sexta-feira, 28 de julho de 2023

Águas que saram


“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para se desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

A qualificação da fonte é muito importante; pois, nem todas têm esse predicado. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

Os que bebem na Fonte da Vida são reputados sábios; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria têm?” Jr 8;8 e 9

O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Além de matar a sede, a Água da Vida, que Cristo dá se torna um manancial em quem a bebe. A vida espiritual flui como um curso de água limpa, a morte espreita qual um caçador, com suas armadilhas dissimuladas.

Como nenhum laço tem atrativos, para obter seu intento, carece de camuflagens; estar disposto em local estratégico, quiçá, usar-se algum incentivo extra, uma isca. Esconder-se em Deus é o antídoto para essa armadilha e similares; “Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.” Sal 91;3

Esconder-se Nele significa viver conforme Sua Palavra, não, selecionar textos favoritos; O Eterno só está para relacionamentos sérios; essas coisas pueris e interesseiras lhe dão asco. “Este povo se aproxima de Mim com a sua boca e Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Engana-se quem acha que se pode “ficar” com Deus, curtir um pouco, antes de partir para outra. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33 Sua Palavra é vida, não, mera satisfação de curiosidade efêmera.

As camuflagens dos laços da morte são imitações feitas por gente descompromissada com O Eterno; esses, alugam alguns cacoetes religiosos e saem em busca de incautos. Geralmente aparentam excessiva intimidade com O Senhor; prometem em Nome Dele, facilidades, enquanto esperam vantagens terrenas. “Do que o coração está cheio, disso a boca fala.”

De vital importância nesses dias tenebrosos, é o discernimento de espírito para que não caiamos nesses laços. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Ser espiritual, ao contrário do que pensam alguns, não equivale a se exibir em dons barulhentos, supostos milagres, revelações e trapaças afins; coisas que podem facilmente ser imitadas por gente desonesta; os “prodígios da mentira.”

Os veros espirituais adquirem discernimento do bem e do mal, exercitando-se no que aprendem; colocando por obra a Doutrina do Mestre; ou como Ele mesmo prescreveu, “permanecem nas Minhas Palavras.” “Qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;13 e 14

Aprenderam a eficácia regeneradora da Água da vida, e a seriedade necessária no relacionamento com O Santo; por isso têm aversão a toda sorte de fontes espúrias; “... todas minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Se, o afastar-se de Deus deixasse o homem “à deriva”, apenas; digo, se, abandonando ao rico Manancial Celeste ele não colocasse algo falso no lugar, talvez a gravidade fosse menor.

Porém, como o homem foi criado com um “vazio” com formato de Deus, se o devido preenchimento não for feito, alguma fraude, necessariamente, ocupará o espaço do Santo.

“Houve alguma nação que trocasse seus deuses, ainda que não fossem deuses? Todavia Meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;11 a 13

Assim, até uma fonte fajuta, no fundo, é um laço da morte. Por isso, o venturoso descrito no Salmo primeiro, além de evitar ímpios conselhos, caminhos pecaminosos e ambientes de escárnios, sabe onde beber, para preservação da vida. “Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita de dia e de noite.” v 2

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Inclinações


“Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...” Os 4;15

Exemplos circunstantes sempre são usados como atenuantes, quando alguém age de modo indigno, ante eventual reprovação.

“Fulano também fez; beltrano pensa da mesma forma; todo mundo faz isso”, defesas usuais que escutamos.

Os que estão edificados no Senhor, é preciso mais que os abalos sísmicos morais, adjacentes, para que estremeçam em suas convicções; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Essa balela de “atualizar” ao que é eterno, aperfeiçoar ao que é perfeito, é inglória tentativa de mascarar a desconfiança, subproduto da incredulidade, dos que, apesar disso querem status de cristãos. Para quê, serviria esse?

Um “cristão” de rótulo foi figurado como sal degenerado, sem nenhuma utilidade, exceto, estar sob os pés dos ímpios. Aquele que for tido por veraz, será alvo de ataques, difamações, assassinato de reputação, até, dado o nível do ódio que esse mundo nutre contra os tais.

Sempre que alguém se baseia em exemplo alheio, a imensa maioria o faz, observando maus exemplos, não os bons. Por quê? Porque todos trazemos algum tipo de inclinação interna; e, ao vislumbrarmos outrem agindo de acordo, nos identificamos; vemos nisso um incentivo para darmos asas aos desejos, que, pouco a pouco deixam o casulo da timidez e ganham o teatro das ações.

Eventualmente as pessoas partilham: “O certo é certo, mesmo que ninguém o esteja praticando; o errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo.” Pleno de verdade esse dito; porém, “Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;7

Pois, ao escopo dessa geração, que, lê e não entende; se entende, não pratica, quando pratica, eventualmente, não persevera, ou, o faz em busca de aplausos aprovação humana; nesse mundo “líquido” como definiu alguém, as verdades absolutas são como esparsas rochas, assomando ao longo de águas velozes e sujas. Até sabem da existência das mesmas e as citam, porém, não se detêm apenas ao “obstáculo” de uma pedra no caminho.

Parecer intelectual, espiritual ou probo, basta a esses cultores de aparências, que ainda não adquiriram jeito para essências.

Essas camuflagens ridículas podem satisfazer nossa necessidade de aceitação social, embora, perante Deus nada valham.

O fato de Ló ter vivido na região de Sodoma não foi motivo para que agisse como aqueles; antes, “este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8 

Todos a volta dele estavam fazendo coisas abomináveis ante O Senhor; isso não bastou para que ele abdicasse da vereda de justo.

Dada a mordomia intransferível que cada um tem da própria alma, jamais poderá lançar sobre outrem a responsabilidade pelas suas escolhas. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Pois, no final das contas, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Então, maus exemplos em nossas circunstâncias, não devem ser fatores de encorajamento para trilharmos o mesmo caminho. “Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...”

Vendo alguém que desceu a ladeira resta o apelo à prudência, a fim de que, quem ainda se mantém num lugar aceitável, permaneça. “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.” I Cor 10;12

Sabedor que o ego é a origem de todos os descaminhos humanos, O Senhor começa Sua Obra por aí; “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Aquele que segue após as seduções voláteis desse mundo, de certa forma nega a si mesmo; nega seu imenso potencial individual e se deixa massificar pelo sistema corrente; a diferença é que a renúncia por Cristo nos chama um modo de vida agradável a Deus, segundo Sua Palavra. Enquanto o que se perde na anulação amorfa da massa, apenas perde-se, sem nenhuma virtude, tampouco, recompensa.

Dos que perdem a vida natural por amor a Cristo, disse Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

Enfim, adotar o vício como modo de vida, com argumento que, quase todos o fazem, é lavar-se com lama. Um servo de Cristo é desafiado a ser luz, não um habitante das sombras.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; uma dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15

domingo, 23 de julho de 2023

Conversão salta aos olhos


“Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.” II Cor 8;21

Alguns fazem um uso conveniente às suas predileções ímpias, do “não julgueis”; o menor aponte para a Vontade revelada do Senhor, já seria um indevido julgamento.

Quando suas atitudes destoam da postura esperada, escudam-se sob um véu de boas intenções, onde estariam corretos perante O Santo, embora, atuando errado, diante dos homens. “Quem me julga é o Senhor”. Dizem seguros, o que deveriam fazer com temor. “Considera a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

O fato de Deus ser-nos invisível é suprido pelas Suas Obras que O fazem compreensível; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20 Sonegar o evidente equivale a tentar deter a verdade; postura inglória; “Porque do Céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Rom1;18

Nosso amor por Ele deve se tornar visível no nosso trato com o semelhante; “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

O que é o batismo, senão, uma confissão aberta, que deixamos o modo mundano de viver e passamos a pertencer a Cristo? Desses, Ele diz: “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 10;32

O pretenso escapismo que permitiria sermos tortos diante dos homens, e nos presumirmos retos diante de Deus é uma agressão à lógica, deturpação dos fatos, desprezo à coerência; “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.”

O agir de um convertido deve ter a eloquência da luz, que dissipa mal-entendidos e faz visível a transformação operada, e quem operou; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16 “... muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

O ímpio carece de todas as redes sociais e ambientes possíveis, para mostrar-se, (aberto a curtidas, lisonjas, refratário aos ensinos e correções, “a diferença entre o café e sua opinião, é que o café eu pedi”, postam, rebaixando joias de valor eterno ao nível movediço das opiniões) do cristão se espera que não seja tão melindroso e intratável assim. “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me".

Quando nossa postura ficar aquém, diante dos homens, invés de uma defesa incongruente, deveríamos fazer uma séria avaliação, pelo fato que, quem nos julga é O Senhor. O silêncio do Eterno não significa que Ele compactua; tampouco, Sua longanimidade, que os nossos pecados caem, por decurso de tempo, sem arrependimento, confissão e abandono. “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Nossos pecados não tratados continuam na “nuvem”; a qualquer momento, O Eterno pode dar um “Up” e ressurgirão na “tela” da memória.

Se, estivéssemos ante a apreciação humana, apenas, tranquilamente poderíamos mascarar nossas culpas, maquiar nossos erros, e tudo estaria “bem”. Porém, quem nos julga é O Senhor. “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face?” Sal 139;7

As insanidades que o ímpio fala em sua “defesa” testificam contra ele; aos apóstolos pouco importava a rejeição humana, se ao custo dessa, estivessem em obediência ao Eterno. “... Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

Não significa, como pretendem certos “cristãos” moderninhos, que toda sorte de paixões deva ser encorajada, para fazermos “boa figura” ante os homens; recebermos aplauso do mundo; antes, que nosso cristianismo deve ser coerente com A Palavra revelada, o que se fará visível diante de todos, a despeito de como isso pareça aos olhos de cada um.

Egoísmo é uma doença dos ímpios; cristianismo veraz requer uma interação permanente, como têm os membros de um corpo; “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;25

Os que rechaçam à Palavra da Vida com pedras do “Não se meta na minha vida”, são denunciados por Jeremias: “... serão como a tamargueira no deserto, não verão quando vem o bem;” Jr 17;6

sábado, 22 de julho de 2023

Os rebeldes


“Ouvi, ó Céus, dá ouvidos, tu, ó Terra; porque fala O Senhor: Criei filhos, engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra Mim.” Is 1;2

Algo bem “simples” que os liberais, pretensos editores da Palavra de Deus, precisam aprender: Quando O Eterno fala, aos Céus e à Terra só cabe ouvir.

Não fala como se, estivesse colocando algo em votação, carecendo uma resposta favorável. “... a Palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Deus.” Ez 12;28 O pretérito de então, já testificava da Sua fidelidade. “Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor falou à casa de Israel; tudo se cumpriu.” Js 21;45

Ele mesmo desafia a colocarmos à prova Sua Integridade; “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará... porque a Minha Boca tem ordenado; Seu espírito mesmo as tem ajuntado.” Is 34;16

O fato de termos sido criados arbitrários, recebido o direito de escolha, podendo obedecer ou nos rebelar, não nos permite irmos além disso; nosso direito esgota-se aí. Não chega ao absurdo de a coisa criada suplementar ao Criador; da imperfeição “melhorar” ao Perfeito; “Porventura também tornarás tu, vão o meu juízo, ou Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8

Podem cobrir o mundo de “livros sagrados” que, lhes soem mais palatáveis; no final, ceifarão vergonha, esse fruto costumeiro colhido pelos que semeiam rebelião; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8 e 9

Aos que já tinham sido “modernizados” foi dito: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não escutaremos.” Jr 6;16 e 17 “Não andaremos... não escutaremos... se rebelaram contra Mim.”

Se, O Eterno leva liberdade de escolha e expressão, às últimas consequências, inevitável é o determinismo forjado desde a criação; que cada semente reproduza “conforme sua espécie.” “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A criação original tinha posto o homem num patamar elevadíssimo: “Tu o fizeste um pouco menor que os anjos, de glória e honra o coroaste; o constituíste sobre as obras de Tuas Mãos;” Heb 2;7

Todavia, após a rebelião e a queda, aquele que fora criado um pouco menor que os anjos, colocou-se abaixo dos animais; “O boi conhece seu possuidor, o jumento, a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não entende.” Is 1;3

A desobediência precisa da assessoria da incredulidade; a alma humana é tentada a crer que as consequências não serão tão sérias assim; “certamente não morrereis;” a incredulidade oferece uma “cabeça de ponte”, um ancoradouro às ações do inimigo, que vem e espalha sua bruma de vetar entendimentos; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Um exemplo prático de um abismo chamando outro; a incredulidade traz a desobediência; essa nos lança no domínio do inimigo, que cega-nos vetando entender de onde vêm as aflições. Quem não sabe o que quer, acaba buscando o que não precisa. “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6

Aflições nascidas da sede de Deus, são “supridas” com drogas, bebidas, promiscuidade... essas coisas, malgrado produzam uma ilusão momentânea, acabam aumentando o vazio, acentuando a distância.

Não é que a conversão seja tão radical em si mesma; mas, o homem, alienado da luz afastou-se tanto, que precisa deixar tudo o que “aprendeu”, e reaprender de Deus, começando do zero; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Os iluminados por Cristo, não anseiam mudar a Palavra; antes, mudam de atitudes, segundo A Palavra da Vida.

domingo, 16 de julho de 2023

A cara do Pai


“Ser-me-eis santos, porque Eu, O Senhor, Sou Santo; vos separei dos povos, para serdes meus.” Lev 20;26

Um dos aspectos menos compreendidos na relação do homem com Deus é santidade. A ideia difusa é uma ventura que se reconhece após a morte e estaria atrelada ao poder; pois, somente depois de dois milagres comprovados feitos pelo “candidato” a santo, em favor de quem lhe tivesse rogado, essa condição seria reconhecida mediante canonização. A visão comum, defendida pelo Vaticano, sede do catolicismo.

Entretanto, a abordagem bíblica é muito diferente disso. Não tem a ver com poder, operação de sinais; mas, com separação, consagração a Deus; tanto de objetos, (utensílios do templo eram santos) quanto, de pessoas. “Sede santos...!” foi ordenado aos vivos.

A Palavra de Deus é Santa e deve ser mantida longe dos escarnecedores; “Não deis aos cães as coisas santas, nem aos porcos vossas pérolas, não aconteça que as pisem e, voltando-se, vos despedacem.” Mat 7;6

A Divina revelação não prescreve que se faça rogos a Deus, através de gente comum como nós, apenas, porque essas pessoas morreram, deixando a imagem de um viver piedoso; “... A favor dos vivos consultar-se-ão aos mortos?” Is 8;19 Pois, “... há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Ele mesmo ensinou: “Tudo quanto pedirdes em ‘Meu Nome’ Eu o farei, para que O Pai seja glorificado no Filho” Jo 14;13

A santificação esperada dos que servem a Deus, (separação dos profanos) A Palavra ensina de modo cristalino: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus Vivente, como Ele disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 ao 18

Enquanto os bordões desse mundo gritam suas narrativas em demanda por “inclusão”, os preceitos santos falam de separação; para aqueles basta que os diferentes concordem em não discordar, e se aglomerem em busca de quantidade; O Eterno requer dos Seus que se separem, em necessária santidade. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

As mesmas falácias “inclusivas” esposam ainda, “qualidade de vida, harmonia entre os diferentes”, para camuflarem a comum rejeição ao Santo; a Doutrina do Mestre desafia à aquisição de vida, pelos que, espiritualmente estão mortos. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Se, fomos criados a Imagem e Semelhança Divinas, Deus É Espírito e É Santo, natural se esperar que a regeneração trazida por Ele em Cristo, nos desafie a um viver, prioritariamente espiritual, e em santidade. “Sede santos, porque Eu Sou Santo.” “... se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;13 e 14

Vemos assim, que essa balela ímpia do “também sou filho de Deus” não é bem assim. Todos são criaturas Dele. Filhos, apenas os que “Passam da morte pra vida”, ou, “nascem de novo” em Jesus Cristo. A esses o desafio de que sejam santos; ou seja, separados do mundo com seus procedimentos pecaminosos, interesses egoístas, rasos, e seus valores invertidos.

Pois, assim como um pai humano alegra-se ao ver traços fisionômicos seus, nos filhos, também Deus, nos que regenera. Como Ele É Espírito, os “traços” de semelhança terão que ser espirituais; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.”Mat 5;16

Se, nossa conversão aconteceu de fato, se fomos além da mera adoção ritual, religiosa; então, também desejaremos que em nós estejam aspectos de semelhança com nosso Pai. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

sábado, 15 de julho de 2023

O mau combate

 “Hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido.” Atos 22;15


Testemunhar de Jesus é um pouco mais complexo do que fazê-lo num tribunal terreno. Nesse caso, bataria ter visto ou ouvido alguma coisa pertinente ao objeto do julgamento para estar, alguém, credenciado.

Pela profundidade do “crime” de que O Salvador seria acusado, a morte do ego e, o nascimento do “novo homem”, só quem, deveras, renasceu pode ser testemunha. O que esse viu e ouviu alterou seu ser; passou a “ser” testemunha, mais que, apenas ter algo a contar. “... ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto, toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Como defenderia alguém, que O Senhor liberta do pecado, estando ainda prisioneiro?? Qual valor teria esse “testemunho?” Nos tribunais terrenos, um identificado como mentiroso seria rejeitado; muito mais, perante aquele que ordenou: “Não dirás falso testemunho.”
“Sede cumpridores da Palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da Palavra, não, cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla, vai, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24
Não foi o caso de Paulo, que, tendo sido perseguidor da Igreja, consentido na morte de Estêvão, aprisionado cristãos, após seu encontro com O Senhor, teve sua vida mudada totalmente. Com propriedade pode escrever: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Disse mais: “... Cristo será, tanto agora quanto sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21
A transformação que O Senhor opera é de tal modo, eloquente, que salta aos olhos; “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Embora a fé venha pelo ouvir, vivendo essa mudança da água pro vinho, os que se convertem são um testemunho eloquente de Cristo.
“O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19
O novo ser pautará o agir; esse por si só evidenciará o que aconteceu na alma do “agente”; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16
Bons tempos aqueles em que os convertidos mudavam de vida de tal forma que a coisa saltava aos olhos; ou, se alguém pecava de modo mais grave, assumia arrependido, confessando ao mundo, como fez Jimmy Swaggart!
Hoje, parece que ninguém peca mais; se comete abominações que A Palavra rejeita, cogitam os “convertidos” em mudar a Palavra de Deus, invés de mudarem de proceder. Deus seria muito radical; convém uma versão mais “inclusiva” da Palavra Dele. “Porventura tornarás tu, vão o Meu juízo, ou Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8 Esses condenam O Eterno à senilidade, para justificarem-se em suas escolhas.
Cantores mundanos e “espirituais” fundem-se nos mesmos palcos cantando as mesmas músicas, sem nenhum compromisso com O Senhor; palestrantes motivacionais, os “coachs” fazem pose de pregadores, massageando egos ímpios invés de desafiá-los à cruz, como Cristo fez; “negue a si mesmo.”
Adivinhos que lançam suas “previsões” ao vento, tipo arremesso de buquê de noiva, que pegar pegou, sem nenhum compromisso com Deus, tampouco, com a verdade; os “Profetas” dessa geração sonolenta, que, por preguiça se recusa a pesquisar a diferença entre as serpentes e os peixes. “Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12
Por isso, sempre oportuno lembrar certo conselho: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Ser testemunha do Senhor, em tempos tão sombrios como os atuais, requer ousadia, e uma entrega que desconsidera mesmo, a própria vida. “De todos sereis odiados por causa do Meu Nome.” Luc 21;17

A cristãos antigos que cogitavam desistir por coisas menores que essas, foi dito: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enquanto “cristãos” moderninhos combatem contra A Palavra de Deus, somos desafiados a combater contra o pecado; e, bem disse o padre Paulo Ricardo: “Queres conhecer a essência espiritual de cada um? Observe contra o quê, ele está lutando.”

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Chifres de fumaça


Pela enésima vez, deparei com a seguinte frase: “Nós não vemos as coisas como elas são; nós vemos as coisas como nós somos”.

Sob essa legenda, um rinoceronte a pintar paisagens. A cada cena, além das demais coisas, pintava um chifre vertical, pois, esse estava entre seus olhos. “Rinoceronte” no idioma original significa, chifre no nariz.

Aí me pus a pensar: A coisa faz sentido, ou não? Como figura didática em defesa da ideia, é muito boa; porém, como um axioma filosófico, temo que não seja bem assim.

Quando Ortega Y Gasset disse, por exemplo: “O homem é o homem e suas circunstâncias”, não tencionava dizer, a meu ver, que as circunstâncias o fazem. antes, que terá que lidar com elas; elas não o moldam, apenas “pautam-no”. Apresentam o “quê,” sem ingerir no “como?” Esse, dependerá de quem, o hipotético homem é.

Que nossas experiências de vida têm peso em nossas escolhas, parece uma realidade inequívoca. Qual sentido de aprendermos as coisas, se não nos serão úteis? Todavia, não nos marcam ao ponto do “gato escaldado a fugir de água fria;” esse simplismo animal excluiria o cérebro e seu insondável potencial.

Assim, que as experiências restringem nosso modo de ver, a elas, é duvidoso. Eu vejo um ladrão como ladrão, um mentiroso idem; sem significar que eu sou assim. Meu ser lê, o que a cena vista é; não define quem sou. Mas, a coisa não seria tão mera; significaria que eu reajo a cada situação em vista do que sou; dos valores que esposo.

Não gosto da ideia de que algum ser humano seja uma obra acabada. Estamos todos “em trânsito” sempre desafiados a um vir a ser; o ignorante carece ser iluminado; o imoral, confrontado pela moralidade; o cristão é desafiado ao crescimento em santificação, e o “Padrão” a atingir é elevadíssimo; “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;13

Embora não leve a coisa ao eterno fluir de Heráclito, não se pode avaliar a alma humana como extática. A rigor, não somos, mas estamos. Podemos considerar as coisas que vemos, à partir do “mirante” atual; porém, nada impede que sejamos guindados a observatórios mais elevados. O curso da vida tende a isso. Podemos envelhecer infantes; mas é psicologicamente sadio e filosoficamente esperável que cresçamos um tanto, com as lições da vida.

Essa balela cansativa do seis e do nove, que dão “razão” a ambos em lados opostos é uma falácia que dá preguiça. Na imensa maioria dos casos, há como diferenciar um do outro, sim. Outros números ao lado, uma pauta, um traço sob, quando numa bola de bilhar, etc. resolvem. Entretanto, numa situação verazmente ambígua, ambos deveriam ter dúvidas, não “razão”; pois, não é próprio de um sábio a incerteza das apostas.

O que se pretende com postagens assim, não é difundir luz, antes, espalhar fumaça. A defesa mal-intencionada do relativismo, onde cada um teria sua “verdade” o que eliminaria a Verdade; isso faria, como disse Nietzsche, do homem, “a medida de todas as coisas.”

Ora, essa ideia foi plasmada bem antes do incensado filósofo, desde o Éden; “Vós mesmos sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Autor: Capeta.

O relativismo vem daí; da negação do Absoluto, Deus, com a divinização do homem caído. Não é apenas filosófico o pleito, embora pareça; antes, é espiritual. Uma luta eterna está no âmago.

Cada homem tem suas opiniões, suas comichões e seus gostos, porém, a Verdade existe a despeito dessas coisas.

Sequer a inversão de valores seria possível, sem um Absoluto que definisse quais os valores a preservar. Entretanto, há um “ai” aos que assim agem; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Que os “rinocerontes” saiam por aí pintando as gravuras e retratando nelas seus chifres é uma coisa inevitável. Mas, tais pinturas não têm um valor filosófico a ponto de definir outros “bichos”.

Muitos que pretendem ver as coisas a partir do que eles “são” não passam de trânsfugas morrendo de medo de ver honestamente, a si mesmos. O Evangelho de João relata de uma súcia de pecadores vendo uma adúltera como apedrejável. Desafiados a verem a si mesmos, soltaram as pedras.

O Ego no controle dos ímpios é o “chifre” que deforma a todas as pinturas deles. O Salvador desafiou a quem lhe ouvia a remover primeiro, o obstáculo principal; “... Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23