quinta-feira, 23 de maio de 2024

Cristo não aboliu a obediência



“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Embora, para alguns, a Graça soe como mera leniência, uma facilitação, na verdade, ela chama para novo começo, Nova Aliança, com exigências, demandas, numa seriedade solene e santa.

Quando a Palavra fala que Cristo aboliu o Antigo Testamento, o fez em relação aos sacrifícios de animais, mostrando a inutilidade daqueles, meros tipos proféticos Dele. “Mas, vindo Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

Quanto às exigências no trato com Deus e com o semelhante, nada foi abolido; antes, as exigências foram ampliadas. Basta ver, Mat 5;22, 28 e 39 por exemplo.

O Salvador garantiu: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da Lei, sem que tudo seja cumprido.” Mat 5;18

Paulo assegurou: “... a lei é santa, o mandamento santo, justo e bom.” Rom 7;12
Não foi a Lei que morreu para nós, antes, nós que morremos para ela, que continua em vigor, sobre os que não estão em Cristo. “... vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo...”

A morte Dele, em nosso favor, é tida como sendo também nossa. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Como a Lei não foi dada para disciplinar mortos, e em Cristo estamos mortos para nosso passado de erros, estamos livres dela. Fomos chamados à vida como novas criaturas, agora, filhos de Deus. Paulo resume a ideia num verso: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;3

Como a função da Lei não era salvar, mas manifestar os pecados e conduzir ao Salvador, os que se agarram a ela, ainda, como tábua de salvação, não a entenderam, nem a Cristo.

Paulo pinta isso com tintas bem fortes; “Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las. É evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” Gl 3;10 e 11

O que diferencia a Graça da Lei, além da abolição dos sacrifícios de animais, e dos seus rituais contíguos, é que agora, em Cristo, a salvação é possível. Paulo comparou esse desprendimento da Lei, mediante a “morte” em Cristo com uma viuvez, que permite novo matrimônio sem culpa.

“Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;2 a 4

Nossa vida “escondida” com Cristo demanda que andemos conforme. João foi categórico: “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6

Os que se apressam à Graça, como se essa significasse licença para pecar, que respondam: “... Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? ... Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” Rom 6;1 e 2

Portanto, erram bisonhamente os que, em defesa da “canonização” de perversões, desprezam o “legalismo e a religiosidade tóxica”, dos que exortam a uma vida de obediência, santificação.

O desprezo à Lei de Cristo é muito mais grave que à de Moisés. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Deus É Amor? Sim. É Seu Bendito Amor que prorroga o tempo e encoraja servos Seus a seguirem chamando os errados ao arrependimento. Breve o tempo da Graça findará; será a vez do amor pela verdade e justiça entrar em cena.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

O culto hipócrita



“Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, juízo como águas, justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Numa escolha entre culto e frutos, O Eterno não fica indeciso.

Não apenas os cânticos; também os sacrifícios se mostraram vis, distantes do que O Santo desejava. “Odeio, desprezo vossas festas; vossas assembleias solenes não Me exalam bom cheiro. Ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.” Vs 21 e 22

Não havia mal com holocaustos, quando, derivados de uma adoração sincera, ou, arrependimento. O problema acontecia quando o culto era aquilatado como uma espécie de compensação para o pecado, uma moeda de troca, onde ímpios “agradavam” a Deus, enquanto, viviam às suas ímpias maneiras.

Invés de uma correção de erros, grassava uma progressão de erros. “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de Mim; se cobrem, com uma cobertura, mas não do Meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado;” Is 30;1

O ser humano, o político, sobretudo, amolece ao som das lisonjas, se sente prestigiado, ao toque de adulações. Todavia, O Todo Poderoso, além de Justo, É Santo. Antes de se impressionar com o teatro das “espertezas”, requer sinceridade, contrição, arrependimento, verdade, honestidade.

Os “louvores” da boca pra fora já tinham sido apreciados por Isaías; apreciação reiterada pelo Salvador: “Este povo se aproxima de Mim com sua boca; me honra com os seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Os que traem a si mesmos, empolgados com a própria hipocrisia e religiosidade, sem intimidade com O Senhor, também foram alvos do apreço de Jesus Cristo: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus. Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;21 a 23

Nosso culto não é o nosso relacionamento com O senhor; embora, possa ser derivado dele. Como reagimos às tentações do dia a dia, é a forma mais eloquente de louvor, que Lhe podemos dar; se, resistirmos resolutos ao tentador, para não entristecermos ao Espírito de Deus, O estaremos honrando.

Os frutos que O Eterno espera de nós, não medram nos púlpitos; antes, perante as pessoas; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

A adoração hipócrita sempre foi rejeitada. Por Isaías, O Santo perguntou por que eles iam ao templo e sacrificavam; “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem Me agrado de sangue de bezerros, de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar nos Meus átrios?” Is 1;11 e 12

Por Amós, como vimos, mandou pararem de cantar; por Malaquias, avançou inda mais; desejou que fechassem as portas do templo e apagassem o fogo do altar; “Quem há também entre vós que feche as portas por nada, não acenda debalde o fogo do Meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz O Senhor dos Exércitos, nem aceitarei ofertas da vossa mão.” Ma 1;10

Os sacrifícios eram uma triste necessidade; todavia, os hipócritas tratavam como se esses dessem prazer ao Senhor. Por Miquéias, disse o que esperava, mais que, louvores e ofertas; “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que O Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a benignidade e andes humildemente com o teu Deus?” Mq 6;8

Davi, no auge da sua tristeza e arrependimento por ter pecado, alcançou uma compreensão melhor do temor que é devido perante O Altíssimo: “... não desejas sacrifícios, senão eu daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Sal 51;16 e 17

“Que darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o Nome do Senhor.” Sal 116;12 e 13

O tesouro


“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Forma que o apóstolo Paulo figurou o homem Espiritual, o filho do “novo nascimento” em Cristo Jesus. Algo imperecível, de alcance eterno, habitando num “templo” frágil, efêmero; nossos corpos mortais.

No prisma natural, inevitável que o peso do tempo seja sentido; o homem espiritual por beber da “Fonte da Eterna Juventude”, do Espírito Santo de Deus é diferente. Então, o contraste entre um e outro; “Por isso não desfalecemos; ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” V 16

Espiritualmente, o curso do tempo bem aproveitado deve aumentar nossa novidade, invés de exibir traços de envelhecimento. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

No prisma natural somos todos, criaturas; os que se convertem a Cristo recebem Nele, adoção de filhos, e são desafiados a priorizar o que tem valor superior.

No exercício; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Nos depósitos visando o futuro; “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem; onde os ladrões minam e roubam;” Mat 6;19

Na demanda de bens; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Por fim, no cuidado pra não perder, também devemos priorizar o mais valioso. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Não é uma lista exaustiva, mas um apanhado suficiente para percebermos o que tem valor maior, e deve receber, portanto, nossa atenção principal.

A frequência aos lugares onde A Palavra da Vida é ensinada, deve robustecer nosso homem interior; para isso é necessário que ele tenha saciado um apetite de recém-nascido; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Alegoria para a Sã Doutrina de Cristo, que lega crescimento aos alimentados por ela.
Diferente do homem natural, que, o mero curso do tempo já faz viçar, o espiritual requer nossa diligência quanto ao que ouvimos, da parte de Deus.

É possível ser infantes com muitos dias, se não levarmos a sério o que aprendemos. “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino.” Heb 5;11 a 13 Meninos velhos, porque não mamaram o “leite racional.”

Então, quando vemos pessoas mencionando porções espirituais, em demanda de bens materiais, usando A Palavra de Deus com fins rasteiros, inevitável concluir que esses, se ocupam de envernizar o barro, em lugar de crescer no tesouro da graça; pervertem o fim das coisas, erram o alvo. Invés de buscar bens de inefável valor, superestimam as vicissitudes dessa vida, que qualquer má aventura pode perder.

Precisamos olhos espirituais, que só o homem interior possui, para ver, riquezas eternas disfarçados de coisas meras, na preciosidade da edificação espiritual. Foi a um ricaço, com muitos recursos terrenos acumulados, que foi feita uma pergunta que deveria nos fazer pensar: “... Louco! esta noite pedirão a tua alma; o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20

Além de tesouros porvir, a edificação traz livramentos contra enganos, ainda nessa vida; devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;13 e 14

Quem não sabe o valor das coisas até pode armar a funda com pedra preciosa; “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;9

domingo, 19 de maio de 2024

Águas sujas


“Assim diz o Senhor: Eis que se levantam as águas do norte, tornar-se-ão torrente transbordante, alagarão a terra e sua plenitude, a cidade, e os que nela habitam; homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão;” Jr 47;2

Esse texto tem sido trazido por “intérpretes”, relacionando-o com a catástrofe que assolou nosso estado, dizendo que “tudo estava escrito” e as coisas “se cumprem” nos mínimos detalhes.

Se alguém crê na Palavra de Deus, também eu, que escrevo sempre que posso, tentando fazê-la mais compreensível, tanto quanto, consigo.

Entretanto, a falsificação, a interpretação errônea, em nada glorifica ao Senhor, tampouco, ajudará a gerar fé em quem ainda não crê.

Muitos parecem tratar, À Palavra da Vida, como as “profecias” de Nostradamus. Um emaranhado de escritos ambíguos, que precisam ser encaixados aos eventos da saga humana, aqui, acolá, onde melhor se amoldarem, sempre depois que “se cumprem.”

O Todo Poderoso não está nesse “nível”, desculpem. “... Eu sou Deus, não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim. Que anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: Meu conselho será firme, farei toda Minha vontade.” Is 46;9 e 10

Deus não adivinha o que irá acontecer; antes, em Seu Poder e Onisciência, anuncia o que irá fazer.

Muitas vezes, “águas” na Palavra de Deus é uma metáfora para multidões, como a própria Palavra ensina: “... As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.” Apoc 17;15

Então, como saber quando “águas” se refere ao mineral, e quando é uma metáfora para multidões? Uma coisinha mágica que todo intérprete deveria usar, chamada contexto, ajuda. No caso de Jeremias 47, o verso seguinte traz: “Ao ruído estrepitoso dos cascos dos seus fortes cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos filhos, por causa da fraqueza das mãos;” v 3

Alusão clara a um exército poderoso, que viria do norte, contra os Filisteus, alvos daquela profecia. Nada a ver com o Rio Grande do Sul, que não era conhecido, nem habitado, então.

Pior; alguém postou maravilhado o “testemunho de um milagre” acontecido numa igreja de Lajeado, que foi inundada; pois, uma caixa d’água que era usada como tanque batismal, flutuou e conservou sua água, limpa. Caramba! Como pode isso acontecer? Milagre!!

Ora, até meu cavalo sabe, que, num ambiente fechado, onde a inundação veio, lateralmente, à corrente do rio, o prédio se manteve inteiro, e foi enchendo aos poucos, algo assim tende a se elevar naturalmente. À medida que o nível da água sobe.

A única coisa fora do normal é um cérebro galináceo desses, sair aquilatando isso como um milagre que glorificaria a Deus. Dá uma vergonha alheia, não tão alheia assim, já que um mentecapto desses se diz, cristão. Ímpios usam isso, foi no canal de um, denunciando nosso fanatismo que tive acesso ao “testemunho”, e tripudiam, fazendo parecer que os cristãos são todos doentes mentais.

Desgraçadamente deixamos de glorificar ao Eterno com um testemunho de vida digno, como Ele deseja, e saímos caçando vultos de nossa estupidez, como se isso mostrasse outra coisa, senão, nossos próprios retratos.

Glorifica ao Eterno um caráter transformado, um modo de agir segundo Cristo, que Ele mesmo, demandou: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Claro que A Palavra de Deus está se cumprindo aos nossos olhos; todos os vaticínios inerentes aos dias maus; como seriam os homens desses dias; ver II Tim 3;1 a 5.

Mas, grassa um analfabetismo bíblico engajado, derivado de uma geração que só quer “revelações” invés de aprender, que se enche de religiosidade, fanatismo, e segue ignorante no que se refere ao Senhor.

Avessos ao estudo sempre têm seus argumentos, contrapondo tal busca, ao “poder” dos que expulsam demônios, como se, santificação e conhecimento fossem coisas excludentes. É possível se ter ambas as coisas no mesmo espaço e ainda sobram muitos lapsos para a ignorância.

O obreiro carece sair caçando fenômenos externos, para provar que A Palavra de Deus “se cumpre”, possivelmente ainda precisa cooperar para que ela se cumpra em sua própria vida: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

Quem presume que o conhecimento espiritual, edificação, seja mero verniz pernóstico, para exibicionismo carnal, precisa urgente refazer seu pensar. 

O desprezo à luz é cúmplice do avanço das trevas; essas sim, trazem uma inundação letal, eterna. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Os espinhos



“Porque assim diz O Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

O Salvador usou figura semelhante, aludindo aos lugares que a semente pode cair. À beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos, ou, boa terra.

Quanto ao significado dos espinhos, ensinou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas, sufocam-na, e fica infrutífera;” Mat 13;22

Se o Próprio Semeador da parábola semeou entre espinhos, por que, mediante Jeremias aconselhou eles a não fazer assim? “Preparai o campo de lavoura, nãos semeeis entre espinhos.”

Porque a pregação do Evangelho é diferente, da postura que devem ter, os que já têm um compromisso com O Senhor. Ela é expansiva, inclusiva; “Ide por todo mundo, pregai O Evangelho a toda criatura...”

Quem prega não pode selecionar ouvintes; sua mensagem deve cair sobre todos. Porém, quem ouve pode escolher como reagir; a reação qualificará cada um, como um daqueles tipos de solo, figurados pelo Senhor.

A mensagem de Jeremias era ao povo do Senhor, da Antiga Aliança. Nesse caso, o concurso dos espinhos seria já um desvio dos preceitos santos, nos quais, foram ensinados desde Moisés.

Cuidados do mundo e sedução das riquezas suprimindo A Palavra do Senhor. Na verdade, é uma figura recorrente na cultura judaica, ter espinhos tipificando coisas más; infidelidade, desonra, usurpação, como foi nos dias dos juízes. Três ou quatro herdeiros legítimos de Gideão não quiseram reinar sobre o povo; um bastardo e mau caráter usurpou o trono e matou todos os seus irmãos, que eram mais dignos que ele.

Jotão, um sobrevivente compôs uma parábola sobre as árvores frutíferas recusarem reinar sobre as outras; “Disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra...” Jz 9;15 O resultado foi juízo, mortandade sobre Abimeleque, o espinheiro, e os que o seguiram. Espinho, no prisma figurativo, sempre lhes significava lapso de caráter, méritos, probidade, dignidade. Bem sabiam, pois, o sentido da alegoria de Jeremias.

De igual modo, nós, os da Nova Aliança em Jesus Cristo, também não devemos ter espinhos onde deveria ser lavoura. Infelizmente os cuidados do mundo e as seduções das riquezas têm feito estragos onde, não lhes deveria haver espaços.

Paulo advertiu: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;8 a 10

O desejo por aplausos, a subserviência à ditadura do “politicamente correto”, nome marqueteiro, com o qual, os ímpios pretendem canonizar suas preferências, também está emporcalhando lugares que deveriam ser santos.

A vaia do mundo é o elogio dos que seguem fiéis ao Eterno; é uma confirmação, inda que oblíqua, que estamos no caminho certo, probos diante de Deus. Todavia, nem todos conseguem ver assim, e perdem-se garimpando ouro de tolos.

O Salvador ensinou: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Uma perguntinha básica que Pedro fez aos do Sinédrio que o queria tolher, deveria ser fita também por nós, aos que nos assediam com o mesmo objetivo: “... Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

A pressão será cada vez mais, à medida que a impiedade recrudesce, o temor se perde nas brumas do mundanismo, a aversão À Palavra de Deus ganha mais corpo.

A tendência, onde a probidade segue sendo vivida, é que o distanciamento aumente, entre os que servem a Deus e os que não. Os perversos do mundo se esmeram em cunhar seus rótulos depreciativos, “fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio”, para usar contra nós, como se, no intento de provar o contrário traíssemos a Deus, reféns dos seus cuidados. Só que não.

Chega um ponto em que cada um amalgamou-se de tal forma às suas escolhas, que a mudança se faz quase impossível.

Nesse caso, que cada um reitere seus valores, confirme suas escolhas; “Quem é injusto, seja injusto ainda; quem é sujo, seja sujo ainda; quem é justo, seja justificado ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho, e Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc 22;11 e 12

sábado, 18 de maio de 2024

A bicholatria


“O que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais;” Sal 135;5
“Não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens... e também muitos animais?” Jn 4;11

Duas situações, onde a sina dos homens e animais estiveram amalgamadas. No primeiro caso, os animais sofreram o mesmo juízo que os egípcios; no segundo, herdaram a mesma misericórdia que os ninivitas.

Isso basta, para patentear a importância desses, e o necessário cuidado que devemos ter com eles.

Se, o homem em si mesmo era alma vivente “... quanto a condição dos filhos dos homens, Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18 O homem não foi criado em si mesmo, mas, em Deus. O Criador soprou nele Seu Espírito, para que não fosse como animais, mas como Deus, nos Seus Atributos comunicáveis; Imagem e Semelhança. Somos chamados “animais racionais.”

O lugar do homem na hierarquia universal está posto: “Pouco menor o fizeste que os anjos; de glória e honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas Mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: Ovelhas e bois, assim como animais do campo, aves dos céus, peixes do mar, e tudo que passa pelas veredas dos mares.” Sal 8;5 a 8

Primeiro Deus, O Criador; depois, anjos, criados por Ele; um pouco abaixo, o homem; por fim, natureza, fauna e flora sob o domínio do homem. Essa é a ordem estabelecida pelo Criador.

Tendo o homem, domínio sobre os animais, podendo deles dispor para o próprio alimento. “... Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda terra; toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. Todo o animal da terra, toda a ave dos céus, todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.” Gn 1;29 e 30

Caso alguém decida pela dieta vegana, refratário a comer carne, preferindo plantas, qual problema? Toda árvore frutífera e erva comestível foram dadas pelo Criador para esse fim. Porém, quem gosta de carne, a situação é a mesma.

Então, quando vejo postagens de “defensores dos animais” que desenham perus, porcos, gado, de faca e garfo nas “mãos” ao redor de uma mesa servida com uma porção humana bem passada, não identifico veganos exercendo seus direitos; antes, gente intelectualmente castrada, espiritualmente alienada, e psicologicamente adoecida, tentando impor suas limitações pífias como regras.

Plantas também são seres vivos. Quem poderia valorar os animais como superiores a elas? A natureza deve ser tratada com equilíbrio, seja a fauna, seja a flora; mas segue o fato que o homem recebeu domínio sobre ela, do Criador.

Contudo, dirá um vegano a me contrapor, que nós derivamos isso da Bíblia, um livro no qual ele não crê; qual meu direito de impor minha fé a ele? Nenhum. Porém, a alternativa seria que, Deus não existe, estaríamos por nossa conta. Nesse caso, qual o direito dos veganos de impor suas escolhas aos demais, que são imensa maioria, aliás?

Em ambas as situações, com Deus o sem, a bicholatria não faz sentido.

Contudo a coisa está tão na moda, que o Presidente Lula disse ter perdido o sono cogitando o quê, o cavalo caramelo “pensava” durante a noite, sobre um telhado. Talvez filosofasse sobre a solidão e a solidariedade.

A Primeira Dama chorou diante das câmeras, quando do resgate, requerendo os méritos para si; embora, tenha sido obra dos bombeiros de São Paulo. Enquanto essa disputa se dava, mais de uma centena de vidas humanas foram perdidas, sem ouvirmos lamentos, consternação das autoridades.

A preferência pelos bichos era mera estratégia de marketing, pleito por uma boa imagem, que, desgraçadamente, nesse mundo torto deriva mais de um socorro animal, que, do humano. Os animais devem ser protegidos, reitero; mas, ainda são animais. Não estão no nível do homem, tampouco, acima, como parece pelo comportamento de tantos.

“Quanto mais conheço os humanos, mais gosto do meu cachorro”, cunhou alguém, depreciando a maldade humana. Quando do Dilúvio, apenas oito entraram na Arca, embora, a bicharada toda entrou.

Isso não mostra que homens valham menos que bichos; antes, que por valer muito mais, foram sabotados em suas almas, descendo da Bendita Imagem do Criador, para a perversa cópia do sabotador. “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

A sabotagem do canhoto “matou” o espírito humano, perverteu a alma, mudou a filiação. “Vós tendes por pai ao diabo...” Jo 8;44

Fugitivos da verdade


“Então disse eu: Ah! Senhor Deus, os profetas lhes dizem: Não vereis espada, não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar.” Jr 14;13

O cenário era de grande desolação; uma seca de proporções tais, que a erva e animais morriam. O Profeta Jeremias clamou ao Senhor: “Por que serias como homem surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas Tu estás no meio de nós, ó Senhor, somos chamados pelo Teu Nome; não nos desampares.” V 9

Entretanto, O Senhor patenteou Sua rejeição àquele povo, ordenando que sequer orasse por eles, pois, seria perda de tempo; era ocasião de juízo; “... Não rogues por este povo para seu bem. Quando jejuarem, não ouvirei seu clamor; quando oferecerem holocaustos e ofertas de alimentos, não me agradarei deles; antes, os consumirei pela espada, fome e peste.” Vs 11 e 12

Restou a Jeremias conferir junto ao Senhor, acerca da mensagem dos “profetas” que apontavam noutra direção. “Então disse eu: Ah! Senhor Deus, os profetas lhes dizem: Não vereis espada, não tereis fome; antes, vos darei paz verdadeira neste lugar.” Jr 14;13

O Eterno explicou o que acontecia: “... Os profetas profetizam falsamente no Meu Nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, adivinhação e vaidade, engano do seu coração é o que eles vos profetizam.” V 14

Estando um povo em juízo, por causa da rebeldia, por que um profeta falaria coisas boas, prometendo paz e bênçãos em pleno tempo da ira? Porque aos falsos profetas não importa manifestar a Vontade de Deus; antes, alimentarem às próprias que, atinam a ser aceitos como benfeitores, mais que, ser verdadeiros diante do Eterno.

Por não ter compromisso com os fatos, o mentiroso pode dar asas à imaginação, ou mesmo, pesquisar o que as vítimas de seu engano desejam ouvir; ainda, o que soaria bem ao establishment religioso, caso haja um. Logo as fontes desses sempre serão horizontais. Um profeta idôneo não pode ser dar a esse “luxo”; “... todas as minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7

Quando a apostasia toma os pontos chave de uma sociedade, no prisma espiritual, os verdadeiros serão tidos por falsos e perseguidos por isso. Pois, reina um acordo tácito de se manter a hipocrisia institucionalizada, qualquer que ousar falar contra se fará um desmancha prazeres, um inconveniente a ser silenciado.

Acaso não foram perseguidos, acusados de difusores de “fake News”, Policarpo, Wicliffe, John Huss, Lutero e tantos outros? Quando a verdade incomoda, nada melhor aos incomodados empoderados, que tachar seus mensageiros de mentirosos, nocivos ao “interesse democrático”; tal qual foi nos dias medievais, ainda é.

A luz não costuma ter livre trânsito no império das trevas. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Desejo por aprovação, não o apreço pela verdade, pauta escolhas nesse nefasto reino.

Quando a mentira está em nós, com raízes tais que preferimos enfrentar quem denuncia, a enfrentar a mesma, já dissemos um sonoro afasta-te! a Deus, para nossa própria derrota. “Ai dos que ao mal chamam, bem, ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Paulo desaconselhou tal temeridade; mesmo em casos que nossa compreensão tarde, vacile, atribuamos probidade a quem É Santo, e culpabilidade a quem é ímpio; “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

O homem prudente sabe que, no labor de investigar pecados, ele sempre será o principal suspeito; deve começar por si mesmo. Quando nossos males nos passam despercebidos, mas temos todos os rótulos para colar nos outros, nosso amor pela verdade já está sob sete palmos de terra.

As consequências desse amor doentio, nos lançarão no colo do Anticristo; “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam amor da verdade para se salvar. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

Quando a verdade desistir de sua peregrinação, tardiamente entenderão, os amantes da falsidade, quanto ela vale; “Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não a acharão.” Am 8;12