quinta-feira, 23 de novembro de 2023

O tempo


“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.” Mário Lago

Nuances de uma alma, para a qual, a passagem do tempo fez bem. A maioria dos seres, entrados em dias que conheço, tenta fugir da idade e suas marcas a qualquer preço. Chegaram a criar um eufemismo para a velhice, “a melhor idade”, para camuflagem de suas fugas.

Vestem-se de maneiras não condizentes com a sobriedade anciã, e empregam toda sorte de cores e cosméticos no afã de parecer mais jovens. A higidez da alma se paramenta de equilíbrio e elegância, sem carecer fugir de nada.

Não creio que exista uma melhor idade; quando sobra vigor falta sabedoria; quando Sophia consegue nossa atenção, o vigor já se foi; de modo que somos fadados a andar na contramão.

Cada idade pode ter uma melhor postura; um quê de gravidade no jovem, outro de espírito jovial, no velho, servem para temperar ambos os tempos. Tempero nem sempre encontrável. Quiçá, num adulto maduro.

Nélson Rodrigues disse que todo homem deveria nascer com quarenta anos. Dependendo do que entendemos por homem, talvez, nasça.

Me ponho a pensar se, não seriam as privações de saber, omissões geradas pelo engano fugaz do prazer. Quando o corpo vende saúde, o cérebro acaba esquecido; quando a neve do tempo e das consequências cobre todo o nosso verde, então esse urso avesso, o cérebro, acorda da sua hibernação e se põe a estudar o clima. Digo, as causas e consequências das dores da vida.

Tendemos a imaginar que, mero curso de tempo seja um fator a purgar os vícios e aperfeiçoar o caráter. Mas, há tantos patifes de cabelos brancos, outros, sem cabelos, arrancados pela mão do tempo... pois, na escola da vida também existem os péssimos alunos. Como disse Ruy Barbosa: “Não se impressione com os cabelos brancos; os canalhas também envelhecem.”

Muitas almas passam pelas lições do tempo com ouvidos moucos, onde os rudes campos da ignorância jamais foram arados, e seus cérebros crestam sob o peso dos anos, improdutivos, ermos, desafeitos à ousadia de pensar, ao atrevimento de criar. Viveram sempre de manipulações, e dessas dependem, dada a inépcia funcional de se mover por si. Pássaros que, em tempo de voar, tiveram suas asas cortadas, e agora as penas já não crescem de modo a possibilitar o voo.

“Ninguém te segurou pelos ombros quando ainda era tempo, e agora o barro de que você é formado secou e endureceu; ninguém conseguiria despertar o músico ou o poeta adormecido dentro de você; ou o astrônomo que talvez o habitasse antes...” Saint Exupéry

Em casos assim, embora se diga que foi tempo perdido, a rigor, foram oportunidades desperdiçadas. Essas assomam da conjunção do tempo com as circunstâncias.

Muitos apregoam o uso do tempo como se fosse um precioso néctar a escoar, do qual, devemos haurir o máximo, enquanto podemos. “Viva cada dia como se fosse o último.” Normalmente se diz, preceituando intensidade na busca de prazeres. “Curta a vida, porque a vida é curta”, o mesmo, noutras palavras.

Se, no último dia de minha vida pretendo estar em Paz com Deus, pois, devo viver assim, hoje. Pode ser o último.

Logo, quem disse que certo ócio, introspecção, meditação, não é um uso apropriado do tempo? Se, a punção do jovem o instiga a fazer trilhas, escaladas, e afins, o cérebro treinado a pensar, e a alma instigada a entender o porquê das coisas, faz disso seu “rapel” usando muito bem o seu tempo.

Se, “não é dos ligeiros a corrida”, como disse Salomão, bem pode que viva melhor que o aventureiro apressado, outro que, palmilhe as veredas da vida, no “passo do gado”, como fez Jacó em seu retorno à terra.

Claro que “tudo tem seu tempo determinado...” Salomão mesmo, no vigor da juventude esbaldou-se em amores e escreveu seus cantares, dando asas aos sentimentos;

na idade madura foi um filósofo prático, delineando as melhores escolhas pra vida com seus provérbios;

na velhice se tornou um pessimista, avaliando o parco proveito das coisas “debaixo do sol”; por fim, apontou para onde sempre deveria ter olhado: Deus. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12:13,14

Assim, voltando ao poeta inicial, nosso encontro com o tempo, quando findarem nossos dias na terra, não deve trazer nenhum sobressalto, se o mesmo for, na presença, e em comunhão com Deus.

Ervas daninhas


“Porque não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Se as consequências da maldade fossem imediatas, certamente, pensaríamos bem antes de praticá-la; como, num primeiro momento, “não dá nada”, como diz o vulgo, costumamos a dar asas para coisas que não deveriam voar.

A ausência de uma punição imediata, não significa que nunca haverá; e, por presumirmos que, ao longo do caminho teremos muitas oportunidades de arrependimento e recomeço, ainda assim, seria prudente evitarmos agir mal, agora. “hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais vossos corações.” Heb 3;7 Quem nos garante vivos amanhã? “... não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4:14

O exercício na maldade tende a enraizar em nossas almas, de modo que, vivendo nela, a mudança, quando houver, se houver, será mais penosa; com mais ervas daninhas pra remover, do que seria, se tivéssemos uma postura reta, desde que aprendemos em quê, consiste, a retidão. Não se trata de fazermos boa figura perante os homens; mas, de nos lavarmos, segundo a diretriz da consciência no Espírito, diante de Deus.

O aprendizado da infância acaba fazendo parte do ser, para todos os nossos dias; seja ele virtuoso, seja vicioso; “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22:6 Ou, o outro lado da moeda: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13:23

O fato de que uma dívida pode ser paga em longo prazo, não significa que não deva sê-lo. Digo, se O Eterno espera em Sua longanimidade por largos dias, até que nos arrependamos e mudemos de vida, não significa que Sua Santa Paciência diminuirá as exigências de Sua Santidade, em relação a nós, apenas porque nos ama. A Palavra é categórica: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12:14 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5:8

Como diz em “O Pequeno Príncipe”, certas plantas devemos erradicar quando ainda pequenas; se as deixarmos crescer, acabarão rachando nosso “planeta”; figura eloquente, para expor os perigos deletérios de cultivarmos os vícios.

Na verdade, para quem nasceu de novo, teve seu espírito regenerado pelos Méritos de Cristo, e a consciência, antes morta, vivificada, todo erro tem uma consequência imediata; uma “punição” em forma de advertência que tolhe a paz de espírito, enquanto aquilo não for removido, mediante arrependimento e mudança, para receber perdão.

Como dizia Spurgeon, Deus erradica as ervas amargas dos nossos pecados; mas, faz um chá com suas folhas, para que o bebamos e sintamos o “sabor” que eles têm.

Porém, os que, por estar espiritualmente mortos, tendo cauterizadas suas consciências, fazem quaisquer coisas, por abjetas e nocivas que sejam, “sem culpa”; na verdade, fazem sem noção. Eis a diferença entre um pecador morto em delitos e pecados, e outro, em processo de regeneração em Cristo! Aquele faz o que lhe der vontade e nem se sente errado; o convertido, ainda peca; porém, pela diretriz nele implantada, mediante O Espírito Santo, tende a progredir, pecando cada vez menos; no processo de amadurecimento em obediência, santificação. Não peca sem consequências.

Por isso, invés do curso do mundo que dá asas a toda sorte de desejos, somos desafiados a renunciar isso, em busca da Vontade Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:2

A excelência a atingir é um estado de maturidade espiritual, que, seja avesso ao pecado, não por medo das consequências punitivas; mas, pelo escrúpulo de entristecer ao Espírito Santo que em nós habita.

Isso é atingido após longo processo de aprendizado em obediência, que nos visa aperfeiçoar e legar discernimento; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

O individualismo e a autonomia decisiva, que cada um apregoa aos quatro ventos no modo mundano de viver, não combina com aquele que pretende ser de Cristo. “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago; medula para teus ossos.” Prov 3:5-8

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O Anticristo


“... como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.” I Jo 2:18

Segundo os mestres do grego, o prefixo “anti”, nessa palavra, tanto pode significar, “oposto a”, quanto, “em lugar de”, Cristo.

Outros textos do contexto remoto apontam também nessa direção. Falando do mesmo sujeito, Paulo o descreveu assim: “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” II Tess 2:4

Ora, se opõe, é contra; outra, quer parecer, para se colocar no lugar de Deus. Embora, esse virá como uma pessoa literal de carne e osso, desde sempre esteve no mundo em espírito; ora, se opondo, escarnecendo da fé, promovendo o ateísmo; outra, validando credos espúrios onde preside, sob a difusa bandeira do ecumenismo.

Não nos é difícil identificar a atuação desse espírito, desde que saibamos quem Cristo É; “Eu Sou, O Caminho, A verdade e a Vida...” Jo 14;6 ensinou O Salvador.

Assim, o “anti” primeiro, obstrui o “caminho estreito” da mensagem do Salvador, tanto, quanto pode; usa violência, perseguições, difamações; oblitera a compreensão dos incrédulos, para que sigam presos nas trevas; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4:4

Depois, atenta contra a singularidade da salvação em Jesus, acenando com uma multiplicidade de “caminhos” todos tidos como, “igualmente válidos”, num global balaio de gatos.

Investe na promoção da diversidade comportamental, fazendo-a parecer natural, um “direito” inalienável de cada um, sob o patrocínio do “amor de Deus”; mais um ardil satânico, na tentativa de diluição do Caminho Único, que É Santo.

Invés da ampliação da possibilidade de salvação, como pode parecer ao incauto, é a negação da eficácia singular, exclusiva, do Salvador. Ao tentar validar todos os credos alternativos oriundos de sua forja espúria, o Capeta tenta se colocar no lugar do Salvador.

Há muitos “pastores e reverendos” fazendo o trabalho sujo dele. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” II Cor 11:14,15

Assim, tanto, se faz anti caminho, colocando pedras nele; quanto, tentando atrair aos desavisados após si.

“A Verdade...” Nunca a mentira campeou com tamanha pujança e aceitação como em nossos dias. O anti verdade, espalha o seu lixo por toda parte, da mesma forma que faz no tocante ao Caminho; ora, se opõe, ora, se oferece como mensageiro da verdade, mediante elaboradas e sentimentais lições de moral, e humanismo, ensinadas em credos espúrios.

Lá, o mover das emoções é calculado, como um doping para anestesiar ao necessário estado de polícia da consciência, que nos foi dado, chamado de discernimento, com o fito de aferirmos o ser, não o sabor das coisas. O palatável pode ser mortal; o amargo, saudável; muitos têm morrido voluntariamente, atraídos às sedutoras redes do inimigo da verdade.

Para que a mentira não soe abjeta como é, criou-se um eufemismo; “narrativa”. Esse esterco pode figurar aceitável ante gente sonolenta; perante O Santo, cheira mal e não tem nomes atenuantes. A coisa não melhora se vier colada num anglicismo, “fake”, nem num eufemismo; o juízo do Eterno segue solene, sóbrio, imutável: “Ficarão de fora, os mentirosos...” Apoc 22;15

O mentiroso mor, mediante seus joguetes, já fala em editar à Palavra de Deus, “atualizando-a” e removendo porções “polêmicas e ultrapassadas”; a progressão deletéria da obra seu espírito, vulgarmente é chamada de “modernidade”; as coisas abjetas são “temperadas” para que pareçam melhores do que são. Pois, o lapso de vergonha, também se veste de eufemismos, chamado agora, de “novos tempos.” Não há espaço para mudanças de escopo moral nem espiritual. “Jesus Cristo É O Mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 3;8

Por fim, o anti-caminho, anti-verdade, também se revela, anti-vida. Redução da população global é um aspecto da famigerada agenda globalista; pouco importa se, promovendo a homossexualidade que não gera filhos; fomentando guerras e toda sorte de violências que matam, e o pior de tudo, a faceta mais nefasta: A legalização do aborto, como um “direito da mulher”; a consequente coisificação dos fetos, como se deles se pudesse dispor ao bel-prazer das ímpias inclinações.

Enfim, falta aparecer explicitamente a figura do fantoche de Satã, que vai seduzir e governar o planeta por uns dias; porém, as digitais do famigerado Anticristo são visíveis a distância, por aqueles que ainda não foram cegados nem imbecilizados por ele.

Coragem de voltar


“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15:18

“Caíra a ficha” do Filho pródigo, e percebera que ser empregado na casa do seu pai, era melhor que padecer fome e humilhação; sina na qual se vira, após desperdiçar tudo o que trouxera em sua herança antecipada.

“... irei...” tendemos a achar que para os enganosos rumos dos prazeres, podemos voar com nossas sôfregas asas, sem nenhum auxílio. Porém, quando as consequências nos pegam, recolhemos as garras da iniciativa, tão afiadas antes, e esperamos que alguém venha em nosso socorro, mesmo sabendo, onde o socorro está. Conveniente à covardia, chutar o balde quando se supõe forte, e se recolher qual um quelônio na carapaça, quando visitado pelas consequências, numa autocomiseração depressiva, esperando chamar atenção de alguém.

Pelo menos, o infeliz não errou também nisso; assim como, teve iniciativa pera pedir bens, e sair desperdiçá-los, achado na miséria, passando fome, também teve iniciativa na direção oposta; voltou atrás arrependido. “levantar-me-ei e irei ter com meu pai.”

Quando o conselho não basta para inibir intentos temerários, pela punção natural que acossa, resta ao Pai, o “cabresto” das consequências.

A intenção do Eterno é que sejamos bons ouvintes, praticantes da Palavra, como uma profilaxia espiritual a prevenir-nos contra dores evitáveis: “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus Olhos.” Sal 32:8

Ser guiado assim, requer que sejamos ouvintes atentos, de índole submissa, voluntária; senão, restará a disciplina, dada a “ineficácia” do conselho: “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32:9

A permanência obediente na casa paterna era o que o próprio curso da vida aconselhava; entretanto, a cobiça humana concorre, e é má conselheira; faz nossas almas desprezarem o que possuem, como se, irrelevante, e superavaliar quimeras distantes, como se, aquelas sim, valessem à pena.

Quem nunca errou nisso, atire a primeira pedra; ou, quem jamais disse: “Eu era feliz e não sabia?”

Os caminhos dos prazeres se apresentam cheios de artifícios, luzes e brilhos; exibem carros alegóricos vistosos decorados de modo a esconder as ameaças subjacentes. Só quando embarcamos neles é que descobrimos aonde levam.

O Pai, conhece o fim das coisas, não é ludibriado por espetaculosos começos; “Há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“... Pai, pequei contra o Céu e perante ti.”
Essa dupla incidência do pecado, vertical e horizontal, nem sempre é devidamente compreendida.

Todo pecado é, inicialmente, uma ofensa a Deus. Sempre que pecamos é contra o Céu; lá preside Um, do Qual se diz: “Tu És tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1:13

Além de ofender Ao Santo, nossos pecados fazem mal aos semelhantes. Grassa uma ideia egoísta, espinhosa, a supor que, cada humano seja dono de um planetinha particular, como no “Pequeno Príncipe.” Isso colocaria cada um, fora do alcance dos demais; nosso apreço, discordando de alguém, frustrando-se com suas escolhas seria mera intromissão, uma vez que “não pagamos às contas do planeta dele”, (esses mesmos, não se incomodam quando elogiados) Assim, poderíamos fazer o que quiséssemos sem consequências; isso é doentio.

“Levai as cargas uns dos outros... não atente cada um, apenas ao que é seu... se um membro padece, todos sofrem, caso se alegre, todos regozijam...” são diretrizes da Palavra.

“Chorai com os que choram, alegrai-vos com os que se alegram”, diz ainda.

As ações que fazem mal ao próximo, são pecados contra ele; até mesmo, omissões, como ensina Tiago: “Aquele que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado.” Tg 4:17

Enfim, supor que podemos ser “legais” com Deus, enquanto odiamos ao próximo, ou desprezamos, deriva de cegueira, ignorância espiritual. João ensina: “Qualquer que odeia ao seu irmão é homicida. Vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” I Jo 3:15

Por isso, acrescenta: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia ao seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também ao seu irmão.” 4:20,21

O Salvador ensinou a consertarmos primeiro as relações horizontais, antes de pretendermos cultuar ao Eterno; “Deixa ali diante do altar a tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão; depois, vem e apresenta a tua oferta.” Mat 5:24

Qualquer um que retornar, humilde e arrependido, como fez o pródigo, invés de receber censura, será partícipe de uma festa na casa do Pai. Por que te deténs?

domingo, 19 de novembro de 2023

O peixinho que "matou" Deus (texto de julho de 2012)

 Uma nova espécie de peixes foi descoberta na Ásia, recebendo o nome de Dawkinsia, em homenagem a Richard Dawkins, ateu; autor do livro, “Deus, um delírio”.

“Os pesquisadores liderados pelo ictiólogo Rohan Pethiyagoda concluíram que as espécies pertencentes ao novo gênero têm diferenças em relação a seus outros integrantes “muito maiores do que antes se suspeitava”. (G1)

“Ele,( Dawkins) por meio de seus escritos, nos ajudou a entender que o universo é muito mais admirável que qualquer religião imaginou”.

“Esperamos que [o gênero] Dawkinsia sirva para lembrar da elegância e simplicidade da evolução, a única explicação racional que existe para a inimaginável diversidade da vida na Terra”, acrescentou.

Dawkins, teria ensinado que o universo é mais admirável que a religião imaginou. Quem disse que religião existe para apregoar a beleza do universo? Religião, deriva de re-ligare latim; reconciliar o homem com Deus.

A natureza serve para evidenciar um Criador com eloquência tal, que não resta desculpas para duvidar. “O que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19, 20.

A “descoberta” de nova espécie revela apenas nossa ignorância.

A Bíblia não apresenta a Terra em processo evolutivo, antes, decrepitude; por causa da mão pecaminosa do homem. “A terra pranteia e murcha... a terra está contaminada por causa dos seus moradores...” Is 24;4 e 5 “Porque sabemos que toda a criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;20

Basta ver a poluição, extinção de espécies, para constatar que estamos envelhecendo, invés de, evoluindo.

O tal peixe serviria para entendermos a “elegância e simplicidade da evolução”? Que a natureza é elegante, de acordo; buscando elegância no vestir, não sorteamos quais roupas vamos usar; escolhemos criteriosamente, pois, elegância requer inteligência propósito; coisas que combinam com um Criador Sábio, não com o acaso.

Simplicidade da evolução? Sem Deus eles não podem explicar como um ovo se tornou ave.
Incapaz de produzir uma folha de grama viva a “ciência” tentar explicar o Universo!

Como espécies de origem comum atingiram a complexidade atual? Quando se passou do animal ao racional? Um exemplo de espécie transmutando-se n’outra, não, variações dentro da mesma. Se, cada espécie tem seu DNA próprio, como viriam de uma só?

A Evolução possui mera crença atentando contra a honestidade intelectual e seria simples? Segundo o “sábio” supra, seria “a única explicação racional que existe para a inimaginável diversidade da vida na terra”.
Heráclito ensinava: “quando dois sistemas filosóficos disputarem, nenhum tem direito de dizer; meu postulado está certo por que o seu está errado; afinal, o oponente poderia dizer o mesmo. O falso deve ser demonstrado falso em si mesmo.” Uma cabecinha “privilegiada” concluiu que Deus é loucura, automaticamente se tornou deus, referência universal?
A Bíblia jamais apresenta Deus com crises de identidade, tipo; por favor, creiam que existo, coisa encontrável em alguém inseguro. Apenas, adverte que Deus, não se agrada dos que duvidam, uma vez que, tendo-se revelado, duvidar equivale a chamá-lo de mentiroso; “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam” Heb; 11;6 “...quem a Deus não crê mentiroso o fez,...” I Jo 5;10

Dos que duvidam, fala: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1
O mundo ímpio “canoniza” expoentes do ateísmo, malgrado, a bela criação Divina; porém, ante Ele e seus filhos, tais, não passam de néscios, tolos.

Faltam fósseis, apelam a dogmas; qualquer coisa, mesmo se encaixando melhor com a criação, “prova” a evolução. Cérebros perdidos num fanatismo dogmático atentando contra a própria honestidade intelectual.

A luz espiritual demanda integridade moral: “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade,” Pv 2;7 Os que escolhem caminhos tortos, são chamados ímpios, fadados a andar no escuro; “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” “... a vereda dos justos é como a luz da aurora, vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Pv 4;18 e 19

Davi escreveu: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Sem linguagem, mas onde não se ouve sua voz. Sua linha se estende por toda terra...” Sal 19;1 a 3

Spurgeon sentenciou: “Aquele que após contemplar os céus em seu esplendor, os astros em perfeita órbita ainda se apresenta como ateu, além de ateu se declara imbecil e mentiroso”.

Cargas vãs


“Teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2:14

Jeremias chorando entre as ruínas de uma cidade arrasada, e considerando as causas. Os “teus profetas”, há diferença entre um profeta do Senhor, e outro, favorito das predileções humanas. O Eterno não chama para Si, reconhecendo, àquele que não chamara, antes, escolhendo.

Um profeta não é o causador da maldade, necessariamente; as pessoas conseguem ser más, sem auxílio. Contudo, quando alguém surge se dizendo um, presumindo falar da parte do Eterno, porém, invés de denunciar ao que está errado, fala segundo os humanos desejos encorajando-os, então, ele se faz culpado; pois, tendo apresentado seu “diploma de médico”, invés de curar os enfermos, os declara sadios.

“... viram para ti, vaidade e loucura...” Eram também chamados de videntes; mais que pretender ouvir, alegavam ver o que O Eterno fazia, ou, pretendia fazer.

Em determinado momento Jeremias foi levado a denunciar a origem das visões deles; “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em Meu Nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, só profetizam do engano do seu coração?” Jr 23:25,26

Antes de ser um expoente dos Divinos Juízos, um profeta idôneo deve ser um consumidor; digo, precedendo o ensino sobre o que agrada ao Senhor, deve mostrá-lo em seu modo de viver. Tendo “visões do Senhor” atinentes ao alheio andar, deve aplicar o que supostamente viu, primeiro, ao próprio caminhar. Como disse Paulo: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa submissão.” II Cor 10;6

Aqueles passavam longe disso. “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23:14

“Cães orando por chuva de ossos, ou ratos, pela precipitação de queijo”, como disse Gibran. Cada um, apresentando “Deus” segundo suas perversas inclinações.

“... não manifestaram tua maldade para impedir teu cativeiro...” Falarmos da parte do Eterno manifestando à maldade dos que se alienam Dele não é missão simpática, agradável. Jeremias, quando chamado, se declarou incapaz, apenas uma criança. Cap 1;6

Quem se voluntaria para missões difíceis, desagradáveis, não o faz pela disposição amorosa para sofrer altruistamente; mas, pela visão enganosa, que, acena com facilidades inexistentes, atinando mais à reputação, que, à responsabilidade. Da mesma estirpe, muitos “missionários, bispos, e apóstolos” atuais.

Invés de denunciar os errados de espírito, e apontar as mudanças necessárias para se andar segundo O Santo, passam ao largo disso, acenando com “vitórias” e facilidades que O Eterno não tencionou.

Já ouvi muitos desses, acenando em “Nome do Senhor” com uma “grande Obra Ministerial”, em vidas cretinas, que, sequer conseguiam cumprir a palavra empenhada, ou pagar o que compraram a crédito. Como O Senhor faria uma grande obra através desses pulhas que se recusam a ser decentes em coisas mínimas? “... não manifestaram tua maldade...”

“... viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.”
Sim, quem se recusa a colocar a carga devida, o “peso do Senhor”, fatalmente colocará algo fútil no lugar. Quando Jeremias profetizou que o cativeiro em Babilônia duraria setenta anos, um desses falsários aliviou dizendo que seriam apenas dois anos. Acabou morto, sua “facilidade” se revelou falsa; o povo teve que arcar com o tempo que o Profeta do Senhor anunciara.

Se, a obediência à verdade pode ensejar comunhão, com O Senhor, a adoção do engano, da mentira como modo de vida, dá azo à expulsão, pela aversão que O Santo tem a essas coisas.

A maioria dos profetas verdadeiros não se ofereceu voluntariamente; Moisés recusou, Isaías se declarou impuro, Jeremias, uma criança; Jonas fugiu, Amós e Eliseu foram instados a deixar a prosperidade no Agro, por uma vida antipática aos poderosos, e errante; não havia vantagens, só reponsabilidade.

Servir ao Senhor nesse mundo é certeza de oposições, aversões, perseguições... ninguém se voluntaria para essas coisas. É necessário ser chamado.

Nesse tempo, nem os “cristãos” suportam mais, aos mensageiros idôneos; “Virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3,4

O mundo pegando fogo, juízo às portas, retorno do Messias iminente; falsários criadores de cargas vãs entregando “vitórias”, “ministérios”, “restituições”, aos sonolentos e incautos, que preferem o agradável ao verdadeiro.

Outra vez, “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm às águas.” Jr 2:13

sábado, 18 de novembro de 2023

Traços da maldição


“... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porque transgredem às leis, mudam os estatutos, e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Estios em muitos lugares, deslizamentos, inundações avassaladoras noutros; vulcões, tsunamis, granizo, vendavais, terremotos; terrorismo praticado e aplaudido, guerras...
Basta um olhar aos noticiários para vermos todas essas coisas, em lugares diversos. “... a maldição consome a terra...”

Até, onde as chuvas têm rara incidência, nos países desérticos do oriente médio, Omã, Katar, Arábia Saudita, enchentes têm feito estragos colossais. Do sul do Brasil, desnecessário falar.

Os homens da “ciência” já decidiram, que as causas são derivadas do modo de vida humano, que ensejaria o “aquecimento global”; uma nova conscientização ecológica e alimentar urge, para se minimizar essas coisas. Falam em proibir o consumo de carne, pois, a expansão do Agro seria causadora de desmatamentos; assim, produtos vegetais e insetos deverão fazer parte da dieta vindoura.

Se, a doença é no cérebro, mas o “médico” diagnostica na panturrilha, tem tudo para que, o tratamento prescrito se revele inócuo; a enfermidade se agrave.

Quando O Eterno decidiu punir aos egípcios que escravizaram Seu povo durante 430 anos, Ele usou água, fogo, saraiva, pestes, eclipses, ventos... Os fenômenos “naturais” não são tão naturais assim; quem criou à natureza pode dispor dela, quando, e para o quê, quiser.

Desde a estreia do pecado no mundo, que a terra se tornou amaldiçoada; “... Porquanto, destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...” Gn 3:17 e 18

Espinhos e cardos não faziam parte da criação original; foi um acréscimo punitivo, pela incidência do pecado.

A natureza em fúria, é uma pregoeira da Ira Divina, em porções pequenas, como um aviso do que virá, quando O Criador julgar.

As causas dos desastres são derivadas do “modus vivendi” nosso, mas, não têm a ver com alimentação; antes, com a rebelião engajada contra O Eterno e Suas Leis; “... transgredem às leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Não faltarão críticos acusando nossa ingenuidade, quiçá, fanatismo, por esposar uma visão assim, tão literal, das Escrituras.

As porções que são alegóricas, metafóricas, similares e escatológicas, o próprio contexto deixa ver. Nenhuma razão há para impormos significados obscuros, aos textos que são claros, de fácil interpretação. Além disso, as partes que vêm em métodos literários especiais, não têm muitas interpretações possíveis, ao bel prazer de cada um. As figuras visam ressaltar algum aspecto da realidade, não, diluí-la.

Sendo o inimigo apresentado como um dragão, ou, serpente, por exemplo, isso não o torna menos diabo, nem menos maligno.

Quando Cristo é figurado como Cordeiro, aponta isso, para o resgate perfeito que pagou por nós; quando, como Leão, refere-se ao Seu Poder Majestoso, de Juiz dos vivos e dos mortos. Nenhuma dificuldade nisso.

Já li “especialistas desmistificando” o que poderia ter ocorrido no Egito, por ocasião das pragas; sempre uma causa “científica” explicaria tudo. Agora, as águas de um lago no Chile se tornaram cor de sangue, como as do Nilo. Estou esperando a ciência se pronunciar.


Enfim, reitero, a doença é na cabeça da humanidade; em quem a maioria escolheu para servir.

Queremos saber as causas desses desastres todos? Acompanhemos o caráter das decisões dos que nos governam; liguemos as televisões nos “realitys shows”, novelas e prostituições diversas; acompanhemos os parlamentos com suas defesas enfáticas do aborto, das drogas, do homossexualismo, da corrupção; quer exemplos mais próximos? Faça uma dezena de tratos com pessoas de tuas relações, baseado apenas na palavra, e confira quantas serão cumpridas. Venda fiado, empreste.

Nada disso surpreende aos “simplórios”; A Palavra de Deus adverte: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3:1-5

Vai piorar muito, antes que melhore. Basta ler as pragas do Apocalipse para ter uma tênue ideia do que virá. A Ira de Deus é plena de justiça.

Os donos do mundo laboram para unificar, a Terra, moeda, religiões... reiniciar o sistema. Haverá uma paz enganosa e breve, antes do juízo. 

Pois, “... quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...” I Tess 5:3

Ainda há tempo. Muito pouco, mas, há. “Escapa por tua vida!”