sábado, 15 de junho de 2024

Filosofia de vitrine


“Louco! esta noite pedirão tua alma; o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20

Um próspero do agro tivera uma super safra, e pensava depositar seus bens para folgar por muitos dias. Quando cogitava em seus pródigos planos de vida mansa, lhe foi apresentada a sentença acima.

Parecemos entender o exato lugar das coisas, na prateleira dos valores. Nos colóquios diários, versamos da superioridade do ser, ao ter; da qualidade à quantidade, dos dedos sobre os anéis.

O falar pode ser mero exercício intelectual, para alheio apreço; o que fazemos, em última análise, expõe quais coisas nos são caras. Como não lembrar a sentença de pregadores medievais, em suas diatribes aos hipócritas? “O que és, fala tão alto, que não consigo escutar o que dizes.”

Paulo denunciou uns, cujas atitudes e falas andavam divorciadas; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16 A aprovação deriva da obediência, não, da eloquência.

As ações mostram a quem servimos, não as falas; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Desafiados a por em prática nossas filosofias de vida, não raro, descobrimos que elas são de vitrines. Motejando dos que exageram nos tais “filtros” eliminando imperfeições em fotos, alguém definiu à presente geração, como sendo mui “filtrogênica”; aplicarmos a mesma “técnica” em nossas almas, também poderá “melhorar” nossa figura, aos olhos dos semelhantes; enquanto pioramos ainda mais, pela hipocrisia, diante de Deus.

Está na moda realçar pequenas porções, os chamados “cortes”, onde um palestrante, ou entrevistado, esposa algo de grande relevância, não pela relevância daquilo, propriamente, mas, pelos “frutos virtuais” de um “cristianismo” de performance, invés de compromisso, com a obediência, engajamento espiritual veraz, como nos convém.

Poderíamos por prudência, pegar, cada um para si, a sentença aquela, que acena com o estertor da vida terrena, e demanda pelos frutos que temos. “O que tens preparado?” Noutras palavras, se minha vida terminasse hoje, como eu romperia a fita?

Parece trágico, levar a preparação espiritual a extremos; todavia, é A Palavra que o faz. Sobre a efemeridade dos nossos dias, ensina: “Agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, contrataremos e ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória assim é maligna.” Tg 4;13 a 16

O que se preparara para muitos dias, em acúmulo de posses, sem ter domínio sobre a vida, foi adjetivado como louco.

Em vista disso, A Palavra desafia-nos a uma resposta imediata quando a Voz de Deus, de alguma forma nos alcançar. “Portanto, como diz O Espírito Santo: Se ouvirdes hoje Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Heb 3;7 e 8 

Paulo também expôs essa urgência escrevendo aos cristãos coríntios: “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação!” II Cor 6;2

Quanto ao acúmulo de bens, para deixar vultosa herança também é duvidoso que seja a melhor coisa a se fazer. Há um provérbio japonês que diz: “Se o teu filho for mau, ele não merece tua herança; se for bom, ele não precisa.”

Logo, ensinar por todos os meios, especialmente o mais eficaz, o exemplo, para que valorizem mais o ser bons, que, ter bens, seria a mais proveitosa herança a deixar.

Os bilhões em prejuízos causados pelas enchentes recentes, mostram de modo doloroso, quão efêmeros são os bens materiais. O trabalho de muitas vidas foi desfeito de um dia para o outro.

Por isso, embora seja natural e saudável que trabalhemos visando prosperar, os valores eternos devem ser nossa prioridade. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, onde os ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Os bens materiais se exibem na abundância; os espirituais, podem fazer boa figura mesmo em momentos de privação. “... como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Apostasia


“Ai deles, porque fugiram de Mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra Mim; Eu os remi, mas disseram mentiras contra Mim.” Os 7;13

Três aspectos dos apóstatas: Fugiram de Deus; se rebelaram contra O Santo; disseram mentiras contra O Eterno. 

O pecado não é uma coisa inerte, que, se cometendo um ou dois erros graves, possamos “estacionar” ali, sem ampliarmos nossa distância de Deus.

Nas almas onde se aloja, as reduz à servidão, reféns da sua vontade doentia; “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 a 20

Pecar é mais que mera escolha de homem livre; pode ser assim nos primeiros passos; depois, termina em servidão. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Começa tênue, apenas o abandono furtivo; o desejo de não cumprir o que sabemos ser a Divina vontade, escondidos pós um biombo qualquer; fugiram de Mim. Depois, o desprezo ao relacionamento, preferindo as coisas à sua maneira, tendo como válida a sugestão do canhoto, de decidir por si mesmo, bem e mal. Por fim, após esses dois estágios de afastamento, a “ousadia” cresce; o antes fugitivo e rebelde, se faz adversário de Deus. “... disseram mentiras contra Mim.”

Eis o itinerário da apostasia! que a Palavra de Deus versa: “Um abismo chama outro abismo”.
Nenhuma estranheza, pois, vendo tantos que, um dia batalharam pela fé, não mantiveram a bendita comunhão com O Santo, em tempos de provas; agora ressurgem, defendendo doutrinas antibíblicas, esposando a sina dos desigrejados, atribuindo falhas à Palavra do Eterno. Se afastaram da Luz. O “anjo” que se transfigura em luminoso, já os tem como sócios, de modo que fazem agora, a obra dele, com mais afinco que, fizeram um dia, a do Senhor. 

Desgraçadamente, o vício tem maior apelo que a virtude. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A vida espiritual é como planta de vaso, que, carece ser regada frequentemente, para que não morrer. Se, deixarmos a meditação na Palavra, a oração em comunhão com O Pai, e principalmente a obediência, veremos uma crassa derrocada; de fujões no princípio, a perversos; depois, adversários de Deus, quando nossa insana fuga já nos tiver colocado sob o domínio de outro “Deus”.

A dependência filial, que não ousa coisas pequenas nem grandes, sem antes consultar O Pai celeste, é um sinal de saúde espiritual, de zelo com entendimento.

Quando alguém começa a se supor mui sábio, apto a decidir as coisas segundo seu próprio intelecto, deixa os verdes pastos, e entra pelos espaçosos caminhos da perdição; por isso, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Sabedor que, o homem com vistosas aptidões naturais, é presa fácil para o orgulho, a arrogância, O Eterno “vacinou-se”: “... não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo, para confundir às fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

A falta de apreço pelo que temos, em consórcio com devaneios que criamos, tendem a fazer febril a alma humana; levá-la a buscar pela cura, precisamente, nos locais que originam sua doença. Os descaminhos do engano.

Como o filho pródigo, bem podemos alçar voos mirabolantes, devaneando com grandes venturas, para depois dum tempo, voltarmos répteis, nos satisfazendo apenas com pão.

As decepções têm essa veia medicinal, para com aqueles que, mesmo tendo se desviado por um tempo do sadio caminho, não se afastaram por tempo suficiente, pra cauterizarem às próprias consciências; tais inda podem voltar à casa paterna, para, doravante ver as coisas com olhos melhores.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Nos últimos dias


“Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;3 e 4

Advertência sobre, como seria a reta final da humanidade antes do Juízo Divino.

Escarnecedores zombando da Palavra de Deus, porque ela “não se cumpre.” Todos os dias vemos isso, infelizmente.

Ontem cruzei com um vídeo, que o autor titulou como: “Religião, rima com desunião.” Vi parcialmente, não tive estômago para tudo. Mas, a cantilena “racional” ia na direção prevista por Pedro.

Não se tratava de um incapaz mental, que, por lapso de conhecimento, coloca os pés pelas mãos, privado de meios para entender. Começou sua fala explicando que religião vem do latim “Re-ligare” pois, religaria o homem com Deus. Verdade, a origem da Palavra é essa. Logo, a única religião verdadeira, a única que religa é a Doutrina e o feito de Cristo no Calvário. Por isso, o “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Embora haja milhares de ritos, se dizendo religiões, não passam de simulacros; o lapso humano por Deus, “preenchido” com imposturas, de origem espúria.

Mas, voltando ao “Religião rima com desunião”, de onde o sujeito tirou que os ensinos de Cristo visam unir aos povos? Também apresentou uma lista das mazelas humanas, que não combinam com a existência de Um Deus amoroso, como “prova” que as religiões são meras tentativas de escape, inventos de gente que “precisa” acreditar em algo.

A Palavra de Deus explica onde estão as proverbiais “linhas tortas” pelas quais O Eterno escreveria. “São justas todas as palavras da Minha Boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham conhecimento.” Prv 8;8 e 9

Muitos, não entendendo, não se atrevem a admitir; saem a plenos pulmões, propagando a própria ignorância, tentando revestir as suas falhas, com a suposta falibilidade Daquele que É Perfeito.

Deus não pretende salvar o planeta, o sistema como um todo; antes, tirar dele, uma minoria, infelizmente, embora a eficácia da Redenção de Cristo seja bastante para todos. “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” Mat 22;14

Deus nos fez arbitrários e respeita nossas escolhas; O Salvador convida a todos, mas quantos o querem? “Porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;14

Aqueles que encontraram a “porta” e por ela entraram, deveriam se unir aos outros tantos que a desprezam? 

Embora, ministerialmente sejamos chamados a iluminar, pregar, desafiar pessoas ao arrependimento para que também sejam salvas, no prisma dos valores, somos desafiados a nos separar, dos que adotam como modo de vida, práticas avessas aos ensinos do Mestre. “Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Eu serei para vós Pai, vós sereis para Mim filhos e filhas, diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;17 e 18

Os males do mundo na conta de Deus, ou, na negação da Sua Existência, é outra fuga disfarçada de “lógica” de gente nem sempre ignorante; mas, desonesta intelectualmente, culpando à oposição, pelos desmandos do governo. O príncipe desse mundo é o Capeta, segundo A Palavra de Deus. Portanto, toda injustiça e violência que há na terra vem dele.

Somos chamados em Cristo, para sermos oposição a isso tudo, realçando e preservando as Leis e ensinos do Eterno. Pela afinidade com os “valores” do referido governante, o homem escolhe para si a maldição, malgrado, O Eterno o queira abençoar.

A bênção não é uma coisa solta no ar, que bastaria pegar. Requer uma ruptura com o mundo do capeta, para, enfim, conhecer e cumprir à Vontade de Deus. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Jesus Cristo não fez o que fez, pela união dos povos, patrocinando o ecumenismo. Somos desafiados a reatar relações com Deus, com Quem havíamos rompido pela escolha do pecado. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Se, a questão é de rimas, podemos seguir na mesma pobreza; obstinação rima com perdição. Não é vontade do Eterno que façamos tal escrita. “O que encobre suas transgressões, nunca prosperará; mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

domingo, 9 de junho de 2024

Lentidão calculada



“Ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram!” Luc 24;25

O Senhor ressuscitado apareceu a dois discípulos no caminho de Emaús; eles não o reconheceram. Falavam da sua decepção, porque Jesus Nazareno, poderoso em palavras e obras, fora morto, para desesperança deles. “Nós esperávamos que fosse Ele que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” V 21 Acabou, vamos para casa.

Então, O Salvador disse as palavras acima; que, numa linguagem atual poderia ser dito assim: “Oh, gente sem noção, incapaz de entender o óbvio! Até quando?”

Tardos de coração, ou, lentos para entender. Embora, vulgarmente se tenha o coração como sede dos sentimentos, aqui, o temos como patrocinador do entendimento.

As coisas espirituais, por causa das nossas vontades envolvidas, demandam mais coração, que, intelecto. “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;” I Cor 1;27

Mesmo a resposta a eventuais pleitos perante O Eterno, requer coração, não palavras belas; “Buscar-me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13

Quando se diz, “coração” figuradamente, refere-se ao centro de nossa personalidade, âmago da intimidade, envolvendo mente, emoções e vontade. Não, o coração, estritamente.

Por que, em geral, todos somos tardos de coração, para entender as coisas da dimensão espiritual? Porque, não raro colocamos nossas fantasias em lugar da Palavra de Deus. Invés de atentarmos para a Palavra, que diz como as coisas são, ou, deveriam ser, devaneamos com nossos ideais de mundo, a despeito do mundo real gritando aos nossos ouvidos moucos.

Quem jamais ouviu: “Se Deus existe, por que tanta fome, violência, injustiça?” A ideia é que, a existência Dele devesse acabar com todas essas mazelas, automaticamente. O que A Palavra ensina? “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as Leis, mudado os Estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Ou, "se Deus É Um só, por que tantas religiões?" A Unidade Divina tanto doutrinariamente, quanto, a exclusividade de Cristo como Salvador estão expressas categoricamente. Da salvação diz: “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 

Da unidade doutrinária, traz: “Há um só corpo um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;4 a 7

A diversidade denominacional não torna o cristianismo “muitas religiões”; antes, uma só, com múltiplas formas e conteúdo semelhante; o mesmo Salvador pontuou: “Porque quem não é contra nós, é por nós.” Mc 9;40

As muitas religiões falsas, que se dizem cristãs, mas deturpam à sã doutrina, também têm sua razão de existir, expressa na Palavra; “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça;” II Cor 11;14 e 15

Não há dúvidas honestas nas pessoas que se refugiam temendo a cruz de Cristo, acanhadas atrás dos seus “porquês”. Visam mascarar sua covardia, seu ceticismo, ou má inclinação, como sendo escolha legítima, sem sequer terem tentado a alternativa proposta pelo Salvador.

Sim, Ele fez um desafio, que, uma vez aceito pode tolher todas as dúvidas de quem tiver honestidade para lidar com os fatos; disse: “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 Basta pagar para ver.

No caso dos discípulos a caminho de Emaús, por alienados do sentido das Escrituras, jogaram a toalha desesperançados. Os néscios de hoje, cônscios do que O Senhor requer para se pertencer a Ele, fogem fingindo escudar-se n’alguma lógica. Nos dias Dele já foi assim; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Não que A Palavra de Deus seja tão elementar, que não haja espaço para dúvidas honestas. Mas, o básico para salvação está ao alcance de todos, sem necessidade de intelectos gigantes, apenas, corações arrependidos, submissos.

sábado, 8 de junho de 2024

O oásis



“Não acrescentareis à Palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que vos mando.” Deut 4;2

Imutabilidade e perfeição são atributos esperáveis de um Ser Onisciente, como O Criador. Se, muda alguma coisa, em relação a nós, o faz em Sua Misericórdia, atento às nossas fragilidades; não por que, algum preceito Seu tenha sido precipitado, imperfeito, carente de alguma emenda. Isso é a segurança dos que se achegam a Ele. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6 Esse sistema é líquido, mutante, volátil, inconstante; Ele É Rocha.

Fosse O Eterno dado a rompantes emocionais, iras pontuais, como nós, bem poderia Ele, num momento de rejeição aos nossos descaminhos, irritado, anular Suas promessas, “fechando a conta” a nosso respeito. Todavia, são age assim; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Toda e qualquer emenda à Sua Palavra, por bem intencionada que pareça, visando uma adequação ao presente, dado que, “os tempos são outros”, não passa de uma temeridade profana. Por ousarmos contra algo infinitamente maior que nossos entendimentos, e trazermos O Todo Poderoso, para o nível raso das coisas imperfeitas.

Qualquer advertência para não ousarmos nisso, mais que um zelo pela Integridade Divina, é também, uma cerca para nossa própria proteção. “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6


Quando determinadas partes da Palavra da Vida, nos soarem obsoletas, incompreensíveis, por questão de noção e prudência, bem faremos em investigar melhor; tanto à Palavra para aprimorar nossa compreensão, quanto, nossas vidas, quiçá, elas careçam de mudanças, como disse Agostinho: “Lendo A Palavra de Deus, encontrei muitos erros; todos, em mim.”

Paulo também abordou as “discrepâncias filosóficas”, entre a humana compreensão e a Divina Revelação: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Em geral, ante à Palavra de Deus, devidamente interpretada e contextualizada, (coisas que eram rudimentares a mesma Palavra aperfeiçoou, ou descartou, na “plenitude dos tempos”) se alguma porção soa muito invasiva, é porque o leitor em apreço deparou com preceitos que o desafiam a deixar práticas pecaminosas que lhe são caras; tão caras, que prefere ousar “atualizando” ao Eterno, a negar a si mesmo.

Embora ame como ninguém, O Salvador foi categórico: “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” Luc 4;33

A renúncia de tudo não é o PHD espiritual, a maturidade cristã; antes, mero rito de passagem, a matrícula na escola do Senhor, para, doravante aprender como discípulo, os Divinos pensamentos. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Imaginemos um imenso deserto, no meio do qual, há um generoso oásis, que, pode matar a sede de todos os que desejarem. Caso alguém se afaste do tal, e em determinado tempo seja acossado pela sede, terá que voltar; embora podendo portar consigo certa quantia de água, não existe possibilidade de levar a fonte para o rumo em que quer peregrinar. Assim, A Palavra de Deus, nesse deserto de valores, verdade, que se tornou esse mundo alienado da Água da Vida.

Mudando do temporal para o eterno, a sina é similar ao que constatou o filho pródigo após sua prodigalidade inconsequente; “... Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15;17 e 18

Ele não cogitou pleitear por novas regras para herança; tampouco, requerer algum direito “esquecido” mínimo que fosse. Somente, voltou para casa, com a postura correta, humildade e arrependimento. “Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” V 19

À medida que o tempo passa, A Palavra de Deus ficará cada vez mais distante das vontades humanas; pois, tendem ao lixo, mais que à virtude. O fato de O Eterno não mudar, para proteção dos que agem de modo temerário, eventualmente, seria esquecido e “forçaríamos” à mudança Dele?

A mudança deve acontecer de nossa parte. “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Esse vampiro, o Estado



“Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão de palavras.” Ecl 5;3

Agora que a estupidez perdeu a modéstia, tolos tem subido ousadamente aos pódios do alheio apreço; parece que, como dizia o humorista Batoré, alguns “pensam que é bonito ser feio.” Acham oportuno compartilhar aquilo que desconhecem, ou são incapazes de entender; quiçá, não são capazes de admitir isso, suas limitações e puxar o freio, antes de sair partilhando o que ignoram.

A tolice que começou a me encher o saco há uns três dias, e vi até alguns “cristãos” partilhando diz: “Quando tudo for privado, seremos privados de tudo.” Um joguinho de palavras criativo até, mas, totalmente desprovido de nexo.

O que chamamos de privado? Aquilo que pertence à iniciativa privada, em oposição ao que é estatal, ou seja, pertence ao Estado. Deveríamos, pois, combater à privatização como quem combate um câncer?

Pois, a “filosofia” subjacente à frase esposa a estatização; que tudo seja do Estado, como nas nações totalmente dominadas pelo comunismo; lá, a iniciativa privada é castrada; o Estado se apossa de tudo. Tolhe que o indivíduo ouse empreender, o que quer que seja. A nefasta castração dos empreendedores sempre fez a miséria das nações onde essa tolice foi tentada. Todos se tornam iguais, na miséria.

Sem o incentivo à prosperidade, com todos os meios de produção em mãos estatais, as coisas começam a sumir das prateleiras dos mercados, dado que, os “servidores” do Estado cumprem horários descompromissados, invés de estabelecer metas produtivas para crescer, como nos sistemas de economia liberal. Cuba e Venezuela que o digam.

Claro que, a iniciativa privada não dá nada a ninguém; produz e vende visando lucro, que é honesto e necessário; senão, qual a razão para se empreender?

Porém, que o Estado dá aos cidadãos? Rouba cinco meses de trabalho anual, em onerosos impostos, com uma contrapartida de serviços pífia que, com dez por cento do erário daria para bancar, se a honestidade habitasse onde os serviços públicos são administrados.

Em situações de catástrofes como a vivida no Rio Grande do Sul, O Estado se mostrou omisso, preocupado com uma boa imagem, mediante narrativas que a poderia obter de graça, sem censura, através de ação competente; mas, não fez.

Salvo coisas atinentes à coesão nacional, como segurança, educação, saúde, (educação dá para discutir) que devem ser geridas pelo Estado, o mais, fica muito melhor na mão da iniciativa privada. Administração é mais séria, feita por gente competente que deve produzir resultados, não por “cumpanheros” de partidos, que são colocados sem credenciais; meros ralos por onde a suja corrupção escoa; esses seriam fechados, com a redução da obesidade estatal.

Num sistema de incentivo ao privado, aumentaria a competição, baixando preços, pela lei da oferta e demanda. O Estado não existe para nos dar coisas; mas, para gerir as necessárias; embora se espraie em mil e uma áreas que não deveriam lhe dizer respeito; por ver nelas, fontes fáceis de corrupção, não por interesse em exercer uma proba gestão.

Quando tudo for estatal, também nós seremos propriedade do Leviatã, como são os chineses e norte-coreanos, por exemplo.

Vemos no atual embate sobre a questão do arroz, que as empresas que suprem o setor garantem não haver necessidade de importação. Mas, por razões políticas, a febre incurável do Estado, e quiçá para desviar alguns bilhões, nosso país se mete a importar, tendo outras frentes a atacar, várias coisas mais relevantes que são ignoradas; cuidar dos cidadãos, não é interesse do Estado, infelizmente.

É “preciso” um “Fundão eleitoral” de 5 bilhões, preço que o bichão cobra só em propaganda, dos seus “benfeitores”. Para esses que, deveriam mostrar o que são, atuando, imperam narrativas falaciosas pagas por nós, propagandeando.

O cidadão privado arca com aluguel, se carecer morar; passagens e estadias, se precisar viajar; paga pela publicidade, se necessitar anunciar; os do Estado, estão acima dessas coisas rasas, como se, fosse interesse do cidadão, contratar gente para que lhe roubasse.

Enfim, para alguém sujar suas páginas defendendo a quem o rouba, deve ser um amputado mental, um idiota útil, um cérebro ermo, que se faz caixa de ressonância a serviço dos próprios algozes.

Honestamente, atualmente, o Estado não serve para nada. No entanto, devo crer que, quando tudo for estatal, finalmente teremos meios para um digno viver? Carecemos predicados intelectuais e geométricos para acreditar nisso; digo, precisamos ser bestas quadradas.

Sou pela liberdade de expressão ao extremo. Que cada um seja livre para dizer o que pensa. Mas, se der para qualificar um tiquinho a arte de pensar, ou, houver certo pudor, para que a estupidez não saia nua, a vida ficará um pouco menos amarga.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

A falsa aferição

 

“Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira.” II Tess 2;9 Texto de Paulo alusivo ao Anticristo.

Nenhuma dúvida sobre qual seria a “eficácia de Satanás,” o próprio verso se encarrega de apresentá-la. “... sinais e prodígios de mentira.” Ele e seus servos são peritos na arte de enganar. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

O fato de algo soar prodigioso, milagroso, normalmente basta para que incautos constatem que “Deus” operou. Quando o Capeta destruiu os rebanhos de Jó, os assustados servos dele reportaram assim: “... Fogo de Deus caiu do céu, queimou as ovelhas, os servos...” Jó 1;16 Podia até ser miraculoso o referido fogo; sua origem não estava em Deus, porém.

O Salvador ensinou que se deve conhecer às árvores pelo que elas produzem; “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a má dar frutos bons.” Mat 7;17 e 18

Antes de alguém esposar que os frutos desses obreiros sejam seus sinais, O Senhor fez ver que o caráter transformado é o aferidor; não, eventuais, milagres, curas, profecias que alguém entregue. “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

O primeiro obstáculo a esses farsantes era que O Senhor os não conhecia. Dos salvos disse: “Eu sou o bom Pastor, conheço Minhas ovelhas, e das Minhas Sou conhecido.” Jo 10;14 Os falsos, além de não serem conhecidos pelo Senhor, também não O conhecem.

Quando determinados ministérios colocam ênfase nos “testemunhos de milagres” algo que qualquer um pode contar, não, numa vida transformada por Cristo, que, os que nos viram antes, e veem agora poderão testificar, erram na escolha do aferidor. Ignoram à “novidade de vida” à qual, somos chamados, e o “novo nascimento” sem o qual ficaremos de fora do Reino de Deus, dando realce a coisas que podem muito bem, ser falsificações.

O testemunho das nossas mudanças, não deriva de algo que dizemos; mas, que nos tornamos em Cristo, que deve saltar aos olhos de todos; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os servos do canhoto podem imitar certos milagres, portentosos, como contra Jó; ou, fraudulentos, como fizeram nos dias de Moisés, os magos de Faraó. A tentativa de banalizar a Divina operação é uma forma de resistência da oposição; “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” II Tim 3;8

Falsos profetas e falsos milagreiros, embora profanem ao Nome Santo, eventualmente, estão a serviço da oposição. Mais que “revelar coisas,” um profeta idôneo coloca em relevo as coisas que O Senhor já mostrou há muito. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Ainda que, aos servos idôneos do Senhor, é facultado efetuar curas, e expulsar demônios em Nome do Senhor, antes de evocar a esse Nome Santo, se requer um modo de vida coerente, comprometido com a submissão ao Salvador. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

O servo mais que sair por aí encorajando “testemunhos” duvidosos, faz o que deve ser feito, no temor do Senhor; é procurado por Ele, malgrado, eventualmente seja rejeitado pelos homens. “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Não serão enganados pelos “prodígios da mentira,” os escolhidos, porque aprenderam a buscar a Deus pelo que Ele É, não pelo que dá.

Os que vivem de galho em galho, atrás de “testemunhos”, no fundo, fogem do desafio de testemunhar, mediante vidas transformadas.