segunda-feira, 2 de junho de 2025

Alegria espiritual


“Botas... as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.” Machado de Assis

Refinada ironia do escritor. Pois, ninguém chamaria de “ventura” a algo, do qual teria pressa de se livrar. Na verdade, o “prazer” de descalçar é alívio. Então, teríamos dois tipos de prazer: o de haurir coisas aprazíveis, ou, nos livrar das incômodas.

Prazer e dor acabam sendo frutos do mesmo baraço. O que faz diferença significativa, é a ordem em que eles aparecem nas nossas vidas.

Os que se comprazem da forma dionisíaca, em banquetes, bebedeiras, orgias, precisam lidar, depois, com o contraponto do desprazer; da reposta enfermiça do corpo, à mesa desregrada; ressaca, culpa, ausência de sentido, famílias feridas pela promiscuidade.

A alegria espiritual, requer algumas “dores” antes. Somos desafiados às renúncias das inclinações naturais, “negue a si mesmo” completa submissão ao Senhor; o que, figuradamente se chama de “levar a cruz.” Porém, como a sentença aquela, do início, tivemos o prazer de ter nossos pecados perdoados em Cristo; isso enseja um alívio que, só quem descalça as “botas” sabe apreciar.

O livramento das nossas dores, (pecados) é um processo, que traz consigo alguns efeitos colaterais; tendo aprendido novo modo de viver, segundo Cristo, olhando o pretérito, inevitável certo pejo, alguma vergonha; “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;21

Nos Salmos, encontramos uma descrição dessa transição do lixo à salvação, em figuras mui expressivas: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos, verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3 A transformação fora tal, que seria uma mensagem eloquente para quem visse.

Depois de pago o devido preço, bebido das ervas amargas pelas consequências dos nossos erros, pouco a pouco, começamos a lembrar sem dor; em lugar dos constrangimentos viça a alegria pelo perdão assimilado.

Tendo recebido O Espírito Santo, para nos consolar e guiar, também nos alegramos Nele, porque nos capacita a deixarmos a maneira errônea de viver, para poder andar, agora, segundo Deus. Nesse prisma, pois, primeiro sofremos a “ressaca” necessária quando nossos descaminhos são tratados; depois, fruímos alegria no Espírito, que só quem vive sabe o que significa.

O Salmista usou exemplos daquele contexto agropastoril em que viveu, para dar uma ideia da superioridade da alegria espiritual, em face da, natural; disse que era maior do que a de um agricultor numa grande safra; “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram trigo e vinho.” Sal 4;7

No caso desse sortudo do agro, a alegria pela fartura de pão e vinho estava garantida; porém, quem recebe alegria oriunda do Senhor, está alguns passos adiante; “Porque o Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17

Quando O Salvador transformou água em vinho, numas bodas em Caná da Galileia, Seu feito ensejou estranheza, pela forma que o vinho fora disposto; “Disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.” Jo 2;10

Sim, foi essa ordem que estabeleceu O Senhor; o melhor fica por último. Primeiro, nos dá descanso para as almas, aliviando nossos fardos de pecados pelo Seu perdão; depois, nos ensina Seus caminhos, e nos capacita pelo Espírito Santo, a vivermos em santificação; à medida que crescemos andando dessa forma, manifesta Sua aprovação às nossas vidas, nos dando alegria espiritual.

O concurso das aflições é inevitável; e quanto mais alguém andar em santificação, mais tende a se decepcionar com as coisas injustas que vivenciará. Como O Espírito Santo não depende das circunstâncias para alegrar aos Seus, os que observam de fora, terão grande dificuldade para entender o “masoquismo”, de Paulo e Silas, cantando louvores no cárcere interior; de Cristo e Estêvão, perdoando seus algozes; ou mais tarde, o mesmo Paulo, subindo ao local da própria execução, como um campeão galgando um pódio. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda.” II Tim 4;7 e 8

Muitos, sentindo dor pelas “botas apertadas” buscam o “analgésico” das drogas, bebidas, promiscuidade... Que tal uma consulta como Doutor Jesus Cristo? “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei.” Mat 11;28

Hienas atrevidas


“Como louco que solta faíscas, flechas, e mortandades, assim é o homem que, engana seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.” Prov 26;18 e 19


Estão na moda as tais “pegadinhas,” onde, “malandros” fazem rir, abusando dos direitos alheios; coagem com engenho, a um “banho forçado;" jogam pessoas ao chão envoltas num cilindro sanfonado, para que não possam ver de onde vem a “brincadeira”, etc. A ideia é que essas coisas são válidas; meras brincadeiras para descontrair.

Se, for ensaiado entre as partes, visando engajamento e monetização, numa empresa consentida, vá bene. Cada um deve saber a qual ridículo se expõe, pelo pão. 

Porém, se forem escolhidas aleatoriamente, pessoas da multidão, aí a coisa muda de figura. Ninguém tem direito de dispor de outrem ao bel-prazer, como se, do tal, fosse proprietário.

Na presente geração abortada de valores, e repleta de interesses, tudo o que ensejar engajamento soa válido. O que a Bíblia diz a respeito? Parece estranho desejarmos que um livro milenar como ela, fale de coisas tão atuais. Entretanto, ela fala.

Não, pontualmente, até porque, seria impossível, abarcar todas as peripécias da vida, num livro. Porém, os princípios ensinados na Palavra de Deus, norteiam toda sorte de comportamentos, mesmo sem os mencionar. Naquilo que envolve o semelhante, a receita é, a isonomia. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Imaginem que você escolheu uma veste adequada, vai ao Banco, Prefeitura, hospital, ou um lugar assim, e alguém desejando rir, decide usar sua cara de tacho, estragar arbitrariamente seu dia, fazendo uma patifaria dessas? Ficarias sujo, molhado, para que outrem se divertisse? Mesmo as brincadeiras, carecem senso se ocasião e proporção, aceitáveis.

Na verdade, a isonomia deve nortear todo nosso relacionamento interpessoal; se, me irrito quando alguém “põe palavras na minha, boca”, mente, promete e não cumpre, pratica bulling, minha irritação já é um sinal, gravado no íntimo, que, tal modo de agir, não convém. Usaria eu, algo que me faz mal, contra o semelhante?

Paulo defendeu que, mesmo aos que, ainda não se tinha ensinado sobre as Leis de Deus, eles traziam em si, meios para agir de modo probo, apenas, atentando às luzes que acendem no painel da consciência; “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” Rom 2;14 e 15

O que recebemos na conversão, é um avivamento da consciência, quase, como se alguém falasse conosco antes de cada atitude que deve ser avaliada antes de praticada; “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21 o que era natural, antes de Cristo, pecar sem dor, sem culpa, depois da conversão não é mais. 

Recebemos Dele, capacitação espiritual para agir segundo o Divino querer; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Logo, não apenas as “pegadinhas” não convêm àqueles que invocam sobre si, O Santo Nome do Senhor. Paulo foi categórico: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

O riso certamente teu seu lado saudável, sobretudo, quando verte de motivos sólidos; de uma satisfação íntima, não de um chiste que qualquer bufão produz. “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate. Todos os dias do oprimido são maus, mas o coração alegre é um banquete contínuo.” Prov 15;13 e 15

Pois, invés do vazio riso da hiena, muitas vezes um ambiente triste nos traz melhor resultado, que estar pilotando nossa alma num caminho errôneo, e pensando que devemos caramelizar isso com essas frivolidades insanas. “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;2 e 3

Nada contra a alegria, pois; apenas, vigiemos contra o desrespeito; ressalvando a superioridade da alegria espiritual. “Puseste alegria no meu coração, mais do que, no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.” Sal 4;7
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domingo, 1 de junho de 2025

Miopia seletiva


“Porque o mandamento é lâmpada, a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23

Ninguém há de questionar a importância ou, o valor da luz.

No entanto, se essa demandar o contraponto da nossa obediência, da adequação às coisas que ela revela, nem sempre a mesma terá a aceitação unânime. Na verdade, a adesão cairá a níveis pífios.

É o caso da luz espiritual. Por incidir sobre uma espécie caída, privada da necessária visão das coisas, que se incomoda, quando não “sai bem na foto”, embora, sem ter predicados para isso, tal clareza, costuma ensejar controvérsias.

Nos dias do Salvador esse contraste foi mais evidente. Invés do Seu Bendito advento resultar em iluminação para salvação, como seria o esperável, em muitos casos apenas evidenciou a condenação dos fugazes: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais às trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Mais que cognitivo, (o que sabemos) a salvação tem um viés afetivo que acaba contando, em última análise. “amaram mais às trevas.” Como nosso sentimento reage à luz espiritual é determinante, para nossa salvação, ou perdição.

Quando o funcionamento das retinas começa a diminuir, eventualmente, oculistas preceituam o uso de lentes, conforme o grau das nossas necessidades. Em muitos casos, a receita prescreve um tipo de lente para perto, outro, para longe.

Pois, no escopo espiritual, me atrevo a posar de oculista, e diagnosticar o problema comum de quase todo o ser humano: Em geral, todos carecemos de lentes para perto, pois, ao longe, vemos muito bem.

Os defeitos do semelhante nos saltam aos olhos; enquanto, os nossos, teimam em passar despercebidos. Alguém figurou a essa miopia seletiva, de modo bem humorado: “Reconhecemos a um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”

Foi precisamente visando nos iluminar, que O Eterno escreveu o que carecemos saber. “... o mandamento é lâmpada, a lei é luz...” e não me refiro aos dez Mandamentos; mas a algo ainda superior, a “Lei de Cristo.” “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Heb 7;22 e 25

Muitos ainda não entenderam a Antiga Aliança; os sisudos mandamentos com punição imediata, e os sacrifícios de animais em demanda de perdão, são rudimentares; tipos proféticos apontando para Jesus Cristo. A Palavra chama aqueles aparatos e rituais, de “sombras dos bens futuros.” Heb 10;1 Esboço do que viria no devido tempo. 

Devem ser essas coisas desprezadas, por isso? Não! “A Lei é santa; o mandamento, santo, justo e bom.” Rom 7;12 Apenas o propósito dela não era salvar, antes, conduzir ao Salvador. “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Paulo também apontou para aquelas coisas, como incipientes, rudimentares; necessárias até o aperfeiçoamento, depois, não mais. “Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas agora, conhecendo Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Gál 4;3 e 9

Alguns se pegaram à guarda do sábado, como se, num dia da semana devêssemos nos consagrar ao Senhor. Ele deseja e merece mais. “Em todo tempo sejam alvas tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Num tempo em que não existiam semanas, o trabalho era ininterrupto, o estabelecimento dum dia de descanso foi um cuidado amoroso com a saúde humana, não, um Divino capricho. “Disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado.” Mc 2;27 traduza-se a palavra shabat para “descanso” e teremos o sentido.

Os princípios da Lei, amor a Deus e ao próximo seguem válidos; em Cristo devemos priorizar o amor e a misericórdia. “Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como Eu também tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

A aversão à luz não acontece porque seja ruim a gente ver; antes, porque ela nos faz sermos vistos exatamente como somos.

Não podendo apagar à luz, sabedor da inclinação do homem caído, o príncipe das trevas produz fumaça, para que nossos olhos fiquem baços; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

sábado, 31 de maio de 2025

A ateulogia


“Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1 Essas nove palavras que se repetem no salmo 53, é o máximo de atenção que A Bíblia dá, ao ateísmo.

Dá nomes aos bois, e prossegue. Charles Spurgeon, comentando o Salmo 19, disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a perfeita ordem dos planetas, o sol com sua rotina certeira e vital, a amplidão das galáxias no espaço estelar, ainda se apresenta como ateu, juntamente, se declara, imbecil e mentiroso.”

Immanuel Kant foi além: Não apenas a imensidão dos céus, mas, a voz “audível” da consciência valorando as coisas como devem ser, lhe causavam assombro. “Duas coisas me espantam, - disse - o céu estrelado sobre mim; e a lei moral dentro de mim.”

Portanto, gastar latim para provar o óbvio, dá certa preguiça. A Palavra sustenta que ela nem seria necessária, para que Deus fosse revelado, bastando para isso, as obras Dele.

“Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22

Os que contemplaram às Obras do Santo, tendo recebido Dele, cérebros capazes de ler evidências, ao dizerem não! ao Eterno, fizeram uma escolha moral; não foram detidos por alguma limitação intelectual. “... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...”

Mesmo assim, gastarei algumas palavras nessa inglória empresa, de falar aos que acreditam que não precisam ouvir. Os ateus.

Ontem deparei com o vídeo de um que, disse ser capaz de provar que a Bíblia não é confiável” pela própria Bíblia. Como “provas” disso, até onde assisti, pois, tive preguiça na metade, ele apresentou: Uma fala descontextualizada de Mateus, que citou Oséias 11;1 “Do Egito chamei meu filho”, aplicando o texto a Jesus; 
originalmente se refere à nação de Israel; leu ainda que “Magos vieram do oriente visitar ao recém-nascido” sendo que A Palavra de Deus proibia o exercício da magia; depois citou discrepâncias onde, incidentes são narrados por um evangelista e omitidos por outro; eis a “provas” dele!

Algumas coisas precisa saber, o presumido crítico, antes de se lançar à empresa; Mateus escreveu para os judeus, tendo sido testemunha ocular; Marcos, para os romanos, tendo ouvido grande parte dos relatos, de Pedro; Lucas fez uma pesquisa ulterior, e registrou, “Segundo nos transmitiram os mesmos que presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra.” Cap 1;2

João fez o último registro bem mais tarde, onde lutou contra influências gnósticas e helenistas, trazendo uma abordagem mais teológica, com ênfase no ensino, mais que, nos feitos de Jesus, nem por isso deixou de registrá-los.

De fato, Mateus se equivocou, ao citar um texto fora do contexto. Em seu afã para que os judeus cressem, deu uma escorregada visando ser mais convincente. Isso elimina o resto dos seus textos?

Quanto aos “magos” a coisa é um pouco mais profunda. Algumas traduções trazem “Sábios”, pois, eram observadores dos astros.
Tanto que, eles viram a nova estrela, enquanto a maioria dormia. O que hoje chamamos astrônomos. O que a Palavra proibia era astrologia; os prognosticadores fraudulentos que bem conhecemos; “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo seu filho, sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;” Deut 18;10 e 11

O veto se refere à feitiçaria, espiritismo, não à observação dos astros. Além disso, era uma lei ao povo hebreu, não, aos demais povos.

Restam as “contradições”; um evento dessa grandeza, um ministério com mais de três anos, sendo registrado dessa forma, por repórteres distintos, em tempos e locais diversos, naturais algumas discrepâncias, nas coisas periféricas.

Isso só prova a idoneidade da Bíblia. Imaginemos que os quatro registros trouxessem estritamente os mesmos eventos, num a fraseologia similar; com o nome dos quatro evangelistas. Um crítico diria: qualquer beócio sabe que tudo verteu da mesma fonte; apenas o espertalhão colocou em nome de quatro testemunhas para soar mais crível.

Dum prisma sadio, pois, pequenas diferenças entre um e outro Evangelho, são a mais eloquente prova da sua autenticidade. Se fosse produto da manipulação de algum astuto, o erro de Mateus seria corrigido; permanece lá.

Um americano chamado Mccandlish Philips disse: “Você não põe o verdadeiro Evangelho fora de combate com três ou quatro perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões é que irão ruir, destacando mais claramente à verdade.”

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Nação roubada


“Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e má produz frutos maus.” Mat 7;16 e 17

Essa verdade elementar, que cada planta produz conforme sua espécie, às vezes não parece ser entendida, assim. Deparo com alguns espantos, onde a reação deveria ser, de normalidade.

Me refiro ao sistema criminoso e corrupto que furtou nossa nação e dela dispõe como lhe parece. Alguns se exasperam vendo a “primeira dama” viajando para cá e para lá, às nossas custas, com bagagens alarmantemente suspeitas. Outros gritam impropérios contra milhões de reais direcionados a ONGs suspeitas;

todos os decentes se escandalizam com a roubalheira na previdência, correios; uns, se indignam com o fato dos deputados de esquerda, não assinarem pela urgência da anistia para as vítimas da falácia de 8 de janeiro; nem a CPI para investigar a roubalheira dos aposentados, etc.

Honestamente, não consigo entender a estranheza das pessoas. Estamos debaixo do crime organizado; esperavam o quê? Cada ato criminoso, o escândalo nosso de cada dia, é o “novo normal”. Ou, algum ingênuo acredita que, finalmente, os espinheiros produzirão uvas? Que os ladrões defenderão direitos civis; que a quadrilha desejará melhorar o país, invés de colonizá-lo?

A eleição foi flagrantemente roubada; Moraes e quadrilha o fizeram. Barroso antecipou que eles fariam isso: “Eleição não se ganha, se toma;” gabou-se. No assalto, usou a linguagem adequada: “Perdeu mané!”

A imprensa prostituta se vendeu aos bandidos; (nem só de crimes eles vivem, precisam aliviar as tensões.) Essa vagabunda, Globo, Band, Veja, Estadão, CNN et caterva, lhes levam a orgasmos, ocultando seus crimes, e chamando-os por nomes honrosos, como se, as “excelências” não fossem os patifes que são. A puta se banha nas águas da corrupção; “lavou tá novo” consola-se.

Malgrado, existam alguns deputados e senadores honestos, os pontos chaves do Congresso, estão nas mãos da quadrilha; de modo que, mesmo que uma CPI seja instaurada, desacredito dos resultados, e de que haja alguma punição decorrente. Pois, a Suprema Corte que usa canhões contra meras opiniões da Direita, envia buquês à vergonhosa roubalheira da esquerda. Destruiu à “Lava Jato”, pois, onde já se viu, criminalizar o crime?

Portanto, invés de denúncias pontuais, fingir espanto quando da descoberta do novo tentáculo da quadrilha, a desviar bilhões, me pergunto se algo pode ser feito; e, o quê? Pobres agricultores gritando por atenção e socorro, em face de uma safra ruim, diante dum sistema desses!

Pois, o “projeto para o bem do país”, que a república dos pilantras acarinha é o sonho de censurar às redes sociais. Por que não, importar esse belo exemplo de totalitarismo “Made in Cina”? Textos nocivos como esse, nunca mais; não será permitido nada que “ameace à democracia”, exceto, roubar eleições em favor dos “democratas” de sempre.

Se, nenhum fato novo romper isso, daqui pra frente só vai dar “Maduro”. Quem ousar defender o contrário será preso, morto. Abaixo a todos os Fascistas, inimigos da democracia!

Quando deparo com algum jumento aplaudindo ao projeto de censura, me pergunto, se o faz por cumplicidade, ou por ser a demonstração prática de uma teoria de Einstein; ele dizia: “Duas coisas são infinitas, o Universo e a estupidez humana; não estou muito certo, quanto ao Universo.”

Ora, combater à mentira proibindo de falar! Puta que os pariu! Como podem ser tão obscenos? Quem mentir e for demonstrado isso já pode e deve ser punido pelas leis existentes. Nalguns casos, basta a exposição da verdade. A vergonha do mentiroso seria sua punição.

Chegamos ao ponto de uma subserviência tal, ao domínio do crime, que, vergonhosamente acalentamos mais, a expectativa que uma potência estrangeira faça algo que minimize a cleptocracia ditatorial por aqui, do que, a nossa própria nação, pelas suas instituições corrompidas, consiga fazê-lo.

Quem acompanha o que escrevo deve ter percebido que raramente falo de política ultimamente; não se trata de medo, mas de desesperança. A coisa não é pontual, é sistêmica; assim, ficar exasperado com uma ninharia pontual, o desvio de um bilhãozinho aqui, outro ali, é ficar perdendo tempo com minúcias.

Minha esperança está onde sempre esteve; em Deus. Ele pode mudar isso, caso o queira. Senão, mesmo abandonando a ideia de um país decente, devo seguir vivendo e ensinando meios, para que, quem quiser viver segundo Deus, saiba o que lhe convém.

Honestamente deixei de assistir jornais na TV, e tenho preguiça, de ficar zeloso do Erário a cada denúncia que assoma; uma sensação de inutilidade de falar, o que, equivale a abdicar do meu tempo que pode ser usado para fins mais proveitosos, para ir ministrar um cursinho de boas maneiras, e bons costumes na zona.

Homens duplos


“Os Olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando maus e bons.” Prov 15;3

Sempre que O Eterno supervisionava o andamento da Sua obra, O texto diz: “... Viu Deus que era bom.” Gn 1;10 Até que, completando-a, com o homem criado também, acrescentou: “Viu Deus tudo quanto tinha feito, eis que era muito bom; foi a tarde e a manhã, do dia sexto.” Gn 1;31

A variação foi do “bom”, ao “muito bom”. Não havia nada de mau, para entristecer à Divina contemplação.

Se, os Olhos do Eterno, precisam contemplar mal e bem, isso se dá, porque o homem ouviu um “profeta alternativo”, o qual, defendeu que as definições de maldade e bondade eram estreitas, limitadas, preconceituosas. Então, sugeriu ao primeiro casal, que rompessem a cerca; bastaria desobedecer; os horizontes humanos seriam ilimitados.

Tal “profeta” foi ouvido, como são até hoje, os que semeiam facilidades, na terra que foi preparada para a verdade.

Invés da advertência de morte, o Capiroto prometeu que havia grande crescimento espiritual, autonomia, por detrás da desobediência. “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos; sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;5 Haveria um aprofundamento espiritual, além de autonomia, no pacote; só que não.

Aceita a sugestão, males como, mentira, blasfêmia, perversão, coação, saíram do ovo da serpente; consequências como, medo, vergonha, dissimulação, pesaram nos ombros humanos.

O homem, que era “muito bom”, acolhendo sugestão espúria, não apenas buscou maldição para si, como todo o seu domínio se fez maldito; novas “criações” surgiram na superfície da terra, como testemunhos da presença do mal, dali em diante.

“A Adão disse: Porquanto deste ouvidos, à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.” Gn 3;17 e 18

Espinhos e cardos não eram parte da criação “muito boa”; vieram como um testemunho da invasão consentida, do mal.

Por isso, a mistura de espinhos nas escolhas humanas, é sempre uma figura dessa mescla indesejável de mal com bem.

Na Parábola do Semeador, O Salvador aludiu a sementes que caíram entre espinhos; depois, interpretou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” Mat 13;22
Acaso não foi com uma sedução “enriquecedora”, que o criador de espinhos corrompeu ao primeiro casal?

Assim, a mescla de mal com bem, acaba sendo um testemunho da duplicidade do homem. Algo no seu íntimo diz que deve escolher e praticar o bem; mas, como juízo pela desobediência, resultou a queda, e com ela, a escravidão ao pecado. Da tentativa de agradar a essas duas nuances, a que deseja a virtude, e a refém do vício nascem os hipócritas. “Agradam” à virtude nos discursos, nas encenações; onde apenas Deus vê, praticam o vício.

Sim, “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”. Essa mistura, não coloca, necessariamente, ambos na mesma foto. O Criador vê o mal, quando olha para um hipócrita.

Nos seus dias, Jeremias já denunciava a mistura indevida, dos que acreditam que trigo e espinhos sejam igualmente necessários: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

A duplicidade, é o tema central da epístola de Tiago. O que crê e o que duvida; o que apenas ouve a Palavra e o que a pratica; o que tem apenas fé, e o que faz as obras correspondentes; o que deseja amar a Deus e ao mundo, ao mesmo tempo; o que amaldiçoa e o que abençoa com os mesmos lábios; enfim, todo o tratado do Apóstolo, é um conselho para que separemos as boas plantas dos espinhos; uma diatribe contra a duplicidade.

Por fim, ele mesmo usa essa definição, como um obstáculo, e aconselha que nos aproximemos do Senhor, com inteireza de coração; “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Enfim, escolher o bem, não é mera vitrine, para que possamos fazer boa figura num concurso de estética social. 

Antes, é escolher à justiça que Deus ama, e fazê-lo por amor a Ele; quando O Senhor julgar, isso fará diferença fundamental; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

quinta-feira, 29 de maio de 2025

O poder de escolha


“Portanto, como diz O Espírito Santo: Se ouvirdes hoje Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Heb 3;7 e 8

Incontáveis textos ensinam a liberdade de escolha dada ao homem. Esse acima é mais um. Convida quem ouve, da parte do Espírito Santo, a não endurecer o coração, uma vez tendo escutado, a Voz de Deus. O que seria esse endurecer o coração, senão, ignorar quando O Eterno fala? “O coração desse povo está endurecido...” disse O Salvador, durante uma das muitas rejeições que sofreu.

Não devemos entender o livre arbítrio de forma rasa, desconsiderando a condição do homem após a queda. Não foi a Mão Divina que o tolheu da possibilidade de escolher; antes, a escolha de Adão, lançou-o e a toda sua descendência, numa situação de servidão, refém duma rebelde insubmissa, a carne. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou.” Rom 8;20

Essa madrasta se voluntaria sempre ao pecado, indo de encontro ao querer do Criador. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Sua lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Paulo apresenta o pecador como se fosse um ser duplo; com uma inclinação íntima saudável, que quer a virtude e não pode praticar; e outra, enfermiça, que se inclina ao vício e domina a parte mais fraca, impondo-se. “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero, não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17 Assim, não se trata de dois seres, mas de um, escravizado pelo pecado.

Sobre a disposição interior à obediência, o apóstolo disse: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7;22

O Novo Nascimento que Jesus colocou como indispensável, para o homem poder ver/entrar, no Reino de Deus, Jo 3;3 e 5, é uma dádiva que inverte os papeis; após a conversão, o homem interior é capacitado a agir como convém; “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12 Aquele prisioneiro que desejava agir segundo Deus, não podendo, em Cristo, pode.

Como o homem natural, jazendo sob a inclinação perversa da carne, não consegue fazer a boa escolha, sem auxílio, aí entra O Bendito Espírito Santo.

Quando A Palavra é pregada, tanto atua, O Espírito, capacitando ao pregador, quanto, obra tentando persuadir ao ouvinte para a melhor escolha; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em Mim; da justiça, porque vou para Meu Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” Jo 16;8 a 11

Apenas nesse momento, em que o homem está sendo influenciado pelo Espírito Santo, convencido por Ele, que o tal, tem arbítrio livre; seja para escolher consoante com a mensagem que ouve, seja, para endurecer o coração e continuar como sempre, na inclinação natural.

Por isso, seja quem for o agente humano da mensagem, em última análise, é O Espírito Santo que fala; “Portanto, como diz O Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto”.

Depois que cremos, todos temos livre arbítrio, embora essa liberdade seja restrita, não, absoluta. Nossa escolha, como numa eleição em segundo turno, resume-se a duas opções: pode ser, andar em espírito, segundo Deus, ou, por conta própria, o que, a rigor, significa, segundo o diabo. Foi ele quem propôs a “liberdade”, que, em última análise coage o homem a agir segundo ele quer.

Por isso está dito que, mais que a profissão dos lábios, o desfilar das nossas ações, evidenciará a quem servimos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

O vulgo simplifica a “Lei da semeadura” como se, nossas obras apenas, devessem colher sua recompensa; embora, a Palavra ensine a referida “Lei”, pesa nossos motivos antes das ações. 

Se as mesmas são derivadas da direção do espírito, ou mera emulação da carne; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7e 8
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