“Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe, não caia.” I Cor 10;12
Advertência para que, o cristão que acredita estar andando corretamente, continue vigilante, para se manter assim.
Não basta que nós avaliemos que nosso andar é bom. Quem perde o temor, em geral perde também a noção. É preciso que nosso testemunho ao apreço de outros, em nada escandalize. “Convém também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia e afronta e laço do Diabo.” I Tim 3;7 “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7
Porém, temos o outro lado da moeda, que convém apreciar. Aquele que sabe que está caído, deite-se. Como assim? É possível estar caído, espiritualmente, divorciado da comunhão com O Senhor, e criar um “holograma” espiritual, encenando uma pose vertical nos púlpitos, levando uma vida réptil, fora deles.
Que todos somos pecadores, inclinados a pecar, propensos a cair, isso é lugar comum. Mesmo alguém famoso com ministério relevante, carece se cuidar para se manter firme. Porém, se acontecer, lide com a queda, invés de tentar camuflar.
A medicina divide enfermidades em duas categorias: As crônicas e as agudas. Quando acontece determinado mal, pontual, que o paciente não tem histórico, dizem que foi uma crise aguda; agora, as encrencas que, de tempo em tempo aparecem no organismo, classificam como, males crônicos. Pois, na “medicina” espiritual também há alguma semelhança, posto que, os males são os pecados.
Não me refiro aos pecados comuns, que todos cometemos a cada dia; pequenas maledicências, parcialidades, imprudências; essas são dores de barriga que, com alguns chás caseiros, ervas do quintal, se resolve; ao “lavarmos os pés” para dormir, somos perdoados; digo, quando oramos, confessando. Aludo aos pecados de maior peso, desses que comprometem o ministério de alguém, e colocam em xeque, a própria salvação.
O risco de incorrer neles e “esconder”, é que essa “solução” se faça uma prisão; o mal que assomou agudo, venha a se tornar crônico.
No auge da queda, o mal estar pela “novidade” costuma ser maior, o que torna o momento propício para lidarmos de frente com a questão. Porém, se o vexame for “assimilado” o coração endurecido, depois, pouco a pouco a arte de esconder sob o tapete vai moldando a vida; o antes, expoente da verdade se tornará um ator; isso tem tudo para acabar mal. O temor do Senhor a palpitar vívido numa consciência vivificada pelo Espírito Santo, é uma luz no painel clamando por reparo, antes que tudo venha a se perder.
Cada mensagem sobre obediência, santificação, pecado, que sujeito ouve, até pelos próprios lábios, é uma exortação Divina ao arrependimento; “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído, sem que haja remédio.” Prov 29;1
Não olhamos o pecado como quem aprecia um aquário estando de fora. Nadamos nas mesmas águas que todos; a vigilância quanto a este risco, deve fazer parte diuturna da nossa caminhada; “Aquele que pensa estra em pé, olhe, não caia.”
Outro dia assomou a situação de um “pastor” que estava numa relação extraconjugal havia dezoito anos. Seu mal não tratado no início se tornara crônico; pelo visto, nem lhe soava mal, mais; se fizera seu novo “normal.”
O risco de lermos o Silêncio de Deus como aquiescência Divina é mui perigoso. Na Palavra Ele menciona gente que sequer deveria citar às Escrituras, pelo indigno modo de agir, mas seguia, escudado no silêncio celeste; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção e lanças Minhas Palavras para detrás de ti; quando vês o ladrão, consentes com ele, tens tua parte com adúlteros; soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano, assentas-te a falar mal contra o teu irmão; falas mal contra o filho de tua mão; estas coisas tens feito e Eu Me calei; pensavas que Eu era assim como tu, mas Eu te arguirei, as porei por ordem, diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21
E quando assumirmos nossas culpas, nada de confissões genéricas indulgentes, evasivas, tipo pequei, sou pecador; Isaías disse: “Sou homem de lábios impuros...” Jeremias: “Nós transgredimos e fomos rebeldes...” Lam 3;42 etc.
Salomão orou na consagração do templo, rogando por perdão, com uma condição: Deviam orar, “... conhecendo, cada um a chaga do seu coração...” I Rs 8;38
Conhecendo e reconhecendo, acrescento. Do ponto-de-vista intelectual as coisas são mui simples; os caídos sabem do remédio. O problema é quando capitulamos a uma vontade rebelde. “O que encobre suas transgressões, nunca prosperará; mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13
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