sexta-feira, 25 de abril de 2025

Mestres e discípulos


“O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.” Prov 17;4

A mesma ideia repetida com palavras diferentes. Que pela identificação, aquele cujo caráter é mau, tende a aproximar-se dos seus semelhantes.

Dessa fonte a simbiose entre cabritos e falsos mestres. Onde o verossímil é buscado mais que o verdadeiro. Tais já têm uma inclinação; só carecem de “doutores” que encaixem “biblicamente” os seus anseios.

Todo tipo de perversão no varejo, é em desdobramento de alguma dispersão do atacado; quando, produtores e produto da heresia se contemplam, como que, olham num espelho.

Assim, já ouvi muitos mestres dos “desigrejados” usando a Parábola do Bom Samaritano, para “provar” que os que estão fora do “sistema” são melhores que os de dentro. Portanto, basta que façamos o bem, como fez o tal, e estará tudo certo. Será que foi isso mesmo que O Mestre ensinou?

No contexto um escriba dera uma sábia resposta, sobre salvação. Quando a conversa derivou para o amor ao próximo, ele perguntou quem seria esse; aí, O Salvador narrou a parábola e devolveu a pergunta, sobre quem fora o próximo do que estava necessitado.

Duas coisas saltam aos olhos nesse incidente: a denúncia que mera religiosidade vazia, sem engajamento amoroso não tem valor; e a verdade que, outro, mesmo sem nosso envolvimento espiritual pode atuar melhor que nós, se formos omissos em fazer o que nos cabe. Isso resulta na diatribe à hipocrisia, e na insanidade do preconceito, dado que, quem agiu bem foi um samaritano, dos quais os judeus não gostavam.

Dizer que a hipocrisia e o preconceito são coisas más, e que mesmo um leigo transeunte pode agir infinitamente melhor do que quem erra nisso, não embasa a doutrina da salvação mediante as obras, nem cria um lastro sobre o qual, os ditos desigrejados possam andar seguros.

Mas os “desigrejados tem mais que isso; A Palavra ensina que somos “Templos do Espírito Santo”, logo, quem precisa de outros templos? É há textos que dizem; “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e não sois de vós mesmos” I Cor 6;19 O verso anterior deixa ver que no contexto se veta à fornicação; “Fugi da fornicação, porque todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que fornica peca contra seu próprio corpo.” V 18

Há mais textos que figuram nossos corpos como templos espirituais. Sempre, numa exortação à necessária santificação; nunca, como sendo um templo alternativo, na posse do qual, pudéssemos nos eximir de congregar.

Em II Cor 6; 14 a 16 somos exortados a nos separar, dos infiéis, dos injustos, dos que estão em trevas, dos filhos de Belial, e dos idólatras, para que, nosso “templo” seja habitado pelo Senhor. Em momento algum preceitua que nos separemos dos irmãos; antes, promete uma habitação coletiva, na congregação. “Por isso, saí do meio deles e apartai-vos, diz O Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei. Serei para vós Pai, e sereis para Mim, filhos e filhas, diz O Senhor, Todo Poderoso.” Vs 17 e 18

Por fim, versam os seguidores dos “Mestres desigrejeiros”, “O dízimo era da Lei; vivemos na era da graça, em nenhum lugar o Novo Testamento se fala dele; não carecemos pagar, pois.”

Na verdade, o dízimo era mui antes da Lei. Foi regulamentado nos dias dela em atenção ao ministério dos levitas. Abraão o pagou; e todos os salvos pretendem ser descendência espiritual dele.

Paulo fala de modo indireto, mas basta honestidade intelectual para ver.
“Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente nós? Mas nós não usamos deste ‘direito’, antes, suportamos tudo para não por impedimento algum, ao Evangelho de Cristo. Não sabeis que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? Os que estão de contínuo junto ao altar, participam do altar? Assim, ordenou também O Senhor, que os que anunciam O Evangelho, que vivam do Evangelho.” I Cor 9;11 a 14

Não estou legislando em causa própria, não recebo dinheiro de igrejas; mas, há muitos ministros probos que o recebem dignamente. Sem o quê, a Obra de Deus seria inviável. Sabemos que há muitos salafrários por motivos rasos; Deus os julgará.

Todavia, os que precisam de “mestres”, munidos da necessária desonestidade intelectual, para envernizar a insubmissão e o amor ao dinheiro como doutrina bíblica, acharão aos montes, e se completarão. Como vimos ao princípio, “O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.”

Eu pedi pra nascer


"Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que tenho te proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Uma advertência como essa, nem sempre levamos com a devida seriedade; de que os Céus e a Terra estejam mesmo, atentos às nossas escolhas. Naquele contexto, referia-se aos hebreus, o “povo eleito” recém liberto da servidão no Egito. Mas atrevo-me a pensar, uma vez que Deus não muda, que a mesma regra se aplica aos servos do Novo Testamento.

Normalmente, achamos que uma advertência assim, se trata de um reforço da Onisciência Divina, uma espécie de “fica esperto, que estou de olho.” Porém, é mais preciso que isso. Quando O Senhor diz Céus e Terra, está dizendo isso mesmo.

Tanto que, quando vai começar uma fala mais solene, chama atenção dos dois lugares, para que estejam atentos, caso algum anjo cronista ande distraído. No cântico de Moisés, breve resumo da sua saga, temos: “Inclinai os ouvidos, ó Céus, e falarei; ouça a Terra as palavras da minha boca.” Deut 32;1

Na introdução de Isaías encontramos: “Ouvi ó Céus e dá ouvidos, tu ó Terra, porque fala O Senhor...” Cap 1;2

Em Jeremias, o desabafo Divino acerca da apostasia na Terra, foi exposto ao apreço dos Céus: “Espantai-vos disso ó Céus, ficai verdadeiramente horrorizados, porque meu povo fez duas maldades...” Jr 2;12 e 13

Então, quando O Eterno toma Céus e Terra como testemunhas, é exatamente isso que Ele está fazendo.

O Salvador ensinou que há festa nos Céus quando um pecador se arrepende; isso enseja a demonstração que os dois ambientes estão, de certa forma, interligados. Que as decisões tomadas num, repercutem no outro. Eis uma razão para pensarmos que não se referia aos dias antigos, apenas!

Cada escolha virtuosa que fazemos, contrariando a inclinação natural, alinhados à Palavra de Deus, nossa atuação é usada como didática nos Céus, ante anjos que assim não fizeram, se deixando seduzir, e erram em “Céus” inferiores; os que caíram. Paulo ensina: “Para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

Os que se mantiveram fiéis não precisam aprender conosco; guardam-nos. Os que caíram aprendem tardiamente que sua escolha foi estúpida. Se coisas frágeis conseguem fazer a boa escolha, quanto mais, seres poderosos como eles, poderiam e deveriam ter feito. Mas, foram levados pelo “novo líder” a duvidar da Sabedoria Divina. Agora, são humilhados com o testemunho dos Céus e da Terra.

Mais que testificar sobre nossas escolhas, os anjos de Deus as registram em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro, O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram ao Senhor e se lembraram do Seu Nome; eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias, poupá-los-ei como um homem poupa ao seu filho que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” Mal 3;16 a 18

A diferença entre o justo e o ímpio, é muito mais que mera estética moral, superioridade filosófica, predileção mais sofisticada; por ser espiritual, derivada do novo nascimento, tem implicações práticas e eternas; elas tratam com vida e morte, bênção e maldição, como vimos no início. “Escolhe, pois, a vida.” Aconselhou O Criador.

Alguns céticos de má vontade, quando desafiados à virtude como forma de vida, eventualmente se ofendem: “Eu não pedi para nascer!” defendem-se, como se fossem vítimas do Criador, mal sabendo que foram cegados pelo inimigo mor. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4

Sua aversão aos bons valores, acaba mascarada de “direito sonegado” por não terem tido escolha no que tange a viver ou não. Mal sabem esses sonolentos que é precisamente esse o lugar onde se encontram. Onde podem escolher entre vida e morte. Pedir para nascer ou inclinar-se a morrer.

O que eles presumem ser a vida, é só um germe da mesma, ainda, em “stand by;” o extremo zelo do Eterno, quanto ao nosso arbítrio. Para que nossa eternidade seja derivada das escolhas voluntárias, não, uma imposição.

Poderemos nos rebuscar dos mais refinados argumentos, com os quais camuflar nossas fugas; mas, isso também será uma opção, com o troante testemunho dos Céus e da Terra.

Certo filósofo cunhou que “estamos condenados à liberdade”, pontuando nossa necessidade de tomar decisões. Tanto é vera essa “condenação” que, a recusa em fazer isso, já é uma, tornando a empresa, impossível; então, escolhamos a vida.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

A sagração da morte


“Melhor é ir à casa onde há luto que à casa onde há banquete; porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

A ideia é que a morte seja docente dos vivos; vendo-a cara a cara, os tais são levados a pensar, sobre o inevitável encontro. Advertidos, pessoas prudentes podem repensar rumos, rever escolhas... esse é o sentido que o ambiente fúnebre é melhor que o festivo.

Não para todos, entretanto. Se há um momento em que a hipocrisia robustece as asas, é na morte. Aqueles que nos invejavam, jamais dariam gosto de admitir alguma qualidade, direcionar-nos o mínimo elogio, finalmente afrouxam os arreios e desbocam-se em apreços, se morremos. “Podemos elogiar à vontade; está morto.” Machado de Assis.

Outros, desejando ser agradáveis mais que verdadeiros, “enxergam” qualidades jamais vistas, no finado; como quem baratina-se ao sair de chofre dum ambiente escuro para outro luminoso, se perdem confusos, quando a rude realidade os desafia a deixar os scripts, demandando alguns passos reais; pela falta de hábito, claudicam.

Os dum terceiro grupo, por achar que a dor se ameniza com adoçante, derramam um monte de mentiras açucaradas, sentindo-se empáticos por agir assim; os anjos que podem ver as almas, devem corar ante tanta pornografia.

Desses vícios todos, se cunhou na sapiência popular, que as pessoas ficam boas quando morrem. Não me importo de continuar mau, pois.

Acontece que o “bom” do momento é o “Papa Francisco”; mesmo muitos que discordavam veementes dele, agora adoçam o falar, amenizam culpas, ignoram diferenças, como se a morte mudasse outra coisa, além da dimensão onde estará aquele que morreu. Ah, mas o Papa foi um exemplo! De quê?

Os católicos conservadores o detestavam, pela sua simpatia aos “casais” LGBTs; pela defesa do ecumenismo onde “todas as religiões estariam certas”; pela heresia de dizer que Cristo foi um “fracasso na cruz”; pela simpatia aberta ao comunismo, malgrado, o império do ateísmo naquele sistema; os milhões de mortos no leste europeu, e na Ásia; Rússia e China sobretudo; etc. Muitos o achavam um usurpador, não, um Papa “legítimo”.

“Ah mas foi um exemplo de humildade; não recebia salário, morava numa capela, pediu caixão de madeira...” Salário para quê? Se tudo o que necessitava tinha, do bom e do melhor em mãos; até um avião particular, para ir onde quisesse, e seu cargo era vitalício; qual o sentido de ter dinheiro?

Morar em aposentos módicos, geralmente é melhor que nos sofisticados. Ficamos mais à vontade, sem carecer formalidades. O caixão do enterro não faz nenhuma diferença para o morto. Se serve de marketing ante os vivos, é outro aspecto.

Se era humilde ou não, perguntemos aos que discordavam do seu “progressismo”, como tratou às ordens religiosas dissidentes, e aos ministros que pensavam diverso sobre isso; os que desejavam seguir com o rito tradicional da missa. Mandou fechar muitas portas por causas ideológicas. Por não admitir um pensamento divergente.

Desde a idade média esse vício papal, grassa; “humildade” ostensiva, tirania objetiva; muitos lavavam os pés dos mendigos com ostentação, nas praças; depois punham os pés no pescoço dos reis que recusavam se submeter a eles, nos gabinetes.

Nem se trata do Bergóglio; mas da instituição “infalível” do Papado como uma mácula doentia. Em 1215 Inocêncio III, declarou: “Fora do Igreja católica não existe salvação.”
No Concílio Vaticano II, em 1965 sob o Papa Paulo VI mudaram: “Aqueles que creem em Cristo e receberam validamente o batismo, estão em certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica.” 

Outro dia, como citado já, o Francisco disse que todas as religiões estão certas; são linguagens diferentes buscando o mesmo Deus. Para seres que, quando falam “Ex-cátedra” são “infalíveis”, bastante confusos e discrepantes esses pontos.

Então, nem se trata de Francisco especificamente; mas o papado é uma instituição errônea; e, com sua “interpretação” espúria que coloca sobre Pedro, o fundamento da Igreja, fazendo algo que A Palavra proíbe; “Porque ninguém pode por outro fundamento além do qual já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11

O próprio Pedro fez questão de anunciar quem É A Padra Angular: “Ele é a Pedra que foi rejeitada por vós, edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.” Atos 4;11

Assim, vemos que não apenas os “infalíveis” são cheios de erros, como a própria instituição do Papado é uma grave afronta à Igreja do Senhor. Quem dirige a Igreja é O Espírito Santo; não, homem algum.

Trata-se de um ser humano, o Mário; e como tal, toda morte tem seu componente triste; pêsames à família! Porém, a “canonização” do que morreu, é apenas porque a hipocrisia insiste em continuar viva.

O livro esquecido


“Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus.” I Jo 3;21

A metáfora, “coração” é abrangente. Significa nosso íntimo, o centro da personalidade, emoções, mente e vontade; o verso em apreço, coloca a consciência também, como mente espiritual, cujo andar conforme, requer um coração segundo Deus.

Quando somos intimamente reprovados ao agir mal, quem opera isso não é a nossa mente frágil; é a consciência no Espírito. Paulo usou termos semelhantes: “Em Cristo digo a verdade, não minto, dando-me testemunho, minha consciência no espírito.” Rom 9;1

Mencionou-a como um luzeiro “autônomo” direcionando ações, onde os Divinos preceitos ainda não tinham sido ensinados; citou os que, nada sabendo sobre Deus, manifestavam um agir como se tivessem no íntimo, Sua Lei; “Os quais mostram a obra da Lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência e seus pensamentos, quer acusando-os, quer, defendendo-os.” Rom 2;15

Em muitas culturas sem nenhum ensino acerca de Deus, erros como, mentir, furtar, adulterar, desobedecer aos pais, eram condenados; quem os cometia sentia-se culpado, ante o testemunho íntimo do qual não podia se evadir. Essa é a ideia esposada pelo apóstolo.

A consciência foi posta na alma humana com fim de demandar um agir, segundo a luz recebida, e fazer seus hospedeiros, alinhados, de certa forma, aos valores do Criador.

Contudo, onde viceja a sagração da vaca, a adoração do falo, o culto à natureza, não foi a consciência que ensejou isso; a origem dessas crendices é espúria. Uma vez estabelecidos como probos, erros assim, a consciência acusará à desobediência; pois, foi “formatada” inicialmente, para um método, a obediência; malgrado, o mérito.

Mesmo onde viçava a filosofia, a fé também ocupava espaço; entre os gregos com seu vasto Panteon, onde havia deuses para todos os gostos, tinham um altar ao “Deus Desconhecido”, por quê? Certamente, porque as consciências de alguns não se satisfaziam com aquela miscelânea, inócua; identificavam a necessidade de mais. Não apostavam sua segurança em deuses que as mãos humanas poderiam fazer, e desfazer.

Assim, se “nosso coração não nos condena”, deve ser entendido como, se nossa consciência não nos acusa; ainda não é o juízo Divino, porém.

O texto não diz que se nossa consciência estiver em silêncio somos inocentes; antes, fala que, “temos confiança para com Deus...” É isso um bom sinal, apenas; não, um veredicto.

Há casos em que a consciência não acusa, não é pela ausência de culpa. Antes, porque, pela falta de uso, de ser ouvida quando falou, ela acabou cauterizada. Os que endurecem o coração no erro e se recusam a voltar; A Palavra desaconselha que percamos tempo com os tais; “Ao homem herege, depois de uma ou outra admoestação, evita-o; sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já, em si mesmo, condenado.” Tt 3;10 e 11 

Triste quando alguém chega a um estado de endurecimento tal, que já não vale à pena gastar tempo com ele, acerca da salvação! Invés da sua alma sair da gestação e ganhar as asas da luz espiritual, encasula-se, endurece num fanatismo doentio. “Cada qual tem sua religião” defende-se, como se isso bastasse.

A apostasia, o desvio da fé, dando margem a doutrinas de demônios, deveria vir, segundo Paulo, “pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada sua própria consciência.” I Tim 4;2 Nesse caso, a troca do veraz pelo aprazível, do probo pelo mais fácil, acaba vencendo as defesas, de quem deixa de escutar a própria consciência.

É possível ouvirmos, indiferentes, aos ensinos derivados da Divina correção, sem nos importarmos, por muito tempo; mas, isso nos fará chegar um tempo em que, Deus já não se importará mais conosco. “O homem que, muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído, sem que haja remédio.” Prov 29;1

Então quando errar nos dói, incomoda, ainda não é de todo ruim; “Se a consciência não for um freio ela será um chicote.” Samuel Bolton. Isto é: se não conseguir nos impedir de agir mal, pelo menos deixará bem claro, que foi mal.

A culpa pesando na consciência é algo ruim que pode ser concertado mediante arrependimento e mudança. Todavia, quando as coisas erradas se tornam um “direito” nosso, então, é pouco provável que encontremos lugar de arrependimento. Como fazer isso, sem antes reconhecer a culpa?

A sociedade chama de psicopatas, aos que conseguem cometer as maiores atrocidades, sem nenhuma compaixão, nenhum traço de misericórdia, empatia; a Palavra Divina usa outra linguagem: “Estes, como animais irracionais, que seguem à natureza, feitos para ser presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção.” II Ped 2;12

“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.” Blaise Pascal

Os caminhos de Deus


“Por isso me indignei com essa geração, e disse: Estes sempre erram no seu coração, não conheceram os Meus caminhos.” Heb 3;10

A reprovação do Eterno, ao povo descrente dos dias do êxodo. “... Sempre erram no seu coração...” Em geral temos os erros como desvios nas ações. Deus os vê, antes disso, ainda em seu nascedouro, nos corações.

Quando na casa de Jessé, Samuel que fora incumbido de ungir a um rei, se impressionou com os filhos mais velhos, supondo que seria um deles, o escolhido, O Senhor advertiu: “... não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem evoque está diante dos olhos, porém, O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Nossas atitudes, antes de praticá-las, acalentamos como desejáveis, em nossos corações. Ali está a raiz dos problemas, quando, o nosso agir não é conforme o Divino Conselho. Por isso, devemos ser zelosos em extremo com eles. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração; porque deles procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Os reféns das paixões são como torcedores de futebol. O mesmo lance que consideram normal, quando favorável, o têm por faltoso quando contra as cores da sua paixão. Retrato fiel dos corações doentios, que amam suas predileções, mais que à verdade e à justiça.

O perigo que correm os com corações nessas veredas, de amar o agradável invés do verdadeiro, é que haverá uma colheita exatamente, conforme essas inclinações.

A permissão do governo mundial do títere de Satã que se avizinha, é uma preliminar do Juízo Divino, contra os inclinados à mentira, avessos à verdade; “Esse cuja vinda, é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

“... não receberam o amor da verdade...”
esse amor é personificado, como se fosse um andarilho a bater nas portas dos corações, dos que se recusaram a receber e abrigar ao tal.

Cristo ensinou a mesma coisa, anexando as razões dessa “porta na cara”; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais às trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Na diatribe inicial contra aquelas de dias antigos foi dito ainda: “... não conheceram os Meus caminhos.” Ora, O Todo Poderoso os livrara com mão forte de sob a opressão de Faraó; enviando as dez pragas, fazendo-os sair com grandes riquezas e abrindo o mar vermelho; não dá para dizer que os “Caminhos do Senhor” eram discretos, quase imperceptíveis. Feitos daquela grandeza deveriam ensejar temor e gratidão em alto grau. Mas, infelizmente não foi assim.

Podemos pensar que somos melhores que eles, pois, não vimos tais proezas de Deus, como eles e ainda cremos. Em geral somos exatamente iguais. É certo que não vimos grandes sinais como eles. Porém, temos as Escrituras plenas com revelações acerca do Eterno que eles não tinham. Embora de lábios a grande maioria manifeste sua “fé” em Deus. O apodrecimento célere da sociedade, e a perversão dos valores se encarrega de mostrar o contrário.

Quando acontece uma tragedia como as chuvas do ano passado, muitos “lembram” de Deus, para acusá-lo. Quando a vida volta ao normal, com colheitas fartas, saúde, ausência de calamidades, invés de gratidão ao Eterno, as pessoas se dão às festas ímpias, prostituição, mentira, corrupção, cumplicidade no erro, culto a Lúcifer, “Cristo Protetor” e outras abominações mais.

“Devemos consertar o telhado em dias de tempo bom;” J. Kennedy Assim, em dias de calmaria deveríamos acertar nossas vidas no prisma espiritual, reconciliando-nos com Deus, para quando os dias maus chegarem, estarmos em paz com Ele. Quantos o fazem? “... Estes sempre erram no seu coração, não conheceram os Meus caminhos.”

Correr para trás de um biombo religioso e se justificar, isso a maioria faz. Agora lidar de frente com a verdade, de acordo com A Palavra de Deus, mesmo quando ela nos parece desfavorável, isso é ousadia para poucos.

Pois, aos que se atreveram a isso, a promessa dada a certa igreja da Ásia, também se aplica a eles, pela fidelidade Divina; “Como guardaste a Palavra da Minha Paciência, também Eu te guardarei, da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar aos que habitam na terra.” Apoc 3;10

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Inimizade com Deus


“Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo, paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14

Denúncias contra os falsos profetas. Entregavam mensagens de paz mesmo estando o povo em guerra com O Criador. Em se tratando de ralações internacionais, não seria necessário um profeta dizer que estavam em paz; o simples não haver guerra em curso já seria suficiente.

O Senhor permitia a triunfo de outras nações contra o “povo eleito”, quando esse agia de modo contrário ao Divino querer, e mesmo vastamente advertido pelos profetas, nisso persistia; assim, o profeta que avalizasse aquilo como probo, aceitável diante de Deus, se dizia dele, que era um mensageiro de paz.

Porém, se alguém colocasse o “selo da Divina aprovação” numa geração que estivesse agindo de modo réprobo, seria um que falaria de paz, num contexto em que a paz, não estava sendo fomentada. O juízo estava às portas através da permissão do triunfo dos caldeus, contra os hebreus, e os falsos profetas esforçavam aos errados, para que assim permanecessem, garantindo que Deus pelejaria por eles.

Nas lamentações, num cenário de cidade arrasada, povo cativo, Jeremias não culpou inocentes; antes, aos “mensageiros de paz”, que invés de manifestarem os descaminhos dos maus, chamando os errados ao arrependimento, passavam pano, dizendo que estava tudo bem.

“Teus profetas viram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14

O que é uma carga vã? Qualquer “receita” que, invés de corrigir a alguém segundo Deus, permita que esse “pague” ao Eterno, pelo direito de seguir como está é uma assim. Não apenas a demanda de oferendas se mostrava vã, como ainda irava a Deus, por tentar compensar à desobediência com corrupção, como se O Altíssimo fosse igual aos humanos venais.

Assim, as “cargas vãs” se mostravam também, pecados abjetos, “motivos de expulsão.” Estavam com “Cartão amarelo” e ofendiam ao Juiz, numa metáfora futebolística.

No contexto atual, O Senhor trata com indivíduos, não com uma nação, como era no Antigo Testamento. Porém, em certo sentido a situação é a mesma. O sujeito vive em guerra com O Eterno, pela recusa em se deixar conduzir segundo a Sua Palavra, e os “profetas”, saem validando toda sorte de posturas, por pecaminosas que sejam, afinal, estamos na “era da Graça.”

Uma coisa elementar deve ser lembrada, pois, parece que confundiram a dita era. O advento da Graça significa que, o que era impossível para nós, pelos nossos méritos, foi possibilitado pelo Excelso Mérito de Cristo, e ainda vige, por alguns dias; não significa, contudo, que O Todo Poderoso tenha deixado de Ser Santo, e assim, faça vistas grossas às posturas que sempre foram réprobas aos Seus Olhos. Na Graça, o que sob a lei era condenável, pelo Sangue de Cristo, torna-se perdoável, onde houver arrependimento e mudança de vida.

Logo, antes de sairmos com falácias tipo, tome posse disso, daquilo, conquiste, a ou b, triunfe nessa ou naquela empresa, ande após essa ou aquela “revelação”, é preciso desfazer a inimizade com Deus.

Todo aquele que adotou o pecado como modo de vida, admita isso ou não, goste ou desgoste do diagnóstico, está em guerra, em inimizade com Deus. Precisamente nesse lapso, o do litígio, a Graça manifestada em Cristo atua; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós, a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Os que recebem à Graça, são transformados de maneira tal, que as coisas que antes lhes aprazia ouvir, quando consumidores de falsos profetas, perdem o sabor; os rapaces de antes são mudados em herbívoros; o novo ser, traz consigo um paladar renovado também; “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Desse modo, se alguém pretende ser um “tirado dum charco de lodo” e firmado sobre a Rocha,” ver salmo 40, mas ainda manifesta um paladar que busca pelos vermes comuns no lodo, há fundadas razões para duvidarmos que esse tenha passado, deveras, pelo “Novo Nascimento.”

Sabemos que conversão é imediata, mas santificação é um processo longo, no abandono das “cargas vãs” de antes; mas no renascido, traços do novo paladar devem ser visíveis, como ensina Pedro; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele, vades crescendo.” I Ped 2;2

A recusa em abandonar maus hábitos em tempos de liberdade, acabou tolhendo até essa, no ardor do cativeiro. Ainda resta tempo para quem anda errado; pouco tempo. “... hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

terça-feira, 22 de abril de 2025

Atemporais



“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.” Lev 18;3 e 4

Deus ditando a Moisés, instruções que ele deveria ensinar ao povo. Duas situações saltam aos olhos, nas instruções Divinas: Vetos à tradição e a aculturação; invés dessas fontes, A Palavra de Deus.

“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes...” aquilo que por muito tempo fora o normal, não servia na nova relação. Tradições, não! E pensar que o catolicismo coloca suas tradições como fontes, mesmo que essas contradigam à Palavra de Deus. Se levassem A Palavra a sério, não teriam necessidade de mais nada. “Visto como O Seu Divino Poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Gloria e Virtude.” II Ped 1;3

Os fariseus cometiam o mesmo erro e foram denunciados; “... invalidando assim, A Palavra de Deus pela vossa tradição...” Mc 7;13 o que é o sincretismo, senão, uma mistura de tradições religiosas ímpias com A Palavra de Deus, como se, fossem coisas complementares, quando, na verdade, são excludentes?

O que os judeus viram no Egito, em termos de culto, ritos, ensinos religiosos, não tinha permissão para ser replicado, uma vez estabelecidos na Terra Prometida. Aliás, o Bezerro de ouro, fora uma infeliz réplica do deus Ápis, figura comum na religiosidade egípcia, de onde foram libertos.

Não apenas tradições foram vetadas; a aculturação também. A cópia do modo dos cananeus de agir, também foi vetada pelo Eterno; “...nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual, Eu vos levo...” Até se tornou anedota, a petição dum adolescente quando esse deseja sôfrego por algo que “todo mundo tem, ou faz”. “Você não! Você não é todo mundo”; responde a mãe, ao infeliz.

Pois, a tendência de imitarmos o que vemos acontecendo em nosso existenciário, é uma inclinação natural do ser humano. O que é a moda, senão, uma proposta estética, artística, comportamental, que a maioria que vê, acaba por imitar?

Sabedores dessa faceta da psiquê humana, as pessoas que defendem alguma causa, independente de ser moralmente hígida ou enfermiça, colocam uma multidão de defensores da mesma numa passeata, gritando palavras de ordem; para fazer parecer que aquilo representa um anseio legítimo, ou majoritário, o que, nem sempre se verifica.

Pois, no tocante a nós, que pertencemos ao Senhor, tanto a cultura adjacente, quanto, as tradições, se, chocam-se com a Palavra da vida, devem ser evitadas; “... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.”

Pela natureza eterna de Quem nos chama, e de, para o quê, somos chamados, “... toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12 as coisas temporais, sejam antigas como as tradicionais, ou atuais, como os modismos da hora, não devem receber nossa atenção, se, nos induzem a algum tipo de postura que choca-se com a vontade Divina a nós revelada pela Palavra.

As coisas velhas, antigas, não são necessariamente ruins, nem as novas, forçosamente boas; como cada uma delas se relaciona com a Palavra de Deus, deve ser nosso meio de aferir sobre o valor de umas e outras; “Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus, é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Como estamos num tempo bem futuro, em relação à entrega da Palavra de Deus, no nosso caso, a perseverança nela, tem um quê de tradicional, se imitarmos aos que foram fiéis em dias idos; Pois, no que tange à doutrina, não há espaço para inovações; “Assim diz O Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas. Mas eles dizem: Não andaremos neles.” Jr 6;16

Porém, os que vêm de práticas espúrias no prisma espiritual e se convertem a Cristo, devem esquecer o que viveram “no Egito”, nos dias da escravidão. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Para os sedentos por novidades as coisas antigas são “jurássicas”; as modernas, têm sabor de pão novo. Pra quem tem discernimento espiritual, a mentira é uma velharia assassina, mesmo num broto recente, e a verdade, água límpida, mesmo vertendo em fontes antigas. Quem foi chamado à vida eterna, pois, deve ser zeloso pela vida, não, pelo tempo.
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