequência natural, de servir a alguém por demorado tempo. Acaba, o servo, assimilando o modo de pensar e sentir, daquele a quem serve. No caso, do ser abjeto que luta contra O Senhor.

Sobre isso A Palavra versa também: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos próprios pecados.” Lam 3;39

Sempre que um convite ao Evangelho e consequente libertação em Cristo foi
 apresentado, e esse em apreço recusou, fez uma escolha. Invés da Água da Vida, fontes rotas. “O Meu povo fez duas maldades; a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas.” Jr 2;13

A boa escolha moldará nossas vidas pouco a pouco, regenerando-nos à Imagem de Deus. A perversão obrará o contrário. “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

segunda-feira, 24 de março de 2025

"Ainda estou aqui?"



“O perverso de coração, jamais achará o bem; o que tem a língua dobre vem a cair no mal.” Prov 17;20

Geralmente temos provérbios antitéticos; onde, um contraste entre pessoas diferentes é exposto; o justo versus o ímpio, o sábio em oposição ao tolo; agora, temos o chamado paralelismo sinonímico; onde, a segunda parte da sentença repete à primeira, com palavras diferentes. O “perverso de coração” da primeira parte, é o “quem tem a língua dobre” na segunda.

A doença moral, vulgarmente chamada, dois pesos e duas medidas, nunca esteve tão em voga. A língua dobre mencionada acima.

Antes de pensar na dosimetria da pena de eventual réu, nossa Suprema Corte avalia seu alinhamento ideológico; se for de esquerda é inocente, nem que tenha roubado o Maracanã, como fez Sérgio Cabral; se for conservador é culpado de altos crimes, mesmo que apenas tenha escrito dez letras com batom na estátua da finada justiça.

A sentença de catorze aos para a senhora Débora que isso fez, pedida pelo Faraó, Alexandre, mostra quão grave é ter ideias conservadoras num país “progressista” como o nosso. Como suportaríamos tamanho “Fascismo?”

Segundo o “jornalista” Reinaldo Azevedo, está certo. Ela não pichou uma estátua apenas; vilipendiou à Imagem da justiça. Pensar que cheguei a admirar esse sujeito um dia... que vergonha!!! A bíblia fala de um diamante no focinho de uma porca; figura eloquente, para mostrar quanto vale uma inteligência brilhante, perdida num lapso moral.

Pois, se dona justiça é uma senhora tão melindrosa assim, tão ciosa que não tolera à mínima afronta, à sua impoluta imagem, algumas questões: O que ela fez contra aquele ladrão flagrado com 53 milhões escondidos? Por que soltou ao referido Cabral depois de condená-lo a 400 anos? Por que fez vistas grossas às falcatruas do deputado Janones? Por que soltou a todos os presos da Lava-Jato? Por que traficantes, doleiros ladrões, recebem asas dela, quando deveriam receber grilhões? Por que tornou inelegível ao Bolsonaro ao criticar corretamente a um sistema que não pode ser auditado, e tirou da cadeia um condenado para que fosse “eleito” sem eleitores? Essa velha deve estar esquizofrênica.

Não ignoramos a gravidade das manchas de batom. Casamentos acabaram por causa disso. Ademais, segundo o Faraó, trata-se de um produto inflamável. Afinal, escrever as mesmas palavras ditas por um expoente da justiça, faz com que as falas deixem de ser as mesmas, dada a presença da substância aquela, que inflama zelos ideológicos, alinhamentos corruptos e falta de vergonha na cara, dos que deveriam ser imparciais.

A Palavra de Deus ao desaconselhar o juízo temerário, do hipócrita que condena aquilo que faz, adverte que seremos julgados pelas nossas próprias sentenças. Pois, nossa “justiça” de língua dupla está na iminência disto.

Desgraçadamente, nossas forças armadas que deveriam ser uma fortaleza da moralidade não são o que nasceram para ser; não plenamente. Há muita gente em altos postos, para os quais, o metal fala mais alto que o dever, que a honra.

Assim, entregues ao crime organizado como estamos, nossos olhos precisam se voltar para uma potência estrangeira, com seu inegável poder político, econômico e bélico, os Estados Unidos da América; de onde, alguns ventos de justiça começam a soprar rumo ao hemisfério sul.

Essa balela de soberania nacional, diplomacia e pretextos afins há muito perdeu o sentido. Nossa nação não é mais soberana faz tempo. Foi sequestrada pelo crime organizado.

Quando quer, coloca alguns milhões de pessoas nas ruas com palavras de ordem, deixando patente o que deseja; todavia, meia dúzia de patifes em posições estratégicas faz exatamente o contrário. 

O que esses chamam de soberania é mera falácia que pretendem usar como blindagem à horda; não vai funcionar mais; o copo está cheio. Os que têm a língua dobre fatalmente cairão no mal.

Antes, apenas pessoas com prerrogativas de função eram julgadas no Supremo; agora atropelam tudo; ritos, processo, direito de defesa... tudo começa e acaba na corte do faraó.

Passaram trinta anos vendendo o que sabem, narrativas fajutas de golpe militar. A CIA abriu seus arquivos, que mostram a preparação de um golpe comunista pela União Soviética e a China, tendo Cuba como satélite. Não fossem os militares, seríamos uma “Cubona” até hoje.

Fizeram até um filmeco panfletário para endosso da narrativa, e o premiaram com o “Oscar” para dar visibilidade. “Nada podemos contra a verdade” ensina A Palavra de Deus. O incômodo arquivo histórico aberto pelo Trump lembra-lhes: “Ainda estou aqui.”

Quiçá a democracia que foi sequestrada, sôfrega respire no cativeiro! Se esse for descoberto a tempo, poderá ser libertada e escrever aliviada, as mesmas palavras. Sempre concorre o risco, em cenários assim, que falte batom, e algumas coisas acabem escritas com sangue.

domingo, 23 de março de 2025

Mudança; do lodo para a lama


“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, e firmou meus passos.” Sal 40;2

Embora, seja um verso do Antigo Testamento, antes de Cristo, da Igreja e do ministério do Espírito Santo ser conhecido como agora, esse fragmento testifica de um modo ímpar, a conversão; a transformação pela qual passam, os de Cristo. Nada de estranho, tratando-se de Deus, que “chama às coisas que não são, como se já fossem.”

Deparei com porções duma mensagem do “Pastor” André Fernandes, que me fez repensar. Defendeu que não importa se, quem saiu do lixo venha a sentir desejos de voltar a ele, afinal, “Jesus nos abraça em meio às nossas bagunças”; Usou ainda umas frases de efeito, tipo: “Onde vou não altera quem sou; o que está em mim não se curva ao ambiente.” Disse ainda que “Iria a uma boate amarradão”, se, para isso fosse convidado.

A ideia de se separar do mundo por pertencer a Cristo, foi posta em xeque, pelo menos, da forma que eu entendia.

Que a mudança mais profunda na conversão é espiritual, de acordo. A pessoa abdica de viver segundo a carne; em submissão a Cristo nasce de novo, da água e do espírito, passando a pertencer-lhe.

Porém, que a mudança seja estritamente espiritual, não haja um componente “geográfico”, ambiental, envolvido, aí não é tão simples; para pensar assim carecemos rever alguns textos.

No verso que encabeça essa abordagem, já temos uma mudança de lugares; o sujeito foi tirado da lama e firmado sobre a rocha. Porém, argumentaria um oponente, lama e rocha são figuras de linguagem, tipificando, a primeira, o modo vicioso de viver segundo a carne, e a Rocha, segundo Cristo. São boas figuras.

Entretanto, há mais textos preceituando a necessária separação dos santos, em relação aos ímpios; “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1 Separação dos conselhos, caminhos e ajuntamentos, ímpios. Isso engloba também os ambientes destes.

Em se tratando de hipócritas, dos que se dizem de Cristo sem o ser, somos ensinados e sequer nos assentarmos à mesa. “... aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador, com o tal, nem ainda comais.” I Cor 5;11 Diz mais, quanto a más influências; “Por isso, saí do meio deles e apartai-vos, diz O Senhor; não toquei nada imundo, e vos receberei.” II Cor 6;17

Que Deus não faz acepção e O Salvador busca a todos isso é pacífico. Agora “interpretar” a ideia de que todos os perdidos, por sujos que estejam estão “aptos” a ser salvos, e estão; equacionando-a a uma conclusão que, após a conversão, não precisam abandonar seus ambientes pretéritos, seria como se, invés do Senhor nos tirar da lama para a Rocha, apenas decidisse se enlamear conosco.

O primeiro passo rumo à conversão é radical: “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!”
O simples mencionarmos O Nome Santo já demanda que andemos conforme; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Mencionou o Pastor, ainda, o jantar na casa de Zaqueu como prova que Cristo frequentava ambientes ruins. Esqueceu, porém, de lembrar que a simples presença do Salvador na casa do tributário, deu azo à conversão dele; arrependimento e compromisso de restituir quadruplicado o que defraudara; só depois disto, foi reconhecido como “Filho de Abraão”, embora, de sangue já fosse.

O Evangelho genuíno é um desafio radical a pecadores, para que mudem de vida; “Arrependei-vos!”

Esse simulacro barato, amorfo e insípido, que acarinha pecadores e os entretém invés de denunciá-los, é uma fraude perversa, assassina.

Imaginemos alguém, com um câncer letal, que ainda pode ser sanado mediante cirurgia urgente; sabedor, busca por um médico que acredita competente; esse, invés de operar urgentemente conforme necessário, prefere contar piadas e entreter ao paciente, para não ser invasivo. Pode parecer uma figura pesada, mas retrata precisamente a situação.

Se alguém, desconfortável com seus pecados, procura por um Pastor, certamente foi O Espírito Santo que, de alguma forma o convenceu a isso; esse deveria completar o bendito trabalho começado pelo Espírito; não jogar água fria apagando seu fogo.

Para salvar, O Senhor visita qualquer ambiente. Todavia, muda aos que estão no lodo, firmando-os sobre a Rocha. 

Embora, lama e rocha sejam figuras, como vimos, apontam para a higiene espiritual necessária, dos que se rendem a Cristo. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A rede dos maus


“O ímpio deseja a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz seu fruto.” Prov 12;12

Duas maneiras de acumular bens: O extrativismo, que apanha o que não gerou, mediante aparatos como redes, armadilhas e similares, e o plantio, que, ao desenvolvimento sadio de uma seara, colhe frutos. O primeiro atina a resultados imediatos, enquanto, o cultivo carece esperar a ceifa, no devido tempo.

Ambos os métodos são neutros, a princípio, lícitos; podendo ser usados por qualquer pessoa. Entretanto, quando a “rede” em apreço traz a informação que obra a serviço dos maus, o conceito de licitude sofre abalos. A coisa certa com motivações erradas deixa de ser certa. Pois, o uso de modos lícitos para fins danosos, perverte tudo.

Quem usa de engano nas questões espirituais, por exemplo, forjando artifícios fraudulentos, mensagens mentirosas, atinando auferir bens dos incautos que lhes dão ouvidos, e desejam sôfregos seus “pães bolorentos”, é o tipo mais pérfido de mau. Pois, usa redes e laços danosos, como atalhos em demanda de bens pelos quais se recusa trabalhar, dos quais não é digno; em contrapartida da credulidade que recebe, oferece drogas psíquicas, não mais, rotuladas de remédios espirituais.

Nos dias de Jeremias muita perfídia assim, aconteceu. Ele denunciou sacerdotes e profetas desse tipo: “Porque ímpios se acham entre o Meu povo, andam espiando como quem arma laços; põem armadilhas com as quais prendem os homens. Como uma gaiola cheia de pássaros, assim, suas casas cheias de engano, por isso, se engrandeceram, enriqueceram; engordam-se, estão nédios, ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa do órfão, todavia, prosperam; nem julgam o direito dos necessitados. Porventura, não os castigaria por causa destas coisas? Diz O Senhor; não Me vingaria de uma nação como essa?” Jr 5;26 a 29

Tende nossa natureza a apostar suas fichas nas coisas com as quais se identifica. Contemplando aos que lhe parecem heróis, os infantes vão formatando nas almas, o que anelam ser quando crescerem.

Desgraçadamente, o exemplo deletério dos mercenários, como o visto acima, invés de sofrer as mais sisudas diatribes, as denúncias incisivas e tonitruantes que merece, acaba sendo, como a água parada, que é uma fonte de Aedis Egipty, um criadouro de patifezinhos do mesmo calibre, que, desde tenra idade já se mostram versados nas patifarias adultas que aprenderam. “O ímpio deseja a rede dos maus...”

A inversão de lauréis, que coloca no alto aos maus, invés de honrar aos que têm mérito, tende a “embelezar” à impiedade, aos olhos dos que acreditam que o pódio imediato seja a meta, não a virtude. “Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7

O justo também vê atrativos na honra; porém, sabe que essa tem seu devido tempo; como uma colheita que requer cuidado e dias de perseverança; “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e a serôdia; sede vós também, pacientes, fortalecei vossos corações; porque a vinda do Senhor está próxima.” Tg 5;7 e 8

Ensinando aos “agricultores” que O sucederiam, O Salvador advertiu de que entre a boa semente, o inimigo semearia joio; deveriam ser cuidadosos, pois. Quanto à semente que deve ser plantada, nenhuma dúvida: “O que semeia, semeia à Palavra”, Mc 4;14.

Atualmente, por ineptos e desonestos os semeadores, sonolentos e danosamente seletivos os ouvintes, para formatar um vistoso ajuntamento, supostamente em torno da Obra de Deus, basta que um patife desses saia adivinhando CPFs, nomes, revelando incidentes, profetizando grandezas, facilidades, e presto terá um rentável e suicida amontoado de cabritos, ao seu redor.

Paulo aconselhou: “Que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina; porque virá o tempo, em que não suportarão à Sã Doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;2 a 4

Muitos gostam do Salmo 91 que seria uma “oração forte” de proteção. Na verdade, é um ensino de como ser livres dessas armadilhas dos farsantes que caçam nossas almas; diz: “Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.” V 3

Deus fará isso para com os que “habitam no esconderijo do Altíssimo”; não, com os que deixam a Bíblia aberta, no referido texto.

Habitar é ter por hábito; além de evitar más companhias e práticas, ter por hábito se deixar moldar segundo A Palavra de Deus; esse prudente agricultor, “Tem seu prazer na Lei do Senhor; e na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;2

sábado, 22 de março de 2025

O caminho reto


“Atenta para a Obra de Deus; porque quem poderá endireitar ao que Ele fez torto?” Ecl 7;13

O curso dos rios, as montanhas, frondosas árvores, o ondulante bailado das aves de arribação, o curso dos ventos contornando a obstáculos, o arco celeste multicor... enfim, há tantas “torturas” que desfilam retinhas, no prisma da beleza e funcionalidade.

Quem poderá endireitar ao que Deus fez torto? É uma pergunta retórica, cuja resposta negativa, se impõe.

Todavia, nem todas as coisas seguiram estritamente como criadas. O homem, feito à Imagem e Semelhança do Eterno, foi capacitado à retidão; porém, por ter sido criado livre, a lisura desejada Pelo Eterno não poderia ser compulsória; antes, deveria ser um derivado da vontade submissa.

Por isso, tendo feito um jardim de delícias, farto em todas as coisas desejáveis, O Eterno colocou nele também a possiblidade da desobediência, para que a preservação do filho na retidão fosse uma escolha dele, não, uma necessidade automática. Há diferença entre um ser livre, e um autômato.

O mau uso da liberdade, encorajado por um “profeta” que apareceu no jardim, estragou todo o projeto original, desfazendo a retidão, na qual, e para a qual, homem fora gerado.

Como ensina A Palavra, somos servos de quem obedecemos, Rom 6;16. Assim, aquele que fora servo de Deus, tornou-se pela sua ímpia e rebelde escolha, um peão da oposição; um simulacro do projeto original, impotente para escolher à virtude, plenamente inclinado aos vícios. “Imagem e semelhança” de quem o enganou.

Portanto, todos os humanos que, reféns das más inclinações, incapazes de alinhar suas vidas ao Divino querer se escudam num conveniente, “Deus me fez assim”, querendo parecer que suas escolhas não são livres, mas necessárias, que O Eterno seria o culpado, mentem para si mesmos e fingem acreditar.

“Deus me ama como sou” acrescentam. O Amor do Eterno não faz acepção de pessoas, é certo. Mas estabelece limites aos amados, fora dos quais, eles estarão por seus meios. Mais ou menos como a saga do filho pródigo. Na obediência, sob a bênção e proteção do pai; na vida ímpia à sua maneira, ainda amado, mas por sua conta; voltando arrependido, readmitido, perdoado.

Carecemos entender que, o homem depois da queda, não é mais aquele que O Criador fez. “... Deus fez o homem reto; mas eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

Ao cair da diretriz espiritual pela obediência, para a escravidão carnal segundo as más inclinações do ego “independente”, o homem migrou para mui distante do projeto original. A obediência a Deus em comunhão, que era algo natural e fácil, tornou-se um desafio impossível, dadas as ganas da “madrasta” que usurpou o lugar do espírito; a carne. “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, o “negue a si mesmo”, é o contraponto, o caminho de volta daquele que negou a Deus, pela desobediência. Desse modo, um Evangelho sem cruz, embora pareça mais fácil, palatável, é um assassino.

Pois, independente dos vícios da nossa predileção, todos nascemos assim; reféns da carne. Daí, a sentença: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se a colocação da árvore proibida, a possibilidade da desobediência deixada pelo Criador foi por respeito à vontade do homem, que deve ser livre, o canhoto não tem esses escrúpulos. Escraviza mesmo, e dane-se o humano querer! Paulo pontua nuances da escravidão no pecado; O cumprimento da Lei só seria possível ao homem espiritual, sem a queda; depois, não mais; “Porque bem sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.” Rom 7;14

Assim, mesmo o espírito querendo coisas segundo Deus, fraqueja à escravidão do feitor. Sua queda (morte) significou impotência, não, inexistência; “De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

Por isso, a primeira dádiva que recebemos ao sermos regenerados pelo novo nascimento, é a capacitação espiritual, para agir conforme o espírito deseja, malgrado, as inclinações doentias e pecaminosas da carne; “A todo quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Enfim, fomos feitos retos, mas entortamos; podemos ser regenerados em Cristo, via novo nascimento; seguir em retidão, capacitados pelo Espírito Santo.

A queda baniu; a regeneração insta O Eterno a buscar para si aos que ama. “Meus Olhos procurarão aos fiéis da terra para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

sexta-feira, 21 de março de 2025

A conversão do Hugo Motta


“Nos últimos 40 anos, não se vive mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais!” Hugo Motta, presidente da Câmara dos deputados, num jantar oferecido pelo Alexandre de Morais, em homenagem a Rodrigo Pacheco.

“Coincidentemente” o jantar aconteceu imediatamente após o auto exílio do Deputado Federal, Eduardo Bolsonaro, junto aos Estados Unidos, temendo as ameaças da “democracia” vigente, que tentava prender seu passaporte e quiçá, ao próprio deputado.

Pouco importa que a Jovem Pan, a revista Oeste a Crusoé tenham sido censuradas; que jornalistas como Allan dos Santos, Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Eduardo Eustáquio, tenham sofrido perseguições, os três primeiros estão exilados; que Daniel Silveira e tantos outros foram presos por “crimes de opinião”, que o inquérito das fake News tenha lançado no lixo às garantias constitucionais; tenhamos atualmente, mais presos políticos, que durante toda a história do regime militar; se, o tio Hugo, avalizado pelo tio Xande dizem que essas coisas não existem, deve ser assim.

Quem garante que sabemos interpretar corretamente os fatos? Estamos como certo eunuco etíope, quanto às Escrituras, quando Filipe perguntou se ele entendia o que lia; ele respondeu: “Como entenderei, se ninguém me ensinar?” Atos 8;31

Pois, parece que o próprio Hugo careceu ser ensinado; dias antes dissera, sobre a anistia aos presos políticos do 8 de Janeiro: "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso"

Vendo que o Huguinho carecia ser ensinado, provavelmente o tio Xande criou o jantar como pretexto; levou junto ao deputado dezenas de autoridades, políticas e judiciárias, que serviriam como plateia para que ele exercitasse o que recém aprendera.

Vivemos plena democracia, plena liberdade, totais garantias. Qual argumento o Xandão teria usado para convencer o Huguinho a mudar diametralmente sua fala? Estranhamente vazou uma denúncia onde certo amigo de um prefeito acusava ao Huguinho de cobrar dez por cento de uma emenda que encaminhara, a certa prefeitura.

Provavelmente o Faraó de Banânia mostrou isso ao impoluto “Pralamentar” e ordenou que ele revisse seus conceitos, “enxergando” nosso regime pelos olhos do “Tutankamon” na chantagem. Aí o Huguinho decidiu “livremente” regurgitar a substância aquela, que vimos.

Doravante, os fatos não são o que vemos, ou sofremos pela castração total dos direitos de quem não se alinha com o sistema; esperemos recolhidos às nossas insignificâncias, até que aqueles que têm o monopólio deles, nos digam, corretamente, o que eles são.

Certo é que, os da corte aquela que riram da possibilidade do Tio Sam lhes prejudicar, “perdeu Mané” estão se borrando, à medida que isso se aproxima célere. O PGR negou a apreensão do Passaporte do Eduardo, o Xandão arquivou o pedido; de quebra o Huguinho garantiu que está tudo bem aqui em casa, viu tio Trump?

Embora o tio Lulu aquele célebre avicultor das galinhas que botam três ovos por dia, tenha avisado ao Donald para que falasse manso com ele, e com seus filhos, as autoridades dos States sabem o que vocês fizeram na eleição passada, e colocarão tudo sobre a mesa.

O Canabrava garantiu que não tem medo de cara feia; é vero, nenhum deles, dos canhotos tem. Como vampiros que fogem ao primeiro raio de sol, esses se cagam de medo da verdade.

Como acreditam que narrativas reiteradas bastam, como dizia um antepassado célebre dos tais, chamado Goebbels, insistem nisso, achando que falácias podem se sobrepor aos fatos.

Aqui no sul do mundo, se dizia de modo jocoso, quando alguém bebia demais e vomitava, que o tal estava “chamando o Hugo”, pelo som gutural em forma de uuuuhh que fazia.

Pois, tanto pela iniciativa, quanto pelo teor do gargalho expelido, é inevitável a conclusão que Sua Xandidade chamou o Hugo, e mandou que fizesse aquilo sobre todos nós. Aaahh! Que nojo!

Democracia no Brasil é uma palavra oca! Um patife se apoderou do sistema, e faz e acontece ao arrepio das leis, amparado por uma quadrilha de semelhantes, espaçoso na alcova de uma imprensa prostituta, que abaixa suas penas por dinheiro, e acobertado pela leniência de um Congresso covarde, quiçá, intimidados por “argumentos” similares aos que fizeram o Huguinho se converter.

Mas, Deus não dorme, e dispõe dos Seus meios; “portanto, tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido, no gabinete, sobre os telhados será apregoado.” Luc 12;3