quarta-feira, 9 de julho de 2025

Fast food "espiritual"


“... Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que possa ler quem passa correndo”. Hc 2;2

Habacuque havia questionado ao Senhor, sobre violações que lhe pareceram injustas; O Senhor começou a lhe responder nos termos acima.

Um cenário semelhante ao que vivemos, foi denunciado, então; “A destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida”. Cap 1; 3 e 4

Embora falasse do juízo Divino contra Israel, mediante os caldeus, “... para juízo o puseste, Tu, ó Rocha, o fundaste para castigar”. V 12 ela assume desdobramentos futuros similares; nas entrelinhas parece aludir à vinda do Salvador. “Vede entre os gentios e olhai, maravilhai-vos e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que não crereis, quando for contada”. V 5

O que haveria de inacreditável para os judeus virem entre os gentios? Esses sendo regenerados pela fé no Messias que viria primeiro a eles. “Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome”. Jo 1;11 e 12

Embora O Senhor tenha respondido ao profeta acerca da sua inquirição, tencionou que a resposta chegasse a outros; o primeiro outdoor da história foi ordenado. “... Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que possa ler quem passa correndo”.

Logo, fica evidente que a resposta Divina não se dirigia a ele apenas; mas a todos que pudessem ler.

Quantas vezes nos portamos assim, dando ares de urgência às nossas coisas, correndo apressados em demanda delas, desprezando o cuidado com a Palavra de Deus, como se fosse algo para ver de passagem à margem. Como se lêssemos um reles outdoor, enquanto cuidamos apressados do que, deveras, é importante.

Essa leitura relapsa, do que deveria ser prioritário, acaba sendo um testemunho da escala de valores dos nossos corações. Aquilo que valoramos mais, priorizamos; “Porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também vosso coração”. Mat 6;21

A escala aconselhada pelo Senhor prevê outra ordem; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mat 6;33

Na verdade, deveríamos demandar por sabedoria como quem trabalha num garimpo; “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como prata a buscares, como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus”. Prov 2;3 a 5

Contudo, o Excelso Amore a Divina Graça fazem com que sejamos buscados, como se, as preciosidades fôssemos nós; “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas, nas cidades profere as suas palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para Minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras”. Prov 1;20 a 23

Nesse garimpo inverso, onde o precioso procura pelo vil, dado o grande Amor do Eterno, muitos fazem uma escolha avessa, lendo à Palavra às pressas, como quem passa correndo por ter mais o que fazer. Natural que de uma abordagem assim verta uma compreensão igualmente precipitada.

Alguns desses leitores velozes defendem que o preço do resgate, a Vida de Cristo, revela o nosso valor. Não. Isso revela a grandeza do Divino Amor. “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Rom 5;7 e 8

Urge que desçamos dos nossos veículos turbinados pela arrogância, e leiamos À Palavra do Eterno com a devida reverência.

Invés de um Fast Food espiritual, que, nem requer a pausa das nossas ocupações favoritas, o homem prudente, “... tem o seu prazer na lei do Senhor, na sua lei medita de dia e de noite”. Sal 1;2

A Palavra de Deus não é uma caixa de promessas; antes, um compêndio precioso, com algumas reentrâncias escuras, que demandam uma busca mais criteriosa. A fidelidade Divina que assina À Palavra, possibilita que creiamos seguros que Ele fará o que prometeu. Tanto, no prisma de abençoar, quanto, no de corrigir, julgar. Assim como há inúmeras promessas de bênçãos, também há de juízo.

Nossas escolhas dirão, naquele dia, quais promessas nos pertencem. “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não O serve’. Ml 3;18

terça-feira, 8 de julho de 2025

Censura; confissão de culpa


“Viver ser ler é perigoso; te obriga a crer no que te dizem”.

Essa frase tem aparecido com certa frequência; tanto que, me forçou a pensar a respeito. Como incentivo à leitura, excelente! Sou um amante dessa e gostaria que todos fossem; isso melhoraria sensivelmente nossa sociedade.

Porém, a absolutização do método pode ser problemática, se, houver a desconsideração do mérito. Primeiro: O que lemos também é algo que outrem nos diz; apenas a linguagem é diferente. Segundo: dependendo dos autores que escolhermos ler, “ouviremos” coisas que em nada amenizarão ao “perigo” de viver; antes, o potencializarão. De tanto ouvir às mesmas coisas, certos papagaios “falam”; desafie-os a pensar!

O que as faculdades modernas, dominadas pela esquerda fazem, é induzir pupilos para formação de militantes comunistas, invés de educar difundindo conhecimento diversificado, permitindo o cotejo dos contraditórios em busca de formar livres pensadores.

Quem denuncia a isso, não é um leigo olhando de longe; antes, é um professor de faculdade, Luiz Felipe Pondé. Segundo ele, (um estranho no ninho) alguns aspectos são notórios.

“A ilusão do "lado do bem": Segundo Pondé, muitos professores de esquerda se veem como herdeiros de um "messianismo sem Deus", onde a história é a sua religião e eles são os salvadores da pátria. É como se eles vissem no espelho a cara do "Jesus" da história, se achando moralmente superiores e no "lado certo" da luta. Ele compara a situação a uma espécie de seita, onde o socialismo/comunismo é a fé inabalável. A pegada é: quem se acha do bem, muitas vezes, tá longe disso”.

Assim, a imposição de leitura apenas de autores ideologicamente alinhados, com a glamourização do comunismo e satanização do capitalismo, invés de adubar cérebros para que, livremente produzam, clonam seres atrofiados pela ideologia, para que, mecanicamente se reproduzam.

Mais; “... Ao se alinhar à esquerda, principalmente apoiando o PT e aliados, esses professores constroem uma rede de contatos poderosa dentro do meio acadêmico. Isso facilita a obtenção de verbas para pesquisa, aprovação em concursos, orientação de alunos, participação em congressos e, claro, o poder de influência em colegiados. Resumindo: mais grana, mais status, mais influência!” Conclui o professor. Talvez isso explique a maioria do “jornalismo” da atualidade.

Ler apenas um lado, imbeciliza. Pois, aquilo que não suporta a presença do contraditório, de modo indireto, assume-se mentiroso. Por isso, todas as ditaduras carecem de censura, cientes da ilegitimidade dos seus domínios. Um sopro da verdade desfaria suas cabanas de palha.

Os censores sempre se escudam em “defesa” de valores nobres; “combater fake News” dizem os nossos. A verdade sempre foi o único antídoto eficaz contra a mentira. Proibir de se falar livremente, a rigor, é admissão de culpa. A Bíblia ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade”. II Cor 13;8

Mas, nós os conservadores, que cremos em Deus, não seremos uns bitolados pela Bíblia rejeitando cegamente a tudo o que se opõe a ela?

Se alguém assim age, desconhece a própria Bíblia. Ela não proíbe que leiamos nada; apenas, aconselha que sejamos prudentes, seletivos, na absorção do aprendizado. “Examinai tudo. Retende o bem”. I Tess 5;21 Elogia aos bereanos que compararam os ensinos de Paulo com as Escrituras antes de aceitá-los. Fanatismo cego nunca foi o alvo.

Já li O Alcorão, o Livro de Mórmon, o Evangelho Segundo o Espiritismo, Astrologia, Poder da mente, O Grande Conflito, O Mundo de Sofia, Mitologia Grega, dezenas de filósofos... nenhum se me mostrou um campo minado, cujo percurso sobre, ameaçaria minha vida.

Se alguém pensa que A Palavra de Deus é algo tão frágil, inconsistente, que bastaria a leitura dum opúsculo qualquer para tolher sua eficácia, devaneia que se possa eclipsar ao sol com uma bola de gude.

Mc Candlish Philips, pregador americano disse: “Você não põe o verdadeiro Evangelho fora de combate com duas ou três perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões é que irão ruir, destacando inda mais claramente à verdade”.

Outro dia, do alto de sua vassoura de varrer liberdades a Ministra Carmem Bruxa acusou a existência, no Brasil, de “213 milhões de tiranos”, tentando justificar seu endosso à censura. Na verdade, menos. Apenas os conservadores são "tiranos" contra o sistema; os demais só dirão o que seus donos dizem.

Do meu mirante, pois, viva a liberdade de expressão! Diversidade cultural, riqueza intelectual, liberdade de escolha sobre o que ler, crer, ensinar! Abaixo, todo estupro de almas, disfarçado de defesa! Que todos tenham direito de escolher entre os dois lados da moeda.

Como os terraplanistas não dizem o que há do outro lado da “planura”, as “moedas” dos canhotos têm um lado apenas, o vermelho.

 “A censura é o imposto da inveja sobre o mérito”. Laurence Sterne

Mutilação da Palavra


“Toda A Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”. Prov 30;5 e 6

“Toda A Palavra...”
A tentativa de fracioná-la, como se, algumas partes fossem relevantes, outras nem tanto, é um mal que tem produzido muita apostasia onde a vigilância adormece.

Os que tentam fundir escolhas homossexuais com o cristianismo, eventualmente, restringem A Palavra a Cristo, estritamente. “Jesus Cristo nada falou sobre homossexualismo”, defendem.

Filipe Neto, herói dos cérebros ermos, hábil escultor de mentecaptos, fomentador de caracteres sem valor, disse: “Esquece o Levítico! Foca em Jesus!” Assim, segundo pretendem, os seguidores de Cristo devem se ater exclusivamente ao que Ele falou. “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, redarguir, corrigir, para instruir em justiça”. II Tim 3;16

Cristo falou sobre as demais Escrituras; tanto, como fonte de vida espiritual, quanto, de testemunho acerca de Si mesmo. “...Nem só de pão viverá o homem, mas de toda A Palavra que sai da Boca de Deus”. Mat 4;4 “Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”. Jo 5;39

Portanto, mesmo restringindo-nos, estritamente ao que O Senhor Jesus Cristo falou, ainda teremos toda A Palavra como fundamento. A que foi dada após os dias da sua encarnação, também colocou limites bem claros.

Acerca da mensagem de salvação, nos lábios de Paulo; “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. Gál 1;8 Caso alguém pretenda circunscrever a percepção do apóstolo ao caldeirão cultural da época, ele adverte: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23

Será que isso respeita apenas ao ritual da santa ceia, e aos cristãos gálatas? Paulo se mostrou cuidadoso para não fundir seus pensamentos com A Palavra, e deixou isso patente. “... aos casados mando, não eu mas O Senhor, que a mulher não se aparte do marido... aos outros digo eu, não O Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe”. I Cor 6;10 e 12 Se, em algum momento falou como mero homem, destacou a isso; no mais, falou segundo O Senhor.

Quanto ao término do Canon Sagrado, o Senhor ressurreto selou: “Porque Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida, da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”. Apoc 22;18 e 19

O “nada acrescentes” requer que nada se suprima, para que o homem seja dirigido por “Toda A Palavra que sai da Boca de Deus”.

Os que equacionam a implosão dissoluta da vergonha humana, com uma espécie de senilidade da Palavra, precisam rever sua equação. Invés da Bíblia carecer atualização para satisfazer aos pruridos insanos dos ímpios modernos, esses que precisam mudar, segundo A Palavra que vem do Eterno; pois, “Toda a boa dádiva, todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança nem sombra de variação”. Tg 1;17

Coisas que eram “segundo os rudimentos do mundo” e foram superadas em Cristo, a própria Palavra já traz. Todavia, pensar que valores eternos careçam ser atualizados, é uma falsa esperteza, que, mediante a glamourização da impiedade, tenta dourar à apostasia com os vernizes convenientes.

Muitos séculos antes da vinda do Senhor, já havia “modernistas” tentando novos caminhos, mais atraentes aos seus insanos paladares. A esses foi dito: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele”. Jr 6;16

Então, vemos que não se tratava de ignorância acerca do caminho; mas, de uma atrevida rejeição ao Governo do Senhor. Ainda é assim.

Se a rejeição À Palavra fosse algo meramente humano, bastaria não se submeter e a vida seguiria. O ativismo “revisionista”, a fúria contra A Palavra, têm no âmago o impulso de forças espirituais demoníacas, das quais os militantes antibíblicos são reles títeres.

Uma geração que escolhe o que ouvir, pelo paladar, não pela verdade, oferece ampla matéria-prima, aos espíritos enganadores. O que esses incautos pretendem que seja um grito libertário, A Palavra de Deus chama pelo nome: “... nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e doutrinas de demônios”. I Tim 4;1

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Razões da ousadia


“Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. II Cor 3;12

A palavra “tal” nessa sentença faz a função de pronome, aludindo a determinado tipo de esperança; para sabermos qual, carecemos ver o verso anterior. “Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece”. V 11

Paulo estava cotejando o brilho de ambos os Testamentos; A Lei, com os Dez Mandamentos, desdobrados em 613, (que era transitório até a cumprimento em Cristo) e a Nova Aliança, o chamado Ministério do Espírito, com uma lei espiritual gravada no íntimo dos salvos. “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;10

Não mais, tantos mandamentos; antes, um estreito relacionamento. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda”. Is 30;21

Se, o primeiro pacto, que não tinha a função de salvar, mas de deixar patente a necessidade do Salvador foi algo glorioso, muito mais, há de ser o segundo, “assinado” pelo Sangue de Cristo, O Sumo Sacerdote Eterno, que traz novo nascimento e vida espiritual. Esse brilhará mais, evidenciando uma glória muito maior.

Dos judaístas que assim não entenderam, disse: “... até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido”. II Cor 3;14 Os que esperavam que a Lei tivesse uma função não intentada, ficaram paralisados, como que obstruídos por um véu, vendo a Cristo como um transgressor, quando, na verdade, estava precisamente cumprindo-a.

A abolição da Antiga Aliança não significa que alguém se torna fora-da-lei, em Cristo; ou que possamos viver desprezando seus valores e ensinos; antes, a Lei foi cumprida pelo Salvador e aperfeiçoada, trazendo seus servos a uma relação que prescinde de um código escrito sobre pedras, por ter uma voz viva a lhes falar no espírito.

Sobre a diferença redentora entre um pacto e outro foi dito: “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Esperando que, assim seja, disse Paulo, me torno ousado nas minhas pregações. Ou, “tendo tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. A ousadia vertia de um sadio relacionamento, no qual, O Senhor poderia lhe falar no íntimo, se estivesse em dúvida, sem carecer consultar um antigo mandado.

Quando lhe foi vetado que fosse a alguns lugares, em sonho, O Espírito usou alguém que lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” Atos 16;9 Acordando, o Espírito confirmou a instrução em seu entendimento. Como encontraria uma ordem assim, precisa, num código legal? O Ministério do Espírito é superior.

Por situações assim e outras tantas, sobretudo, por legar salvação, o “novo nascimento” se avantaja em Glória, à letra da Lei, como referiu Paulo. Todavia, a “... a Lei é Santa, o mandamento, santo, justo e bom”. Rom 7;12

Paulo não apresentou a esperança nas coisas Divinas como um devaneio adolescente, de quem deseja muito a algo, e passa a fantasiar com a posse dos seus anseios. Antes, como um derivado seguro de quem aprendeu confiar, depois de ter vivido experiências com O Eterno; “... a experiência (produz) esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” Rom 5;4 e 5

A espera de quem tem vida espiritual legada pelo Amor Divino não palpita num vácuo; antes, exercita-se sendo capacitada pelo Espírito Santo, a crer no que foi revelado, não n’algum eventual desejo. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta”. Heb 6;18 Notemos que, não se nos faculta escolher o que esperar; antes, “reter a esperança proposta”.

As duas coisas que dão certeza da esperança, mencionadas no texto são a Promessa, e o Juramento Divinos. Pois, se para os céticos pode parecer difícil crer que Deus exista, quem tem experiências com Ele sabe ser impossível que Ele minta; que falhe em Suas promessas.

A ousadia dos salvos quando pregam à verdade, não verte da própria índole; antes, da certeza que têm na idoneidade e fidelidade daquele, ao qual anunciam. “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar meu depósito até àquele dia”. II Tim 1;12

domingo, 6 de julho de 2025

A doença do escuro


“... a língua dos sábios é saúde”. Prov 12;18

Eventualmente, palavras são tratadas com desdém, sobretudo, quando contrapostas às ações; quando o socorro se mostra mais oportuno que o ensino, mais necessário. Tiago desafia: “... mostra-me tua fé sem as obras, e te mostrarei a minha pelas minhas obras”. Tg 2;18

Assim, opondo-se às palavras, as obras se avantajam. Mais vale fazer a coisa certa que apenas dizê-la. Porém, quando o escopo é o ensino, onde uma espécie de palavras conflita com outra, de calibre diferente, nesse caso, as palavras dos sábios devem receber primazia, pela riqueza do que carreiam.

Os filósofos eram procurados pelos mais ajuizados, enquanto, os sofistas, os faladores vãos, desprezados. Não por acidente usamos até hoje, a expressão, “sofismar” como sinônimo de incorrer em falácia.

“As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre os tolos. Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens”. Ecl 9;17 e 18 Escreveu o sábio Salomão.

Se, em oposição aos sábios temos o pecador, necessária a conclusão que, a sabedoria coloca Deus e Sua vontade, num plano superior; tem um cunho espiritual anexo à clareza intelectual.

“Liberte-me da minha ignorância e ter-te-ei na conta de meu maior benfeitor”. Dizia Sócrates, que fora reputado, o mais sábio de Atenas. Palavras que iluminam caminhos, se revelam medicinais, para os que erram pelo ardor da ignorante febre. “A língua dos sábios é saúde”.

O Salvador desafiou à permanência em Sua Palavra, (prática) para que as pessoas fossem iluminadas acerca da verdade, e finalmente, livres das vidas com falta de sentido. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Jo 8;31 e 32

Pode parecer de pequena monta conhecer a verdade, se, não atentarmos para o quê, sua falta enseja.

Muitos, no escuro acerca de Deus e Seus ensinos, mudam de filosofia, cidade, cônjuge, sexo, de pele, tatuando-se; quando, a única mudança necessária seria a de mentalidade; alguns chegam ao extremo de “mudar” à matemática até; adotam à sologamia, onde, alguém frustrado com relacionamentos desfeitos decide “casar” consigo mesmo. Pelo menos, não terá problemas com partilha de bens, num eventual divórcio.

Se, invés desses “buracos n’água” alguém ousasse crer e se deixar ensinar, o que traria, uma mudança de mente e consequente mudança de atitude, segundo Deus?

“Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos”. Is 55;9 Ensina O Senhor. O acesso à dimensão das alturas espirituais.

Por acostumados à sina réptil, atinente aos objetivos e valores, o desafio para recebermos asas e habitats mais altos, costuma se chocar com a vertigem do comodismo, dos costumes enraizados, assombrando aos mais tímidos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas”. Jo 3;20

Desgraçadamente a destruição de valores, o fomento do egoísmo, engendrou uma geração vazia de luz, e cheia de si. Nem O Criador lhes pode falar, sem ser redarguido “à altura”. Paulo aconselha a prudência: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso...” Rom 3;4

Os conselhos de quem enxerga um tantinho mais, por ter aprendido do Eterno, invés de dádivas luminosas são tidos como intromissões.

Os mesmos que idolatram mentecaptos envernizados, aos quais chamam de “influencers”, presto se ouriçam e ameaçam com seus espinhos, caso alguém chame pelo nome aos seus maus passos, suas doentias escolhas. As “fobias” foram “adesivos” inventados para que se possa colar em outros, os diagnósticos das próprias doenças. Cada espinhoso se acha devidamente munido dessas “defesas”.

Outrora, infantes cresciam com uma porção mínima de valores; os pais mais ciosos temiam que o mundo vindouro nem estivesse à altura dos seus rebentos; “Que mundo deixaremos para nossos filhos?” Questionavam os mais engajados, quando algumas engrenagens pareciam desengonçar.

Dada a destruição de valores que grassa, a imbecilização coletiva, pela massiva penetração dos meios de comunicação, a implosão da família tradicional, da mãe, mãe, e do pai, provedor; a “educação” dos filhos terceirizada para as creches e televisão, a pergunta talvez seja outra: “Que filhos deixaremos para esse mundo?”

Talvez, ainda existam algumas línguas mais esclarecidas, atuando para difusão da verdadeira luz. 

Porém, assim como não usa dançar quem não escuta à música, tampouco, entenderá as coisas do Reino de Deus, quem não se atrever a se render a Cristo; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus”. Jo 3;5

Fisiologismo "espiritual"


“Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso se esqueceram de Mim”. Os 13;6

Denúncia contra um povo que vivia em apostasia, por que O Eterno os cumulara de fartura.

O casuísmo, os interesses rasos, em pretensos relacionamentos com Deus é recorrente. Buscar pelo Poderoso em momentos de angústia, de carências, e depois esquecer, quando as coisas começam a andar bem, é, precisamente, a situação denunciada.

A fidelidade sazonal, que por um pouco comparece, depois some, não é fidelidade. Assim como a integridade requer um caráter inteiro em todo o tempo, igualmente, a fidelidade demanda uma relação sadia, a despeito das circunstâncias. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus”. Is 50;10

Já se empreendeu investigações filosóficas para saber se, é mais fácil servir a Deus em momentos de fartura, ou de privação. O Eterno denunciou a “piedade” momentânea que, no primeiro calor de uma adversidade já some; “... Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa”. Os 6;4

O mesmo Pastor que nos leva aos pastos verdejantes e águas tranquilas, deseja que permaneçamos consigo, ainda no vale da sombra da morte, ou, cercados de inimigos.

Um fato inegável é que a natureza humana após a queda foi privada de integridade e maculada por toda sorte de perversões e vícios. Assim, buscamos álibis alhures, para “justificar” lapsos que palpitam dentro de nós. “Fiz isso por que...” e o porquê, nunca está em nossos descaminhos.

Reféns da desonestidade, tanto podemos acusar a Deus de não se importar quando passamos por privações, quanto, esqueceremos Dele, em situações de abastança; pois, “não precisamos”. “...Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;6

Mais ou menos como o filho pródigo se portou em relação ao seu pai. Na abastança desejou prazeres, invés de permanecer em sadia relação com ele; na miséria e na fome dele se lembrou. Foi melhor assim, que seguir alienado e padecendo; mas, seu “amor filial” ainda tinha um quê de egoísmo latente; preciso de pão.

Que nos refugiemos assim, sob “as asas” do Eterno, tudo bem; Ele nos ama tanto que tolera esse fisiologismo inicial. Encoraja até a pedirmos por socorro em momentos de dor; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás”. Sal 50;15 A parte B do verso, em geral, esquecemos.

O Eterno nos desafia à edificação, ao conhecimento Dele, para que aprendamos a amá-lo pelo que Ele É; não apenas para fruirmos do que Ele dá. “Tu Me glorificarás”, vivendo de um modo digno e Me representando perante o mundo, de forma honrosa; isso será Minha Glória. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus”. Mat 5;16

Agur falou como doido por um pouco, elogiando à prosperidade dos ímpios, e “concluindo” que não valia à pena ser fiel a Deus. O fez, apenas para efeito retórico, corrigindo ao modo vulgar de pensar; depois, refez: “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração de Teus filhos”. Sal 73;15

Os filhos de Deus não O serviram por interesses rasos, antes, se mantiveram fiéis, mesmo não recebendo recompensas, na vida terrena. “Todos estes, (os heróis da fé do Antigo Testamento) tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados”. Heb 11;39 e 40

Fizeram as coisas certas no seu tempo e estão num lugar de espera, aguardando-nos, para serem galardoados juntamente conosco.

Em suma, fidelidade é questão de alma, não de circunstâncias. Tanto podemos vivê-la tendo muito, quanto, não possuindo nada. Jó foi acusado de ser fiel por interesses materiais, porque O Eterno o enriquecera; os denunciados acima, se mostraram infiéis na fartura. Logo, essa senhora a fartura nada tem a ver com as escolhas.

Quem confia deveras, no Eterno, não depende de bens materiais para isso; quem descansa nesses, pode profanar O Nome Santo como pretexto, mas no fundo, estará buscando por metais.

O dito “ouro de tolos” é assim chamado porque, tendo a mesma cor que o nobre metal, ilude aos desavisados acerca do seu valor. Pois, não há lugar com mais “garimpeiros” estúpidos, que os ambientes que posam como espirituais.

Não ignoramos as necessidades cotidianas para um digno viver; nem Deus o faz. Entretanto, quem, por descuidado atribui ao dinheiro um valor que ele não tem, fatalmente negará ao Santo, por não ver a preciosidade que Ele É.

sábado, 5 de julho de 2025

Recusas da fé


“Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes, ser maltratado com o povo de Deus, que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado”. Heb 11;24 e 25

Pregadores modernos, que, equacionam a fé a um poder para conquistar, fariam bem em ler com atenção esses versos.

Soa atrativa aos corações materialistas, a ideia que a fé seja uma ferramenta para fomento dos seus anseios terrenos. A fé sadia não é assim.

Esse fragmento da Epístola aos Hebreus alude à crença manifesta por Moisés. Invés de uma fé imediatista era de outra natureza; a que recusa grandezas terrenas indevidas, preferindo sofrer por amor a Deus.
Ele deixou um trono pelo deserto; o conforto dum palácio, pela errância ousada da peregrinação ao desconhecido. “Pela fé recusou a ser chamado filho da filha de Faraó”, neto do soberano.

Os que pregam fazendo a fé parecer senha de contas, ou, segredo de cofres são farsantes; gente que desconhece a Deus; por isso, aposta todas as fichas na falibilidade efêmera daqui. Paulo ensina: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19 Você sairia de casa e iria ambientes supostamente espirituais, para aprender com miseráveis? Muitos o fazem, infelizmente.

A Palavra não nega que os prazeres da carne são reais; mas adverte que são efêmeros e conduzem a dissabores eternos. Por isso Moisés desafinou da inclinação natural, “... escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, que, por um pouco de tempo ter o gozo do pecado”. Nada poderia ser mais claro. Embora ensejem algum gozo, tais prazeres, são pecados.

Foi ele mesmo que ensinou que nossos dias úteis por aqui são breves; “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando”. Sal 90;10

Então, rogou: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”. Sal 90;12

Parece que essa oração se dirige mais a nós que a ele próprio; pois, se fez a boa escolha segundo Deus em oposição à natural, por certo, não apostou suas fichas nos poucos dias da peregrinação terrena. Contou os dias daqui, como valores menores a serem perdidos, em troca das riquezas eternas. Por isso, a fé veraz é “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Os que andam por vistas tropeçam, onde a fé faria voar.

Eventos cotidianos e suas vicissitudes todos vemos; mas os que têm fé verdadeira abrem mão de prazeres pecaminosos, mirando às venturas reservadas no além.

Assim a fé saudável não habita num caminhante sedento de conquistas; antes, num fiel que sabe por quem foi conquistado; anelando agradá-lo, recusa-se ante as oferendas do mundo pecaminoso, pois, mais precioso lhe é agradar ao seu Senhor, que saciar à carne de vícios que jamais se satisfazem.

“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, e não sirvamos mais ao pecado”. Rom 6;6

Logo, o fiel, invés de um conquistador, é um abstinente das coisas que ofendem ao seu Senhor. Pela fé rejeita tais, invés de amealhar.

Recusa um adultério ainda que ele se disfarce de suprimento emocional necessário; recusa a maledicência mesmo quando ela se apresenta saborosa, pois, mira n’alguém que lhe fez algum dano; recusa o dinheiro fácil de origem duvidosa, mesmo que esse use de artifícios para se disfarçar de bênção; recusa apoiar defensores de “leis” que afrontam à vontade do Eterno; recusa o refúgio da mentira, até quando esse oferece o escape de algum constrangimento; recusa à fornicação, ainda que o mundo diga que é um direito, afinal, não está fazendo mal a ninguém; recusa o torpor dos vícios, sabedor que, enfrentar aflições com Cristo é mais nobre e desejável que tentar fugir da própria sombra...

Enfim, quem pretende deveras andar pelo “caminho estreito” da fé, há de entender a necessidade duma “lipoaspiração” na carne, diminuindo muito o volume dessa, para que possa caber nas fendas de renúncias por onde deverá passar. “Negue a si mesmo”.

Eventualmente O Eterno escolhe alguém para grandes coisas segundo Seu Santo Propósito; porém, se nossa vida for toda no deserto, desde que, perseverantes na obediência, a perda dos nossos breves dias não será perda.

Pois, tanto somos desafiados a crer na necessidade de renúncias aqui, quanto, o somos a contar com a certeza do galardão do Eterno, lá; “... porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam”. Heb 11;6