domingo, 9 de março de 2025

Tornozeleiras espirituais


“Porventura furtareis, matareis, adulterareis, jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal, andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu Nome e direis: fomos libertados para fazermos todas essas abominações?” Jr 7;9 e 10

O Eterno é flexível; preserva nossa liberdade de escolha, quanto a servi-lo ou não; mas é cioso, zeloso, quanto à verdade, e aos termos do serviço. Detesta fusão, mistura. O “negue a si mesmo” requerido de cada um, tolhe que esse traga suas predileções; e o restringe ao aprendizado exclusivo da Palavra de Deus, ao qual se propõe a servir. “... transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, vontade de Deus.” Rom 12;2

Quando alguns fraquejaram na fidelidade ao Santo, Ele “tirou a corda”; “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz O Senhor Deus: Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois, a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome, com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39 Ninguém deve ficar aqui, como que, à força; mas se o fizer, faça nos Meus termos.

Sempre campeou o vício de fundir mera religiosidade, com a impiedade. Não poucos há, infelizmente, que tropeçam nisso. Fazem as mesmas coisas de antes do momento em que se “converteram”, só que agora, as fazem “em Cristo.”

Ora, se tais pessoas cometem ainda os mesmos erros, é porque continuam sendo as mesmas. Malgrado os rótulos que possam ter adotado, ainda não houve mudança no “produto”. “Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, perto está da maldição, seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8 Assim, quem reiteradamente ouve da Palavra de Deus, e não se deixa moldar por ela, é como terra ruim, que regada pela chuva, nada de proveitoso produz.

Que raio de liberdade é essa, que, solta apenas a língua para proferir falsidades, enquanto os membros acostumados aos vícios seguem presos? “Se, pois, O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36

Se entendessem o quê é, a libertação que Cristo faculta, não associariam a nenhum tipo de prisão, como as do vasto rol apresentado por Jeremias, que vimos no início. Não existe uma tornozeleira eletrônica, espiritual, onde os presos pelo pecado podem ostentar certa liberdade seguindo ainda, retidos.

Quanto à implicação judicial da nossa confissão, está dito: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Antes Dele podíamos tudo; pois, mortos, não tínhamos nada a perder; “Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

No prisma da autenticidade, a conversão mostra extrema ruptura com os dias da impiedade; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A liberdade é demonstrada por nova forma de ser, de agir, não por um rótulo, ou uma profissão religiosa. Quando O Salvador chamou aos Seus de, sal da terra, e luz do mundo, explicou como essa luz deve fulgir: “Assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;16

Na exposição do Salmo 40, aquele que foi tirado da lama e firmado sobre uma rocha, estava certo que sua transformação seria algo visível, eloquente; “... muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Por outro lado, os “libertos” de língua, que seguem com as práticas pecaminosas de sempre, foram figurados como sal degenerado, sem valor; não mais que matéria-prima para pautas de humoristas. “Bom é o sal, mas se ele degenerar, com que se há de salgar? Não presta para a terra nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Luc 14; 34 e 35

A liberdade em Cristo é condicional sim; os libertos por Ele devem permanecer na obediência, para seguir sendo livres. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça.” Rom 6;16

Invés de fazer ímpias coisas às quais a carne estava acostumada na prisão do pecado, a liberdade em Cristo ilumina quanto ao que não fazer, e capacita a isso. “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

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