segunda-feira, 24 de março de 2025

"Ainda estou aqui?"



“O perverso de coração, jamais achará o bem; o que tem a língua dobre vem a cair no mal.” Prov 17;20

Geralmente temos provérbios antitéticos; onde, um contraste entre pessoas diferentes é exposto; o justo versus o ímpio, o sábio em oposição ao tolo; agora, temos o chamado paralelismo sinonímico; onde, a segunda parte da sentença repete à primeira, com palavras diferentes. O “perverso de coração” da primeira parte, é o “quem tem a língua dobre” na segunda.

A doença moral, vulgarmente chamada, dois pesos e duas medidas, nunca esteve tão em voga. A língua dobre mencionada acima.

Antes de pensar na dosimetria da pena de eventual réu, nossa Suprema Corte avalia seu alinhamento ideológico; se for de esquerda é inocente, nem que tenha roubado o Maracanã, como fez Sérgio Cabral; se for conservador é culpado de altos crimes, mesmo que apenas tenha escrito dez letras com batom na estátua da finada justiça.

A sentença de catorze aos para a senhora Débora que isso fez, pedida pelo Faraó, Alexandre, mostra quão grave é ter ideias conservadoras num país “progressista” como o nosso. Como suportaríamos tamanho “Fascismo?”

Segundo o “jornalista” Reinaldo Azevedo, está certo. Ela não pichou uma estátua apenas; vilipendiou à Imagem da justiça. Pensar que cheguei a admirar esse sujeito um dia... que vergonha!!! A bíblia fala de um diamante no focinho de uma porca; figura eloquente, para mostrar quanto vale uma inteligência brilhante, perdida num lapso moral.

Pois, se dona justiça é uma senhora tão melindrosa assim, tão ciosa que não tolera à mínima afronta, à sua impoluta imagem, algumas questões: O que ela fez contra aquele ladrão flagrado com 53 milhões escondidos? Por que soltou ao referido Cabral depois de condená-lo a 400 anos? Por que fez vistas grossas às falcatruas do deputado Janones? Por que soltou a todos os presos da Lava-Jato? Por que traficantes, doleiros ladrões, recebem asas dela, quando deveriam receber grilhões? Por que tornou inelegível ao Bolsonaro ao criticar corretamente a um sistema que não pode ser auditado, e tirou da cadeia um condenado para que fosse “eleito” sem eleitores? Essa velha deve estar esquizofrênica.

Não ignoramos a gravidade das manchas de batom. Casamentos acabaram por causa disso. Ademais, segundo o Faraó, trata-se de um produto inflamável. Afinal, escrever as mesmas palavras ditas por um expoente da justiça, faz com que as falas deixem de ser as mesmas, dada a presença da substância aquela, que inflama zelos ideológicos, alinhamentos corruptos e falta de vergonha na cara, dos que deveriam ser imparciais.

A Palavra de Deus ao desaconselhar o juízo temerário, do hipócrita que condena aquilo que faz, adverte que seremos julgados pelas nossas próprias sentenças. Pois, nossa “justiça” de língua dupla está na iminência disto.

Desgraçadamente, nossas forças armadas que deveriam ser uma fortaleza da moralidade não são o que nasceram para ser; não plenamente. Há muita gente em altos postos, para os quais, o metal fala mais alto que o dever, que a honra.

Assim, entregues ao crime organizado como estamos, nossos olhos precisam se voltar para uma potência estrangeira, com seu inegável poder político, econômico e bélico, os Estados Unidos da América; de onde, alguns ventos de justiça começam a soprar rumo ao hemisfério sul.

Essa balela de soberania nacional, diplomacia e pretextos afins há muito perdeu o sentido. Nossa nação não é mais soberana faz tempo. Foi sequestrada pelo crime organizado.

Quando quer, coloca alguns milhões de pessoas nas ruas com palavras de ordem, deixando patente o que deseja; todavia, meia dúzia de patifes em posições estratégicas faz exatamente o contrário. 

O que esses chamam de soberania é mera falácia que pretendem usar como blindagem à horda; não vai funcionar mais; o copo está cheio. Os que têm a língua dobre fatalmente cairão no mal.

Antes, apenas pessoas com prerrogativas de função eram julgadas no Supremo; agora atropelam tudo; ritos, processo, direito de defesa... tudo começa e acaba na corte do faraó.

Passaram trinta anos vendendo o que sabem, narrativas fajutas de golpe militar. A CIA abriu seus arquivos, que mostram a preparação de um golpe comunista pela União Soviética e a China, tendo Cuba como satélite. Não fossem os militares, seríamos uma “Cubona” até hoje.

Fizeram até um filmeco panfletário para endosso da narrativa, e o premiaram com o “Oscar” para dar visibilidade. “Nada podemos contra a verdade” ensina A Palavra de Deus. O incômodo arquivo histórico aberto pelo Trump lembra-lhes: “Ainda estou aqui.”

Quiçá a democracia que foi sequestrada, sôfrega respire no cativeiro! Se esse for descoberto a tempo, poderá ser libertada e escrever aliviada, as mesmas palavras. Sempre concorre o risco, em cenários assim, que falte batom, e algumas coisas acabem escritas com sangue.

domingo, 23 de março de 2025

Mudança; do lodo para a lama


“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, e firmou meus passos.” Sal 40;2

Embora, seja um verso do Antigo Testamento, antes de Cristo, da Igreja e do ministério do Espírito Santo ser conhecido como agora, esse fragmento testifica de um modo ímpar, a conversão; a transformação pela qual passam, os de Cristo. Nada de estranho, tratando-se de Deus, que “chama às coisas que não são, como se já fossem.”

Deparei com porções duma mensagem do “Pastor” André Fernandes, que me fez repensar. Defendeu que não importa se, quem saiu do lixo venha a sentir desejos de voltar a ele, afinal, “Jesus nos abraça em meio às nossas bagunças”; Usou ainda umas frases de efeito, tipo: “Onde vou não altera quem sou; o que está em mim não se curva ao ambiente.” Disse ainda que “Iria a uma boate amarradão”, se, para isso fosse convidado.

A ideia de se separar do mundo por pertencer a Cristo, foi posta em xeque, pelo menos, da forma que eu entendia.

Que a mudança mais profunda na conversão é espiritual, de acordo. A pessoa abdica de viver segundo a carne; em submissão a Cristo nasce de novo, da água e do espírito, passando a pertencer-lhe.

Porém, que a mudança seja estritamente espiritual, não haja um componente “geográfico”, ambiental, envolvido, aí não é tão simples; para pensar assim carecemos rever alguns textos.

No verso que encabeça essa abordagem, já temos uma mudança de lugares; o sujeito foi tirado da lama e firmado sobre a rocha. Porém, argumentaria um oponente, lama e rocha são figuras de linguagem, tipificando, a primeira, o modo vicioso de viver segundo a carne, e a Rocha, segundo Cristo. São boas figuras.

Entretanto, há mais textos preceituando a necessária separação dos santos, em relação aos ímpios; “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1 Separação dos conselhos, caminhos e ajuntamentos, ímpios. Isso engloba também os ambientes destes.

Em se tratando de hipócritas, dos que se dizem de Cristo sem o ser, somos ensinados e sequer nos assentarmos à mesa. “... aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador, com o tal, nem ainda comais.” I Cor 5;11 Diz mais, quanto a más influências; “Por isso, saí do meio deles e apartai-vos, diz O Senhor; não toquei nada imundo, e vos receberei.” II Cor 6;17

Que Deus não faz acepção e O Salvador busca a todos isso é pacífico. Agora “interpretar” a ideia de que todos os perdidos, por sujos que estejam estão “aptos” a ser salvos, e estão; equacionando-a a uma conclusão que, após a conversão, não precisam abandonar seus ambientes pretéritos, seria como se, invés do Senhor nos tirar da lama para a Rocha, apenas decidisse se enlamear conosco.

O primeiro passo rumo à conversão é radical: “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!”
O simples mencionarmos O Nome Santo já demanda que andemos conforme; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Mencionou o Pastor, ainda, o jantar na casa de Zaqueu como prova que Cristo frequentava ambientes ruins. Esqueceu, porém, de lembrar que a simples presença do Salvador na casa do tributário, deu azo à conversão dele; arrependimento e compromisso de restituir quadruplicado o que defraudara; só depois disto, foi reconhecido como “Filho de Abraão”, embora, de sangue já fosse.

O Evangelho genuíno é um desafio radical a pecadores, para que mudem de vida; “Arrependei-vos!”

Esse simulacro barato, amorfo e insípido, que acarinha pecadores e os entretém invés de denunciá-los, é uma fraude perversa, assassina.

Imaginemos alguém, com um câncer letal, que ainda pode ser sanado mediante cirurgia urgente; sabedor, busca por um médico que acredita competente; esse, invés de operar urgentemente conforme necessário, prefere contar piadas e entreter ao paciente, para não ser invasivo. Pode parecer uma figura pesada, mas retrata precisamente a situação.

Se alguém, desconfortável com seus pecados, procura por um Pastor, certamente foi O Espírito Santo que, de alguma forma o convenceu a isso; esse deveria completar o bendito trabalho começado pelo Espírito; não jogar água fria apagando seu fogo.

Para salvar, O Senhor visita qualquer ambiente. Todavia, muda aos que estão no lodo, firmando-os sobre a Rocha. 

Embora, lama e rocha sejam figuras, como vimos, apontam para a higiene espiritual necessária, dos que se rendem a Cristo. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A rede dos maus


“O ímpio deseja a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz seu fruto.” Prov 12;12

Duas maneiras de acumular bens: O extrativismo, que apanha o que não gerou, mediante aparatos como redes, armadilhas e similares, e o plantio, que, ao desenvolvimento sadio de uma seara, colhe frutos. O primeiro atina a resultados imediatos, enquanto, o cultivo carece esperar a ceifa, no devido tempo.

Ambos os métodos são neutros, a princípio, lícitos; podendo ser usados por qualquer pessoa. Entretanto, quando a “rede” em apreço traz a informação que obra a serviço dos maus, o conceito de licitude sofre abalos. A coisa certa com motivações erradas deixa de ser certa. Pois, o uso de modos lícitos para fins danosos, perverte tudo.

Quem usa de engano nas questões espirituais, por exemplo, forjando artifícios fraudulentos, mensagens mentirosas, atinando auferir bens dos incautos que lhes dão ouvidos, e desejam sôfregos seus “pães bolorentos”, é o tipo mais pérfido de mau. Pois, usa redes e laços danosos, como atalhos em demanda de bens pelos quais se recusa trabalhar, dos quais não é digno; em contrapartida da credulidade que recebe, oferece drogas psíquicas, não mais, rotuladas de remédios espirituais.

Nos dias de Jeremias muita perfídia assim, aconteceu. Ele denunciou sacerdotes e profetas desse tipo: “Porque ímpios se acham entre o Meu povo, andam espiando como quem arma laços; põem armadilhas com as quais prendem os homens. Como uma gaiola cheia de pássaros, assim, suas casas cheias de engano, por isso, se engrandeceram, enriqueceram; engordam-se, estão nédios, ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa do órfão, todavia, prosperam; nem julgam o direito dos necessitados. Porventura, não os castigaria por causa destas coisas? Diz O Senhor; não Me vingaria de uma nação como essa?” Jr 5;26 a 29

Tende nossa natureza a apostar suas fichas nas coisas com as quais se identifica. Contemplando aos que lhe parecem heróis, os infantes vão formatando nas almas, o que anelam ser quando crescerem.

Desgraçadamente, o exemplo deletério dos mercenários, como o visto acima, invés de sofrer as mais sisudas diatribes, as denúncias incisivas e tonitruantes que merece, acaba sendo, como a água parada, que é uma fonte de Aedis Egipty, um criadouro de patifezinhos do mesmo calibre, que, desde tenra idade já se mostram versados nas patifarias adultas que aprenderam. “O ímpio deseja a rede dos maus...”

A inversão de lauréis, que coloca no alto aos maus, invés de honrar aos que têm mérito, tende a “embelezar” à impiedade, aos olhos dos que acreditam que o pódio imediato seja a meta, não a virtude. “Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7

O justo também vê atrativos na honra; porém, sabe que essa tem seu devido tempo; como uma colheita que requer cuidado e dias de perseverança; “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e a serôdia; sede vós também, pacientes, fortalecei vossos corações; porque a vinda do Senhor está próxima.” Tg 5;7 e 8

Ensinando aos “agricultores” que O sucederiam, O Salvador advertiu de que entre a boa semente, o inimigo semearia joio; deveriam ser cuidadosos, pois. Quanto à semente que deve ser plantada, nenhuma dúvida: “O que semeia, semeia à Palavra”, Mc 4;14.

Atualmente, por ineptos e desonestos os semeadores, sonolentos e danosamente seletivos os ouvintes, para formatar um vistoso ajuntamento, supostamente em torno da Obra de Deus, basta que um patife desses saia adivinhando CPFs, nomes, revelando incidentes, profetizando grandezas, facilidades, e presto terá um rentável e suicida amontoado de cabritos, ao seu redor.

Paulo aconselhou: “Que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina; porque virá o tempo, em que não suportarão à Sã Doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;2 a 4

Muitos gostam do Salmo 91 que seria uma “oração forte” de proteção. Na verdade, é um ensino de como ser livres dessas armadilhas dos farsantes que caçam nossas almas; diz: “Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.” V 3

Deus fará isso para com os que “habitam no esconderijo do Altíssimo”; não, com os que deixam a Bíblia aberta, no referido texto.

Habitar é ter por hábito; além de evitar más companhias e práticas, ter por hábito se deixar moldar segundo A Palavra de Deus; esse prudente agricultor, “Tem seu prazer na Lei do Senhor; e na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;2

sábado, 22 de março de 2025

O caminho reto


“Atenta para a Obra de Deus; porque quem poderá endireitar ao que Ele fez torto?” Ecl 7;13

O curso dos rios, as montanhas, frondosas árvores, o ondulante bailado das aves de arribação, o curso dos ventos contornando a obstáculos, o arco celeste multicor... enfim, há tantas “torturas” que desfilam retinhas, no prisma da beleza e funcionalidade.

Quem poderá endireitar ao que Deus fez torto? É uma pergunta retórica, cuja resposta negativa, se impõe.

Todavia, nem todas as coisas seguiram estritamente como criadas. O homem, feito à Imagem e Semelhança do Eterno, foi capacitado à retidão; porém, por ter sido criado livre, a lisura desejada Pelo Eterno não poderia ser compulsória; antes, deveria ser um derivado da vontade submissa.

Por isso, tendo feito um jardim de delícias, farto em todas as coisas desejáveis, O Eterno colocou nele também a possiblidade da desobediência, para que a preservação do filho na retidão fosse uma escolha dele, não, uma necessidade automática. Há diferença entre um ser livre, e um autômato.

O mau uso da liberdade, encorajado por um “profeta” que apareceu no jardim, estragou todo o projeto original, desfazendo a retidão, na qual, e para a qual, homem fora gerado.

Como ensina A Palavra, somos servos de quem obedecemos, Rom 6;16. Assim, aquele que fora servo de Deus, tornou-se pela sua ímpia e rebelde escolha, um peão da oposição; um simulacro do projeto original, impotente para escolher à virtude, plenamente inclinado aos vícios. “Imagem e semelhança” de quem o enganou.

Portanto, todos os humanos que, reféns das más inclinações, incapazes de alinhar suas vidas ao Divino querer se escudam num conveniente, “Deus me fez assim”, querendo parecer que suas escolhas não são livres, mas necessárias, que O Eterno seria o culpado, mentem para si mesmos e fingem acreditar.

“Deus me ama como sou” acrescentam. O Amor do Eterno não faz acepção de pessoas, é certo. Mas estabelece limites aos amados, fora dos quais, eles estarão por seus meios. Mais ou menos como a saga do filho pródigo. Na obediência, sob a bênção e proteção do pai; na vida ímpia à sua maneira, ainda amado, mas por sua conta; voltando arrependido, readmitido, perdoado.

Carecemos entender que, o homem depois da queda, não é mais aquele que O Criador fez. “... Deus fez o homem reto; mas eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

Ao cair da diretriz espiritual pela obediência, para a escravidão carnal segundo as más inclinações do ego “independente”, o homem migrou para mui distante do projeto original. A obediência a Deus em comunhão, que era algo natural e fácil, tornou-se um desafio impossível, dadas as ganas da “madrasta” que usurpou o lugar do espírito; a carne. “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, o “negue a si mesmo”, é o contraponto, o caminho de volta daquele que negou a Deus, pela desobediência. Desse modo, um Evangelho sem cruz, embora pareça mais fácil, palatável, é um assassino.

Pois, independente dos vícios da nossa predileção, todos nascemos assim; reféns da carne. Daí, a sentença: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se a colocação da árvore proibida, a possibilidade da desobediência deixada pelo Criador foi por respeito à vontade do homem, que deve ser livre, o canhoto não tem esses escrúpulos. Escraviza mesmo, e dane-se o humano querer! Paulo pontua nuances da escravidão no pecado; O cumprimento da Lei só seria possível ao homem espiritual, sem a queda; depois, não mais; “Porque bem sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.” Rom 7;14

Assim, mesmo o espírito querendo coisas segundo Deus, fraqueja à escravidão do feitor. Sua queda (morte) significou impotência, não, inexistência; “De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

Por isso, a primeira dádiva que recebemos ao sermos regenerados pelo novo nascimento, é a capacitação espiritual, para agir conforme o espírito deseja, malgrado, as inclinações doentias e pecaminosas da carne; “A todo quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Enfim, fomos feitos retos, mas entortamos; podemos ser regenerados em Cristo, via novo nascimento; seguir em retidão, capacitados pelo Espírito Santo.

A queda baniu; a regeneração insta O Eterno a buscar para si aos que ama. “Meus Olhos procurarão aos fiéis da terra para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

sexta-feira, 21 de março de 2025

A conversão do Hugo Motta


“Nos últimos 40 anos, não se vive mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais!” Hugo Motta, presidente da Câmara dos deputados, num jantar oferecido pelo Alexandre de Morais, em homenagem a Rodrigo Pacheco.

“Coincidentemente” o jantar aconteceu imediatamente após o auto exílio do Deputado Federal, Eduardo Bolsonaro, junto aos Estados Unidos, temendo as ameaças da “democracia” vigente, que tentava prender seu passaporte e quiçá, ao próprio deputado.

Pouco importa que a Jovem Pan, a revista Oeste a Crusoé tenham sido censuradas; que jornalistas como Allan dos Santos, Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Eduardo Eustáquio, tenham sofrido perseguições, os três primeiros estão exilados; que Daniel Silveira e tantos outros foram presos por “crimes de opinião”, que o inquérito das fake News tenha lançado no lixo às garantias constitucionais; tenhamos atualmente, mais presos políticos, que durante toda a história do regime militar; se, o tio Hugo, avalizado pelo tio Xande dizem que essas coisas não existem, deve ser assim.

Quem garante que sabemos interpretar corretamente os fatos? Estamos como certo eunuco etíope, quanto às Escrituras, quando Filipe perguntou se ele entendia o que lia; ele respondeu: “Como entenderei, se ninguém me ensinar?” Atos 8;31

Pois, parece que o próprio Hugo careceu ser ensinado; dias antes dissera, sobre a anistia aos presos políticos do 8 de Janeiro: "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso"

Vendo que o Huguinho carecia ser ensinado, provavelmente o tio Xande criou o jantar como pretexto; levou junto ao deputado dezenas de autoridades, políticas e judiciárias, que serviriam como plateia para que ele exercitasse o que recém aprendera.

Vivemos plena democracia, plena liberdade, totais garantias. Qual argumento o Xandão teria usado para convencer o Huguinho a mudar diametralmente sua fala? Estranhamente vazou uma denúncia onde certo amigo de um prefeito acusava ao Huguinho de cobrar dez por cento de uma emenda que encaminhara, a certa prefeitura.

Provavelmente o Faraó de Banânia mostrou isso ao impoluto “Pralamentar” e ordenou que ele revisse seus conceitos, “enxergando” nosso regime pelos olhos do “Tutankamon” na chantagem. Aí o Huguinho decidiu “livremente” regurgitar a substância aquela, que vimos.

Doravante, os fatos não são o que vemos, ou sofremos pela castração total dos direitos de quem não se alinha com o sistema; esperemos recolhidos às nossas insignificâncias, até que aqueles que têm o monopólio deles, nos digam, corretamente, o que eles são.

Certo é que, os da corte aquela que riram da possibilidade do Tio Sam lhes prejudicar, “perdeu Mané” estão se borrando, à medida que isso se aproxima célere. O PGR negou a apreensão do Passaporte do Eduardo, o Xandão arquivou o pedido; de quebra o Huguinho garantiu que está tudo bem aqui em casa, viu tio Trump?

Embora o tio Lulu aquele célebre avicultor das galinhas que botam três ovos por dia, tenha avisado ao Donald para que falasse manso com ele, e com seus filhos, as autoridades dos States sabem o que vocês fizeram na eleição passada, e colocarão tudo sobre a mesa.

O Canabrava garantiu que não tem medo de cara feia; é vero, nenhum deles, dos canhotos tem. Como vampiros que fogem ao primeiro raio de sol, esses se cagam de medo da verdade.

Como acreditam que narrativas reiteradas bastam, como dizia um antepassado célebre dos tais, chamado Goebbels, insistem nisso, achando que falácias podem se sobrepor aos fatos.

Aqui no sul do mundo, se dizia de modo jocoso, quando alguém bebia demais e vomitava, que o tal estava “chamando o Hugo”, pelo som gutural em forma de uuuuhh que fazia.

Pois, tanto pela iniciativa, quanto pelo teor do gargalho expelido, é inevitável a conclusão que Sua Xandidade chamou o Hugo, e mandou que fizesse aquilo sobre todos nós. Aaahh! Que nojo!

Democracia no Brasil é uma palavra oca! Um patife se apoderou do sistema, e faz e acontece ao arrepio das leis, amparado por uma quadrilha de semelhantes, espaçoso na alcova de uma imprensa prostituta, que abaixa suas penas por dinheiro, e acobertado pela leniência de um Congresso covarde, quiçá, intimidados por “argumentos” similares aos que fizeram o Huguinho se converter.

Mas, Deus não dorme, e dispõe dos Seus meios; “portanto, tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido, no gabinete, sobre os telhados será apregoado.” Luc 12;3

As sete quedas


Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24;16

Quando A Palavra diz, justo, algo precisa ser entendido. Estritamente, sequer existe um justo que jamais peque: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10
Todavia, os que se arrependem, confessam a Cristo como Salvador e Senhor, passam a pertencer a Ele; Sua justiça é imputada aos tais, eles são justificados, reputados “justos”.

“Àquele que não pratica, mas crê Naquele que justifica ao ímpio, sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom 4;5 O aperfeiçoamento que deve suceder a conversão, a santificação, é processo lento, onde muitas quedas ocorrem. Maus hábitos da vida pretérita ainda incomodam ao renascido, que precisa lutar contra, em Cristo, capacitado pelo Espírito Santo.

Isso deixa ver, a qual tipo de “justo” nos referimos nessa abordagem. Ele está em oposição ao ímpio, na antítese do provérbio; assim, o pio, o que crê, é nosso justo, a despeito das suas quedas; o ímpio, o que age de modo diverso dele.

“Sete vezes cairá o justo...” uma figura que não deve ser entendida literalmente. Assim como, o conselho de perdoarmos nossos ofensores até “setenta vezes sete” não é um número exato; antes, o ensino de perdoar sempre que houver arrependimento, tal qual, Deus perdoa.

Então todas as vezes que o justo cair, se lhe facultará a oportunidade de que ele venha a se levantar. Por quê? Porque tendo provado da liberdade em Cristo, da paz que existe na Divina comunhão, esse não se sentirá mais, confortável em lugares espiritualmente inóspitos. Como o pródigo entre os porcos passando necessidade, certamente também lembrará da casa paterna, das delícias que existem lá.

Enquanto, aquele que está habituado à imundícia não se ressente da falta de limpeza, o que viveu na higiene espiritual, não gosta mais da lama. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” Sal 40;2 Para vermos quão horrível o “lago” é, carecemos olhá-lo de fora.

Notemos que os ímpios não tropeçam num obstáculo estrito; antes, seu tropeço se dá nos “valores” que pautam suas escolhas na vida; eles “tropeçam no mal”. O justo preserva ainda sua natureza antiga, que deve ser suplantada pelo novo homem, o renascido, o que, nem sempre consegue.

Os ímpios, mais por curiosos que por sede de vida, até ousam excursionar nas terras do Rei dos Reis, onde vige a santidade; mas, depois a ímpia inclinação se lhes revela mais pujante, e voltam ao lugar ao qual se acostumaram. “... melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que conhecendo-o se desviarem do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

O que há de mais danoso no tropeço dos ímpios, é que, sequer percebem que suas escolhas são más e que os estão levando a perder; não ao ponto de regirem numa outra direção. Tratam-nas como uma rota natural, como se, viver na prática da maldade lhes fosse um direito, um modo de vida tão válido, quanto outro qualquer. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em quê, tropeçam.” Prov 4;19

O que se sente num momento desconfortável por ter caído, ainda está num lugar bom; esse sentimento testifica que O Espírito Santo ainda peleja com ele, pra que retorne à casa paterna, se esforce por levantar.

Se a consciência cauterizar, de modo a não ouvirmos mais sua voz, malgrado, estando no erro, aí sim, teremos motivos para estar alarmados.

Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tipificando os dois momentos da sua fala: Quando nos adverte antes de errarmos, se a ouvirmos, nos freia; depois, ela nos pune deixando nosso erro patente até que nos arrependamos. Se chegarmos ao ponto de não a ouvirmos mais, possivelmente tenhamos tropeçado no mal, rumo a uma queda definitiva.

Desses A Palavra diz: “É impossível que, os que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, e si fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento...” Heb 6;4 a 6

Assim, ao caído que está desconfortável nessa situação, há um Divino chamado que o quer colocar em pé novamente. Não importa o que tenha feito; caso submeta-se ao que Cristo fez por ele; “... ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve...” Is 1;18

quinta-feira, 20 de março de 2025

Pedras nas línguas


“O coração do entendido buscará o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Algumas nuances nessa antítese dão o que pensar. Antes dos contrastes, temos um aspecto similar entre ambos. Cada um gosta do que possui, mesmo possuindo coisas tão diferentes. O primeiro é entendido; contudo, quer mais; busca o conhecimento. Sua experiência com o aprendizado, as transformações que ele opera lhe faz apreciá-lo; o segundo, mesmo não tendo quase nada, basta-se no que possui. Ora, o que um tolo tem de mais notório? estultícia, estupidez. Pois, dessa se apascenta, descansa satisfeito naquilo que “sabe”.

Cada um tem seu “paladar adquirido” e busca alimentar-se conforme. Estobeu ensinou: “O asno prefere palha ao ouro.”

Contudo, apesar de tamanha discrepância neles, para serem diferenciados entre si, é necessária a leitura de um terceiro, alguém que os contemple de fora, como fez Salomão.

Julgar a si mesmo não é tarefa fácil. “É bem mais difícil julgar a si mesmo que aos outros; se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”. Saint-Exuperry.

O entendido quando julga-se, geralmente encontra os lapsos das coisas que lhe faltam; “Os melhores homens que conheci, viviam descontentes consigo mesmos...” disse Spurgeon. O tolo costuma ser “sábio aos próprios olhos”, sua ignorância o instiga a crer que sabe muito. “O caminho do insensato é reto aos próprios olhos, mas o que dá ouvidos aos conselhos é sábio.” Prov 12;15 Essa “certeza” o faz refratário a quase tudo o que vem de fora: “A repreensão penetra mais profundamente no prudente, que cem açoites no tolo.” Prov 17;10

O sábio em princípio, aquele que deseja saber, é como um cão ao contrário; o bicho late contra o desconhecido, e festeja com alegria, ao que já conhece; o aprendiz dedicado, tem sede do desconhecido e certo tédio do que já sabe.

Outro aspecto que difere nossos personagens, é a profundidade com que tratam seus patrimônios intelectuais. Para o entendido, essas coisas merecem um assento profundo; “O coração do entendido buscará...” Saber coisas assim é assunto para o coração.

Para o tolo, a coisa cola na fachada, não vai além dos lábios. “A boca dos tolos se apascentará...” Além de tratar conselhos com superficialidade, tipo copiar e colar alguma sentença, descansa nisso, como se, sua paz, seu bom porte na estrada da vida estivesse garantido apenas por saber repetir algo decorado. 

Nos espantamos com “cristãos” evolucionistas, espíritas, ou citando Nietsche; embora sejam coisas contraditórias onde o saber molda o paladar, para a fachada, qualquer adesivo está valendo.

Ora as coisas que são absorvidas no coração, têm efeito sobre seu paciente, antes de tudo; pois, é aquele que aprende uma diretriz sábia, medita sobre ela, e se deixa moldar pela mesma. Assim, aprender dessa forma é uma prerrogativa do que é entendido.

As coisas meramente nos lábios, para ser usadas como pedras contra desafetos não carecem de entendimento nenhum. Quantos mentecaptos gritaram impropérios tipo, “Nazista! Fascista”, sem sequer saber o que essas palavras significam? Quem precisa saber? Para usá-las como pedras, tanto faz se for pedra-ferro, arenito, basalto, pedra preciosa, até.

Tudo que um tolo anseia é manter-se distante de quem pensa diferente, sobretudo, quando esse sabe dizer em quê, e porque o faz. Meia dúzia de pedradas, “cuide da sua vida” e pronto! Assunto resolvido. “Os lábios do tolo se pascentam de estultícia.”

Invés do saudável crescimento mútuo no cotejo dos contraditórios, na interação dos que pensam diferente, vivemos a cultura do cancelamento, da validação da bolha predileta de cada um, em detrimento de tudo mais.

A própria Inteligência Artificial, com seus robôs programados e programadores, atua nesse sentido. Primeiro nos espiona para descobrir quais os nossos gostos, em termos do que consumimos nas redes sociais. Depois, direciona ao nosso encontro, basicamente as coisas escolhidas que, nosso histórico diz que gostamos. Desse modo, somos “protegidos” das visões que não apetecem, tolhidos da interação com o contraditório, acarinhados numa bolha viciosa, segundo a febre que mais vívida pulsar em nós.

O robô, pouco a pouco nos roubou a possibilidade de intercâmbio com os diferentes, tentando nos circunscrever à mediocridade do que já alcançamos. Se tivermos na “ponta da língua” uma sentença decorada para cada ocasião, por que perder tempo e coração, ansiando nos aprofundarmos mais nas coisas, haurindo delas essências capazes de mudar para melhor, o nosso viver?

Embora alguns tratem o conhecimento com menosprezo, como se fosse mera ferramenta para exibicionismo, no que tange à vida espiritual, ele é vital. “O Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Não é errado termos boas coisas nos lábios; mas a excelência é darmos a elas, honroso assento nos nossos corações.