terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O radicalismo de crer


“Se o deixarmos assim, todos crerão Nele; virão os romanos, tirarão nosso lugar e a nação.” Jo 11;48

Fragmento dum concílio das lideranças espirituais de Israel, imediatamente após saberem que Jesus tinha ressuscitado a Lázaro, depois de quatro dias morto.

Invés de ver como um prodígio maravilhoso, eloquente sinal da ação de Deus na Terra, tomaram como uma ameaça, o risco de perder sua importância, seus lugares. O que é uma reles vida de outrem, comparada ao meu posto, meu lugar? Ah, o egoísmo doentio!

Então, a decisão soou natural, como se lhes fosse um direito matar ao Senhor. “... convém que um homem morra pelo povo, e não pereça toda a nação”. V 50 o maquiavélico Caifás, transfigurando os interesses mesquinhos dos líderes, em anseios do povo, (onde já ouvimos isso) em interesses de toda nação. Jesus era uma ameaça viva à hipocrisia religiosa, não à nação de Israel, à qual, pertencia.

Depois que o ego adormecido foi despertado, e a comunhão com Deus foi perdida pela presença do pecado, o canhoto poderia tirar férias; o homem ímpio faz seu trabalho sujo, sem carecer assessoria do traidor.

Além de perder a comunhão com Deus pela morte espiritual, também quedou impotente aos anseios da carne, que se move em seu fisiologismo doentio, manipulando à própria alma, nos seus interesses imediatos, sem vínculos necessários, com valores como, justiça, verdade, honra, santidade.
 “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando “trabalha” para tentar, e cegar suas vítimas, “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4 faz isso em contraponto ao Espírito Santo e à Palavra de Deus, que atuam para que pecadores entendam suas situações, e capacitam às escolhas que levam à vida. “Quando Ele vier, (O Espírito Santo) convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8 “A entrada das Tuas Palavras dá luz, dá entendimento aos símplices.” Sal 119;130

O homem natural não se inclinaria jamais às escolhas virtuosas, sem a bendita assessoria do Espírito Santo. Porque O Criador trabalha visando regenerar, o canhoto atua tentando obstruir à vida. A difusão do Evangelho sobre toda a Terra é Deus, através dos Seus, chamando; e a obliteração das mentes, a perversão da verdade, a aposição e sua súcia, tentando parar a Divina Obra.

Por isso, quem tem luz espiritual deve lutar, “Destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;5 Eis, a excelência da batalha espiritual, que incautos pensam se tratar de exorcismo!

Porém, o homem por si mesmo, sem nenhum estímulo, em direção nenhuma, acaba escolhendo sempre o vício, refém das inclinações perversas nas quais jaz. “Disse eu, no meu coração, quanto à condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são, em si mesmos, como os animais.” Ecl 3;18 O renascimento tira o homem de si mesmo, e o associa ao Senhor.

A primeira coisa que todo pecador precisa entender, para ser salvo, pois, é que sim, Jesus Cristo é uma “ameaça” ao seu lugar; desafia todos que o quiserem ouvir para ser salvos, com um solene, “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Porém, qual é o nosso lugar, se estivermos separados Dele? O que perderemos para servi-lo?

Embora a carne, acostumada a toda sorte de vícios, avessa à disciplina veja na conversão uma perda, (e para ela é) a rigor, na conversão damos um salto do reino da morte para a luz da vida. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve Minha Palavra e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Como um viciado em drogas precisa ser internado para desintoxicação, para ser livre de seu vício, também nossa natureza caída está plenamente intoxicada com toda sorte de vícios, e comportamentos indevidos. Embora a justificação para salvação seja imediata ao arrependimento e confissão, nosso aperfeiçoamento requer um processo longo e demorado, a santificação.

Nossa “ressurreição” como a de Lázaro, certamente causará “concílios” burburinhos, de gente que pensará em como nos tratar dali em diante. Nossos amigos e familiares não entenderão, num primeiro momento, como ousamos ser tão “radicais”.

Porém, se perseverarmos, as mudanças vistas em nós, serão a eles, como que, mensageiras das boas novas, um desafio à conversão. “... muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3 

Enfim, a morte de Lázaro redundou na Glória do Senhor; a nossa também pode ser assim, desde que, com nosso desejo e consentimento.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Não terceirize


“... que farei então de Jesus chamado O Cristo? Disseram-lhe todos, seja crucificado.” Mat 27;22

Uma decisão que pertencia a Pilatos, ele “terceirizou”, pedindo a opinião da plebe, que, manipulada pelo sinédrio, sabia bem, o que pedir. Crucifica-o!

Os gregos não tinham em estima a pressão das multidões. O homem prudente teme mais o juízo de meia dúzia de sábios, que praticar perante uma turba ignorante. A multidão é uma besta acéfala (sem cérebro) que não sabe o que quer. diziam.

Então, terceirizarmos decisões pessoais, por causa do clamor de uma multidão, ou cedermos a determinada tendência capitulando a uma pressão social, é como dar a estranhos a mordomia sobre nossas vidas. A Palavra de Deus é categórica: “... Cada um dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Esse mundo se impressiona com números, visualizações, curtidas, interações, engajamentos; essas coisas são as metas prioritárias da maioria. Os que pretendem pertencer a Cristo, devem se acostumar com outra levada. “... porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” Mat 20;16 O fato de não sermos do mundo, fatalmente nos remete para o rol dos poucos.

No auge da pandemia, os que eram contra vacinas, como eu, foram ridicularizados, perseguidos com os argumentos mais estapafúrdios e desinteligentes. Diziam que nós, os “negacionistas”, seríamos um risco social, pois, transmitiríamos a o vírus a outros. Sempre perguntei: Mas os outros não estão imunizados pelas vacinas? Como eu os prejudicaria? O risco quem corria era eu.

Agora que se comprovou que, aquilo que foi imposto a toque de caixa, sem os devidos testes, e análise de efeitos colaterais, faz mais mal do que bem, ainda não encontrei um texto dos vacinófilos se desculpando com os “negacionistas”. Quem não aprende com erros históricos tende a repeti-los.

Naquele caso, a pressão social atiçada pela mídia maquiavélica a serviço dos interesses escusos, soou como um canto da sereia, que enfeitiçava a quem o ouvia, tolhendo o senso crítico, e castrando a capacidade de pensar. Se alguém ordenasse, “Fique em casa”, não apenas o sujeito ficava, bovinamente, como ainda se fazia caixa de ressonância, compartilhando a ordem. Sempre me rebelei contra; e trabalhei em quase todo o tempo. Até então, as campanhas de vacinação sempre obraram por esclarecer e convencer, mas nunca tinha sido uma imposição ditatorial como aquela. Isso, por si só já irritava.

A massificação pode ser menos dolorosa para o que prefere a vida irresponsável, diluindo suas culpas no todo. Mas, Deus não trata com a massa; antes, responsabiliza indivíduos. “Quem é de Deus escuta as Palavras de Deus; por isso vós não escutais, porque não sois de Deus.” Jo 8;47

Não defendo que devamos ser antissociais, avessos às coisas comprovadamente boas. Apenas, não sejamos mais do mesmo, no corpo da “besta acéfala”, castrando a capacidade de pensar, e renunciando ao direito de decidir. Cada indivíduo, como a palavra sugere, é uma partícula social indivisível, única; mordomo da própria alma, responsável pelas escolhas que faz.

Abdicar disso pela conveniência do “Mário vai com os outros” é já uma escolha, a pior de todas, porque, covarde.

Então, para não se indispor com os líderes judeus, Pilatos deixou a eles a escolha sobre o destino do Salvador, sendo que o poder e o dever eram dele. Ele mesmo se jactou disso diante de Jesus; “... Não falas a mim? Não sabes Tu que tenho poder para Te crucificar, e tenho poder para Te soltar?” Jo 19;10

Assim, o gesto fútil de lavar as mãos em defesa da Inocência do Senhor, foi como sua assinatura de que sabia estar participando de uma grande injustiça, com a qual discordava, mas não ousava se indispor, por razões meramente políticas.

Que um homem comum, massifique-se, perca sua individualidade na anulação consentida na massa, não é um gesto probo, mas, vá lá. Agora, um governante como ele, transferir para a plebe uma decisão que caberia a ele, foi uma atitude indigna, deprimente.

Diante de jesus Cristo, todo nós carecemos lavar bem mais do que as mãos; não importa o que a mídia proclame, o que as passeatas defendam, o que nossos vizinhos ou familiares achem; todos temos que lidar com a mesma questão do soberano em apreço; “O que farei de Jesus, chamado, O Cristo?” 

Se fizermos ouvidos de mercadores, estaremos relegando-o à irrelevância; se presumirmos que não temos nada com isso, deixaremos patente nossa ignorância; se O recebemos como Senhor, automaticamente nos colocaremos no lugar de servos, aos quais cabe obediência, pessoal, particular.

Embora tenhamos que nos posicionar no tocante a Ele, a rigor, são as nossas vidas que acusarão o impacto da escolha, não, a Dele. Enfim, o que faremos das nossas vidas, em relação a Cristo?

Tempo de escolhas


“Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Se, consegue a proeza de ver pureza na imundícia, necessária a conclusão que é uma geração de valores invertidos, privada de noção, como a atual.

A ruptura do homem com Deus, “permite” que ele seja a “medida de todas as coisas” como disse Nietzsche. A relativização, a ausência do Absoluto, deixa-o ao sabor dos ventos que soprarem no mundo.

Por uns tempos sofremos a ditadura das minorias, a imposição no grito, das pautas LGBTs, que pareciam forjar a nova “moralidade”. Passado um período, longo até; os ventos começam a mudar.

Nomes como Elon Musk, Mel Gibson, Sylvester Stallone, Denzel Washington, e outros resolveram bater de frente, com reflexos em redes como a Meta, e empresas como a Disney. A “moralidade” multicor que se impôs, começa perder espaço.

Deus não depende de grandes nomes, nem do alcance de determinada arte, para disseminar o que é certo, aos Seus Santos Olhos. Simplesmente o diz, em Sua Palavra. Não força ninguém a abraçar Seus valores, mas faz com que todos os saibam.

Quanto aos que os invertem, lamenta; “Ai dos que ao mal chamam, bem; e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz; e da luz, trevas; que fazem do amargo, doce; e do doce, amargo.” Is 5;20 no tempo oportuno terão a devida colheita.

A falta do Absoluto, a Voz Inerrante que valora às coisas como são, Deus; Autoridade Suprema que, a todos mede com a mesma régua; acaba deixando nas frágeis mãos humanas o julgamento sobre certo e errado. Assim, haverá tantas “certezas,” quantos, forem os homens envolvidos; com suas doentias paixões, onde deveria ser o assento do juízo.

A Parábola do Fariseu e do publicano ilustra bem, como dois pecadores semelhantes, conseguem fazer leituras tão distantes, entre si; O Fariseu dizia: “... Ó Deus te dou graças porque não sou como os demais homens, roubadores injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana, dou o dízimo de tudo o que possuo.” Luc 18;11 e 12 O Publicano, porém, estava ciente das suas culpas e foi direto ao ponto; “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador.” V 13

O primeiro se mostrava seletivo; pois, rejeitava erros como, roubo, injustiça, adultério; porém, desfilava garboso na arrogância, presunção, maledicência e pretensão de justiça própria. Afirmava retidão ante duas ou três maneiras de ser, que considerava erradas, e passava por alto aos seus pecados de estimação. Se cada ímpio puder valorar às coisas segundo suas conveniências isso se repetirá ao infinito; a noção de pecado será diluída na fumaça das predileções particulares.

Melhor, pois, a postura daquele que, sem entrar em detalhes reconhecia sua miséria, e pedia misericórdia.

A absoluta relativização, para a qual o mundo caminha, torna cada homem, um código legal em si mesmo, segundo os seus gostos. “Faz o que tu queres, pois é tudo da lei.” Como cantou Raul Seixas.

Isso até a destruição dos valores Divinos; alvo do príncipe do mundo. Então, serão todos castrados em suas liberdades, no totalitarismo de Satã, que já chamam de globalismo. Os que acham divertido “poder tudo” sem obedecer nada, serão gado marcado, sem liberdade de expressão, de culto, ir e vir, comprar o que quiser, ou escolher os alimentos. O sistema maligno controlará seu rebanho com vara de ferro.

Os que acharam muito divertido destruir os valores deixados pelo Eterno, quando entenderem tardiamente que estavam forjando, a serviço do canhoto, um gueto, onde serão forçados a servi-lo, dariam um dedo para voltar aos dias de liberdade de escolha, mas nem sobre os dedos terão domínio, então.

As cercas que O Eterno coloca não são para nossa restrição como fazem parecer os de raciocínio superficial; antes, são para nossa proteção. Para que possamos ser livres da ditadura do maligno em célere gestação.

Por isso, invés de chutar o balde dos valores, agindo inconsequentemente, usemos órgãos melhores, que os pés; nossos ouvidos. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará as tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme ao Senhor e aparta-te do mal; isto será saúde para o teu âmago e medula para os teus ossos.” Prov 3;5 a 8

O bom do tempo da semeadura é que nele temos escolhas; o inevitável nos dias da sega, é que teremos as justas consequências.

O ditoso nos que confiam em Deus, é que são capacitados a entender seu tempo; “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

domingo, 2 de fevereiro de 2025

A falácia do padre


“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida pela vontade de homem algum, mas homens santos de Deus, falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Circula um vídeo, onde o padre Paulo Ricardo, depois de ler esse texto, sorri matreiro, como um menino que encontrou um bombom embaixo da mesa, e fala: “Esses versos acabam com os protestantes”.

Segundo ele, a diversidade de denominações deriva da livre interpretação de cada um, das Escrituras, enquanto, a coesão do catolicismo, a “Única Igreja verdadeira”, derivaria de uma interpretação do magistério, não de uma pessoa em particular.

Lamento informar ao menino, que o “bombom” que ele encontrou está podre.

A Palavra ensina que o “deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4;4 mas, um líder espiritual, um hermeneuta do calibre dele, não tem direito a uma “exegese” tão rasa, um erro tão crasso de interpretação.

Basta ler o escrito, sem carecer nenhum domínio de hebraico, grego, nem ser profundo conhecedor dos métodos de interpretação. O texto é autoexplicativo.

O veto à interpretação particular, remete à necessidade de auxílio do Espírito Santo, que produziu os textos proféticos, não a um suposto colegiado, ou magistério, como se, a hígida interpretação fosse democrática, invés de espiritual.

Sabem os que conhecem a história que o catolicismo emergiu no início do quarto século; antes, nos dias da “Patrística” não havia a pretensão centralizadora em Roma, nem a ideia de um bispo supremo, o “Papa”.

O mesmo Pedro, que ensina a necessidade da assessoria do Espírito Santo, para entender o real significado das coisas espirituais, quando teve uma visão tríplice, na cidade de Jope, acerca de matar e comer animais “imundos”, por se recusar, foi corrigido pelo Espírito Santo que lhe disse: “... não faças tu comum, ao que Deus purificou.” Atos 10;15 Depois foi acrescido ao seu entendimento, que deveria pregar também aos gentios, não, mudar sua dieta.

Não foi um “magistério” ou “colegiado” que corrigiu ao erro de interpretação dele; antes O Espírito Santo. De igual modo em Cesareia, quando instruiu Cornélio que mandasse chamá-lo, o fez diretamente ao Centurião romano, sem necessitar de instituição nenhuma.

Mas, sendo assim, não existe o risco de cada um dizer o que quiser, e invocar um chamado do Espírito Santo, como fiador? As seitas fazem assim; em geral, um “profeta” ou “anjo” seriam os instrumentos da “nova revelação”.

Ora, o contexto em que Pedro escreveu, remete à interpretação das Escrituras, não, eventual surgimento de novas “revelações.” “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.”
Isso reduz o preceito à hígida interpretação Bíblica, e não dá margem a “criações” de novas “revelações.”

Assim a interpretação de um texto, no âmbito doutrinário deve estar alinhada com passagens paralelas das Escrituras; sendo O Espírito Santo que inspirou ao conjunto todo, não pode Ele se contradizer. A isso atenta, o veto contra as idiossincrasias.

A Palavra diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 O catolicismo contradiz, fazendo de Maria, “Medianeira de todas as graças.” Diz mais o texto do Espírito Santo; “Aos homens está ordenado morrerem uma vez, depois disso o juízo.” Heb 9;27 O catolicismo ensina a possibilidade da suposta “remissão” via “purgatório”, orações pelos mortos.

O Espírito Santo ensina: “Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10 O catolicismo declara o “Papa” infalível.

Jesus disse: “... ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6 O “Infalível” Francisco disse outro dia, na Indonésia, que todas as religiões estão certas, são linguagens diferentes, mas buscam ao mesmo Deus.

Acusam aos ditos protestantes de serem apenas Bíblia; quisera fosse. Há muitos sem noção infiltrados. O Catolicismo seria a única Igreja verdadeira, porque, além da Bíblia teria a tradição e o magistério a validar seus ensinos.

Essa postura é particular; apenas o catolicismo possui. Outras seitas como Mórmons, Testemunhas de Jeová, e Adventistas, têm seus “profetas” suplementares. Mas, protestantes sérios recusam acréscimos à Palavra. Aliás, ela mesma o faz: “Toda a Palavra de Deus é pura, escudo é para os que confiam Nele; nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreendas e sejas achado mentiroso.” Pro 30;5 e 6

Foi do mesmo Padre, Paulo Ricardo, combatendo o comunismo na Igreja, que ouvi a citação de uma frase, cujo autor eu não decorei, mas dizia: “Queres conhecer a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.” Pois, o catolicismo luta contra os que não aceitam nenhum acréscimo à Palavra de Deus. Como disse O Salvador; “Pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas Palavras, serás condenado.” Mat 12;37

Contra a verdade



“Vós tendes por pai ao Diabo, e quereis satisfazer aos desejos do vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele...” Jo 8;44

Dura reprimenda de Jesus, contra os hipócritas religiosos.

“Vós tendes por pai ao Diabo...” Nada mais incisivo, contra o orgulho religioso dos que pretendiam servir Deus, que a acusação de pertencerem à oposição. Orgulho e presunção já são indícios que a filiação Divina não existe. As passeatas do orgulho, se outro pecado não tivessem, teriam esse; Deus o detesta. “essas coisas O senhor odeia... Olhos altivos...” Prov 6;16 “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” Mat 5;3

“Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - viviam descontentes consigo mesmos, sentindo-se indignos, sempre vigilantes, ardentes no desejo de serem ainda melhores.”

Paulo definiu-se como o principal dos pecadores. Traço eloquente de que alguém viu a Luz Divina. Invés de se sentir a último santo, sabe que é um pecador; e depende todo tempo da Divina graça, para evitar desgraça.

“... quereis satisfazer aos desejos do vosso pai...” Ah se o pecador soubesse que seus “prazeres” não são seus! mas reflexos do maligno, ao qual servem de bom grado; talvez pudessem repensar; o mal que fazem contra outros, no fim das contas incidirá contra eles mesmos. “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue, espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;18

Quando vemos homens se exercitando em anseios mui além do horizonte humano, facilmente identificamos fantoches de Satã, enganados, achando que as grandezas de poder que buscam lhes convêm; para que serviria o governo global a um homem? A Satanás em sua guerra contra Deus é sonho de consumo. Ímpias marionetes se esforçam em realizarem o desejo do “pai” deles.

“... ele foi homicida desde o princípio...” um ensino que muitos pregadores da graça barata, deveriam aprender. O Diabo não matou a Adão e Eva, estritamente; antes, induziu-os, ao caminho pelo qual seriam mortos, o pecado.
Esses “pregadores amorosos, inclusivos” nome que dão, à permissividade sentimentalóide, que nada corrige, nada disciplina, tudo aceita, tudo tolera; andam nos passos do seu pai. Ele não matou com suas mãos, apenas induziu com sua fala manhosa, aos incautos que lhe ouviram, pelo caminho que terminaria em morte. Isso bastou para que recebesse os créditos, pelo resultado dos seus conselhos; “Ele foi homicida desde o princípio.”

Embora aos olhos dos cegos eles posem de amorosos, enquanto os que pregam a necessária disciplina não passam de “religiosos do sistema”, o fim de cada caminho evidenciará a quem, cada um serve. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“... não se firmou na verdade...”
Deus não criou o Diabo. Criou um querubim ungido, perfeito em formosura e colocou num lugar de honra. Porém, isso não bastou ao tal; “Tu eras o querubim ungido para cobrir te estabeleci; no Monte Santo de Deus estavas, no meio de pedras afogueadas estavas; perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti... elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor, por terra te lancei...” Ez 28;14, 15 e 17

Mais do que, na verdade, vivia na perfeição, no “Monte Santo de Deus”; e uma coisa que é preciso ter viva em nossas almas, e que, há uma diferença abissal entre O Criador e as criaturas. E o texto expõe que, o magno querubim foi criado; portanto, elevar-se contra o Criador como ousou, mais que, não se firmar na verdade, foi uma insanidade suicida; “Tu dizias no teu coração: Eu subirei aos Céus, acima das estrelas exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte; subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo; contudo, serás levado ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Is 14;13 a 15

“... porque não há verdade nele.”
Tendemos a nos identificar, com coisas exteriores, à medida que, alguma partícula dessas residem em nós. Quem possui um mínimo apreço que seja, pela verdade, por certo reagirá favoravelmente quando a mesma o convidar. O fato de não ter restado nenhuma verdade no “Pai da mentira” impede que ele tenha o menor apreço pela luz.

Enfim, os religiosos enfrentaram a Jesus, quando deveriam tê-lo ouvido e enfrentado a si mesmos. Para onde identifica adversários, o homem direciona suas armas. Quem luta contra a verdade, deve saber duas coisas: Sua luta é inglória; “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade;” II Cor 13;8 e seu pai, não é Deus.
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sábado, 1 de fevereiro de 2025

A reconciliação


“... não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.” Ef 4;17 e 18

“não andeis mais...”
sugere uma mudança, implicando que andamos de determinada maneira que, em Cristo não nos convém. Cristo não é uma mudança de status, é nova vida. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

“... como também os outros gentios...”
Os não judeus eram chamados gentios. A carta foi endereçada à igreja em Éfeso, que, basicamente era de gentios. Se, não careciam adotar para si ritos do judaísmo, como foi ensinado ao gálatas, também não deviam mais imitar aos demais gentios. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é...” II Cor 5;17

“... na vaidade da sua mente...”
os pensamentos humanos, por profundos, filosóficos que se apresentem, não são nada, na esfera espiritual. A sabedoria do alto é de outra estirpe; “Falamos a sabedoria de Deus oculta em mistério, a qual, Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória. A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

“... entenebrecidos no entendimento...”
ora um entendimento coberto de trevas não entende nada. Mesmo a um mestre como Nicodemos, o novo nascimento soou incompreensível. Falando aos filósofos de Atenas Paulo ilustrou como se falasse com cegos; disse: “Para que buscassem ao Senhor se porventura, tateando o pudessem achar...” Atos 17;27 Nosso intelecto estabelece seus padrões “lógicos”, limites dentro dos quais Deus “deve” falar; O Eterno não se submete aos humanos parâmetros, antes, estabelece os Seus; “Visto como, na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprove a Ele, salvar aos crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens...” I Cor 1;25

“... separados da Vida de Deus...”
a morte espiritual. O vulgo usa chamar de vida, à existência; A Palavra de Deus Chama, à comunhão com Deus pós regeneração facultada pelo novo nascimento. Pode ferir brios de alguns, dizer que mesmo vivendo estão mortos. Mas essa é a situação de todos, sem Cristo. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve a Minha Palavra e crê Naquele que Me enviou, tema vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

A morte espiritual veio da ruptura do homem com O Criador; o novo nascimento, da reconciliação; “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

“... pela ignorância que há neles...”
Já vimos que o homem sem Deus está entenebrecido no entendimento. Agora deparamos com a ignorância; mas, não é a mesma coisa? Não. A privação do entendimento até permite que tenhamos contato com algo que Deus nos deu; sem entendermos o real significado. O traíra investe pesado nisso; obliterar entendimentos; “... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça aluz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Assim, os cegados pelo canhoto, têm acesso, mas não entendem; a ignorância, como a palavra sugere, obra para tolher que as necessárias informações circulem. O Ignorante, sequer sabe da existência, de verdades que, se as soubesse poderiam mudar seu modo de vida.

De novo, foi aos mesmos filósofos de Atenas, que Paulo arrolou como ignorantes; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam.” Atos 17;30

“.. pela dureza do seu coração.”
Nesse caso, se alguém endurece o próprio coração quando a verdade lhe é anunciada, temos uma espécie de ignorância voluntária; um não querer saber, mais que, não poder. Figurando os endurecidos corações humanos, na Parábola do Semeador, O Senhor ilustrou como um caminho sólido de tanto ser pisado; onde a semente, (palavra) cai, e é imediatamente comida pelas aves dos céus; (demônios). De novo, aquele que cega, trabalhando no que sabe fazer melhor.

Embora essas nuances todas façam parte de nosso passado, “Não andeis mais assim”, aconselha Paulo. Adiante diz como convém andar: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente, vos revistais do novo homem que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O dinheiro; os valores


“... acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Sempre há o risco que venhamos a impor ao escrito nossa percepção, fazendo o texto dizer que não diz. Não poucas vezes deparei com a provocação: “Aquele que acha que dinheiro não traz felicidade deposite-o na minha conta.”

Ora, o dito, deixa patente o limite do dinheiro, diante das coisas que lhe escapam, que não se pode comprar. No verso em apreço também, poderia algum engraçadinho fazer uma leitura ambígua, como se, o fato do dinheiro ter seu limite, nada poder quando o assunto é a vida, fizesse dele, uma coisa, necessariamente, má. Não é essa a ideia.

“Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Embora, os discursos vazios sobre a prioridade do ser ao ter, a maioria dos humanos, infelizmente, faz coisas pelo dinheiro, como se ele comprasse vida, realmente.

Que o dinheiro propicia conforto, aquisição de bens, é pacífico; mas, essas coisas não logram suprir às carências da alma. Quantos ricaços que se suicidam, padecem depressão, e coisas similares, das quais estariam imunes, se, o dinheiro suplementasse aos apelos da alma.

Malgrado, O Eterno permita grandes diferenças nesse quesito, o das posses, fez a salvação igualmente acessível a todos; com ou sem dinheiro. Nem os endinheirados, nem os mais cultos se avantajam, quando o assunto é salvação; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu às coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie, perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Quanto menor nossa estatura, nas coisas que o mundo aprecia, maiores as chances de alguém se render a Jesus Cristo. Os que acreditam gozar de alta reputação, e a perderiam se abraçassem a algo humilde como a conversão, evitam-na; nos dias do Salvador já foi assim.

Os que estavam em lugares altos, tinham mais dificuldade de se dobrar; enquanto, os da ralé, se sentiam promovidos, ao serem salvos. “... Em verdade em verdade vos digo que, os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós, no Reino de Deus; porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas os publicanos e as meretrizes creram; vós, porém vendo isto, nem depois, vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

Então, quando ficamos sabendo que muitas Igrejas possuem suas “Áreas VIP”, onde recebem com especial deferência aos ricos e famosos, percebemos entristecidos, que justo nos ambientes em que os valores deveriam desfilar na devida ordem, eles também estão invertidos, como no mundo. 

Ora, o endinheirado e famoso tem uma alma como outro qualquer, e também precisa cultuar a Deus, buscar arrependimento para salvação. Se o mundo os coloca em altos pedestais, diante de Deus, estamos todos em nível; ao rés do chão, espiritualmente mortos.

Aliás, a mensagem que João Batista pregaria, não deveria fazer distinção entre “montes” e “vales”, estratificar em classes sociais; antes, nivelar a todos; Isaías anteviu: “Todo o vale será exaltado, e todo monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, e o que é áspero, se aplainará.” Is 40;4

Na reta final, o amor ao dinheiro vai matar a muitos que se presumem cristãos. O último grande teste de fidelidade será nesse âmbito. Quando o Anticristo instaurar seu império global, o dinheiro será apenas digital; e só terá acesso a ele, quem se deixar marcar como gado, significando que passou a pertencer a ele.

Deus inquiriu a Jeremias, quando ele ameaçava fraquejar; “Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? Se tão somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão.” Jr 12;5

Se, em tempos de um viver “normal” alguém não se curar do amor ao dinheiro, como o fará, quando acreditar que sua vida depende disso? Caso, a escolha pelos melhores valores não paute nosso viver, em todo o tempo, tampouco pautará, num momento de crise, pontual.

O mundo continua segmentado em classes sociais, e eleva a pináculos altos, aos famosos. Perante O Eterno, são os que descem, os que se humilham que serão exaltados.

O incêndio na Califórnia mostrou quão efêmeras são as posses. Trilhões de dólares viraram cinzas num instante. Os que ouvirem a Deus, por certo terão melhores “patrimônios”. “Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, onde ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;20