domingo, 20 de abril de 2025

Do fundo do coração


“Todos os dias do oprimido são maus; mas o coração alegre é um banquete contínuo.” Prov 15;15

Costumamos dizer que não estamos num bom dia, evidenciando que a desventura que nos pesa, é pontual. Uma “dor de cabeça” que logo irá passar. Todavia, nosso “oprimido” em apreço, vive num oceano de infortúnios, sem nenhuma ilhota de ventura; “Todos os dias do oprimido são maus...”

Seja quem for o algoz que o oprime, exerce uma tirania full time, faz da opressão, um tratamento monótono. Por outro lado, “... o coração alegre é um banquete contínuo.” Logo, vemos que, a causa da opressão no primeiro paciente é a tristeza de coração, uma vez que o seu oponente possui um coração alegre. Profunda tristeza, em muitos casos, enseja à depressão.

Emoções podem ser maquiadas superficialmente; tanto o humor pode se disfarçar de alegria, quanto, certa gravidade necessária, ser tida por tristeza.

Uma dor pontual, para quem pertence ao Senhor, às vezes é um chá com folhas amargas do arbusto do pecado, quando esse, enganado, devaneia que seu fruto é doce e se atira ao mesmo; a dor deriva da medicina Divina tratando almas; “Melhor é a mágoa que o riso, porque, a tristeza do rosto faz melhor o coração.” Ecl 7;3 Então, quando a tristeza é derivada disso, é uma coisa boa; ruim seria cometer injustiças com o coração alegre, pois, seríamos então, um caso perdido.

Eventualmente, alegria e tristeza, podem “invadir” um ambiente, como crianças peraltas ante uma porta aberta; feixes de alegria onde a tristeza vive, e vice-versa; uma anomalia emocional, onde o comum seja d’outra estripe. Mas, um pirilampo não ilumina à noite, tampouco, uma nuvem escurece ao dia.

Os disfarces derivam de conveniências pontuais, retratos de alguma esperteza do coração, mais que das emoções que o movem; o humor pode ser produzido externamente, por um bufão qualquer, levando alguém a rir sem sentir alegria; também a gravidade, pode ser derivada da prudência ante uma situação que se divisa, sem que signifique, estarmos tristes.

Que o habitat das emoções é o coração humano, a mesma Palavra o ensina. “O coração conhece a própria amargura, e o estranho não participará, no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

Assim, tanto a opressão, quanto a vera alegria, costumam fazer ninho nesse “nicho” profundo da alma humana. Pois sabemos que “coração” é uma metáfora significando o centro da nossa personalidade, o mais íntimo do ser, fonte de pensamentos, vontades e emoções.

Por isso esse centro deve ser alvo de profundo zelo, mais que outra coisa qualquer; “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração; porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Enquanto homem comum pode se alegrar em ambientes projetados pra isso, festas comes e bebes, o que pertence ao Senhor frui outro tipo de alegria; “Porque O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17

Quando fez Seu convite para salvação, O Senhor disse: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.” Mat 11;28

Ele sabia que é o pecado que oprime de modo contínuo o coração humano; pois, mesmo nos momentos em que parece ter todas as razões para estar alegre, aquele que nele vive, sempre traz uma sombra íntima, pela certeza da alienação ao Criador, que turba eventual alegria, de modo que essa não seja plena.
Assim, “até no riso o coração sente dor; e o fim da alegria é tristeza” Prov 14;13

Diferente do que, por ter o coração alegre frui um banquete contínuo, essa alegria pontual do que está em inimizade com Deus, acaba no outro lado da rua.

Então, antes das emoções, propriamente, O Senhor trata da relação; do restabelecimento dela; “Isto é Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo; não lhe imputando seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

A alegria espiritual é um patrimônio íntimo, que passa incólume pelas aflições da vida, num mundo pecaminoso e mau como o que vivemos. Dores, decepções, tristezas, concorrem, e vulneram nosso aspecto natural; o sobrenatural passa sobre isso; “Por isso não desfalecemos; ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16

O “banquete contínuo” no qual nos alegramos é a certeza da paz com Deus, e que, malgrado as dores necessárias daqui, na casa do Pai, para onde vamos, a alegria agora íntima, então, será plena. “... as coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2;9
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sábado, 19 de abril de 2025

Legendários; a caixa preta


“A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova”. Camões

Se há uma coisa que nós, efêmeros habitantes da Terra, lidamos mal, é com o tempo. Temos pressa, mesmo que nem saibamos para onde ir. Quando Moisés foi chamado ao monte, onde receberia os Dez Mandamentos, ao povo foi ordenado que esperasse sua volta.

Como sua ausência se prolongou um pouco, presto decidiram que precisavam de um “plano B”; em novo deus; pois, Moisés teria ido embora como o “Seu”. Assim, fizeram o bezerro de ouro. Como tiveram que arrecadar o metal convencer pessoas e esculpir o dito bicho, e no regresso, Moisés após 40 dias os encontrou numa festa pós culto, aproximadamente, o tempo “insuportável” daquela espera fora de um mês.

Assim, não evidenciaram nenhuma afeição pelo Senhor, que os livrara milagrosamente da escravidão no Egito. Se, trinta dias de espera fora uma demora demasiada para eles, seus anseios festeiros se mostraram mais valiosos que o temor a Deus, e a gratidão por tão maravilhoso livramento.

Nesse caso, nem seria suportar o curso do tempo, que passaria de qualquer forma; antes, domesticar suas comichões por prazeres, festas, tendo valores maiores, em voga.

O sonho de consumo do homem religioso e ímpio, (os dois cabem na mesma bainha) seria “condensar” sua “obediência”, numa espécie de “Pagamento” a Deus com breve período de sacrifício, para depois, pecar “autorizadamente”; afinal, já “pagou o preço”.

Como os Orixás que oferecem seus préstimos em trocas de “despachos” que incluem alimentos e bebidas, esses, de bom grado fariam seus “despachos" pontuais, para “comprar” o direito a viver descuidadamente.

Além do triste retrato da miséria humana, isso é blasfemo, por reduzir ao Altíssimo, ao tamanho das entidades aquelas. Os católicos oferecem suas placas, “Por uma graça alcançada”; uns sobem escadarias de joelhos; outros andam grandes distâncias levando uma cruz; a ideia comum é sempre a mesma; invés do “negue a si mesmo” em submissão a Jesus, requerido, algum tipo de “Pagamento” pelos pecados cometidos, ou, por alguma graça desejada.

Agora, entre os protestantes, surgiram os tais “legendários”, que numa mescla de misticismo, coachismo, escotismo, radicalismo, pretendem resolver mazelas de uma vida de vícios, em três dias de retiro na natureza. A coisa é organizada, uniformizada, estilizada, dispendiosa. As inscrições mais módicas giram em torno de 1500 reais, o que torna a empresa elitizada; impensável para os mais pobres.

Alguns veem a isso como um resgate do “rito de passagem” tribal, onde o jovem era desafiado a matar uma grande presa, para, enfim, ser considerado um homem. Esses pretendem nesses três dias mágicos, passarem da vida viciosa em que viveram, para outra, virtuosa. Apresentar sua camisa laranja, seu número de inscrição a toda a tribo, para que essa veja, que enfim, o tal se tornou um adulto. Tenho medo que a coisa não seja assim tão simples.

O rito de passagem do mundo para Cristo é o mesmo para homens e mulheres; arrependimento, conversão, batismo. Da infância espiritual para a maturidade, a edificação pela Palavra, e o exercício em amor.

Depois de mostrar a insignificância de todos os dons, mesmo os mais portentosos, sem o concurso do amor, Paulo ensinou, que ancorar nosso cristianismo meramente neles, sem o mais nobre dos dons, era coisa de meninos; disse isso de modo indireto, mas perfeitamente compreensível: “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Incluindo, o amor, a capacidade de suportar, as renúncias, e o altruísmo, “não busca os próprios interesses”, talvez, descer ao vale do serviço desinteressado seja mais produtivo que subir ao monte da ilusão comercial, travestido de aperfeiçoamento espiritual.

Sim, é comercial. Embora segundo A Palavra é amaldiçoada a ideia que os dons de Deus se obtenham por dinheiro, Atos 8;20 esses encontros excluem automaticamente aos de baixo poder aquisitivo.

Temo que, seja mais um modismo como as paredes pretas, agora o escotismo gospel de camisas laranjas, cujos frutos tenham a brevidade da flor do hibisco.

Aliás, as “caixas pretas” das aeronaves usam a cor laranja, para serem encontráveis em caso de acidentes; nela estão as últimas falas na cabine, pelas quais as causas do sinistro podem ser deduzidas.

Se aquilo que demanda uma vida de renúncias se pretende produzir em três dias “mágicos”, temo que essa conversa já seja reveladora das causas do “acidente”. O homem ímpio e religioso pretende seguir assim; fazer um “pit stop” pra mostrar “urbe et orbe” sua “boa vontade”, depois continuar como antes, fugindo da Palavra da vida, que o desafia à necessária santidade.

Se alguns mudarem, deveras, será apesar do ritual, e não por causa dele.

Coragem de graça


“Mas, pela Graça de Deus, sou o que sou; Sua Graça para comigo não foi vã, antes, trabalhei muito mais do que todos eles, todavia, não eu, mas a Graça de Deus que está comigo.” I Cor 15;10

“Porque a Graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século, século, sóbria, justa e piamente.” Tt 2;11 e 12

A Graça tem sido usada de modo a corroborar conveniências ímpias, muitas vezes, para prejuízo dos proponentes. Tais, a apresentam com “patrocinadora” da licenciosidade, justificadora da omissão, opositora da disciplina. Ela fez tudo; a nós restaria desfrutar.

Paulo apresentou seu árduo trabalho na Obra de Deus como contraponto à Graça, sem o qual, - defendeu - a mesma teria sido vã; escrevendo a Tito abordou sua abrangência plena, porém, ensinou renúncia dos modos ímpios e mundanos, como nossa necessária contrapartida ao Amor Divino.

Não venham raciocínios falazes, maniqueístas, dizendo que estou esposando a salvação por obras. A Palavra é categórica: “Porque pela Graça sois salvos, por meio da fé, isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie.” Ef 2;8 e 9

Sendo a fé uma virtude abstrata, a única forma tangível dela se deixar ver, é mediante nossa maneira de agir, se, deveras a possuímos; no mesmo texto que diz que a salvação não é pelas boas obras, essas são colocadas como necessárias, pelo querer do Salvador; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Assim, as boas ações em Cristo não são um meio de salvação; antes, um meio de evidenciarmos que fomos salvos pela Graça do Senhor; “... mostra-me a tua fé sem tuas obras, que eu te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2;18

Infelizmente, desfilam por aí todo tipo de “engraçados”, digo, dos que acreditam que a Graça fez tudo; a eles não resta nenhum afazer. Ora, O Salvador foi categórico quanto ao propósito da salvação: “O Lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar os frutos da terra.” II Tim 2;6 “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai É O Lavrador” Jo 15;1 “Nisto é glorificado o Meu Pai, em que deis muito fruto, assim sereis Meus discípulos.” Jo 15;8

Não poucos, refratários à necessária mordomia cristã, tentam disfarçar sua avareza e egoísmo sob as vestes da graça; desigrejados usam o argumento que se decepcionaram dentro de igrejas; agora não carecem mais delas, afinal, seriam “Templos do Espírito Santo” e bem podem se arranjar diretamente com O Senhor.

Assim como a graça recebida por alguém produz frutos visíveis, igualmente, O Espírito Santo, preenchendo um templo, não o levará errante, ensimesmado, separado do “Corpo de Cristo.” Decepções em nossa caminhada são “ossos do ofício”; “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33 Muitos não entenderam a natureza da peleja, na qual foram chamados a fazer parte.

Nos dias de Gideão houve um chamado à covardia; digo, a que os covardes abandonassem a peleja, fossem para casa; Jz 7;3 O Eterno não queria que, uma vitória que Ele daria graciosamente, fosse um fomento à presunção.

Depois da Cruz de Cristo, não resta a mínima chance verossímil, de alguém presumir que será salvo pelos próprios méritos. Mesmo os mais valentes carecem da bendita remissão; são capacitados pelo Espírito Santo, para o necessário combate.

As decepções são estocadas do inimigo em nossa peleja; os adestrados pra mesma se esquivam com o “Escudo da fé”. A alguns hebreus que estavam decepcionados, e cogitando retroceder foi apresentado um enorme rol de gente que dera a vida por amor a Deus, os chamados “heróis da fé” e depois cotejadas as duas situações; “Ainda não resististes até o sangue, (como eles) combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Eventualmente nossas “razões” precisam ser vistas contra um pano-de-fundo melhor, para que entendamos que não temos razão.

Enfim, fomos salvos pela Graça inaudita; porém, desafiados às renúncias de paixões mundanas, “empoderados” em Cristo, para os enfrentamentos necessários; “A todos que O Receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12 

Não precisamos buscar atenuantes para nossos pecados, antes, perdão. Os pecados alheios que observamos são advertências para que não os imitemos; não, motivos para que nos acovardemos.

Devemos vestir a “Armadura de Deus”, triunfar Nele; o chamado agora, não é para covardes, como foi aquela vez; antes, como nos dias de Josué: “... Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7
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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Contra a anistia


“A mentira dá uma volta ao mundo, antes que a verdade tenha oportunidade de se vestir.” Autor desconhecido.

Não é uma qualidade da mentira; antes, avidez no paladar dos seus consumidores. Geralmente ela é produzida para ir ao encontro de alguma nuance gustativa, de quem, pelo anseio saciado, se apressa em disseminar, invés de passar pela peneira de verdade e ver se ela se sustenta.

Goebbels, ministro da propaganda de Hitler dizia que uma mentira mil vezes repetida se torna verdade. Com devido respeito ao pudor da lógica, preciso dizer que essa mentira, não é verdade.

Uma, mil vezes repetida é apenas uma cantilena enfadonha, abjeta. Quando parece vigorar certa normalização da mentira, como em nosso país, alguns fatores periféricos concorrem para isso. No nosso caso, medo de uns, pela opressão vigente, e preguiça de outros, por ver que a Constituição e as leis não valem mais. O crime organizado sequestrou o Estado e dá as cartas.

Se discute há vários dias sob pressão social, majoritária, o projeto que pretende dar anistia aos “golpistas” do 8 de Janeiro de 2023. Não se trata de uma mentira especificamente. Antes, de um balaio de mentiras, institucionalizadas, que são tratadas pela Imprensa prostituta, como fatos provados e estabelecidos.

Primeira mentira: A eleição foi fraudada grotescamente. Tanto na descriminalização e soltura de um prisioneiro ficha suja; quanto, na parcialidade engajada do TSE que tolhia um lado e abria as pernas ou outro. Não bastou, tal a permeabilidade de Jair Bolsonaro nos anseios dos eleitores; então, “contaram” votos no escuro, colocando na conta do candidato que não podia, nem pode sair às ruas, pela aversão que enseja, sessenta milhões de eleitores.

Várias denúncias de fraudes pipocaram; um jornalista argentino fez um levantamento, mostrando; muitos eleitores protestaram veementes; nas urnas em que votaram, no Jair, nenhum voto apareceu computado a ele. Houve uma investigação dessas coisas? Auditoria? Não. Houve ameaças de prisão, aos que "atentassem contra a democracia", duvidando da “contagem” dos votos feita no escuro, sob a batuta impoluta do Alexandre de Morais. “Missão dada; missão cumprida” garantia ele.

Vendo a nudez crassa da fraude as pessoas se desesperaram, antevendo dias de miséria, corrupção e roubalheira, como os atuais.

Acreditando que o ultimo bastião da moralidade seriam os militares, as pessoas se manifestaram diante dos quarteis, por mais de dois meses; não, pedindo um golpe, denunciando-o; pediam que os códigos-fontes fossem apreendidos e feita uma contagem transparente para que, a vontade da maioria fosse conhecida e respeitada.

Os protestos se arrastaram, de Outubro a Janeiro, e nada dos militares atenderem ao clamor popular. Com o governo “legitimamente eleito” se incomodava com a foto da fraude, full time na sua cara, planejou o “Golpe de 8 Janeiro;” infiltrou a cachorrada deles, disfarçados de patriotas; fizeram a quebradeira aquela, com as veementes digitais do esquerdismo, que, se fosse devidamente investigadas as imagens, se poderia punir um por um, dos seus agentes, e não seriam aquelas pessoas que estão presas inocentes, há mais de dois anos. Muitos integrantes do atual governo acabariam na jaula, inclusive.

Porém, feita a patifaria, atiraram a tarrafa da “justiça” sobre gente inofensiva, inocente; os prenderam sem julgamento, e condenaram sem direito a defesa; de roldão. Pois, disso depende a narrativa canalha, do sistema corrupto e assassino, do crime organizado que roubou a toda a nação.

Ora, anistia é um perdão que se concede a determinado condenado, exilado político, que se arrepende, e se dispõe a viver, doravante, sem transgredir. Aquela gente não cometeu crime nenhum. Precisam urgentemente ser inocentados; mais que isso: Indenizados pelos danos sofridos em todas as esferas por terem dois anos das suas vidas roubados, de forma vil.

Os grandes corruptos do sistema é que devem ser presos e ter seu patrimônio, arregimentado às custas de trabalho e sangue alheio, apreendido e convertido em indenizações às pobres vítimas da sua ganância.

Alguns patifes que ocupam lugares de honra atualmente, fazem pensar com carinho na pena de morte até. São tão canalhas, e irrecuperáveis, que um tribunal militar os julgando e executando à moda antiga, resgataria algumas gotas de higiene cívica, coisa tão poluída por esses “democratas” da atualidade.

Assim, o pleito pela anistia não é a admissão que os seus beneficiários seriam culpados arrependidos; pois, assim, estaríamos vestindo de verdade, à fraude do “golpe” que visou legitimar a fraude da “eleição”.

Acontece que estando as instituições “democráticas” como estão, a anistia é a “justiça” possível, por enquanto. Porém, pelas razões alistadas nessa breve análise, sou contra a ela, como tal; os inocentes merecem reparos; não, apenas liberdade.

Estamos de tal modo submersos na ditadura judicial, que somente Deus poderá nos livrar dos que, atualmente, “defendem à democracia”.

A asas de Sophia


“Não clama, porventura, a sabedoria, e a inteligência não faz ouvir sua voz?” Prov 8;1

Tendem os seres a buscar aquilo que acreditam precisar. Invés de um ignorante clamando por luz, entretanto, temos a sabedoria buscando por alunos. “A vós ó homens, clamo; minha voz se dirige aos filhos dos homens; entendei, ó simples, a prudência! Vós insensatos, entendei de coração; ouvi, porque falarei coisas excelentes...” Prov 8;4 a 6

Basta que sejamos simples, insensatos, e teremos as “credenciais” para nos matricularmos com ela.

Sophia não tem necessidades; a nobreza que a caracteriza, seu amor, a faz buscar meios de se dar. Não deseja ser conhecida para “melhorar seu score”, emular à loucura por ter mais “seguidores”, nada disso. Busca alvos, pelo bem que pode fazer, aos que se achegam a ela; “Aceitai minha correção, não a prata, o conhecimento, mais que o ouro fino, escolhido;” aconselha; “Porque melhor é a sabedoria que os rubis, e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Vs 10 e 11

Por causa da nossa inépcia, não conseguimos apreciar às coisas como são; desde a queda, Adão, fugitivo e medroso, transmitiu isso à sua descendência. Tendemos a dar às futilidades palpáveis um peso maior que tesouros de valor eterno. Assim, quem se ocuparia em buscar sabedoria, se, acredita que precisa vinho, pão e esconderijo?

A maior barreira, pois, não é que tenhamos necessidade de saber; mas, que essa necessidade é tão profunda, de modo a tolher que saibamos disso, até. Sócrates faz sentido; “Tudo o que sei é que nada sei.”

Em geral, as pessoas de conhecimento pífio, se bastam, no que “sabem” e têm raiva de quem, supostamente, sabe um pouco mais. A Palavra de Deus nomeia esses como “sábios aos próprios olhos,” e sentencia: “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo, que dele.” Prov 26;12 Vai que um tolo, devidamente aconselhado ouse pensar a respeito e mude? Um presunçoso, sábio aos próprios olhos, descartaria tudo, antes mesmo de cogitar sobre o que ouvisse.

Após a queda, e consequente escravidão ao pecado, nossas faculdades que foram criadas perfeitas, Imagem e Semelhança com O Criador, acabaram danificadas também. 

Dado que, a realidade evidencia nossa nudez, e a vontade anela o conforto, a aprovação, mais que à verdade, tendemos a ser volitivos, invés de essenciais. De outra forma: Aquilo que supre nossas vontades, acaba melhor apreciado que a luz que nos desnuda, à essência das coisas.

Nos dias do Salvador essa doença foi diagnosticada; “A condenação é esta: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más; porque todo o que faz o mal odeia à luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Assim, quem optar por buscar sabedoria, ou melhor, se deixar encontrar por ela que o busca, tenha junto nessa disposição, a ousadia para lidar com o fato que não sairá “bem na foto;” a ideia Divina ao nos fazer saber é justamente essa: Desnudar à verdade.

Como alguém hábil em Photoshop, pode trabalhar uma foto ruim, remover todos os defeitos deixando-a perfeita, assim O Senhor pode e quer fazer com nossas almas. A diferença é que, invés de se ater às aparências como o que aperfeiçoa uma fotografia, Ele trata na essência; regenera, refaz o “modelo”.

A mudança necessária para os que desejam pertencer ao Senhor, não é aprazível; requer renúncias, submissão, arrependimento, mudança de rumo. Mas, o prêmio proposto recompensa sobejamente a quem ousar essa entrega.

Alpinistas arriscam suas vidas muitas vezes, numa escalada perigosa, apenas pela glória de atingir ao topo do Everest; a quais riscos estamos dispostos a nos expor, pela glória da vida eterna com Jesus Cristo, O Senhor?

Estou certo que se formos sábios o suficiente para uma idônea análise, do custo/benefício, da empresa, não hesitaremos em fazer a boa escolha. A Sabedoria não promete recompensas medíocres; antes, coerentes com ela; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e a justiça; melhor é o meu fruto que o ouro, que o ouro refinado; os meus ganhos, melhores que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Os melhores dias de Salomão, o mais sábio entre os homens, foram, quando, admitindo sua inépcia pediu a Deus, sabedoria; Os piores, quando, depois de a ter recebido, agiu como tolo, tentando agradar a homens mais que ao Senhor. Aquele que busca por asas, deve parar de deixar pegadas de réptil.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Ativismo x identidade


“Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos, servos da corrupção; porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também servo.” II Ped 2;19

Com palavras semelhantes, o apóstolo Paulo escreveu aos romanos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Quem vive alheio ao Senhor e os Seus Ensinos, pode agir com aprouver. “Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Poderíeis fazer o que lhes desse vontade sem dar satisfações. Porém, o apóstolo não via a vida como uma herança pueril que facilmente pudesse ser desperdiçada, como fez o pródigo; antes, como um precioso dom Divino, que foi legado para que frutifiquemos.

Sob esse prisma, para quem pretende pertencer a Cristo, o apóstolo inquiriu pelos resultados daqueles dias, em que eles viveram sem compromisso; “que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Trata-se de uma pergunta retórica tencionando fazer os seus ouvintes pensarem; pois, a rigor, o apóstolo respondeu à própria pergunta; aquele modo de vida terminava com dois “frutos”; vergonha e morte.

Se os da abordagem de Paulo eram pessoas dúbias que careciam ser exortadas à santificação, “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.” Rom 6;12 na escrita de Pedro encontramos os que apostataram do Senhor pela desobediência, porém, preservavam ainda seus rótulos de cristãos.

Não eram meros tímidos, relutantes quanto à necessária santificação, como pareceram os destinatários de Paulo; antes, os mencionados por Pedro mantinham a pose de ministros do Senhor, falando como se fossem dos tais. Afinal, prometiam coisas que só O Senhor pode dar; enganavam seus ouvintes, “prometendo-lhes liberdade sendo eles mesmos, servos da corrupção...”

Pedro esposou o mesmo conceito de Paulo, atinente ao serviço; “... porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também, servo.” Pra sermos de Cristo, pois, carecemos ser “vencidos” por Ele; isto é, persuadidos de tal forma pelo Seu exemplo e amor, manifestos, que ousamos negar a nós mesmos, em prol do Senhor.

É possível um vistoso serviço religioso, sem real compromisso como Salvador. Sem intimidade. Esses ativistas descompromissados no juízo dirão, “Senhor, Senhor, fizemos tais e quais coisas em teu Nome...” Ele dirá: “Nunca vos conheci...” Mat 7;22 e 23

Se alguém descansa sua expectativa de salvação n’alguma instituição, dogma, ritual, ainda não entendeu quão pessoal e intransferível a mesma é; “De maneira que, cada um dará conta de si mesmo, a Deus.” Rom 14;12

A mensagem mais eloquente que podemos pregar é o testemunho de nossa vida transformada. Tanto que, figurando a “armadura de Deus”, entre outras coisas, Paulo disse que devemos ter: “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz.” Ef 6;15 

Não falou de pregação, que até os ativistas vazios conseguem; mas preparação; um modo de andar, em Cristo, que estimule, pelo exemplo, mais que, demande por palavras.

Infelizmente muitos ainda gastam latim discutindo qual é a “Igreja Verdadeira”, qual foi a fundada pelo Senhor, qual é seita e qual não; como se, a salvação fosse um derivado da instituição correta, invés da correta prática da Palavra do Senhor. Quando a igreja começou, alguns judeus acharam que a salvação era um assunto exclusivo deles; ao ver o ingresso também, dos gentios, muitos não viram com bons olhos;

Reunidos os apóstolos orando e meditando sobre o tema entenderam que as Escrituras diziam exatamente isso; Pedro fora enviado a Cornélio um romano e seus servos; O Espírito Santo descera sobre eles também; então, o zeloso apóstolo refez: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas lhe é agradável em qualquer nação, (denominação) aquele que O teme e obra o que é justo.” Atos 10;35

Qual é a doutrina, ou a denominação que é correta, enfim? Aquela, onde, independente do nome, de quem foi seu fundador, O Salvador é adorado em espírito e em verdade. Os que prometem liberdade sendo servos da corrupção, prometem o que não possuem; logo, são mentirosos, pouco importando, após qual placa denominacional se escondem.

Os ministros probos, do Senhor, antes de tudo são homens livres; livres dos aplausos, das vaias, dos apegos denominacionais, do amor ao dinheiro, do culto aos demais ídolos, da corrupção.

Como apresentariam de modo digno, O Senhor que venceu a carne, o mundo, Satanás e à morte, sendo eles escravos de vícios mesquinhos, e se dizendo representantes Dele? “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tende este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Deus e o coração


“Quando tu disseste, buscai o Meu Rosto, meu coração disse a ti: O Teu Rosto, Senhor, buscarei.” Sal 27;8

Eis a excelência do relacionamento com O Eterno! Quando Ele ordena algo, invés de um “Sim Senhor!” fazendo continência, ter o próprio coração se posicionando favorável ao que O Santo deseja. Isso é muito mais do que obediência; é identificação.

Quando A Palavra de Deus apresenta a Davi como sendo um homem, “segundo o coração de Deus”, alguns céticos se apressam a citar os graves pecados dele, adultério, assassinato, como uma prova em contrário; uma demonstração da “falibilidade” dos textos bíblicos, ou, de que o coração do Altíssimo seria impuro. Nem uma coisa nem outra.

Se as Escrituras fossem parciais, de origem humana, como acusam seus oponentes, mero compêndio de rabinos espertos, com intentos dominadores, elas omitiriam as falhas dos seus heróis, como Abraão, Moisés e Davi. Por que apresentariam aqueles que deveriam ser exemplos, como seres falhos, aquém da postura desejada? Seria contraproducente.

Assim, esses “tiros nos pés” são eloquentes demonstrações que os escritos reportam a verdade, não forjam nenhuma narrativa artificiosa visando algum fim astuto.

O texto de Davi mostra uma “simbiose” entre a vontade de Deus e a do homem. Quando O Senhor aconselhou algo, o coração dele desejou aquilo, que era a manifesta vontade Divina.

Sabemos que, “segundo” em números ordinais, é todo aquele que vem, após um primeiro; se tratando de Deus, natural que Ele seja o Primeiro; Sua vontade seja a ordem; o cumprimento da mesma, o andar segundo. Desse modo, o mesmo se pode dizer de todo aquele que se mostrar submisso ao Divino querer, obediente aos Seus mandados.

Dada a falibilidade humana e nossa inclinação ao pecado, após a queda, mesmo os de índole obediente, eventualmente deixam de sê-lo; nesses lapsos, agem em conformidade com os próprios corações, não com o do Eterno. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Assim, alguém segundo o coração Divino, não o é, “full time” dados os efeitos colaterais da queda.

Tanto manifestava Davi, uma estreita afeição para com O Senhor, que, o seu desejo era, como diz uma canção gaúcha, ser “igualzito ao Pai”. Ele escreveu: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança, quando acordar.” Sal 17;15

Antes de “dormir” sabia que não era semelhante ao Eterno; mas pretendia repousar na esperança da redenção, para que na eternidade voltasse a ser, como fora o primeiro homem; Imagem e Semelhança. Assim, acordaria parecido com Aquele a Quem amava.

Infelizmente, por causa das paixões que militam na nossa carne, nossos corações não se voluntariam; muitos se recusam, a escolher para si, o Divino querer; nos é dada a bendita assistência do Espírito Santo, e mesmo assim, não raro, somos tardos em fazer as melhores escolhas; dados os maus hábitos nos quais acostumamos nos dias do nosso degredo.

Por isso, o conselho: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito da vossa mente.” Ef 4;22 e 23

De qualquer forma, a obediência tardia, ainda é melhor que a desobediência. No que tange ao Divino querer, O Espírito trabalhará em nós até ver aperfeiçoada a obra que Ele deseja. “Tendo por certo isto mesmo; que Aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará, até o dia de Jesus Cristo.” Fp 1;6 Isso claro, com nossa cooperação em obediência.

O nosso jeito pretérito de quando atuávamos em autonomia deve ser abandonado; doravante pertencemos ao Senhor; “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

A bem da verdade, o “negue a si mesmo”, onde o homem abdica da independência e anda após o Senhor, já fora dado a conhecer desde os dias de Jeremias, com outras palavras; “Eu sei ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Nosso coração não se inclina por si, segundo o de Deus; mas, nos que creem e recebem O Espírito Santo, o necessário “transplante” é feito, para que, doravante suas inclinações sejam também, espirituais. “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne; porei dentro de vós O Meu Espírito, farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27