quinta-feira, 27 de julho de 2023

Inclinações


“Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...” Os 4;15

Exemplos circunstantes sempre são usados como atenuantes, quando alguém age de modo indigno, ante eventual reprovação.

“Fulano também fez; beltrano pensa da mesma forma; todo mundo faz isso”, defesas usuais que escutamos.

Os que estão edificados no Senhor, é preciso mais que os abalos sísmicos morais, adjacentes, para que estremeçam em suas convicções; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Essa balela de “atualizar” ao que é eterno, aperfeiçoar ao que é perfeito, é inglória tentativa de mascarar a desconfiança, subproduto da incredulidade, dos que, apesar disso querem status de cristãos. Para quê, serviria esse?

Um “cristão” de rótulo foi figurado como sal degenerado, sem nenhuma utilidade, exceto, estar sob os pés dos ímpios. Aquele que for tido por veraz, será alvo de ataques, difamações, assassinato de reputação, até, dado o nível do ódio que esse mundo nutre contra os tais.

Sempre que alguém se baseia em exemplo alheio, a imensa maioria o faz, observando maus exemplos, não os bons. Por quê? Porque todos trazemos algum tipo de inclinação interna; e, ao vislumbrarmos outrem agindo de acordo, nos identificamos; vemos nisso um incentivo para darmos asas aos desejos, que, pouco a pouco deixam o casulo da timidez e ganham o teatro das ações.

Eventualmente as pessoas partilham: “O certo é certo, mesmo que ninguém o esteja praticando; o errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo.” Pleno de verdade esse dito; porém, “Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;7

Pois, ao escopo dessa geração, que, lê e não entende; se entende, não pratica, quando pratica, eventualmente, não persevera, ou, o faz em busca de aplausos aprovação humana; nesse mundo “líquido” como definiu alguém, as verdades absolutas são como esparsas rochas, assomando ao longo de águas velozes e sujas. Até sabem da existência das mesmas e as citam, porém, não se detêm apenas ao “obstáculo” de uma pedra no caminho.

Parecer intelectual, espiritual ou probo, basta a esses cultores de aparências, que ainda não adquiriram jeito para essências.

Essas camuflagens ridículas podem satisfazer nossa necessidade de aceitação social, embora, perante Deus nada valham.

O fato de Ló ter vivido na região de Sodoma não foi motivo para que agisse como aqueles; antes, “este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8 

Todos a volta dele estavam fazendo coisas abomináveis ante O Senhor; isso não bastou para que ele abdicasse da vereda de justo.

Dada a mordomia intransferível que cada um tem da própria alma, jamais poderá lançar sobre outrem a responsabilidade pelas suas escolhas. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Pois, no final das contas, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Então, maus exemplos em nossas circunstâncias, não devem ser fatores de encorajamento para trilharmos o mesmo caminho. “Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...”

Vendo alguém que desceu a ladeira resta o apelo à prudência, a fim de que, quem ainda se mantém num lugar aceitável, permaneça. “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.” I Cor 10;12

Sabedor que o ego é a origem de todos os descaminhos humanos, O Senhor começa Sua Obra por aí; “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Aquele que segue após as seduções voláteis desse mundo, de certa forma nega a si mesmo; nega seu imenso potencial individual e se deixa massificar pelo sistema corrente; a diferença é que a renúncia por Cristo nos chama um modo de vida agradável a Deus, segundo Sua Palavra. Enquanto o que se perde na anulação amorfa da massa, apenas perde-se, sem nenhuma virtude, tampouco, recompensa.

Dos que perdem a vida natural por amor a Cristo, disse Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

Enfim, adotar o vício como modo de vida, com argumento que, quase todos o fazem, é lavar-se com lama. Um servo de Cristo é desafiado a ser luz, não um habitante das sombras.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; uma dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15

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