sexta-feira, 21 de março de 2025

As sete quedas


Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24;16

Quando A Palavra diz, justo, algo precisa ser entendido. Estritamente, sequer existe um justo que jamais peque: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10
Todavia, os que se arrependem, confessam a Cristo como Salvador e Senhor, passam a pertencer a Ele; Sua justiça é imputada aos tais, eles são justificados, reputados “justos”.

“Àquele que não pratica, mas crê Naquele que justifica ao ímpio, sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom 4;5 O aperfeiçoamento que deve suceder a conversão, a santificação, é processo lento, onde muitas quedas ocorrem. Maus hábitos da vida pretérita ainda incomodam ao renascido, que precisa lutar contra, em Cristo, capacitado pelo Espírito Santo.

Isso deixa ver, a qual tipo de “justo” nos referimos nessa abordagem. Ele está em oposição ao ímpio, na antítese do provérbio; assim, o pio, o que crê, é nosso justo, a despeito das suas quedas; o ímpio, o que age de modo diverso dele.

“Sete vezes cairá o justo...” uma figura que não deve ser entendida literalmente. Assim como, o conselho de perdoarmos nossos ofensores até “setenta vezes sete” não é um número exato; antes, o ensino de perdoar sempre que houver arrependimento, tal qual, Deus perdoa.

Então todas as vezes que o justo cair, se lhe facultará a oportunidade de que ele venha a se levantar. Por quê? Porque tendo provado da liberdade em Cristo, da paz que existe na Divina comunhão, esse não se sentirá mais, confortável em lugares espiritualmente inóspitos. Como o pródigo entre os porcos passando necessidade, certamente também lembrará da casa paterna, das delícias que existem lá.

Enquanto, aquele que está habituado à imundícia não se ressente da falta de limpeza, o que viveu na higiene espiritual, não gosta mais da lama. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” Sal 40;2 Para vermos quão horrível o “lago” é, carecemos olhá-lo de fora.

Notemos que os ímpios não tropeçam num obstáculo estrito; antes, seu tropeço se dá nos “valores” que pautam suas escolhas na vida; eles “tropeçam no mal”. O justo preserva ainda sua natureza antiga, que deve ser suplantada pelo novo homem, o renascido, o que, nem sempre consegue.

Os ímpios, mais por curiosos que por sede de vida, até ousam excursionar nas terras do Rei dos Reis, onde vige a santidade; mas, depois a ímpia inclinação se lhes revela mais pujante, e voltam ao lugar ao qual se acostumaram. “... melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que conhecendo-o se desviarem do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

O que há de mais danoso no tropeço dos ímpios, é que, sequer percebem que suas escolhas são más e que os estão levando a perder; não ao ponto de regirem numa outra direção. Tratam-nas como uma rota natural, como se, viver na prática da maldade lhes fosse um direito, um modo de vida tão válido, quanto outro qualquer. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em quê, tropeçam.” Prov 4;19

O que se sente num momento desconfortável por ter caído, ainda está num lugar bom; esse sentimento testifica que O Espírito Santo ainda peleja com ele, pra que retorne à casa paterna, se esforce por levantar.

Se a consciência cauterizar, de modo a não ouvirmos mais sua voz, malgrado, estando no erro, aí sim, teremos motivos para estar alarmados.

Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tipificando os dois momentos da sua fala: Quando nos adverte antes de errarmos, se a ouvirmos, nos freia; depois, ela nos pune deixando nosso erro patente até que nos arrependamos. Se chegarmos ao ponto de não a ouvirmos mais, possivelmente tenhamos tropeçado no mal, rumo a uma queda definitiva.

Desses A Palavra diz: “É impossível que, os que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, e si fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento...” Heb 6;4 a 6

Assim, ao caído que está desconfortável nessa situação, há um Divino chamado que o quer colocar em pé novamente. Não importa o que tenha feito; caso submeta-se ao que Cristo fez por ele; “... ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve...” Is 1;18

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