domingo, 9 de junho de 2024

Lentidão calculada



“Ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram!” Luc 24;25

O Senhor ressuscitado apareceu a dois discípulos no caminho de Emaús; eles não o reconheceram. Falavam da sua decepção, porque Jesus Nazareno, poderoso em palavras e obras, fora morto, para desesperança deles. “Nós esperávamos que fosse Ele que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” V 21 Acabou, vamos para casa.

Então, O Salvador disse as palavras acima; que, numa linguagem atual poderia ser dito assim: “Oh, gente sem noção, incapaz de entender o óbvio! Até quando?”

Tardos de coração, ou, lentos para entender. Embora, vulgarmente se tenha o coração como sede dos sentimentos, aqui, o temos como patrocinador do entendimento.

As coisas espirituais, por causa das nossas vontades envolvidas, demandam mais coração, que, intelecto. “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;” I Cor 1;27

Mesmo a resposta a eventuais pleitos perante O Eterno, requer coração, não palavras belas; “Buscar-me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13

Quando se diz, “coração” figuradamente, refere-se ao centro de nossa personalidade, âmago da intimidade, envolvendo mente, emoções e vontade. Não, o coração, estritamente.

Por que, em geral, todos somos tardos de coração, para entender as coisas da dimensão espiritual? Porque, não raro colocamos nossas fantasias em lugar da Palavra de Deus. Invés de atentarmos para a Palavra, que diz como as coisas são, ou, deveriam ser, devaneamos com nossos ideais de mundo, a despeito do mundo real gritando aos nossos ouvidos moucos.

Quem jamais ouviu: “Se Deus existe, por que tanta fome, violência, injustiça?” A ideia é que, a existência Dele devesse acabar com todas essas mazelas, automaticamente. O que A Palavra ensina? “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as Leis, mudado os Estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Ou, "se Deus É Um só, por que tantas religiões?" A Unidade Divina tanto doutrinariamente, quanto, a exclusividade de Cristo como Salvador estão expressas categoricamente. Da salvação diz: “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 

Da unidade doutrinária, traz: “Há um só corpo um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;4 a 7

A diversidade denominacional não torna o cristianismo “muitas religiões”; antes, uma só, com múltiplas formas e conteúdo semelhante; o mesmo Salvador pontuou: “Porque quem não é contra nós, é por nós.” Mc 9;40

As muitas religiões falsas, que se dizem cristãs, mas deturpam à sã doutrina, também têm sua razão de existir, expressa na Palavra; “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça;” II Cor 11;14 e 15

Não há dúvidas honestas nas pessoas que se refugiam temendo a cruz de Cristo, acanhadas atrás dos seus “porquês”. Visam mascarar sua covardia, seu ceticismo, ou má inclinação, como sendo escolha legítima, sem sequer terem tentado a alternativa proposta pelo Salvador.

Sim, Ele fez um desafio, que, uma vez aceito pode tolher todas as dúvidas de quem tiver honestidade para lidar com os fatos; disse: “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 Basta pagar para ver.

No caso dos discípulos a caminho de Emaús, por alienados do sentido das Escrituras, jogaram a toalha desesperançados. Os néscios de hoje, cônscios do que O Senhor requer para se pertencer a Ele, fogem fingindo escudar-se n’alguma lógica. Nos dias Dele já foi assim; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Não que A Palavra de Deus seja tão elementar, que não haja espaço para dúvidas honestas. Mas, o básico para salvação está ao alcance de todos, sem necessidade de intelectos gigantes, apenas, corações arrependidos, submissos.

sábado, 8 de junho de 2024

O oásis



“Não acrescentareis à Palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que vos mando.” Deut 4;2

Imutabilidade e perfeição são atributos esperáveis de um Ser Onisciente, como O Criador. Se, muda alguma coisa, em relação a nós, o faz em Sua Misericórdia, atento às nossas fragilidades; não por que, algum preceito Seu tenha sido precipitado, imperfeito, carente de alguma emenda. Isso é a segurança dos que se achegam a Ele. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6 Esse sistema é líquido, mutante, volátil, inconstante; Ele É Rocha.

Fosse O Eterno dado a rompantes emocionais, iras pontuais, como nós, bem poderia Ele, num momento de rejeição aos nossos descaminhos, irritado, anular Suas promessas, “fechando a conta” a nosso respeito. Todavia, são age assim; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Toda e qualquer emenda à Sua Palavra, por bem intencionada que pareça, visando uma adequação ao presente, dado que, “os tempos são outros”, não passa de uma temeridade profana. Por ousarmos contra algo infinitamente maior que nossos entendimentos, e trazermos O Todo Poderoso, para o nível raso das coisas imperfeitas.

Qualquer advertência para não ousarmos nisso, mais que um zelo pela Integridade Divina, é também, uma cerca para nossa própria proteção. “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6


Quando determinadas partes da Palavra da Vida, nos soarem obsoletas, incompreensíveis, por questão de noção e prudência, bem faremos em investigar melhor; tanto à Palavra para aprimorar nossa compreensão, quanto, nossas vidas, quiçá, elas careçam de mudanças, como disse Agostinho: “Lendo A Palavra de Deus, encontrei muitos erros; todos, em mim.”

Paulo também abordou as “discrepâncias filosóficas”, entre a humana compreensão e a Divina Revelação: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Em geral, ante à Palavra de Deus, devidamente interpretada e contextualizada, (coisas que eram rudimentares a mesma Palavra aperfeiçoou, ou descartou, na “plenitude dos tempos”) se alguma porção soa muito invasiva, é porque o leitor em apreço deparou com preceitos que o desafiam a deixar práticas pecaminosas que lhe são caras; tão caras, que prefere ousar “atualizando” ao Eterno, a negar a si mesmo.

Embora ame como ninguém, O Salvador foi categórico: “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” Luc 4;33

A renúncia de tudo não é o PHD espiritual, a maturidade cristã; antes, mero rito de passagem, a matrícula na escola do Senhor, para, doravante aprender como discípulo, os Divinos pensamentos. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Imaginemos um imenso deserto, no meio do qual, há um generoso oásis, que, pode matar a sede de todos os que desejarem. Caso alguém se afaste do tal, e em determinado tempo seja acossado pela sede, terá que voltar; embora podendo portar consigo certa quantia de água, não existe possibilidade de levar a fonte para o rumo em que quer peregrinar. Assim, A Palavra de Deus, nesse deserto de valores, verdade, que se tornou esse mundo alienado da Água da Vida.

Mudando do temporal para o eterno, a sina é similar ao que constatou o filho pródigo após sua prodigalidade inconsequente; “... Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15;17 e 18

Ele não cogitou pleitear por novas regras para herança; tampouco, requerer algum direito “esquecido” mínimo que fosse. Somente, voltou para casa, com a postura correta, humildade e arrependimento. “Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” V 19

À medida que o tempo passa, A Palavra de Deus ficará cada vez mais distante das vontades humanas; pois, tendem ao lixo, mais que à virtude. O fato de O Eterno não mudar, para proteção dos que agem de modo temerário, eventualmente, seria esquecido e “forçaríamos” à mudança Dele?

A mudança deve acontecer de nossa parte. “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Esse vampiro, o Estado



“Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão de palavras.” Ecl 5;3

Agora que a estupidez perdeu a modéstia, tolos tem subido ousadamente aos pódios do alheio apreço; parece que, como dizia o humorista Batoré, alguns “pensam que é bonito ser feio.” Acham oportuno compartilhar aquilo que desconhecem, ou são incapazes de entender; quiçá, não são capazes de admitir isso, suas limitações e puxar o freio, antes de sair partilhando o que ignoram.

A tolice que começou a me encher o saco há uns três dias, e vi até alguns “cristãos” partilhando diz: “Quando tudo for privado, seremos privados de tudo.” Um joguinho de palavras criativo até, mas, totalmente desprovido de nexo.

O que chamamos de privado? Aquilo que pertence à iniciativa privada, em oposição ao que é estatal, ou seja, pertence ao Estado. Deveríamos, pois, combater à privatização como quem combate um câncer?

Pois, a “filosofia” subjacente à frase esposa a estatização; que tudo seja do Estado, como nas nações totalmente dominadas pelo comunismo; lá, a iniciativa privada é castrada; o Estado se apossa de tudo. Tolhe que o indivíduo ouse empreender, o que quer que seja. A nefasta castração dos empreendedores sempre fez a miséria das nações onde essa tolice foi tentada. Todos se tornam iguais, na miséria.

Sem o incentivo à prosperidade, com todos os meios de produção em mãos estatais, as coisas começam a sumir das prateleiras dos mercados, dado que, os “servidores” do Estado cumprem horários descompromissados, invés de estabelecer metas produtivas para crescer, como nos sistemas de economia liberal. Cuba e Venezuela que o digam.

Claro que, a iniciativa privada não dá nada a ninguém; produz e vende visando lucro, que é honesto e necessário; senão, qual a razão para se empreender?

Porém, que o Estado dá aos cidadãos? Rouba cinco meses de trabalho anual, em onerosos impostos, com uma contrapartida de serviços pífia que, com dez por cento do erário daria para bancar, se a honestidade habitasse onde os serviços públicos são administrados.

Em situações de catástrofes como a vivida no Rio Grande do Sul, O Estado se mostrou omisso, preocupado com uma boa imagem, mediante narrativas que a poderia obter de graça, sem censura, através de ação competente; mas, não fez.

Salvo coisas atinentes à coesão nacional, como segurança, educação, saúde, (educação dá para discutir) que devem ser geridas pelo Estado, o mais, fica muito melhor na mão da iniciativa privada. Administração é mais séria, feita por gente competente que deve produzir resultados, não por “cumpanheros” de partidos, que são colocados sem credenciais; meros ralos por onde a suja corrupção escoa; esses seriam fechados, com a redução da obesidade estatal.

Num sistema de incentivo ao privado, aumentaria a competição, baixando preços, pela lei da oferta e demanda. O Estado não existe para nos dar coisas; mas, para gerir as necessárias; embora se espraie em mil e uma áreas que não deveriam lhe dizer respeito; por ver nelas, fontes fáceis de corrupção, não por interesse em exercer uma proba gestão.

Quando tudo for estatal, também nós seremos propriedade do Leviatã, como são os chineses e norte-coreanos, por exemplo.

Vemos no atual embate sobre a questão do arroz, que as empresas que suprem o setor garantem não haver necessidade de importação. Mas, por razões políticas, a febre incurável do Estado, e quiçá para desviar alguns bilhões, nosso país se mete a importar, tendo outras frentes a atacar, várias coisas mais relevantes que são ignoradas; cuidar dos cidadãos, não é interesse do Estado, infelizmente.

É “preciso” um “Fundão eleitoral” de 5 bilhões, preço que o bichão cobra só em propaganda, dos seus “benfeitores”. Para esses que, deveriam mostrar o que são, atuando, imperam narrativas falaciosas pagas por nós, propagandeando.

O cidadão privado arca com aluguel, se carecer morar; passagens e estadias, se precisar viajar; paga pela publicidade, se necessitar anunciar; os do Estado, estão acima dessas coisas rasas, como se, fosse interesse do cidadão, contratar gente para que lhe roubasse.

Enfim, para alguém sujar suas páginas defendendo a quem o rouba, deve ser um amputado mental, um idiota útil, um cérebro ermo, que se faz caixa de ressonância a serviço dos próprios algozes.

Honestamente, atualmente, o Estado não serve para nada. No entanto, devo crer que, quando tudo for estatal, finalmente teremos meios para um digno viver? Carecemos predicados intelectuais e geométricos para acreditar nisso; digo, precisamos ser bestas quadradas.

Sou pela liberdade de expressão ao extremo. Que cada um seja livre para dizer o que pensa. Mas, se der para qualificar um tiquinho a arte de pensar, ou, houver certo pudor, para que a estupidez não saia nua, a vida ficará um pouco menos amarga.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

A falsa aferição

 

“Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira.” II Tess 2;9 Texto de Paulo alusivo ao Anticristo.

Nenhuma dúvida sobre qual seria a “eficácia de Satanás,” o próprio verso se encarrega de apresentá-la. “... sinais e prodígios de mentira.” Ele e seus servos são peritos na arte de enganar. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

O fato de algo soar prodigioso, milagroso, normalmente basta para que incautos constatem que “Deus” operou. Quando o Capeta destruiu os rebanhos de Jó, os assustados servos dele reportaram assim: “... Fogo de Deus caiu do céu, queimou as ovelhas, os servos...” Jó 1;16 Podia até ser miraculoso o referido fogo; sua origem não estava em Deus, porém.

O Salvador ensinou que se deve conhecer às árvores pelo que elas produzem; “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a má dar frutos bons.” Mat 7;17 e 18

Antes de alguém esposar que os frutos desses obreiros sejam seus sinais, O Senhor fez ver que o caráter transformado é o aferidor; não, eventuais, milagres, curas, profecias que alguém entregue. “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

O primeiro obstáculo a esses farsantes era que O Senhor os não conhecia. Dos salvos disse: “Eu sou o bom Pastor, conheço Minhas ovelhas, e das Minhas Sou conhecido.” Jo 10;14 Os falsos, além de não serem conhecidos pelo Senhor, também não O conhecem.

Quando determinados ministérios colocam ênfase nos “testemunhos de milagres” algo que qualquer um pode contar, não, numa vida transformada por Cristo, que, os que nos viram antes, e veem agora poderão testificar, erram na escolha do aferidor. Ignoram à “novidade de vida” à qual, somos chamados, e o “novo nascimento” sem o qual ficaremos de fora do Reino de Deus, dando realce a coisas que podem muito bem, ser falsificações.

O testemunho das nossas mudanças, não deriva de algo que dizemos; mas, que nos tornamos em Cristo, que deve saltar aos olhos de todos; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os servos do canhoto podem imitar certos milagres, portentosos, como contra Jó; ou, fraudulentos, como fizeram nos dias de Moisés, os magos de Faraó. A tentativa de banalizar a Divina operação é uma forma de resistência da oposição; “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” II Tim 3;8

Falsos profetas e falsos milagreiros, embora profanem ao Nome Santo, eventualmente, estão a serviço da oposição. Mais que “revelar coisas,” um profeta idôneo coloca em relevo as coisas que O Senhor já mostrou há muito. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Ainda que, aos servos idôneos do Senhor, é facultado efetuar curas, e expulsar demônios em Nome do Senhor, antes de evocar a esse Nome Santo, se requer um modo de vida coerente, comprometido com a submissão ao Salvador. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

O servo mais que sair por aí encorajando “testemunhos” duvidosos, faz o que deve ser feito, no temor do Senhor; é procurado por Ele, malgrado, eventualmente seja rejeitado pelos homens. “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Não serão enganados pelos “prodígios da mentira,” os escolhidos, porque aprenderam a buscar a Deus pelo que Ele É, não pelo que dá.

Os que vivem de galho em galho, atrás de “testemunhos”, no fundo, fogem do desafio de testemunhar, mediante vidas transformadas.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Sal estragado


“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” Ef 5;8

O convertido foi algo ruim noutro tempo; não mais é, agora. “... noutro tempo éreis trevas...”

Nenhum problema, pois, termos passos ruins em nossos pretéritos. Todo o convertido tem um passado ruim; diferente dos ímpios que ainda têm um presente ruim, admitindo ou, não.

Paulo evocou os dias antigos, dos romanos, quando não tinham compromisso pra agir de modo justo. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Ou seja: Antes de Cristo, podíeis fazer o que lhes dava vontade.

Mas, antes de alguém concluir que aquela “liberdade” era melhor, demandou pelos resultados daquele modo de vida: “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Se, olhando de fora, aquele viver envergonhava, sendo, o fim do mesmo, a morte, certamente, não havia nenhum argumento que o justificasse.

Assim, pouco importa de onde viemos, o que fizemos em tempos idos. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2
O que somos e o que fazemos agora é que conta, diante de Deus; “Mas agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação, e por fim, a vida eterna.” V 22

Gente que bate a porta na cara de alguém, agora, porque esse deu passos ruins em outros tempos, condena a si mesmo em sua rejeição. Pois, conta com o perdão Divino para os próprios pecados, embora, seja juiz severo dos alheios. “Com a mesma medida com que medirdes, tornarão a medir a vós.” Ensinou O Salvador.

“... andai como filhos da luz”, é o preceito para todos os que pretendem ter deixado as trevas espirituais, sedo agraciados com a iluminação do Senhor.

Como andam os filhos da luz? O salmo 15, diz: “... anda sinceramente, pratica a justiça, fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo; a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Vs 2 a 4

Infelizmente, no quesito, “Fala com dano seu, contudo, não muda”, é onde mais se identifica falhas entre os que se declaram cristãos. Vestem suas mudanças mesquinhas com desculpas esfarrapadas; coam moscas, (picuinhas ultrapassadas) e engolem camelos; dando um testemunho de gente indigna de confiança, malgrado, se pretendendo cristã. Spurgeon dizia: “Ninguém precisa se dizer um cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja como um.

Muitos, infelizmente, lembram a música “Metamorfose ambulante”, do Raul Seixas; dizia: “Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor, lhe tenho horror”.

Que ele, ímpio e drogado, vivesse dessa forma e ainda afirmasse em prosa e verso, vá lá. Mas, nós que fazemos menção do Santo Nome do Senhor, de nós, o esperável são coisas mais valiosas. “... de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;9

Paulo pontua a responsabilidade que incide sobre os que se dizem, de Cristo: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Esse sal insípido, que só serve para ser pisado pelos ímpios carece urgente entender o que está em jogo. Ninguém é obrigado a crer na Palavra de Deus, tampouco, fazer menção de porções dela; mas, se o fizer, tenha em mente que será responsabilizado por isso. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti?” Sal 50;16 e 17

Nossa pregação é uma coisa boa, quando, nosso modo de agir se faz uma testemunha da mensagem que pregamos; senão, como disse Jó aos tagarelas imprudentes que o cercavam, “Quem dera que vos calásseis de todo, pois, isso seria vossa sabedoria.” Jó 13;5

Muita vergonha grassa no seio de igreja, fruto de gente tíbia, sem coragem de se render a Cristo. Como terá autoridade para pregar à Palavra que transforma, aquele que ainda não exibe traços de que tenha sido transformado?

A timidez, não é inócua como pode parecer; “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, que se prostituem, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; a segunda morte.” Apoc 21;8

Externa mente



“... se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Luc 17;3

A repreensão não encontra muito trânsito nesse mundo amoral, infelizmente. Estamos preparados para “curtidas e coraçõezinhos” nas coisas que partilhamos; mas, repreensão soa a intromissão, atrevimento; a maioria não suporta. “Quem não paga minhas contas não se meta na minha vida!” defendem-se, como se, dinheiro fosse o príncipe dos valores.

Mesmo alguém pagando meus boletos, se, depois tencionasse me inclinar a agir contrário ao que acredito, não teria minha adesão; poderia, o suposto comprador de almas, tomar seu dinheiro de volta e fazer melhor uso.

Viçam preceitos voláteis, “valores” camaleônicos que mudam, mudando o ambiente; repreensão visando corrigir, não raro, traz anexa alguma “fobia”; melindres do vitimista da vez se fazem a “Lei” à qual transgrediria quem ousasse repreender. A Palavra do Eterno é clara: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o...”

A destruição de fundamentos grassa como peste voraz; porém, o texto trata de dois que supostamente adotam os mesmos valores; irmãos, o que requer filiação espiritual comum. Quem foi chamado por Deus, deve se fazer dique, não, água corrente a levar consigo, as sujidades adjacentes. A Palavra do Pai é categórica: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A violação dos fundamentos, abafa à justiça. “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3 Isso nos deixaria “no pincel”, sem apoio.

Então, pra quem leva O Criador a sério, a grama segue sendo verde; o céu, em dias de tempo bom, azul; homem permanece homem; mulher, continua, mulher; perversão também não deixou de ser o que é, porque alguém assim o deseja.

Urge que se pare com essa balela de achar que anseios legitimam atitudes ímpias; narrativas substituem fatos. As coisas ainda são o que sempre foram, exceto, o sistema ímpio que perdeu os resquícios de pejo que tinha, e apodreceu mais. Para os que, a decência e a vergonha são lembranças remotas, um conselho: “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Eventuais atitudes más, por nossa parte, são passíveis de reprovação contra nós, tanto quanto, as dos outros, de admoestação, correção, por nosso intermédio. “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.” Prov 8;12

Cada humano traz em si, uma “luz no painel” chamada consciência, que “acende” quando age mal. Contudo, mercê de interesses rasos, podemos ser tomados por rasgos de miopia, deixando de ver o que poderíamos. Outros, cauterizam-na, têm danificados seus “painéis” pela fiação dos valores, desconexa. Enfim, sempre que as advertências internas, por alguma razão não bastam para tolher nossas atitudes más, careceremos de outra, externa, em forma de repreensão. “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

Como os que fazem hemodiálise, pelo não funcionamento satisfatório dos rins, carecem de uma máquina que lhes filtre o sangue. Nesses casos, ninguém reclama da “intromissão” daquela no que seria um “direito” dos rins. Pois, os omissos quanto às luzes das próprias consciências, tendem a rechaçar quem evidencia suas miopias, uma vez que não se trata de poder ver, mas de querer; em geral, não querem.

Não são todos, felizmente. “... se ele se arrepender...” nalguns casos, a repreensão inda é bem-vinda, embora, esses ditosos eventos sejam cada vez mais raros.

Foi, precisamente por desejar aprovação, vivendo, cada um à sua maneira, que os religiosos rejeitaram O Salvador, na Sua época; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20 e 21

“... perdoa-lhe”.
Muitos visando realçar o perdão, esquecem de colocá-lo, no nicho correto. É mandamento que devemos cumprir; mas, só é possível quando, quem está endividado, se arrepende. Essa coisa leviana de “botar uma pedra em cima”, duma maldade recebida que ainda não encontrou arrependimento, é como negar uma doença, achando que a negação trará cura.

Perdão faz mais bem, para quem o dá, que, para quem o recebe. É medicina para nossas almas. Mas, reitero, é via de mão dupla. Setenta vezes sete, em caso de arrependimento; ou, atrofia da alma, do que se recusa a admitir seus erros. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

domingo, 2 de junho de 2024

Seguidores seguidos



“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Sal 23;6

Baseado em quê, o salmista afirmava que, essas duas senhoras, bondade e misericórdia, o seguiriam? Ele não tinha isso como uma possibilidade; antes, uma convicção que assim seria. “Certamente...”

Suponhamos que, estejamos viajando num trem que, o primeiro vagão comporte passageiros comuns, nos vagões de trás, viajem essas distintas senhoras; uma vez que estamos no mesmo trilho, puxados pela mesma locomotiva, natural concluir que, onde formos, aquelas que estão no mesmo comboio, nos seguirão.

O cântico número 23 do saltério mostra seu autor como um seguidor, não, como alguém que é seguido. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu Nome.” Vs 1 a 3

O Senhor é a “Locomotiva” do referido trem; tanto guia à fonte dos suprimentos necessários, águas e pastos, quanto, às normas de um viver probo, dado estar O Santo Nome envolvido. “... guia-me pelas veredas da Justiça, por amor do Seu Nome.”

Bondade e misericórdia são duas qualidades do Senhor. Natural a conclusão, pois, se nos deixamos guiar por Ele, que essas nos seguirão. Fazem parte do “pacote.”

Uma vez que nos fez arbitrários, O Senhor não nos coopta; antes, desafia-nos a fazermos as melhores escolhas, as quais, trarão consigo, consequências ditosas. Se, pretendemos descansar na certeza, que essas bênçãos nos seguirão o tempo todo, devemos, para isso, fazer firme nossa escolha, enquanto vivermos; “... habitarei na casa do Senhor por longos dias.”

Impossível pensarmos nas “veredas da justiça”, sem lembrar ensinos do Salvador: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Sendo essas veredas um caminho que poucos encontram, necessariamente, muitos de nosso convívio estarão fora delas. Nosso modo de viver em Cristo se lhes tornará um desafio, uma escolha “esquisita” que causará espanto; “acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;4

Se, andando após O Senhor, se faz natural que as qualidades Dele nos sucedam, também é, que, vivendo entre outros que ainda não O seguem, esses nos resistam, incomodados por não compactuamos com as escolhas deles.

A bondade e misericórdia do Senhor, não contam, necessariamente, com a aprovação e compreensão humanas. Não raro, nos acusam se “soldadinhos-do-passo-certo”, “donos da verdade”, quando não, rotulam nossas crenças como “discursos de ódio.”

Por isso, o mesmo “trem” que apresenta O Santo Pastor cuidando de nossos suprimentos, também traz à luz a existência incomodada dos que não participam das nossas escolhas, embora estando nos mesmos espaços que nós. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” V 5

No caso de Davi, quando um banquete especial lhe foi feito e ele foi ungido rei, os que estavam à mesa com ele, eram seus familiares.

Quantas vezes isso acontece conosco também! Sermos rejeitados pelos do nosso sangue, por causa que O Senhor está em nós?

Jesus preveniu: “Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três.” Luc 12;52 Miqueias dissera também: “Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.” Miq 7;6

Claro que laços sanguíneos são especiais, de grande valor; todavia, quando se fizerem obstáculos entre nós e O Senhor, não deve ser difícil nossa escolha. “Quem ama o pai ou a mãe mais que a Mim não é digno de Mim; quem ama o filho ou a filha mais que a Mim não é digno de Mim.” Mat 10;37

Não esqueçamos nunca que, misericórdia e verdade da parte de Deus, nos seguirão, à medida que, nós O seguirmos, pelas “Veredas da justiça”.

Essa tendência moderninha de superestimar à misericórdia, “Deus É Amor”, em prejuízo da justiça, é uma forma requintada de trair a si mesmo, em consórcio com a oposição, “transferindo” para Deus, a responsabilidade pelas nossas irresponsabilidades.

Devemos escolher as coisas difíceis, que atinam ao viver probo; caminho estreito. As coisas fáceis, misericórdia e bondade não são frutos de uma escolha direta; antes, consequências das escolhas corretas, malgrado, difíceis. “Aquele que oferece o sacrifício de louvor Me glorificará; àquele que bem ordena seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” Sal 50;23