terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O radicalismo de crer


“Se o deixarmos assim, todos crerão Nele; virão os romanos, tirarão nosso lugar e a nação.” Jo 11;48

Fragmento dum concílio das lideranças espirituais de Israel, imediatamente após saberem que Jesus tinha ressuscitado a Lázaro, depois de quatro dias morto.

Invés de ver como um prodígio maravilhoso, eloquente sinal da ação de Deus na Terra, tomaram como uma ameaça, o risco de perder sua importância, seus lugares. O que é uma reles vida de outrem, comparada ao meu posto, meu lugar? Ah, o egoísmo doentio!

Então, a decisão soou natural, como se lhes fosse um direito matar ao Senhor. “... convém que um homem morra pelo povo, e não pereça toda a nação”. V 50 o maquiavélico Caifás, transfigurando os interesses mesquinhos dos líderes, em anseios do povo, (onde já ouvimos isso) em interesses de toda nação. Jesus era uma ameaça viva à hipocrisia religiosa, não à nação de Israel, à qual, pertencia.

Depois que o ego adormecido foi despertado, e a comunhão com Deus foi perdida pela presença do pecado, o canhoto poderia tirar férias; o homem ímpio faz seu trabalho sujo, sem carecer assessoria do traidor.

Além de perder a comunhão com Deus pela morte espiritual, também quedou impotente aos anseios da carne, que se move em seu fisiologismo doentio, manipulando à própria alma, nos seus interesses imediatos, sem vínculos necessários, com valores como, justiça, verdade, honra, santidade.
 “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando “trabalha” para tentar, e cegar suas vítimas, “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4 faz isso em contraponto ao Espírito Santo e à Palavra de Deus, que atuam para que pecadores entendam suas situações, e capacitam às escolhas que levam à vida. “Quando Ele vier, (O Espírito Santo) convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8 “A entrada das Tuas Palavras dá luz, dá entendimento aos símplices.” Sal 119;130

O homem natural não se inclinaria jamais às escolhas virtuosas, sem a bendita assessoria do Espírito Santo. Porque O Criador trabalha visando regenerar, o canhoto atua tentando obstruir à vida. A difusão do Evangelho sobre toda a Terra é Deus, através dos Seus, chamando; e a obliteração das mentes, a perversão da verdade, a aposição e sua súcia, tentando parar a Divina Obra.

Por isso, quem tem luz espiritual deve lutar, “Destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;5 Eis, a excelência da batalha espiritual, que incautos pensam se tratar de exorcismo!

Porém, o homem por si mesmo, sem nenhum estímulo, em direção nenhuma, acaba escolhendo sempre o vício, refém das inclinações perversas nas quais jaz. “Disse eu, no meu coração, quanto à condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são, em si mesmos, como os animais.” Ecl 3;18 O renascimento tira o homem de si mesmo, e o associa ao Senhor.

A primeira coisa que todo pecador precisa entender, para ser salvo, pois, é que sim, Jesus Cristo é uma “ameaça” ao seu lugar; desafia todos que o quiserem ouvir para ser salvos, com um solene, “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Porém, qual é o nosso lugar, se estivermos separados Dele? O que perderemos para servi-lo?

Embora a carne, acostumada a toda sorte de vícios, avessa à disciplina veja na conversão uma perda, (e para ela é) a rigor, na conversão damos um salto do reino da morte para a luz da vida. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve Minha Palavra e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Como um viciado em drogas precisa ser internado para desintoxicação, para ser livre de seu vício, também nossa natureza caída está plenamente intoxicada com toda sorte de vícios, e comportamentos indevidos. Embora a justificação para salvação seja imediata ao arrependimento e confissão, nosso aperfeiçoamento requer um processo longo e demorado, a santificação.

Nossa “ressurreição” como a de Lázaro, certamente causará “concílios” burburinhos, de gente que pensará em como nos tratar dali em diante. Nossos amigos e familiares não entenderão, num primeiro momento, como ousamos ser tão “radicais”.

Porém, se perseverarmos, as mudanças vistas em nós, serão a eles, como que, mensageiras das boas novas, um desafio à conversão. “... muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3 

Enfim, a morte de Lázaro redundou na Glória do Senhor; a nossa também pode ser assim, desde que, com nosso desejo e consentimento.

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