sábado, 14 de dezembro de 2024

O incidente no avião

“Educa a criança no caminho que deve andar; e até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

A responsabilidade dos pais como assessores do Criador, para formação de bons caracteres, nos que, por meio deles vêm ao mundo.

Não defendo um “desapego” em relação aos filhos, nos moldes de Gibran: “Vossos filhos não são vossos filhos; são filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma...”

Deus atrela pais e filhos por um liame bem estreito. Responsabiliza aos genitores pela formação dos gerados, e condiciona a longevidade desses, à obediência ao mandamento de honrar pais e mães. “Honra teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” Ef 6;2 e 3

Num cenário de inimizade, falta de afeto entre esses, a maldição grassa. Num ambiente assim, foi predito que o precursor do Messias viria. “Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e coração dos filhos aos seus pais, para que Eu não venha e fira a terra com maldição.” Mal 4;6

O dever paterno é de amar; isso é ponto pacífico. Não é igualmente consensual, o quê, significa; como isso se manifesta. O sentimentalismo excessivo, que glamouriza malcriações e se enternece quando deveria corrigir, é um derivado da frouxidão moral, não do amor sóbrio, que convém aos pais.
Dessa frouxidão emergem, “proteções” como a famigerada “Lei da palmada”, ensejando pimpolhos mimados, que acham que o mundo é um paraíso dos direitos, onde tudo podem fazer, invés de um educandário, para aprendizado dos deveres.

“Educa a criança no caminho que deve...” Quanto aos direitos, tendemos a querer mais do que nos pertence, sem carecer ensino. Uma nuance básica da educação é colocar limites aos desejos, com toda higidez amorosa que um, não! oportuno, enseja.

Todos tomamos conhecimento do incidente ocorrido num avião que voava entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, recentemente. A Jovem Jeniffer Castro se recusou a trocar de assento com uma criança mimada que queria o seu lugar junto à janela.

Como a “supermãe” filmou o incidente, ou alguém da família, e jogou nas redes sociais, denunciando à “falta de empatia” da moça para com uma criança, a coisa viralizou. A Net explodiu com a repercussão do caso; Jeniffer ganhou mais de dois milhões de seguidores; sem nada demais, nada ter feito, se tornou uma celebridade, apenas por ter resistido aos desejos e mimos do menino malcriado.

Embora concordando com a atitude dela, e depreciando a da mãe que invés de educar o filho prefere arrostar aos estranhos, não vejo motivo para “seguir”, idolatrar à jovem, ou quem quer que seja. Todavia, a carência de referenciais é tão alarmante, que, uma coisa mínima como essa, assume proporções de um assunto de Estado; a protagonista tornou-se uma super star.

Não poucas vezes tomo emprestada a frase de Charles Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” No contexto em que disse isso, referia-se a escolher sobriamente, cada um, para servir na obra de Deus segundo a aptidões demonstradas pelo mesmo. Porém, sua frase é ainda mais abrangente que isso.

Quem há de dizer que uma criança não é uma coisa boa? Entretanto, nada estará mais fora do devido lugar, que um infante, no lugar do adulto. Quando, invés dos pais, sensata e sobriamente dizerem aos filhos como as coisas devem ser, esses se impõem no grito, na birra e acabam recebendo o que desejam, tomam os lugares dos seus omissos pais, e ficam mais de uma década de vida, deslocados dos seus lugares. Os pais, “amorosos” acabam cumprindo ordens, aceitam as funções de crianças, por se mostrarem ineptos para a vida adulta e suas demandas.

Acontece que, a autoridade dos pais sobre os filhos repousa, em grande parte, sobre uma fibra moral chamada exemplo; cuja têmpera, mui poucos nessa geração perdida possui. O “faça o que digo, mas não faça o que faço” não funciona. Lembro um amigo de saudosa memória que dizia aos seus filhos: “O que vires o pai fazer, podes fazer igual.” É preciso ter “café no bule” para conseguir falar assim.

Quando o texto diz que, uma criança educada no caminho do dever, não se desviará nem quando envelhecer, não esposa que a boa educação é uma garantia para sempre. Mesmo os de boa formação podem escolher maus caminhos. O que não vai se desviar é a lembrança do ensino, as digitais do caminho aprendido.
Quando agir mal saberá que está atuando assim. Terá ciência do seu erro ao violar o que respeitou desde cedo.

“É no desprezo dos pequenos deveres, que se faz a aprendizagem das grandes faltas.” Suzanne Necker

A "boa" colheita dos maus


“... há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos...” Ecl 8;14

Essa colheita invertida desafia nossas mentes; sobretudo, porque está sedimentado no saber popular, a tal “Lei do retorno”, ou, “Semeadura e ceifa”. O conceito é bíblico, “Não erreis. Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7 há alguns desdobramentos que também são.

“Sucede” significa que acontece após; não, que será a recompensa final. Depois de uma impiedade, nosso imediatismo cogitaria a necessidade do juízo; sobretudo, quando a mesma nos prejudica; nem tanto, quando é cometida por nós.

A longanimidade Divina permite essas discrepâncias, durante a qual, porfia para que os errados de espírito reconsiderem, se arrependam e aprendam o caminho de Deus. Por ser Eterno, Ele tem outro tipo de “urgências”; “... não tenho prazer na morte do ímpio; antes que ele se converta e viva...” Ez 33;11

A prosperidade dos ímpios foi abordada por Agur, no salmo 73. Embora, o senso lógico dele tenha embotado por um pouco, ao parecer que Deus valorizava à maldade, considerando às coisas no prisma espiritual, entendeu melhor. “Quando eu pensava entender isso, foi para mim muito doloroso; até que entrei no Santuário de Deus, então, entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição.” Sal 73;16 a 18

Tendemos a ver o necessário processo como se fosse o produto. Quantos Israelitas, durante a marcha para a terra prometida, acusaram Moisés de ser um farsante, uma vez que estavam no deserto, não, numa terra fértil como predito?

Ora, estavam em marcha, não haviam chegado. A travessia foi prolongada em quarenta anos, por causa da incredulidade deles. Sim, mesmo as coisas da terra, relacionadas com o agir Divino, junto aos que chama, demandam por fé. Se, num sentido amplo envia sol e chuva sobre justos e injustos, àqueles que chama para si, O Senhor responsabiliza a agir de modo honroso.

O ímpio pode coisas que o santo não pode; não porque aquele seja maior; antes, porque esse representa O Eterno. Pertencer a Deus é sobremodo, honroso; porém, responsabilizador, consequente, sério. Quem nada tem a perder, nada carece guardar; o que recebeu o dom da vida eterna recebeu um tesouro inefável, que deve zelar.

Os que observam mais o percurso que o destino, têm maiores chances de serem vítimas do enganador, que, com suas ilusões costuma paramentar aos caminhos do erro, como incautos decoram as “Árvores de Natal.” O Valor de um caminho não tem a ver com nuances do percurso, eventuais facilidades, prazeres; antes, com o objetivo ao qual conduz; A Palavra ensina: “Há um caminho que ao homem parece direito; mas, no fim dele, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Tendemos a ser mais acessíveis nas carências que na prosperidade; não há momento mais permeável para a Palavra de Deus, que um auto fúnebre, por exemplo. A eloquente presença da morte a pautar nossa finitude tende a deixar no fundo das algibeiras, ainda que por um pouco, vícios como arrogância, egoísmo, indiferença, orgulho, e abrir ouvidos para a esperança, a justiça e a misericórdia Divinas; “... ali se vê o fim de todas as coisas, e os vivos o aplicam aos seus corações.” Ecl 7;2

Assim, se somos mais abordáveis em nossas fragilidades que nas horas de exaltação, quando vemos um ímpio de vento em popa, fazendo as maiores atrocidades e tudo “dando certo”, pode ser um indício que Deus já tenha desistido do tal. Quem premia a maldade não é O Senhor.

Por fim, resta considerarmos em qual contexto a ceifa inevitável acontecerá: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;8

Corrupção ou vida eterna serão consequências no porvir, da semeadura feita aqui. Embora nosso ímpio próspero, em apreço, pareça semear maldades e colher benesses, a colheita que conta deveras, não será aqui; Paulo ensina: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Ainda que, nuances de quem abraçou o chamado à vida eterna possam e devam ser vistas aqui, certamente, a recompensa espera no além. Foi às portas da morte que Paulo disse: “Desde agora a coroa da justiça me está guardada, a qual, O Senhor, Justo Juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas também a todos os que amarem à Sua vinda.” II Tim 4;8

Enfim, se você atua de modo justo e as coisas não “dão certo”, peça olhos espirituais, para identificar melhor as bênçãos que encerram.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sete razões


“Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5

O que há de errado com nossos entendimentos? Uma série de coisas ocorre; não pretendo esgotar, tampouco, abordar na devida ordem. Apenas considerar sua incidência.

Somos chamados a desconfiar dos nossos entendimentos abraçando À Palavra de Deus, em lugar deles; portanto, nesse escopo, humano x Divino, pretendo investigar as razões da inconfiabilidade das nossas percepções.

Razão primeira: Somos carne. Essa é uma rebelde incurável; “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7 Por isso, a salvação requer o “novo nascimento” para regeneração espiritual; a “mortificação” dessa, pela nossa submissão ao Espírito Santo; “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

Segunda: Quem colocou o homem “no trono” em lugar de Deus, foi o inimigo; foi ele o mentor e proponente da autonomia e independência em relação ao Criador. Assim, cada “livre pensador” que pretende verter as coisas de si mesmo, a despeito de influências espirituais, no fundo, goste ou não, é um seguidor de Satanás, o autor intelectual e moral da rebeldia; a pretensa liberdade desses, mascara suas escravidões. “... sois escravos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

Terceira: nossa finitude torna temerário, tomarmos dentro dela, decisões que impliquem a eternidade. Tiago ensina: “... não sabeis o que acontecerá amanhã; porque, o que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14 Malgrado, em sua cegueira presunçosa, o bicho-homem nos clamores “científicos” pretenda dizer como foram as coisas há “milhões de anos”, a rigor, é um frágil verme que erra no presente, ao qual, nem o amanhã pertence.

Quarta: Nossos corações por sofrer a corrupção das emoções, são péssimos juízes; as mesmas coisas que nos permitimos, não raro, negamos aos semelhantes, reféns desse corrupto juiz, e suas sentenças interesseiras. Por isso, O Salvador ensinou: “... com a medida com que medirdes, medirão a vós...” Mc 4;24 O Criador sentencia: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins, para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr;17;9 e 10

Quinta: como a autonomia humana, pelo rompimento com O Eterno, foi ideia da oposição, cada um que assim age, incorre em maldição; “Assim diz O Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta seu coração do Senhor.” Jr 17;5 Se aquele que O obedece, pode ser dito dele que é um homem “segundo o coração de Deus”, o rebelde autônomo atua segundo o enganador ao qual deu guarida no íntimo.

Sexta: nossos entendimentos não são nossos, estritamente; usando a incredulidade dos que se recusam a confiar em Deus, como “cabeça-de-ponte” o inimigo obra o download de todos os seus vícios, fazendo parecer que são de interesse humano. “Nos quais, o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho de Glória de Cristo, que É a Imagem de Deus.” II Cor 4;4 quando alguém cunhou que “mente vazia é oficina de Satanás” sabia o que estava dizendo. Ou buscamos a Divina influência, ou seremos buscados pela maligna, sem muito esforço.

Sétima: não somos convidados a trocar seis por meia dúzia, como se diz das coisas inócuas. Quando O Eterno ordena que deixemos nossas maneiras rasas de pensar, convida-nos a voltarmos para Ele; e explica o motivo: “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos aminhos os Meus, diz O Senhor; porque, assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os Meus caminhos mais altos que os vossos; e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;8 e 9

Por essas e outras, confiarmos em nossos míseros e parcos entendimentos fecha sobre nós, a possibilidade de sermos socorridos em tempo oportuno, por nos fazer ignorar que carecemos desesperadamente de socorro. “Tens visto um homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode se esperar mais do tolo, do que dele.” Prov 26;12

Enfim, o que desconfia do próprio entendimento, e confia no Senhor, não descansa inerte sobre isso, como se uma boa teoria bastasse; antes, se esforça via oração, leitura, meditação, para entender e se aplicar, às coisas prescritas pelo Senhor. “Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2 “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é O Senhor.” Jr 17;7

domingo, 8 de dezembro de 2024

O infeliz Natal


“Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.” I Jo 4;5

Referência aos falsos profetas, a serviço do Anticristo. Cristo e os Seus, têm outro endereço; “Dei-lhes Tua Palavra e o mundo os odiou; porque não são do mundo, assim como Eu não Sou.” Jo 17;14

Tiago disse: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Atualmente, o mundo se adorna de luzes e arranjos, as ditas decorações de Natal. Muitos cristãos fazem o mesmo. Dirão que não se trata de amizade com o mundo, mas, recordar o nascimento de Cristo.

Ouvi um pastor renomado dizendo: “O pinheiro, porque é uma árvore que segue verde sempre, significando a perenidade do Evangelho; enfeites apontam para o fruto do Espírito; a estrela no alto, lembra a que anunciou o nascimento do Salvador. Portanto, quem quiser enfeitar sua árvore que faça, defendeu. Porém, Papai Noel, aí já é outra história;” ressalvou.

Que cada um seja livre para fazer escolhas, de acordo; Deus leva a liberdade de expressão às últimas consequências; a cruz mostrou isso.

Algo carece ser dito, a bem da verdade, porém. Não há registro do dia do nascimento do Senhor; 25 de dezembro é uma data com outra conotação; tampouco, há mandamento para comemorar. A morte, sim. “Fazei isso em memória de Mim”, disse do rito da Santa Ceia.

Que os do mundo estejam espiritualmente cegos e não consigam entender as exatas implicações é esperável; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14 adiante, acrescenta: “Mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e de ninguém é discernido.” V 15

Como faria alguém uma decoração natalina nos moldes do mundo, que é inimigo de Deus, e separaria à mesma, da figura obscena, do Noel?
Acaso algum cristão espiritual, usaria a figura do Arco Íris para simbolizar algo? Malgrado seja bíblico, apareça no Gênesis, foi usurpado pelos movimentos LGBTs, e por essa razão, uma pessoa com o necessário discernimento evitaria usar um signo maculado pelo erro, para que aquilo que pretender simbolizar não seja confuso, nem associado a posturas que A Palavra de Deus deplora.

Assim, mesmo dando à árvore, e aos enfeites a conotação citada no início, necessariamente o nosso cenário “natalino” remeteria ao mundo de Noel; com sua furtiva visita noturna, suas vestes polares em pleno trópico, suas renas voadoras, e sobretudo, o espírito consumista que grassa nesse tempo, como em nenhuma outra época do ano. Jesus bate às portas dos corações e só entra nos se abrem para Ele; jamais o faz, furtivo, no escuro; Noel não o representa.

Por que será que nessa época aumentam suicídios, depressão, acidentes, bebedeiras... seria pela atuação mais intensa do “Espírito do Natal?”

Não duvido que haja algumas raias mais limpas no caminho largo; contudo, levam ao mesmo lugar que as sujas; perdição. Nosso desafio é entrarmos pela porta estreita, trilharmos o caminho estreito. 

Quem, deveras, tenciona honrar a Cristo, não o faz num dia apenas, como um filho rebelde que, em geral ignora seus genitores, mas produz ensaiado barulho e “homenagens”, no dia das mães, dos pais.
Essa hipocrisia não engana nem ao hipócrita. Ele conhece a farsa que encena.

Eu sei, os “liberais” se apressarão a denunciar minha “religiosidade”, novo termo que cunharam para mascarar sua licença mundana, sua aversão à disciplina e obediência, coisas que são caras aos fiéis.

Ora, quem foi desafiado a negar a si mesmo e “sair do mundo”, se tencionar fazer isso arrastando a bagagem mundana após si, apenas deixa patente a resiliência ímpia, de seu mundano e rebelde coração, sua carnal impotência, ante os prazeres e o comodismo.

Se Cristo nasceu em nós, o fez em vários dias diferentes, cada um por sua vez; e as “luzes desse natal” devem fulgir na fachada das nossas ações, não nas das nossas casas. “Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;16

Quem não conseguir resistir a uma seduçãozinha chinfrin como essa, como resistirá, quando o sedutor mor se levantar, na pessoa do Anticristo?

Quem não pode ser fiel nem nas coisas pequenas, porque seria nas grandes? O fato que nossos pais mentiram para nós acerca dessas coisas, por estarem cegos, não significa que devamos seguir com a farsa, se, agora vemos. Afinal, “... fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais.” I Ped 1;18

A grande ceia

 “... comprei um campo e importa ir vê-lo, rogo-te que me hajas por escusado; outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los, rogo-te que me hajas por escusado; outro disse: Casei, portanto, não posso ir.” Luc 14;18 a 20

Desculpas que uns e outros apresentaram para não comparecer a uma ceia. Frustrado com a negativa dos seus concidadãos, o anfitrião mandou seus servos em busca da ralé, até ver cheia sua casa, para o banquete que preparara.

A afronta daqueles, pela recusa em participar “patrocinada” por desculpas esfarrapadas, os tornara “personas non gratas”; nem mais seriam recebidos, caso intentassem. “Porque eu vos digo que, nenhum daqueles homens que foram convidados, provará minha ceia.” Os que antes foram desejados, então, não mais seriam aceitos.

Como sabemos que seus “motivos” eram fajutos, derivados da má vontade? Ora, a ceia é a última refeição do dia, feita à noite. Acaso o que comprara um campo iria vê-lo no escuro? O que adquirira cinco juntas de bois as iria experimentar à luz do luar? Ou, o que casara deixaria de comer? Vemos que, nenhum dos motivos apresentados para as ausências no banquete era plausível; o que deixa evidente, a mera recusa, a má vontade.

Óbvio que, isso figurava a rejeição do convite ao Reino de Deus. O Salvador falou aos grandes, aos líderes religiosos de então; todos eles acharam “motivos” para descrer do que Ele dizia. Fosse porque Ele seria “contra Moisés”; porque teria vindo de uma terra sem tradição profética como Nazaré; por ser “amigo de publicanos e pecadores”; eles tinham “fundadas razões” para recusarem o convite do Mestre.

Como os servos da parábola da grande ceia, Ele saiu pelos valados convidando a quem O quisesse ouvir. Foi ouvido por muitos dos mais baixos na sociedade de então. Em dado momento chegou a dizer aos “grandes” que o recusaram, que os pequenos estavam em vantagem. “... em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós, no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois, vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

Paulo ampliou a ideia da admissão dos maus, dada a soberba dos “bons”; “... não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos nem nobres, que são chamados; mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu às coisas fracas deste mundo, para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

Como a Sabedoria Divina se revelara “insuficiente” dada a arrogância dos que se achavam líderes espirituais, O Eterno escolheu um método mais simplório ainda, para deixar a arrogância bem mais longe da porta. “Visto como, na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” Cap 1;21

Dessa escolha Divina, deriva nossa necessidade de humildade para sermos aceitos na “Grande Ceia”; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens, a fraqueza de Deus, é mais forte que eles.” Cap 1;25 Logo, “... se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18

Quem quiser “motivos” para recusar ao convite de Cristo os encontrará aos montes. Entre os que se dizem cristãos, há muitos que não são; agem de modo mercenário, vil; outros são adúlteros, promíscuos, homossexuais, até. Quem quiser se “lavar com lama”, encontrará fartas banheiras preparadas, infelizmente.

Quem buscar a mensagem de salvação emoldurada por uma linguagem culta, também corre risco de se decepcionar; uma ou outra exceção; ilhotas aqui, acolá. Mas em geral, a Palavra da Vida anda em barcos toscos, singrando no mar da simplicidade.

Se, os pregoeiros da sã doutrina podem ser culturalmente simples, necessariamente, serão moralmente limpos, espiritualmente sadios. Os que assim não são, estão fora do lugar. O Senhor é cioso das Suas coisas que são Santas; não comissiona curiosos, enxeridos, ou desqualificados, para fazer convites em Seu Nome.

Os motivos dos que recusam o convite estarão sempre neles mesmos. Como dizia o pastor Dave Hunt, “a incredulidade tem muitas faces”; por trás dela, um mentor que a recrudesce; “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Como tornou-se um dito dos tempos atuais: “Quem quer dá um jeito; quem não quer, dá uma desculpa.” Quem vai querer?

sábado, 7 de dezembro de 2024

Homens de bem


“O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas o homem de intenções perversas, Ele condenará.” Prov 12;2

“A palavra "perverso" deriva do latim "perversus", que significa "invertido" ou "desviado". Ao ser aplicado a pessoas ou situações, o adjetivo "perverso" é frequentemente usado para transmitir a ideia de maldade, depravação ou distorção de valores, éticos, sociais”. (Site significados das palavras) e distorções de diretrizes espirituais, acrescento.

Na antítese entre o homem de bem e o perverso, temos um que anda, em grande parte, segundo o propósito para o qual foi criado, e quando não o faz, admite; e outro que se porta de modo reverso. Um signo pujante a indicar a perversão do ser humano é a inversão de valores.

“Ai dos que ao mal chamam, bem; e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz; e da luz, trevas; que fazem do amargo, doce; e do doce, amargo.” Is 5;20 As coisas não mudam suas essências; mal segue sendo mal aos Olhos de Deus. Mas, os perversos tencionam ser deuses e ressignificam ao seu gosto.

A impiedade corrente não se satisfaz em apenas se manter alheia a Deus, Seus Valores, Sua Palavra; atualmente os perversos partem para o ataque contra tudo que lembra O Criador, Seu propósito, Honra, Sua ordem estabelecida, Suas Leis. Não são apenas alienados do Eterno; antes, adversários. Na sua louca corrida rumo ao abismo, transformam predicados em sujeitos, como se, escolhas doentias fossem tipos de pessoas, não, de atitudes. A perversão desconhece limites; é de rompê-los que ela vive.

Não se satisfazem como outrora, em dizer; sei que o certo é assim, mas, infelizmente estou errado; ouvi de um senhor: “Não sou ateu, sou à toa.” Os perversos dão uma banana aos conceitos de certo e errado, pretendendo redefinir por eles mesmos, o que deve e o que não; nem que, para tanto careçam banir Deus, dos seus horizontes. Por que não, “atualizarem” à Palavra do Eterno?

Isaías anteviu os dias maus nos quais estamos vivendo; “Por isso, o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar; sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal, arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça.” Is 59;14 e 15

O primeiro ladrilho que a perversão assenta no muro da separação com Deus, pois, é a ruptura com a justiça.

A necessária qualidade do “homem de bem”, pois, será admitir que é mau; que é um pecador e carece da Divina misericórdia. Quem tem problemas com a verdade, não espere contar com o favor do Senhor.

Quando a Palavra adjetiva como homem de bem, não pretende selar o tal, para que esse suposto virtuoso seja salvo pela própria “bondade”. Apenas, diferi-lo dos perversos, que, invés de admitirem seus lapsos, tentam se justificar pervertendo os fatos, com as versões que eles julgam convenientes; está na moda a “narrativa” sua roupagem moderna.

O homem de bem move-se por certos princípios e conhece as coisas que deve evitar; “... não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Tem noção das coisas probas e das abjetas.

Não será salvo por isso, por evitar essas coisas; mas pela sua inclinação à honestidade certamente identificará seus maus passos; além do não! às situações vistas acima, dirá seu sim! a outra, vital; “Tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Salm 1;2 Não estabelece novas leis, antes, busca se adequar às estabelecidas pelo Criador.

Ele não pretende dar sua “versão” às coisas; entende que precisa conhecer e abraçar à do Criador. “Deixe o homem ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar; porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Qual o sentido de “conversão”, senão, adotarmos a versão Divina revelada e andarmos por ela? Qualquer coisa que destoe disso, será mera perversão.

Por isso, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Mesmo um “homem de bem” carece ter seus caminhos endireitados; a diferença dele e dos perversos é que admite isso, e busca pelo Único que o pode fazer, O Salvador.

Enquanto perversos lutam sem sentido, contra O Todo Poderoso, os de boa índole lutam contra seus pecados, ajudados pelo Espírito Santo.

Cancelamento


“Falou Caim com seu irmão Abel; sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra seu irmão Abel, e o matou.” Gn 4;8 

Como Abel confiou em ir junto com seu irmão ao campo, possivelmente Caim arranjou um pretexto para atrair seu descuidado irmão, a uma armadilha.

O primeiro “cancelamento”, quando, a quarta parte da humanidade foi morta num dia, motivado pela inveja. Certo que, só existiam quatro humanos, então.

O que ocasionara a queda fora a sugestão do inimigo, prometendo autonomia para decidir, acerca do bem e do mal, se desobedecessem ao Criador. Nessa inspiração, Caim decidiu que seria um bem, livrar-se do irmão. Invés de independência, como o prometido, sucedera a morte espiritual e consequente cegueira, como ficou evidente.

A causa da rivalidade dele contra seu irmão, fora porque, quando ambos foram cultuar a Deus, Abel e seu sacrifício foram aceitos; Caim, não. Isso ensejou um abatimento emocional tal, que se fez visível. O Senhor inquiriu: “... por que te iraste? por que te descaiu o semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, sobre ti será o desejo dele, mas sobre ele deves dominar.” Vs 6 e 7

O peso da servidão a satanás é que todo o servo dele é instigado a olhar para fora, buscar no outro, razões de eventual infortúnio, quando, elas estão em si. Alguém cunhou: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Deus responsabiliza a cada um pelas suas escolhas. Somos mordomos das nossas almas.

Não foi expresso o mal, no qual Caim incorrera; se, trouxera oferendas de má qualidade, ou prestara um culto sem alma, apenas por emulação ao fato do seu irmão estar cultuando. Algo no agir de Caim desagradara ao Eterno; deixou claro, todavia, que não tinha preferidos. Se fizeres bem, serás aceito, disse.

Ora, se a frustração do tal derivara de não ter sido aceito perante O Eterno, pretendia reparar isso matando seu irmão? Acaso uma temeridade dessas não aumentaria exponencialmente a distância? Nem eu, nem ele, é a “lógica” da inveja, que, invés de reparar lapsos em busca de restabelecer a comunhão, preferiu banir da vida, aquele, cuja relação com Deus, incomodava.

As redes sociais refletem isso; não concordou comigo? Basta banir, cancelar. Se não gosto do que ele publica, idem. A forma virtual de “matar”. Por perdidos que estejam, medíocres que sejam, a maioria das pessoas só aceita aplausos e seguidores. Ensinos? Textões? Zombam, para prejuízo próprio. “Eu pago minhas contas”, defendem-se; como isso os guindasse acima do bem e do mal.

Essa é alógica do diabo. Uma vez que não existe possibilidade de salvação para ele, labora com todas as forças para barrar aos que podem ser salvos; nem eles nem eu, é a ideia. Embora Caim tenha sido o autor do homicídio, o “mérito” a mentoria foi do encardido; Jesus ensinou: “... ele foi homicida desde o princípio...” Jo 8;44 Não significa que o homem agindo em consórcio com ele não seja culpado; sua culpa principal, aliás, foi seguir àquele, em detrimento do Altíssimo.

O sonhado meio-termo, onde o homem agiria por si, sem relação com Deus, nem com o inimigo não existe. Quem estiver em cima do muro pertencerá ao dono do muro; o da separação entre o homem e Deus, foi “construído” pelo capiroto, via difamação; “O homem perverso instiga a contenda; o difamador separa aos maiores amigos.” Prov 16;28 Assim, os “livres-pensadores” não são nada livres; antes, cativos.

Interessante que, em nossa língua, derivada do latim, inveja vem de “invídia” que é a recusa de ver as coisas como realmente são. Uma espécie de cegueira voluntária. Pois, se é o traidor quem cega, para isso ele necessita de uma “qualidade” em sua vítima; que essa seja incrédula ante o que Deus falou. “O deus desse século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Quem crê no que O Salvador falou, invés de direcionar sua luta contra o semelhante, vai à raiz do problema; o ego. “... negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Nenhum de nós, por bem intencionado, piedoso que seja, oferecerá culto aceitável ao Senhor, sem Cristo. “Sem Mim, nada podeis fazer...” ensinou.

O “fazer bem” para sermos aceitos, significa fazer, em submissão a Ele. Como não conseguimos dominar sobre o pecado que jaz à porta, carecemos do domínio Daquele que o venceu. “A todos que O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12