domingo, 23 de março de 2025

A rede dos maus


“O ímpio deseja a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz seu fruto.” Prov 12;12

Duas maneiras de acumular bens: O extrativismo, que apanha o que não gerou, mediante aparatos como redes, armadilhas e similares, e o plantio, que, ao desenvolvimento sadio de uma seara, colhe frutos. O primeiro atina a resultados imediatos, enquanto, o cultivo carece esperar a ceifa, no devido tempo.

Ambos os métodos são neutros, a princípio, lícitos; podendo ser usados por qualquer pessoa. Entretanto, quando a “rede” em apreço traz a informação que obra a serviço dos maus, o conceito de licitude sofre abalos. A coisa certa com motivações erradas deixa de ser certa. Pois, o uso de modos lícitos para fins danosos, perverte tudo.

Quem usa de engano nas questões espirituais, por exemplo, forjando artifícios fraudulentos, mensagens mentirosas, atinando auferir bens dos incautos que lhes dão ouvidos, e desejam sôfregos seus “pães bolorentos”, é o tipo mais pérfido de mau. Pois, usa redes e laços danosos, como atalhos em demanda de bens pelos quais se recusa trabalhar, dos quais não é digno; em contrapartida da credulidade que recebe, oferece drogas psíquicas, não mais, rotuladas de remédios espirituais.

Nos dias de Jeremias muita perfídia assim, aconteceu. Ele denunciou sacerdotes e profetas desse tipo: “Porque ímpios se acham entre o Meu povo, andam espiando como quem arma laços; põem armadilhas com as quais prendem os homens. Como uma gaiola cheia de pássaros, assim, suas casas cheias de engano, por isso, se engrandeceram, enriqueceram; engordam-se, estão nédios, ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa do órfão, todavia, prosperam; nem julgam o direito dos necessitados. Porventura, não os castigaria por causa destas coisas? Diz O Senhor; não Me vingaria de uma nação como essa?” Jr 5;26 a 29

Tende nossa natureza a apostar suas fichas nas coisas com as quais se identifica. Contemplando aos que lhe parecem heróis, os infantes vão formatando nas almas, o que anelam ser quando crescerem.

Desgraçadamente, o exemplo deletério dos mercenários, como o visto acima, invés de sofrer as mais sisudas diatribes, as denúncias incisivas e tonitruantes que merece, acaba sendo, como a água parada, que é uma fonte de Aedis Egipty, um criadouro de patifezinhos do mesmo calibre, que, desde tenra idade já se mostram versados nas patifarias adultas que aprenderam. “O ímpio deseja a rede dos maus...”

A inversão de lauréis, que coloca no alto aos maus, invés de honrar aos que têm mérito, tende a “embelezar” à impiedade, aos olhos dos que acreditam que o pódio imediato seja a meta, não a virtude. “Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7

O justo também vê atrativos na honra; porém, sabe que essa tem seu devido tempo; como uma colheita que requer cuidado e dias de perseverança; “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e a serôdia; sede vós também, pacientes, fortalecei vossos corações; porque a vinda do Senhor está próxima.” Tg 5;7 e 8

Ensinando aos “agricultores” que O sucederiam, O Salvador advertiu de que entre a boa semente, o inimigo semearia joio; deveriam ser cuidadosos, pois. Quanto à semente que deve ser plantada, nenhuma dúvida: “O que semeia, semeia à Palavra”, Mc 4;14.

Atualmente, por ineptos e desonestos os semeadores, sonolentos e danosamente seletivos os ouvintes, para formatar um vistoso ajuntamento, supostamente em torno da Obra de Deus, basta que um patife desses saia adivinhando CPFs, nomes, revelando incidentes, profetizando grandezas, facilidades, e presto terá um rentável e suicida amontoado de cabritos, ao seu redor.

Paulo aconselhou: “Que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina; porque virá o tempo, em que não suportarão à Sã Doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;2 a 4

Muitos gostam do Salmo 91 que seria uma “oração forte” de proteção. Na verdade, é um ensino de como ser livres dessas armadilhas dos farsantes que caçam nossas almas; diz: “Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.” V 3

Deus fará isso para com os que “habitam no esconderijo do Altíssimo”; não, com os que deixam a Bíblia aberta, no referido texto.

Habitar é ter por hábito; além de evitar más companhias e práticas, ter por hábito se deixar moldar segundo A Palavra de Deus; esse prudente agricultor, “Tem seu prazer na Lei do Senhor; e na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;2

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