quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

As escolhas



“Convidarás Jessé ao sacrifício; Eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem Eu te disser.” I Sam 1;3

Instruções a Samuel, depois que Saul desobedecera, e O Senhor o rejeitara como rei. O Eterno ordenara o juízo contra Amaleque, a ser executado por Saul; dada a desobediência dele, que fez a coisa parcial e relaxadamente, os Olhos do Eterno se voltaram para a casa de Jessé, de onde escolheria um novo monarca.

A nomeação de um rei imitando às nações vizinhas, fora rebeldia do povo, não, iniciativa Divina. “Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o, no Meu furor.” Os 13;11 Tanto no início, quanto, no fim do reinado de Saul, houve desobediência.

Interessante a forma do Senhor conduzir aos que Nele confiam; mostra apenas o necessário; quando esses andam no caminho da obediência, O Altíssimo acrescenta informações; “... Eu te farei saber o que hás de fazer...” Tivesse Samuel permanecido em casa esperando mais detalhes, e teria sido um desobediente a mais. Ele não fez assim; confiou no Senhor e foi.

Desse modo, a chamada de Abraão; “... sai da tua terra, dentre tua parentela, para uma terra que Eu te mostrarei.” Gn 12;1 Foi convidado a sair “no escuro” confiando na Palavra de Deus.

Na ordem dada a Samuel, lhe foi dito que fosse até à casa de Jessé, em Belém. Pois, dentre os filhos dele, um seria ungido pelo mesmo, para que viesse a ser rei. Eram essas as informações que ele tinha; e lhe bastaram para que fosse aonde O Eterno o enviara. Quando nos ordena algo, Deus mostra apenas o que precisamos saber, para trilharmos em obediência; feito isso, oportunamente acrescenta o que mais carecermos.

“... ungir-me-ás a quem Eu te disser.” Bons tempos aqueles em que, quem ungia tinha comunhão com Deus, era obediente de modo a fazer exatamente o que O Santo determinasse.
Mesmo podendo ir direto ao ponto, dizendo ao profeta que escolhera ao menor da casa, Davi, O Senhor permitiu que Samuel “tateasse”, chamado aos filhos de Jessé, um a um, para que, além de atuar como instrumento Divino, Samuel também aprendesse uma lição, quanto às qualidades que O Santo aprecia.

Nós, facilmente escolhemos os belos, inteligentes, loquazes, talentosos...
Ante os apessoados e robustos filhos mais velhos de Jessé, o profeta imaginou ter encontrado o termo de sua missão; deve ser esse “sarado”, o escolhido do Senhor, pensou, quando viu a Eliabe; “Porém, O Senhor disse a Samuel: Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Para humanas escolhas, além das qualidades e carismas aparentes, contam também laços de sangue, favorecimentos aos da casa de quem escolhe, em detrimento da Divina prerrogativa de escolher quem lhe aprouver.

São “normais” as acomodações politiqueiras, onde homens sem uma sadia comunhão com O Eterno, como tinha Samuel, em determinados períodos, distribuem seus “cargos”, tentando acariciar às carnais comichões de uns e outros, invés de orar para conhecer às Divinas escolhas. “... ungir-me-ás a quem Eu te disser.”

Como um abismo chama outro, essas escolhas que brotam da terra, sem a Divina chancela, acabam formando um círculo vicioso, onde, os ineptos, hoje escolhidos, acabarão sendo agentes de novas escolhas, amanhã. Não é pequeno o estrago de estarem os homens errados nos lugares errados, sobretudo, quando esses lugares pertencem à Obra de Deus.

Em geral, um conjunto de normas terrenas, muitas vezes, eivados de doutrinas de homens, não, o testemunho digno, o caráter ilibado, a aptidão ministerial, contam, quando as escolhas derivam dos apontes do dedo humano.

Davi não estava nem aí, para ser rei; cuidava ovelhas, compunha salmos e tocava harpa. Mas Deus o quis, e no momento que julgou oportuno, enviou Samuel ao encontro do jovem.

Passados três mil anos, aproximadamente, daquele incidente, ainda não aprendemos que, as escolhas pertinentes às coisas do Senhor, são de exclusiva competência Dele. Os melhores obreiros não são os que se assanham em busca de reconhecimento, antes, os que mantêm um sadio relacionamento com O Senhor, e nele perseveram, por amor a Cristo, não por amor a cargos.

Tanto erra o “Samuel” que impõe precipitadamente as mãos recomendando ao ministério gente não aprovada ainda, quanto, os que ignoram por motivos rasos, os dons e o testemunho que O Senhor fez notórios nalgumas vidas que O Temem.

Belém, significa “Casa do pão” em hebraico. De lá O Eterno escolheu um rei. Infelizmente, há muitos que são escolhidos na “casa de carne” em nossos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário